MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7936 Mensagem por Túlio » Qua Jul 10, 2019 8:44 pm

GRANDE DIA!

Bolsa bate novo recorde, Reforma da Previdência aprovada, aposto que amanhã a Bolsa dá um pulo ainda maior!!!

(((E o OURO continua subindo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: )))




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7937 Mensagem por Brasileiro » Qui Jul 11, 2019 1:27 am

A reforma tributária é pra ontem! Quando trabalhei com vendas, usava uma tabela pra consultar a alíquota de cada estado, e calcular a substituição tributária, que era diferente de um UF para outra, de um ítem para outro. Isso pra falar só de ICMS! Uma loucura! E estou falando de um problema que ainda é dos menores no nosso sistema.

Está havendo uma batalha de protagonismo entre propostas do governo, câmara e senado. Na minha opinião, deveriam aproveitar um pouco de cada. Imposto único, mas começando já com a unificação do PIS/COFINS e IPI e o ICMS numa transição maior para adaptação das UF. Sou também favorável à desoneração da folha de pagamento em favor de uma taxação ao estilo CPFM, em algum patamar inferior a 1%.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7938 Mensagem por Bourne » Qui Jul 11, 2019 12:36 pm

Túlio escreveu: Qua Jul 10, 2019 8:44 pm
GRANDE DIA!

Bolsa bate novo recorde, Reforma da Previdência aprovada, aposto que amanhã a Bolsa dá um pulo ainda maior!!!

(((E o OURO continua subindo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: )))
Agradeça esse homem.
A apoteose de Rodrigo Maia

https://s2.glbimg.com/K2j6NwUxqffQK8FNrd_R2iwc4r4=/0x0:3602x2421/1000x0/smart/filters:strip_icc%28%29/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/6/s/fBmn9STVyikt22CuR2Ow/img20190710193143599.jpg

No discurso depois da aprovação em 1º turno da reforma da Previdência, o presidente da Câmara resgata o protagonismo do Congresso e desponta como maior líder da centro-direita

Ao subir os degraus da tribuna para discursar ontem, depois de chorar sob aplausos e antes de encerrar a votação da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, galgava um novo patamar na política brasileira.

Não sabia ainda, ele, a extensão da vitória – acachapante, por 379 votos contra 131, superior a todas as estimativas e às previsões mais otimistas. Maia sabia, porém, que aquela vitória era dele, mais que de qualquer outro.

https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-g ... maia.ghtml
Se o Maia não tivesse articulado o apoio, desmontado a aberração de reforma que veio do governo, comandado os trabalhos para construção de um novo projeto por várias mãos. Essas mãos incluindo ideias do PDT e PSB, nada teria sido aprovado. O Rodrigo Maia foi tão habilidoso que 19 deputados do PDT e PSB votaram a favor e foram coerentes.

E o governo... Só atrapalha.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7939 Mensagem por Bourne » Qui Jul 11, 2019 2:49 pm

Pela defesa da "eterna nascente industria nacional". A política neoliberal de eliminar impostos vai destruir nossa industria nacional de eletrônicos. Imagina como a Positivo vai competir com a Apple? Ou como a Qualcomm vai vender os processadores 625 old br feitos no Brasil no mercado interno? :x :mrgreen: :lol:
Parlamentares querem barrar eletrônicos importados sem impostos

A Portaria 309 do Ministério da Economia que zera, até dezembro de 2020, o imposto de importação para 30 bens de informática, telecomunicações e máquinas foi contestada nesta terça-feira (09) por deputados e senadores aliados e opositores ao governo. Eles apresentaram decretos legislativos para derrubar a norma.

Empresários disseram em audiência pública da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado que a portaria deve culminar no desemprego de até 2 milhões de trabalhadores por conta do fechamento de indústrias nacionais que perderão a competitividade. O ministro da economia, Paulo Guedes, será convidado para dar esclarecimento sobre a redução dos impostos.

O senador José Serra (PSDB-SP) e o deputado José Ricardo (PT-AM) já apresentaram decretos legislativos para revogar a portaria antes do recesso, que inicia no próximo dia 18. O assunto voltará a ser discutido no dia 10 em audiência pública com o Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério de Economia.

Entenda a portaria
No dia 12 de junho, o Ministério da Economia editou a Portaria 309 a fim de regulamentar o regime Ex-Tarifário para 30 produtos eletrônicos importados — o que elimina a alíquota de 14% de imposto de importação dos que não têm similares produzidos no Brasil.

Os empresários contestam vários pontos da Portaria, entre eles o que determina que mercadorias nacionais 5% mais caras que as equivalentes importadas não serão consideradas similares, ou seja, os produtos internacionais poderão usufruir do benefício.

