Fórum Defesa Brasil

Eu "Cabeça de Martelo" tendo concluido o liceu e feito posteriormente um Curso Técnico-profissional de nível 3, recebo limpos 650€. A minha mulher (a senhora martelo pneumático) tendo concluido o liceu, fez posteriormente um Curso Técnico-profissional de nível 4 e recebe limpos 520€. Eu sou funcionário público, ela é funcionária de uma Instituição Particular de Solidariedade Social. É com esse dinheiro que pagamos o apartamento ao banco, a gasolina para o carro, roupa, mensalidade da escolinha, etc.

Eu sei que a média dos salários é mais alta do que o que eu e a minha mulher ganhamos, mas praticamente todos os trabalhos que eu vejo a surgir por aí (os que surgem), ganha-se francamente mal. Se o salário médio nacional não retrair nos próximos anos, é porque alguma coisa está mal nas estatísticas. Verdade seja dita, tanto o meu pai que é reformado, como a minha mãe levam para casa mais do que eu.

Em parte isso explica os filhos únicos que eu vejo em muitos casais amigos, é porque sustentar uma criança não é barata neste país. A minha filhota será filha única por isso e por outras razões.

Túlio, no meu caso os salários são tabelados nacionalmente. Os antigos Técnicos Profissionais ganham a partir de 600€, os Técnicos Superiores a partir dos 1000€ e depois temos um mar de gente (jardineiros, electricistas, canalizadores, etc) que começam por ganhar o ordenado minimo nacional. A verdade é que a mãe da minha colega que se reformou este ano estava a ganhar tanto como nós por causa das diuturnidades, progressão na carreira, etc. Hoje em dia isso praticamente acabou tudo. A minha mulher se continuar onde está também não vai progredir absolutamente nada. Está tudo congelado!

Bourne escreveu:A conversa está muito doida.

Lanço duas perguntas

A primeira, o Brasil tende a agir unilateralmente quando é de seu interesse, principalmente quando envolve países menores. Independente do governo. Foi o que matou o Mercosul em 1999, O Brasil largou a paridade cambial com o dólar e deixou os outros se virarem. Como também, nunca aplicou os programas de liberalização e readequação produtiva que a Argentina fez. Era para ser uma UE na América do Sul e não deu certo. No governo Lula e Dilma, existe gente que quer o modelo asiático de integração que é cada um por si. O embrião está presente nos últimos anos na Unasul e começando a aparecer no Mercosul.

A segunda, um projeto de integração nos moldes da União Europeia demorou cinquenta anos para chegar ao estágio atual. Mesmo assim, longe de uma real integração e cheia de problema que se acumulam, conflitos internos e uma separação crescente entre credores e devedores. Está cada vez mais difícil avançar na integração considerada fundamental para tirar a eurozona da crise. Isso para países semelhantes. São todos europeus.

Será que vai ser diferente com Brasil, Portugal e Angola sobre a mesma moeda, políticas e demais?

Uma coisa é considerar importante as relações com povos de língua portuguesa. Outra é querer casar. Supondo que exista. É uma questão de tempo até começarem a queimar bandeiras brasileiras e denunciar a tentativa de criar o império do pindorama.

Não sei, pelo que vejo o Brasil não é uma Alemanha com os caniches de leste pela trela a sabotar a economia dos países do sul e a dizer que os sustentam.
O que eu desejo é uma comunidade económica ao estilo da comunidade económica europeia dos anos 80, 90.

Isso é capaz de ser o que mais interessa a ambas as partes. Portugal não deixa de estar na Europa e não deixa de vender para a Europa. Vende é com taxas como vende para o Canadá ou para os EUA, por ex.

Mesmo com taxas, continua a ser competitivo produzir em Portugal. Pode evoluir para uma Área de Comercio Atlântica ou latino-americana. Esta Europa é que não. Passa a França e começa a xenofobia generalizada e organizada nestas políticas externas.

Anime-se Cabeça ventos melhores virão...

Upa, upa, eu sou só animação. Agora vou mas é para casa ter com a mulher e filha que tenho a festa de aniversário para ir tratar.

Viu oque eu disse?, já esta melhorando!!, feliz aniversário pro pessoal aí em casa!! ;D

Portugueses...sempre na vanguarda!

http://marecinza.blogspot.pt/2012/09/o- ... ropeu.html

tflash escreveu:Não sei, pelo que vejo o Brasil não é uma Alemanha com os caniches de leste pela trela a sabotar a economia dos países do sul e a dizer que os sustentam.
O que eu desejo é uma comunidade económica ao estilo da comunidade económica europeia dos anos 80, 90.

