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Mensagem
por FCarvalho » Sáb Mai 19, 2018 7:20 pm
As vezes esquecemos que ao analisar a questão dos caças também devemos analisar paralelamente o TO em que ele irá atuar. E a região geo-politica de atuação dos F-39 será essencialmente o continente sul-americano e o Atlântico. Se muito.
Nesta perspectiva, a FAB possuirá em 2024 uma infra-estrutura operacional mais enxuta e voltada para as suas funções primárias, quais sejam, controle e defesa, além da recém incluída integração.
Uma rápida olhada nestes três aspectos e poderemos perceber que em nível de TO no qual nos inserimos, a FAB tem vantagem significativa em relação aos nossos vizinhos.
O SISDABRA é o maior e melhor sistema de controle, alerta e defesa do espaço aéreo latino americano, e considerado um dos melhores do mundo, mesmo uma referência para países desenvolvidos. Atualmente está passando por um processo de modernização de recursos em etapas, com vários sistemas de sofware e hardaware desenvolvidos localmente. Ainda devemos a desejar na parte de comunicações e integração de dados, mas isso poderá ser alcançado em termos em 2024. A parte de radares está sendo substituída por novos ou sendo modernizada. Pecamos neste aspecto por não fomentar a BID em relação a este mercado, e também não produzimos cooperação com a industria dos países vizinhos, como a Argentina, que tem projetos e modelos que seriam complementares aos projetos aqui existentes.
A defesa hoje é composta por cerca de 57 caças F-5 e outras três duzias e meia de A-1. Em 2024 teremos 36 Gripen E/F em Anápolis e, pela lógica, uma linha de produção ativa para fornecer o segundo lote de F-39, em função da substituição urgente dos F-5 que só duram mais 7 anos. Neste aspecto, observadas as mesmas proporções de produção do lote inicial, teremos todos os F-5 substituídos até 2028/2029. Na sequencia, duas opções: um terceiro lote de F-39, ou um caça de 5a G. De qualquer forma, no final da próxima década teremos a frota mais jovem e moderna de caças da América Latina, mesmo não sendo a maior. Mas este também é um dado relativo. Além dos caças, temos ainda uma capacidade AEW, guerra eletrônica e reconhecimento já hoje muito além da vizinhança e de países de nosso entorno estratégico.
Na terceira questão, a integração será pautada pelo avanço do projeto do KC-390, que em 2024 será o modelo padrão de transporte da FAB com 10 undes ou mais já entregues e plenamente operacionais. Junto a eles o(s) 767 para transporte estrategico e revo cooperarão para dar à FAB capacidades que nenhuma força aérea latino americana terá. Complementando ambos, os C-295 continuarão apoiando principalmente as atividades principalmente no norte, mas não restrito a ele. A nossa capacidade de transporte será incomparável, somente sendo ultrapassada pela USAF e forças aérea europeias.
Enfim, é possível verificar que não vamos ser uma USAF da vida, mas com certeza não estaremos em nosso TO tão ou mais atrasados como sempre fomos em relação a forças aéreas de primeira linha.
abs.
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FCarvalho em Sáb Mai 19, 2018 7:34 pm, em um total de 1 vez.
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