O assunto ainda será discutido nas próximas semanas, por enquanto, a Portaria continua valendo.

https://www.tecmundo.com.br/mercado/143 ... aign=thumb
A parte séria. Não passa não. A redução dos impostos é irreversível. Sem integração a industria vai para. Se adapta ou morre. Simples assim. E se morre tem uma legião de star-ups, pequenas e médias empresas, multinacionais prontas para aproveitar as novas oportunidades.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7940 Mensagem por Marcelo Ponciano » Qui Jul 11, 2019 4:38 pm

“Nunca vi uma medida tão mal feita, entreguista e vagabunda”, senador José Serra (PSDB-SP) sobre essa proposta.
https://www.gazetadopovo.com.br/republi ... mportacao/

Vivi o suficiente para ver o PSDB chamar alguém de "entreguista" :lol: :lol: :lol:

já que de entreguismo o PSDB possui mestrado, doutorado e pós-doutorado!!!




Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7941 Mensagem por Bourne » Qui Jul 11, 2019 5:13 pm

Não é acaso que os contrários a portaria de redução de taxas sejam do Amazonas. O motivo é que mata as "maquiladoras" da zona franca de manaus. Assim, as multinacionais e empresas nacionais não têm tantas vantagens em fingir em fazer a montagem no Brasil e fingir que é tudo "made in Brazil". Se livrar dessa obrigação seria muito interessante pela flexibilidade e rapidez.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7942 Mensagem por Bourne » Sex Jul 12, 2019 6:11 pm

As próximas reformas
Rogério L. Furquim Werneck



Fonte: http://www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/ ... Qkly9Z1ZWA




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7943 Mensagem por Bourne » Sáb Jul 13, 2019 8:09 pm

Senhores, descobri que um dos grandes lobbies contra a reforma tributária é dos políticos da zona franca de manaus. :o :shock:

A justificativa é que a reforma reduz a capacidade dos estados, de um lado, terem iniciativa de benefícios tributários e as trambicagens para atrair a "eterna industria nascente". De outro, a reforma incorpora cobrar impostos no estado consumidor. Assim, não faz sentido aberrações como a Zona Franca de Manaus. Aberração porque a Zona Franca de Manaus virou centro para maquiladoras importarem componentes e fingirem que produzem algo. Mais recentemente usar as PJs no Amazonas para reduzir pagamento de impostos como, por exemplo, no caso da industria vital dos refrigerantes.

Além dos mercadores da morte. A mensagem deles é que "se aprovar a reforma tributária vão sumir as industrias do Norte e Nordeste, a região está condenada a passar fome e ser pior que países da África". Menos, bem menos. Principalmente, a reforma como pensa o Appy vai levar uns 30 anos para ser efetiva, prevê um longo período de transição e as perdas de arrecadação são compensadas por transferências e outros benefícios dentro da federação.
Zona Franca não dá vantagem ao Amazonas, indica estudo
Empresas deixam de pagar R$ 25 bi em tributos, mas estado cresceu abaixo da média de 2002 a 2014

SÃO PAULO
Apesar de ter quadruplicado seu custo de 2004 a 2014, a Zona Franca de Manaus (ZFM) não trouxe vantagem econômica ao Amazonas no período, em comparação com outros estados do país.

Os cálculos são dos economistas Philipp Ehrl, professor da Universidade Católica de Brasília, e Rogério da Cruz Gonçalves, que compararam por análise estatística indicadores econômicos e sociais, como PIB, valor agregado, renda, população, níveis de educação e de emprego, entre outros, entre 2002 e 2014.

“Os números do Amazonas cresceram, mas é preciso separar o efeito do programa daquilo que aconteceria de qualquer maneira. Se o país todo está crescendo, o custo dos incentivos fiscais pode não fazer sentido”, observa Ehrl.

O programa concede descontos fiscais à maioria das empresas instaladas na Amazônia ocidental. Neste ano, a União deve deixar de recolher R$ 25 bilhões em tributos (IPI, PIS/Cofins e Imposto de Importação) dessas empresas.

Esses recursos deixam de ser investidos pelos governos, por isso é importante entender se seu uso está trazendo mais ganhos em mãos privadas que nas públicas.

Como não existem dados para avaliar o desempenho do estado antes e depois da criação do programa, em 1967, o trabalho compara os indicadores amazonenses com os de outras UFs que não recebem incentivos federais.

Os gráficos mostram que, apesar dos subsídios, PIB, valor adicionado, renda, vendas e receitas tributárias do Amazonas cresceram em velocidade inferior aos da média dos outros estados tanto da região Norte quanto do Brasil.

Pelos cálculos dos economistas, um aumento de R$ 10 bilhões nos gastos com a ZFM reprime o valor agregado em 3,3%, e o PIB e a renda do Amazonas, em cerca de 4%, em relação às outras unidades federativas não beneficiadas.

A diferença é ainda maior na comparação com estados vizinhos da região Norte: o PIB amazonense cresce 7,3% abaixo, e o valor agregado, 7% abaixo de seus pares. A diferença de renda também é negativa, mas menor, de 1,3%.

O uso de benefício tributário em políticas regionais é menos eficiente que investir recursos orçamentários, diz o economista Bernard Appy, diretor do C.CiF (Centro de Cidadania Fiscal) e coautor de reforma tributária que tramita na Câmara (PEC 45).

