knigh7 escreveu: Sáb Abr 22, 2023 12:10 am
A primeira vez que eles tiverem uma viatura dessas inutilizadas por um drone que tem à venda no MercadoLivre eles vão colocar junto delas uma outra com canhão antiaéreo.
Acho que fica até mais caro separar o canhão e o lançador de míssil em viaturas diferentes. Imagine uma bateria que tenha entre 4-6 viaturas lançadoras, o que é comum em viaturas M-Shorad, como na doutrina Alemã para o Gepard ou para a Russa com o Tunguska. Nesse arranjo, teríamos que ter 4 viaturas lançadoras de mísseis, 4 viaturas com canhões com capacidade ABM e ao menos outras duas viaturas com radares, totalizando 10 viaturas numa baterias, podendo chegar até 14 viaturas uma bateria.
E nem drones FPVs são as únicas ameaças, mas tropas de operações especiais também são, viaturas blindadas idem, pois essas viaturas atuam diretamente no TO daquela OM na qual protege, isso os Russos sabem há mais de 60 anos, tanto que Tunguska e Pantsir possuem munições APDS e agora recebem munições APFSDS para autodefesa contra blindados. Os Alemães também sabem, tanto que o Gepard possui um cofre de 20 munições cada canhão com munições até APFSDS que nós mesmo temos, até o EUA que tentou com ADAT-S e agora o Hellfire de uso dual.
Já antes da guerra da Ucrânia, já havia um grande número de drones pequenos que jogavam morteiros de 60 mm nos blindados na guerra da Síria. Nisso, cada país fez o seguinte:
China, Type 625E: tal sistema adota mísseis para atuar contra drones maiores , um canhão de uso geral e autoproteção, radar de busca, EO/IR e jammers contra drones menores. Ainda há o SWS-2, em que substitui os mísseis FB-10A/FB-20 por mísseis pequenos para enfrentar drones. Diz que os radares são de Banda S e Banda X, mas sem qualquer dado sobre seu desempenho. O sistema também possui um IRST.
EUA, Stryker M-Shorad: sistema conta com canhão M230LF com capacidade ABM, possui radares fixos e mísseis Stinger e Hellfire. Agora há uma nova versão na qual adiciona jammers contra drones pequenos e o agora terá a opção do míssil Coyote-2, que é um míssil do programa do USMC MARID, praticamente o mesmo do Stryker mas montado num M-ATV. Os radares são os RADA RPS-42 S-band radar, que também pode operar como Jammer, segundo a fabricante, mas creio que seja um módulo adicional. Não sei se possui um IRST, talvez o sistema EO/IR possa funcionar como um.
Alemanha, Skyranger: sistema que conta com mísseis SkyKnight para ser usado prioritariamente contra aviação e drones médios, canhão 30 mm de alta cadência com munição ABM e APFSDS, tanto contra drones quanto autoproteção blindada, possuindo radar S-band AESA e um FIST, que é um IRST. É previsto que o mesmo receba um sistema Laser, que atuará como APS contra mísseis Ar-Solo - atingindo os ópticos ou sistemas de guiagem - e também drones.
Russos, Pantsir-S2: além dos clássicos canhões 30 mm, que possui munição antiaérea e anti-carro, dizem que foi desenvolvida munição ABM para os canhões, mas não vi nada oficial. A partir de Abril do ano passado, a nova versão foi declarada operacional, onde houve uma atualização no sistema EO/IR para funcionar como um IRST, o novo SOTS S-band e teria um Jammer integrado no mesmo. Outra atualização foi com os mísseis 57E6, que teriam expandido seu alcance para entre 30-40 km de alcance e 15 km de altura. Havia um míssil que era um desenvolvimento deste mesmo que chegaria a Mach 5, mas não tenho ciência se está operacional. Outra adição são os pequenos mísseis, os 3UR, visando atacar drones da classe do Hapy e Harop.
Os Russos aprenderam demais com os ensinamentos na Síria e na guerra de Nagorno-Karabah, havendo uma atualização geral nos sistemas de defesa aérea, porém preferi focar nesse. Aliás o Pantsir-S2 é o principal responsável por destruir a mítica do Bayraktar TB2 e que drones dominam o campo de batalha, como aqui era dito que carros de combate se tornaram inúteis depois da Guerra de Nagorno-Karabahk.
Percebam que todos esses sistemas privilegiam sistemas de radares de banda S com o uso de IRST em conjunto para operar principalmente contra drones e como Anti-PGM. Ainda deverão manter uma capacidade para enfrentar drones médios e pesados, além de aeronaves em baixo desempenho e helicópteros. A escolha da Banda S é muito devido ao sucesso do uso do Gepard 1A2 contra drones da Guerra da Ucrânia.
Turcos estão indo no mesmo caminho com seu futuro sistema NHS e Israel irá mixar sistemas de energia direta com uma versão do Tamir como M-Shorad.
Enquanto isso, o Brasil quer operar mísseis de curto alcance pesados com radares banda X separados e eu ainda tenho que ter o
DESPRAZER de ler que essa é uma situação adequada para o Exército, enquanto drones pequenos estão cada vez mais comuns na AL. Quanto tempo vocês acham que irá demorar para Peru, Bolívia, Venezuela, Paraguai e Uruguai operarem drones FPVs, especialmente a Venezuela via Irã?
Esse M-SHORAD da SAAB me parece uma reedição de conceitos obsoletos como ASRAD-R, ASRAD Hellas e Ozelot, que já estão em via de ser desativados.
Guarani M-Shorad da SAAB é um conceito
obsoleto e
incapaz de operar como M-Shorad. Não tem conversa quanto a isso, não tem argumento quanto a isso, é puro e simples fato. Ainda bem que ao menos temos os Gepard, que por mim usada todos os Leopard 1BE e 1A5 para canibalizar peças pra continuar operando o Gepard 1A2, que deveria ser modernizado com um EO/IR moderno, munição AHEAD e até uns MANPADS.