EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

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Túlio
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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#631 Mensagem por Túlio » Sex Abr 20, 2012 2:10 pm

Financiar não é DAR, creio. E ainda sobre o diferencial que vivo citando, o de duas fileiras de dois assentos: a Azul usa isso em sua propaganda oficial, ou seja, creio que não sou só EU que não gosto de fila de três poltronas...

Um concorrente dos 737 e 320 com essa característica já teria toda a vantagem MERCADOLÓGICA que precisaria, haja sacola para passar horas espremido em fila de três... :wink: 8-]




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#632 Mensagem por Skyway » Sex Abr 20, 2012 3:48 pm

Mas se você quiser concorrer com 737 e A320, vai ter que comportar capacidade semelhante de passageiros. E ai tirando uma fileira de cada lado, vai ter que usar uma aeronave BEM mais comprida. E não há espaço para, por exemplo, fazer tres fileiras de duas poltronas com dois corredores, teria que ser uma aeronave mais larga que o habitual.

Hoje um 737-800 leva em média 182 passageiros em 32 fileiras de 6 cada(a conta fecha em 192, mas alguns assentos não existem nessas fileiras, o que faz o total variar entre 182~187 de uma aeronave para outra). Se tirar o terceiro assento das duas fileiras, vão ser cerca 60 assentos a menos! E o lucro das grandes empresas hoje não vem dos voos lotados, até porque muitos dos voos lotados levam em sua maioria clientes vindos de conexão, e que estão pagando quase nada por esse trecho. Hoje em um voo com 182 passageiros, não é incomum que apenas 60 passageiros sejam pagantes só daquele trecho, ou seja, estejam "pagando efetivamente" a operação daquela aeronave naquele voo específico.

60 assentos fazem toda a diferença do mundo. Isso sem contar que SEMPRE haverá demanda de pessoas que não estão nem aí pra quantos assentos tem em cada fileira. As empresas lucram mesmo é com o povão, e o povão não liga tanto pra certas coisas. Querem é chegar no lugar, não importa como.




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#633 Mensagem por Loki » Dom Abr 22, 2012 11:17 am

FCarvalho escreveu:
mauri escreveu:FCarvalho,,

Porem vai sempre lhe faltar a qualidade dos aviões da Embraer, talvez nunca as tenha, pois como bons representantes da Bombardier a OceanAir e o Efromovich jamais permitiriam.

Mauri

Mauri, a Avianca desenvolveu um padrão de qualidade no atendimento de bordo muito particular. Sua clientela está sendo fidelizada nas classes A e B (viúvas da Varig :) onde o poder aquisitivo torna a viajem de avião parte do pacote do ir e vir a algum lugar. Além do que, sou de opinião que os A320, 319 e 318 da empresa não deixam em nada a dever em sua configuração interna aos Embraer, pelo contrário.

Os Efromovich, depois da quase falência da Oceanair - uma péssima experiência de gestão administrativa para uma empresa aérea - fizeram a lição de casa e, penso, resolveram empreender seus esforços em um nicho do mercado aeronáutico nacional que não está sendo bem atendido até agora, em vista da moda "GOL". Existem por aí, como disse, muitas viúvas da Varig, e também, um crescente número de passageiros que mais do que preço, deseja, também, um serviço de bordo diferenciado e conforto. Parte deste mercado chegou a ser absorvido pela TAM, mas não todo. Apesar da TAM dispor em algumas aeronaves (pouquíssimas na verdade), de classe executiva, seu diferencial está somente no tipo de poltrona e espaçamento utilizados. E é só.

Neste sentido, a AVIANCA tem um diferencial que a torna, apesar dos preços mais salgados, uma excelente opção para aqueles que desejam mais do que simplesmente chegar a um determinado aeroporto. Tal diferencial vem fazendo cada vez mais sucesso entre seu público e cada vez mais vem chamando a atenção dos clientes das outras aéreas. Ao final, o tempo dirá se eles apostaram certo ou não.

abs
Colocando meu bedelho, hoje praticamente só voo Avianca, devo ser uma dessas viúvas :mrgreen: , tenho cartão Amigo ouro da Avianca, de cada 4 pontes que faço por semana, uma é Tam, o resto Avianca, e a diferença é ridícula em preço, como compro com antecedência a passagem da avianca fica entre 130 e 150 reais, com o conforto, até para a cadeira do meio, e pontualidade excepcionais, normalmente só atrasam por problemas metereológicos, pelo menos nos horários que normalmente utilizo.

O atendimento em terra também, sem preços ou problemas para remarcação e atendimento.

Tenta remarcar um vôo na Gol, veja a facilidade e a boa vontade.

A desvantagem da Avianca, para mim, são os poucos horários das pontes.

Abraço

Loki




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#634 Mensagem por rodrigo » Seg Abr 23, 2012 2:48 pm

Apesar da TAM dispor em algumas aeronaves (pouquíssimas na verdade), de classe executiva, seu diferencial está somente no tipo de poltrona e espaçamento utilizados.
Existe isso em vôo doméstico?