Isso ocorre por dois motivos principais: 1) o escopo do que se pode fazer num programa de incentivo fiscal é mais limitado, e 2) desenvolvimento de longo prazo necessita de investimento em qualificação de mão de obra e infraestrutura, para o que subsídios não são o instrumento adequado.

O trabalho de Ehrl mostra que, embora o emprego tenha tido melhor desempenho no Amazonas em relação a outros estados, cresceu a parcela de trabalhadores de baixa escolaridade.

“É um indicador de que o modelo é ultrapassado, não serve para o futuro. As empresas compram peças e montam, e a tendência é automatizar. Esses trabalhadores são muito substituíveis por robôs.”

Segundo o economista, também é preocupante o crescimento da população, pela atração de migrantes, sem correspondente melhoria da infraestrutura urbana.

Outro trabalho dos autores sobre Manaus (que concentra os investimentos da ZFM) não identificou melhora em itens como alfabetização, cobertura de água encanada e de esgoto.

O debate público tem sido sobre crescimento e não sobre desenvolvimento, afirma. “Aumentar o PIB não é tudo o que importa, é preciso elevar o bem-estar.”

Para Ehrl, “é possível que, se os recursos tivessem sido investidos em educação, infraestrutura, saneamento e transporte nos últimos 20 anos, teriam beneficiado igualmente as empresas, mas também a população e o país”.

A pesquisadora do Insper e professora de direito tributário da FGV Vanessa Canado tem avaliação semelhante: “Numa Federação, desenvolvimento regional não pode ser feito à custa de outros entes. Só se dá incentivo específico se a empresa não fosse se instalar em outro estado”.

Em vez de guerras fiscais, diz ela, é mais eficiente criar fundos de desenvolvimento regional, condicionados ao investimento dos governos em qualificação de mão de obra. “Por exemplo, o Amazonas poderia capacitar o trabalhador para biotecnologia, explorando as vocações regionais.”

A região tem muito potencial não explorado, concorda Ehrl. “Instalar mais pesquisa e capital humano gera mais efeitos positivos.”

Se é menos eficiente para o desenvolvimento que o investimento direto dos governos
em infraestrutura e educação, por que, então, o benefício tributário tem sido a escolha nas políticas regionais?

“Porque as empresas se sentem mais seguras com os incentivos que com recursos orçamentários que podem ser contingenciados de uma hora para a outra", diz Appy.

Políticas que dão tratamentos diferenciados aos contribuintes têm um outro custo, diz Vanessa Canado, que também é diretora do C.CiF.

Sempre que se cria uma diferenciação, necessariamente aumentam os contenciosos, as disputas na Justiça, diz ela.

“Todo gasto tributário —abrir mão de arrecadar impostos, como na ZFM— é um cálculo de escolha pública. É preciso trazer bem para a sociedade como um todo, não ganhos localizados.”

A falta de avaliações de impacto dessas políticas faz com que o discurso retórico prevaleça, em vez do conhecimento empírico, diz ela.

Com duração prevista até 1997, a ZFM tem sido prorrogada por leis específicas. A última, de 2014, adiou para 2073 o fim dos incentivos. Mas o modelo pode estar com os dias contados se a reforma tributária for aprovada pelo Congresso sem alterações.

Como acaba de forma progressiva com os atuais impostos, extingue também os benefícios fiscais. “Até mesmo porque será uma transição longa, é o momento ideal para discutir outras formas mais eficientes de induzir desenvolvimento regional
”, diz Appy.

O governo atual estuda, por exemplo, desenvolver setores como turismo, biofármacos, mineração e piscicultura, no chamado Plano Dubai.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... tudo.shtml
O mais engraçado que a crítica vem da tal "esquerda progressista" que pensa que está na década de 1950. Eles não entenderam que não é incentivo fiscal que faz a industria crescer. A motivação de uma industria se deslocar para lugares distantes é infraestrutura (transportes, energia, segurança, etc....), universidades, centros de pesquisa, trabalhadores qualificados ou tenham vantagens em se instalar que se transformem em vantagens e multipliquem oportunidades. Em parte, era o que os governos militares fizeram com incentivos as "cidades industriais" ao redor do Brasil, investimento em universidades e educação, infraestrutura. Depois repetida pelo Lula neoliberal e a Dilma.

As indicações atuais com estudos no Brasil e outros países em desenvolvimento e desenvolvidos indicam que a guerra fiscal e briga por quem dá mais subsídio só beneficia a empresa. Porque a empresa joga um estado contra o outro para ter maior subsídio, quando na verdade se instalaria ou faria o investimento de qualquer forma no país e tem várias regiões em potencial com atratividade similar. Ao mesmo tempo, o beneficio é restrito a empresa. Enquanto a sociedade é pouca ou nada beneficiada. Assim, se os recursos fossem para melhorar infraestrutura, educação, oferta de bens públicos para região, apoiar startup e pequenas empresas seria muito mais positivas e com benefícios horizontais.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7944 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 13, 2019 9:04 pm

Pra qualquer zona Franca funcionar como uma zona franca deveria de fato em Manaus. Precisaria ter outra zona franca portuária em belém pra navios gigantes aportarem e trocarem pros barcos que podem adentrar no amazonas. Somado a isso ter um espaço pra um polo tecnológico que nunca foi sequer pensado na região.