Isso é capaz de ser o que mais interessa a ambas as partes. Portugal não deixa de estar na Europa e não deixa de vender para a Europa. Vende é com taxas como vende para o Canadá ou para os EUA, por ex.

Mesmo com taxas, continua a ser competitivo produzir em Portugal. Pode evoluir para uma Área de Comercio Atlântica ou latino-americana. Esta Europa é que não. Passa a França e começa a xenofobia generalizada e organizada nestas políticas externas.

Se que pensa...

É como aquela menina bonita, inteligente, divertida e rica que ninguém fica mais que três meses. Só descobre que a coisa é feita é quando tu é o parceiro.

No caso do mercosul. Ouvi professor universitário metendo o pau no Paraguai por ser um parasita. Outros que o país é frouxo com os benefícios dados a Argentina. O fórum está cheio de argumentos do gênero.

E na visão dos parceiros do mercosul somos tão malvados quanto a Alemanha, originado de ter uma posição proporcional parecida. O Brasil é a potência industrial e financeira do mercosul, os demais são exportadores de produtos primários. As assimetrias são maiores e a integração pior que na UE.

Vale um "joinha", Bourne: PURA VERDADE!

A posição proporcional do Brasil no Mercosul é muitíssimo maior que a da Alemanha na União Europeia.

Aí já não sei, não tenho meios de comparar. BOURNE?

Sim.

Em números do comércio intra-regional.

Tabela 3 - Comércio Intra-regional (em % do total exportado): 1980-2005
União Europeia 61,80 67,80 66,40 67,20 67,30 66,50
Eurozona 51,90 55,50 52,60 50,80 50,80 50,30
Mercosul 11,60 8,90 20,30 20,00 12,70 12,90

Na Europa existe Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha e países menores muito bons em certas coisas que ajudam a contrabalançar a Alemanha. O resultado é uma forte integração comercial e das cadeias produtivas.

No Mercosul quem contrabalança o Brasil? O Paraguai totalmente subdesenvolvido e a única coisa que exporta é energia, ainda que quem financiou Itaipu foi Brasil. O Uruguai é um país legal. Uma espécie de instância tranquila no sul. Os dois são deficitários com o Brasil.

Finalmente, Argentina não tem indústria e as empresa que poderiam ser competitivas foram vendidas ou destruída. As que restaram são brasileiras. O primeiro país da América do Sul se industrializar virou um grande agro-exportador e o um dos grandes mercados para empresas brasileiras.

Neste cenário, a integração das cadeias produtivas seria fundamental e até hoje não aconteceu. O Brasil está disponível a investir e arcar com o custo de trazê-los junto? Me parece que não. Por isso que defendo que vai muito mais para um modelo de integração asiático que é cada um por si e acertamos no que for possível do que da UE para a América Latina.

As assimetrias entre os membros entrava acordos com outros países e blocos na medida em que o Brasil quer uma coisa e demais querem outro. Piorada por que as estruturas produtivas não são integradas. Exemplo atual: a China. Os demais membros do Mercosul tem orgasmos com um acordo de livre comércio com china, pois facilita a exportação de bem primários. Enquanto o Brasil entrava as negociações por ter medo da competição chinesa de produtos industriais.

Outra coisa é que as empresas brasileiras que estão na Argentina visam explorar o mercado interno ou explorar matéria-prima. Enquanto o investimento que cresce no Peru é por ser uma grande mercado em construção civil, rico em matéria-prima, bom mercado interno e te dá acesso ao Pacifico. Permitindo comprar e vender com os países que circulam o Pacifico.

Já ouvi temores de argentinos que o objetivo do Brasil é expandir o mercosul para a América do Sul e, assim, virar a Alemanha latino-americana. Disciplinando os demais países a seus interesses comerciais e financeiros.

Portugal já é da UE, esqueçam qualquer integração maior conosco.

Podemos é tentar fazer algo com o sul da África, incluindo aí dois países lusófonos (Angola e Moçambique), junto com a Namíbia e a África do Sul.

Até mesmo expandir o Mercosul para o outro lado do Atlântico, e acrescentando um tempero militar-geopolítico.

Claro que espero uma reforma no Mercosul que o torne mais funcional.