Revirando este final de semana as páginas de uma revista ASAS, ocorreu de reparar na foto do MS-21, e calhar de ler algumas linhas dedicadas ao mesmo na matéria posta, que aliás nem era especificamente sobre o mesmo. Olhando bem a foto, de repente me pareceu este avião possuir uma ligeira verosimilhança som o E-190/195 da Embraer. Aparente, e não conclusiva.
Bom, então lembrei-me que a Embraer não possui aeronaves naquela categoria do russo e que não pretende, a priori, investir neste setor do mercado. Veio então à cabeça uma idéia meio que transloucada, mas que depois me pareceu um tanto que geniosa, mas interessante ao final.
Seria, em todo caso, possível à Embraer, em negociações governo a governo, instrumentar o projeto do MS-21 de tal modo a tornar-se co-proprietária do mesmo, e responsabilizando-se por, digamos, 50% do projeto, de forma a poder influir no desenho e desenvolvimento do mesmo. Teríamos então, assumidos em parceria, os riscos dos custos de investimentos e também, os lucros advindos desta nova aeronave. Seria o nosso E-210. Ao mesmo tempo entraríamos no mercado de Boeing e Airbus, sem necessariamente assumirmos sozinhos os custos e riscos de tal empreitada, ganharíamos a mais completa gama de produtos de aviação, e disporíamos de um concorrente nacional aos novos 737-MAX, A320NEO, C-SERIES e COMAC C-919. Produziríamos aqui no Brasil aviões de "30 a 300 paxs".
E se tudo fosse feito da forma mais racional possível, poderíamos mesmo dispor de um substituto ideal para a frota nacional de aviões comerciais neste nível, com capacidade para operar com eficácia em praticamente todas as rotas entre capitais e mesmo entre interior e capitais. Seríamos capazes de cobrir todos os nichos de mercado nacional e alguns internacionais na AS.
A quantidade de Boeings e Airbus de primeira geração que virão a ser substituídos até o final desta década no Brasil ronda a casa das centenas. Porque não aproveitar este filão com um produto nacional? A GOL está aí comprando 60 B737, e TAM da mesma forma com os A320. Outras nacionais seguem o mesmo caminho. Se governo e empresariado tivessem o mínimo de celeridade e competência, chego a crer mesmo que tal idéia pudesse mesmo ser levada a sério. Os russos teriam muito a ganhar com a expertise e a market share da Embraer neste lado do mundo e esta teria disponível a si, uma aeronave que tem todos os indicadores de ser um grande sucesso. Que só cresceria com a marca Embraer.
Quem sabe alguém lá no planalto não me escuta...
abs.