Sem isso o ambiente não fica propicio pra nada mais do que uma área de montagem. E pra ser área de montagem a zona não precisa ser franca.

Uruguai, China e dezenas de outros países ao criar zonas francas dão objetivos bem claros e não se acanham de injetar $$$ nos primeiros anos. Uma vez alcançados a zona deixa de existir ou transforma-se porque sua robustez por si só impede que as empresas fujam.

A zona de manaus já saturou até onde pode ir sozinha e nas regras atuais. Mante-la hoje é um dreno pro país.
Se tirar as regras aquilo vira um descampado em 2 tempos. Pq nada ali é benéfico pra empresa fora o generoso $$$$ público.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7945 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 13, 2019 9:27 pm

ZF é apenas MAIS UM meio útil para "empresários" que, quando no lucro, se enrolam na parte verde-amarela de sua bandeira double-face e berram "mais capitalismo, menos estado"; no que a coisa aperta usam o outro lado (vermelho) da mesma bandeira e berram "vamos socializar o prejuízo ou o Brasil quebra". Lorota, quebram eles, outros assumem. Capitalismo é Darwin!

Mas vai convencer alguém disso... :roll: :roll: :roll: :roll:

E creio que este tipo de mentalidade "coletivista de conveniência" é parte importante da engrenagem que mantêm travadas, sem poder progredir, as startups que, gostando-se ou não, têm tudo para ser o negócio do futuro, pequenas, enxutas e baseadas em criatividade e superação. Quem errar o bote cai, e em seu lugar outro segue em frente. Darwin outra vez.

Aliás, já tinha dito em outro post, modelos de negócio gigantescos com dezenas, centenas de milhares, até milhões de empregados tipo superbancos, Boeing e VW acabarão se extinguindo como os dinossauros, vítimas de seu próprio gigantismo. Blockchain e DEX, talvez com crowdfunding, hoje podem ser vistos como coisas exóticas e geeky mas apostaria muito mais nisso lá pela segunda metade do século do que no modelo que está aí quase sem alterações desde a Primeira Revolução Industrial.

É preciso ir deixando de lado essa ideia fajuta de que sem o Estado nada anda. Ele é necessário dentro de suas atribuições exclusivas, o resto é firula, tipo dizer que a cada ano somos mais e mais escorchados em impostos porque é preciso para ajudar os coitadinhos: os losers são os que menos levam da bolada, a gente é explorado para sustentar milionário relaxado, que não quer ralar para ficar mais rico ou pelo menos permanecer como está. Bolsa é desculpa, eu tinha mais ou menos a idade do @Bourne, já era "chefe de família", nunca tinha ouvido falar em bolsa sei lá o que e não tinha nem mais nem menos pobre do que agora. Claro, nem eles nem eu tínhamos celular, porque era brinquedo de rico e pronto...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7946 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 13, 2019 9:47 pm

Túlio escreveu: Sáb Jul 13, 2019 9:27 pm
Aliás, já tinha dito em outro post, modelos de negócio gigantescos com dezenas, centenas de milhares, até milhões de empregados tipo superbancos, Boeing e VW acabarão se extinguindo como os dinossauros, vítimas de seu próprio gigantismo. Blockchain e DEX, talvez com crowdfunding, hoje podem ser vistos como coisas exóticas e geeky mas apostaria muito mais nisso lá pela segunda metade do século do que no modelo que está aí quase sem alterações desde a Primeira Revolução Industrial.

É preciso ir deixando de lado essa ideia fajuta de que sem o Estado nada anda. Ele é necessário dentro de suas atribuições exclusivas, o resto é firula, tipo dizer que a cada ano somos mais e mais escorchados em impostos porque é preciso para ajudar os coitadinhos: os losers são os que menos levam da bolada, a gente é explorado para sustentar milionário relaxado, que não quer ralar para ficar mais rico ou pelo menos permanecer como está. Bolsa é desculpa, eu tinha mais ou menos a idade do @Bourne, já era "chefe de família", nunca tinha ouvido falar em bolsa sei lá o que e não tinha nem mais nem menos pobre do que agora. Claro, nem eles nem eu tínhamos celular, porque era brinquedo de rico e pronto...
Tulio, não subestime gigantismos :mrgreen: .

Economia de escala ainda funciona, e funciona especialmente bem em países de infraestrutura cara como o Brasil.
Adicione o fato que certas áreas tem um "entrada" extremamente cara, como aviação que você mesmo citou. E você tem a condição ideal pra monopólios.

E pra milionario te explorar não precisa de Estado :).

Basta olhar os funcionários da Amazon. Que ela majesticamente conseguiu com uma receita boa de pressão, $$$ nas pessoas certas e desespero manter uma sindicalização baixíssima.

30km/dia de corrida + mijar em garrafa PET com tempo de refeição minimo.
Com um sistema de RH robusto não faltam candidatos e portanto todos são dispensáveis se não atenderem a exigência. Desesperados, burros ou iludidos não faltam devido as cidades serem escolhidas pros galpões da Amazon serem em grande maioria justamente as que tem falta de opções empregatícias :).

E isso baixou tanto o nivel dos concorrentes. Que já teve caso de pessoa de 55 anos morrendo de infarto no local, e o chefe obrigou todos a continuarem trabalhando....
E não, o chefe não foi demitido e nada mudou.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7947 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 13, 2019 10:20 pm

Sterrius escreveu: Sáb Jul 13, 2019 9:47 pm

Tulio, não subestime gigantismos :mrgreen: .

Economia de escala ainda funciona, e funciona especialmente bem em países de infraestrutura cara como o Brasil.
Adicione o fato que certas áreas tem um "entrada" extremamente cara, como aviação que você mesmo citou. E você tem a condição ideal pra monopólios.

E pra milionario te explorar não precisa de Estado :).

Basta olhar os funcionários da Amazon. Que ela majesticamente conseguiu com uma receita boa de pressão, $$$ nas pessoas certas e desespero manter uma sindicalização baixíssima.

30km/dia de corrida + mijar em garrafa PET com tempo de refeição minimo.
Com um sistema de RH robusto não faltam candidatos e portanto todos são dispensáveis se não atenderem a exigência. Desesperados, burros ou iludidos não faltam devido as cidades serem escolhidas pros galpões da Amazon serem em grande maioria justamente as que tem falta de opções empregatícias :).

E isso baixou tanto o nivel dos concorrentes. Que já teve caso de pessoa de 55 anos morrendo de infarto no local, e o chefe obrigou todos a continuarem trabalhando....
E não, o chefe não foi demitido e nada mudou.
Creio que entendeste razoavelmente (mea culpa, cada dia tenho menos sacola para escrever textão bem explicadinho :oops: ) mas não pegaste a intenção: hoje se continua a ensinar a um jovem que deve estudar e se preparar ao máximo para um dia ter um bom emprego; para mim o erro está aí, as pessoas já são criadas para serem empregadas de outras. No máximo, com juízo e sorte, talvez venham a ser chefes de algumas (mas sempre com outras por cima).

A próxima Revolução Industrial que já está começando será, como a vejo, aquela em que cada vez mais as pessoas irão pensar mais, focar mais, aceitar riscos e tentar ser cada um seu próprio patrão ou, no máximo, patrão ou sócio de uns poucos, todos "hands on the job". Quem não tem essa capacidade mas quer lucrar também, vai de crowdfunding.

Falaste em coisas grandes - e complexas, como aviões e carros - e te digo: os protótipos de impressoras 3D que recém estão surgindo já fazem maravilhas mas continuam caros; imagines, estamos em 2019, como serão, quanto custarão em 2049, 2059? Precisaremos ainda de uma gigantesca linha de montagem com gigantescos prédios e milhares de pessoas para fazer um Dreamliner ou uma só delas operada por uma dúzia não fará melhor, mais rápido e mais barato? Sobre carros, não seria mais lógico e econômico desenvolvê-lo em equipe na Blockchain e depois licenciar para que sejam feitos em qualquer lugar que tenha impressora compatível e (um pouquinho de) gente capacitada? Seria o Franchising levado a um novo e muito mais alto patamar, semelhante ao de marcas de lojas, tipo Starbucks e Walmart, só que agora na indústria. Tipo um Boeing feito no Uruguay e um Audi feito em Burkina Faso. Acho que não vou viver o suficiente para ver as coisas mudando de verdade mas bem que Deus poderia me fazer este agrado...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7948 Mensagem por Sterrius » Dom Jul 14, 2019 12:51 am

Túlio escreveu: Sáb Jul 13, 2019 10:20 pm
Sterrius escreveu: Sáb Jul 13, 2019 9:47 pm

Tulio, não subestime gigantismos :mrgreen: .

Economia de escala ainda funciona, e funciona especialmente bem em países de infraestrutura cara como o Brasil.
Adicione o fato que certas áreas tem um "entrada" extremamente cara, como aviação que você mesmo citou. E você tem a condição ideal pra monopólios.

E pra milionario te explorar não precisa de Estado :).

Basta olhar os funcionários da Amazon. Que ela majesticamente conseguiu com uma receita boa de pressão, $$$ nas pessoas certas e desespero manter uma sindicalização baixíssima.

30km/dia de corrida + mijar em garrafa PET com tempo de refeição minimo.
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E isso baixou tanto o nivel dos concorrentes. Que já teve caso de pessoa de 55 anos morrendo de infarto no local, e o chefe obrigou todos a continuarem trabalhando....
E não, o chefe não foi demitido e nada mudou.
Creio que entendeste razoavelmente (mea culpa, cada dia tenho menos sacola para escrever textão bem explicadinho :oops: ) mas não pegaste a intenção: hoje se continua a ensinar a um jovem que deve estudar e se preparar ao máximo para um dia ter um bom emprego; para mim o erro está aí, as pessoas já são criadas para serem empregadas de outras. No máximo, com juízo e sorte, talvez venham a ser chefes de algumas (mas sempre com outras por cima).

A próxima Revolução Industrial que já está começando será, como a vejo, aquela em que cada vez mais as pessoas irão pensar mais, focar mais, aceitar riscos e tentar ser cada um seu próprio patrão ou, no máximo, patrão ou sócio de uns poucos, todos "hands on the job". Quem não tem essa capacidade mas quer lucrar também, vai de crowdfunding.

Falaste em coisas grandes - e complexas, como aviões e carros - e te digo: os protótipos de impressoras 3D que recém estão surgindo já fazem maravilhas mas continuam caros; imagines, estamos em 2019, como serão, quanto custarão em 2049, 2059? Precisaremos ainda de uma gigantesca linha de montagem com gigantescos prédios e milhares de pessoas para fazer um Dreamliner ou uma só delas operada por uma dúzia não fará melhor, mais rápido e mais barato? Sobre carros, não seria mais lógico e econômico desenvolvê-lo em equipe na Blockchain e depois licenciar para que sejam feitos em qualquer lugar que tenha impressora compatível e (um pouquinho de) gente capacitada? Seria o Franchising levado a um novo e muito mais alto patamar, semelhante ao de marcas de lojas, tipo Starbucks e Walmart, só que agora na indústria. Tipo um Boeing feito no Uruguay e um Audi feito em Burkina Faso. Acho que não vou viver o suficiente para ver as coisas mudando de verdade mas bem que Deus poderia me fazer este agrado...
1-> Tb to cada vez +sem paciencia pra textão :). Nessa polarização absurda de hoje em dia já fui ofendido d+ e perdi a paciência de tentar ensinar ou trocar ideias. Mas abro exceções aqui no DB volta e meia.

2-> Maioria não nasceu pra ser empresário, inovador, líder ou mesmo sublider. Eu por exemplo fiz gestão, estudei pra caralho mas meu perfil é de sublider. Eu não sou apto em um negócio para tomar as principais decisões e sim em assessorar, melhorar a ideia original e fazer com que a ordem seja cumprida da melhor forma possível. Posso liderar? posso. Mas não é onde eu vou brilhar e +falhas que o normal vão ocorrer.

Pra ser lider ou ter autonomia no mercado de trabalho você precisa ter não só estudo pra ter experiencia teórica que fornece +visualização de cenários e calculo de riscos + precisos. Mas personalidades especificas. Da mesma maneira que nem todo mundo nasceu pra ser um general de um exército. È preciso ter uma certa "visão" que infelizmente não pode ser ensinada.

Não é que a pessoa seja burra. È que pessoas chegam a mesma conclusão por raciocínios diferentes e em velocidades diferentes. A um fino balanço onde o líder fica.

3-> Maioria dos empregos, mesmo os mais simples. Vai necessitar de curso superior.

Sim, ter diploma não é mais garantia de emprego. Ter diploma agora é REQUISITO pra ter emprego. Isso não é problema só no Brasil, é tb nos EUA e outros lugares.
Não tem mais espaço para aquele aluno com 2º grau completo. Esses empregos estão acabando e vão virar uma fatia muito pequena do mercado de trabalho.

3-> Impressão 3D tem limites. Ela é boa pra casas por exemplo mas não é boa para fazer Aviões ^^. Isso porque impressão 3d que está massificada funciona em "camadas". E um avião precisa ser pressurizado, fora partes moveis que precisam ser instaladas.

Carros já são impressos em 3D. Mas só o Chassi. Peças moveis e principalmente peças sólidas (Como um freio) não são boas pra se fazer numa impressão 3D.

A alguns estudos, NASA principalmente, pra tentar criar coisas +complexas pra marte e a Lua.
Mas essa impressora usa técnicas que não são adequadas pra massificação e levam horas ou até mesmo dias pra fazer 1 peça minuscula. Com foco pra manutenção e emergência ao invés de massificar.




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Matheus
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7949 Mensagem por Matheus » Dom Jul 14, 2019 11:36 am

Governo quer reduzir de 27,5% para 25% alíquota máxima do Imposto de Renda

Pacote pós-reforma da Previdência também prevê aumentar faixa salarial isenta do tributo

Principal medida após as alterações nas regras da Previdência, a reforma tributária a ser proposta pelo Ministério da Economia vai reduzir a alíquota máxima do Imposto de Renda para pessoas físicas, de 27,5% para 25%, e empresas, de 34% para 25%.

Além disso, o governo vai aumentar a faixa salarial isenta do pagamento do tributo.

As mudanças no IR devem ser propostas em agosto e representarão uma das pernas do tripé da reforma tributária em construção pelo governo. Antes disso, o governo pretende propor a fusão de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, CSLL e IOF) no imposto único federal.

O imposto único representa outra ponta e, segundo as projeções atuais do ministério, precisará ter uma alíquota de 15% (antes, esse número era calculado em 14%).

O secretário especial da Receita, Marcos Cintra, tem analisado como baixar o percentual. Uma das opções é transferir a CSLL para o Imposto sobre Pagamentos (IP), novo tributo a ser aplicado a qualquer transação e que equivale ao terceiro pilar das mudanças.

Com isso, seria aumentada a alíquota do IP do 0,3% estudado atualmente para 0,5% (para cada ponta da transação, pagador e recebedor). Ou seja, uma operação de R$ 5.000 recolheria R$ 50 de imposto. Antes, o percentual era calculado em 0,45%.

A Folha teve acesso ao conteúdo de uma das reuniões sobre reforma tributária feitas na semana passada no Ministério da Economia.

Nesse encontro, a cúpula da pasta considera a opinião pública um componente crucial para as alterações tributárias. A equipe tem feito alertas para a repercussão, que pode ser até maior que a gerada pelas alterações em curso da reforma da Previdência.

Se a reforma nas aposentadorias foi defendida como necessária para combater vantagens de certas classes -como a de servidores-, a tributária é entendida como algo a atingir toda a sociedade -de estudantes a grandes empresários.

Na reunião, Cintra defendeu que a "reforma previdenciária é fundamental para a solvência do país". Por outro lado, disse que a tributária interessa a todo cidadão, pois "mexe no bolso de todo o mundo".

A intenção inicial da cúpula do ministério, até do titular da pasta, Paulo Guedes, era uma simplificação radical no sistema tributário. Porém, há temores com a possibilidade de reações a mudanças muito fortes.

Após as primeiras avaliações, a equipe entendeu que não pode comprometer a situação do país com o que chama de "aventuras". Por isso, a palavra no momento é cautela.

Por causa das preocupações, a estratégia definida neste momento é o ministério iniciar uma reforma nem tão radical nem tão branda.

Enquanto isso, o governo vai medir a reação da opinião pública e fazer ajustes necessários para mudanças futuras mais drásticas ou mais convencionais -principalmente no IR, que virá em um segundo momento.

O cenário da reforma tributária complicou depois de o Congresso começar a discutir dois projetos diferentes.

A visão na cúpula do ministério é que Câmara e Senado tomaram a liderança no processo com projetos próprios de reforma e, agora, o governo terá de encontrar "um caminho" para que sua proposta avance em uma das Casas.

A esperança da equipe é que, como ambos os projetos no Parlamento alteram impostos estaduais e municipais, a tramitação deles trave principalmente por causa do debate com governadores que temem perder arrecadação em um momento de crise fiscal.

A equipe econômica acredita que os dois projetos no Congresso, baseados nos textos do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB) e do economista Bernard Appy, além de não preverem riscos, representam uma "agressão" à ideia do pacto federativo de Guedes, que defende descentralização de recursos e autonomia para os entes federativos, principalmente os municípios.

Além dos textos no Congresso, outra proposta foi feita pelo grupo Brasil 200, que reúne, entre outros, os empresários Flávio Rocha, da Riachuelo, e Luciano Hang, da Havan.

Eles propõem a extinção de impostos e a substituição pelo imposto sobre pagamentos. Cálculos do ministério indicam que a medida precisaria elevar a contribuição sobre pagamentos a pelo menos 1,16%.

Integrantes do governo consideram que o Executivo poderia abraçar uma das propostas que estão no Congresso. Porém, têm dúvidas sobre a viabilidade, uma vez que os textos apresentam concepções distintas, especialmente no que se refere à fusão dos impostos considerados.

Por isso, a equipe econômica planeja enviar a proposta do Executivo ao Congresso o quanto antes. Ela prevê, em um primeiro momento, concentrar esforços na fusão dos tributos federais.

Com essa engenharia, defende o governo, não haverá alteração da base de arrecadação e ninguém vai pagar um centavo a mais.

A Receita pretende manter apenas algumas isenções vigentes. Entre elas, as previstas na Constituição -como os benefícios voltados ao mercado editorial. Também permanecerão beneficiados templos e representações diplomáticas.

A redução das alíquotas de IR será uma consequência das outras medidas.

Com a extinção da CSLL e da contribuição previdenciária pelas empresas ao INSS, será possível, de imediato, baixar a alíquota do IR para empresas de 34% para 25%.

Para chegar a 20%, será preciso criar outros impostos. Duas ideias estão sendo discutidas, segundo pessoas que participam das conversas.

Uma delas é tributar lucros e dividendos, medida que geraria, no máximo, mais R$ 40 bilhões por ano. Outra é taxar fundos fechados de investimentos, o que renderia no máximo mais R$ 15 bilhões.

No entanto, há reservas porque essas medidas podem prejudicar quem investe em ações para viver de rendimentos no longo prazo e não conseguir lucro rápido. Também prejudica prestadores de serviço.

A equipe de Guedes também tenta buscar uma forma de atender Bolsonaro, que, durante a campanha, prometeu estender a isenção de IR para pessoas que ganham até cinco salários mínimos (hoje, o benefício é válido para quem ganha até R$ 1.903,98 mensais).

Os estudos preliminares indicam que não há recursos para isso e que o país já tem um nível de isenção superior à média de países equiparáveis.

A alternativa, por isso, está praticamente descartada. No entanto, haverá um aumento da faixa de isenção decorrente da revisão das tabelas, que estão defasadas.

Para alcançar o patamar de isenção prometido pelo presidente na campanha, seria preciso criar uma nova alíquota, de 35%, para os mais ricos.

Outra hipótese seria compensar a medida com a definição de um teto para o abatimento do Imposto de Renda com despesas médicas. Hoje não existe limite. A ideia é travar esse desconto ao preço do plano médico mais caro em vigor no país.

A reforma tributária deve ser o carro-chefe de uma série de medidas que estão sendo preparadas pelo Ministério da Economia após a aprovação da reforma da Previdência.

Na lista, estão mudanças nas normas regulamentadoras do trabalho e incentivo a saques do PIS/Pasep como forma de aquecer a economia, que corre risco de sofrer retração por dois trimestres consecutivos.
Fonte: Folha




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#7950 Mensagem por Bourne » Dom Jul 14, 2019 2:01 pm

@Túlio @Sterrius

Cuidado!!! O Brasil não é um mini EUA que deu errado como disse Eduardo Giannetti. Nem o mundo desenvolvido é uma versão adaptada dos EUA. Nem os EUA é inspiração para os emergentes. Os debates ficam muito em cima de problemas norte-americanas, que são preocupações válidas para eles, mas estão muito longe da realidade do resto do mundo.

A polarização do mercado trabalho e da renda é muito norte-americano. Existem longas e profundas discussões sobre os diversos temas. Um livro recente para o grande público é do Peter Temin sobre. Porque é um sociedade segregada e elitista que os problemas começam a estourar.



Três pontos: educação; acesso aos serviços públicos e seguridade; regulação de mercado e organização federativa.

:arrow: Na educação os pobres frequentarem colégios ruim e sem recursos. A elite vai para universidade renomada e tem chances de ter boa renda. E dessa elite, a maioria vai ter que recorrer financiamento estudantil com uma possibilidade nebulosa de pagar. Nessa dinâmica condenou a maioria dos norte-americanos terem menor estudo, competirem com imigrantes, bens e serviços importados. O resultado derruba o salário real. Ao mesmo tempo, os inovadores (como véio da Amazon.com, que estudou em Princenton, trabalhou dez anos no mercado financeiro e teve o aporte de US$ 250 mil dos pais para montar a lojinha on-line na garagem) ficaram bilionários, mas vários outros com a mesma formação trabalham como peão.

:arrow: Acesso os bens públicos e seguridade social nos EUA é o mínimo. Nessa pacote, acesso aos serviços da saúde é privado e se vira. Aposentadoria é o mínimo do mínimo para não passar fome. Os fundões de investimento financiados pelos sindicatos entraram em colapso junto com os sindicatos. Ter veteranos morando em barracas é comum, oficiais que voltam trabalhar idem. Doutores que moram nos carros, idem.

:arrow: Regulação de mercado e organização de mercado foi feita travar mobilidade social e surgimentos de novas empresas. Por exemplo, a industria farmacêutica que opera como máfia, joga os preços remédios para cima, boicota aprovação de medicamentos e importação do Canadá e México. A indústria de alimentos vende algo parecido com comida. Na organização federativa é uma zona na medida em que cada estado faz sua lei, mas pode ser muito diferente e criar distorções. É o caso dos paraísos fiscais dentro dos EUA. A plea bargain é uma aberração como feito nos EUA.

O lado ruim de toda essa produção e debate nos EUA é que gente como do Brasil leem, discutem e querem aplicar no Brasil. Não é o problema do Brasil. É outra coisa. O brasil funciona diferente, assim como outros países. Vejamos.

E no resto do mundo? Não é assim. Na Europa (ou Canadá), boa parte do ensino básico é feito para ser equânime em qualidade e ter acesso universal. As universidades são de graça ou extremamente subsidiadas. A universalização de acesso aos serviços de saúde, infraestrutura de transportes melhor e eficiente, segurança pública que existe, servem para reduzir custo de vida. Alemanha, Bélgica, Suíça, Noruega, Áustria tem produtividade extremamente elevadas.

Nos emergentes é ainda mais diferentes. Eles estão em trajetória de alta da renda e qualidade de vida. Na Ásia, Oriente Médio, Irã, Turquia, Rússia, América Latina. Essas populações tem acesso aos bens e qualidade de vida que na década de 1950 era coisa de norte-americano. Essa é a grande mudança do mundo atual. E por isso os emergentes começaram a ter tanto peso na economia, política e militar. E cada um constrói formas mais eficientes de produção, organização de estado e de sociedade dos que os EUA. Por exemplo, o sistema financeiro chinês é basicamente digital com redução brutal de custos e mais eficiência para encontrar investidores e oportunidades de investimento.




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