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#635 Mensagem por FCarvalho » Ter Abr 24, 2012 8:53 pm

rodrigo escreveu:
Apesar da TAM dispor em algumas aeronaves (pouquíssimas na verdade), de classe executiva, seu diferencial está somente no tipo de poltrona e espaçamento utilizados.
Existe isso em vôo doméstico?
Em alguns voos entre GRU e CBA sim. Até eu me surpreendi. Não sabia desta disposição interna nas aeronaves da TAM.

Quem sabe a moda pega na frota toda, um dia. :roll:

abs




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#636 Mensagem por FCarvalho » Ter Abr 24, 2012 8:58 pm

Loki escreveu:Colocando meu bedelho, hoje praticamente só voo Avianca, devo ser uma dessas viúvas :mrgreen: , tenho cartão Amigo ouro da Avianca, de cada 4 pontes que faço por semana, uma é Tam, o resto Avianca, e a diferença é ridícula em preço, como compro com antecedência a passagem da avianca fica entre 130 e 150 reais, com o conforto, até para a cadeira do meio, e pontualidade excepcionais, normalmente só atrasam por problemas metereológicos, pelo menos nos horários que normalmente utilizo.

O atendimento em terra também, sem preços ou problemas para remarcação e atendimento.

Tenta remarcar um vôo na Gol, veja a facilidade e a boa vontade.

A desvantagem da Avianca, para mim, são os poucos horários das pontes.

Abraço

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A Avianca ainda está estruturando suas demandas. Uma das estratégias da empresa é aumentar a sua oferta de assentos paulatinamente. Sempre buscando atender nichos de mercado onde seu modelo de operação realmente possa aferir o retorno financeiro desejado.

A empresa não tem pressa em crescer. E o fará na medida da segurança financeira e comercial. Espaço ela tem de sobra para crescer. Esperemos que este crescimento não demore tanto para chegar lá pelas minhas bandas. :wink:

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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#637 Mensagem por henriquejr » Ter Abr 24, 2012 9:49 pm

Voces falam da Avianca como se fosse uma empresa nova mas, até onde sei, é uma empresa colombiana que já estar no mercado a muitos anos, ou estou errado?




.
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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#638 Mensagem por Brigadeiro » Ter Abr 24, 2012 10:43 pm

Realmente a AVIANCA é uma empresa da Colômbia, uma das mais antigas do mundo, mas a AVIANCA BRASIL é nova e herdou o nome da colombiana porque elas possuem o mesmo dono... Antes, ela era conhecida como OCEANAIR.

Até mais!




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#639 Mensagem por mauri » Qua Abr 25, 2012 8:30 am

Brigadeiro escreveu:Realmente a AVIANCA é uma empresa da Colômbia, uma das mais antigas do mundo, mas a AVIANCA BRASIL é nova e herdou o nome da colombiana porque elas possuem o mesmo dono... Antes, ela era conhecida como OCEANAIR.

Até mais!
Brigadeiro,

Como você disse, a Avianca herdou somente o nome da Colombia, o resto é toda brasileira, Matriz fica em Sampa e o dono é brasileiro naturalizado.(nasceu na Bolivia).

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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#640 Mensagem por alcmartin » Qui Abr 26, 2012 10:33 am

FCarvalho escreveu:
rodrigo escreveu: Existe isso em vôo doméstico?
Em alguns voos entre GRU e CBA sim. Até eu me surpreendi. Não sabia desta disposição interna nas aeronaves da TAM.

Quem sabe a moda pega na frota toda, um dia. :roll:

abs
Bom dia, Fcarvalho e Rodrigo.

Existem algumas aeronaves A320 da TAM configuradas com executiva, mas sao das mais velhas da frota e nao se sabe se continuarao, em vista da renovacao constante. Nao existe voo nacional com preco diferenciado para executiva. Estas aeronaves normalmente ficam na rota para B.Aires, Santiago, America do sul, enfim, na qual esta previsto tarifa diferenciada.
O que acontece e' que ha' mudanca de aeronaves, por diversos motivos(manutencao, ferchamento de aeroporto, cancelamentos, etc), dentro da malha e aeronaves sem executiva fazem a rota externa e aeronaves com executiva fazendo rotas nacionais. Nesse ultimo caso, quem pega e' que se da' bem, pois viajara' confortavel pelo mesmo preco... :mrgreen:

Fcarvalho, dificilmente, quase impossivel, dessa moda pegar, pelo menos, na GOL e TAM. Porque como o skyway citou, o filao maior da clientela hoje e' na clientela mais simples. E para a tarifa ser mais barata, o aviao tem que carregar mais gente.

Sds!




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#641 Mensagem por rodrigo » Qui Abr 26, 2012 2:21 pm

Estas aeronaves normalmente ficam na rota para B.Aires, Santiago, America do sul, enfim, na qual esta previsto tarifa diferenciada.
Eu vi uma vez, em uma aeronave da TAM que ao invés da bandeira brasileira, tinha a bandeira paraguaia na fuselagem. Talvez fosse falsa...




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#642 Mensagem por FCarvalho » Qui Abr 26, 2012 3:09 pm

alcmartin escreveu:Fcarvalho, dificilmente, quase impossivel, dessa moda pegar, pelo menos, na GOL e TAM. Porque como o skyway citou, o filao maior da clientela hoje e' na clientela mais simples. E para a tarifa ser mais barata, o aviao tem que carregar mais gente.

Sds!
Aí que saudade da VARIG... [032] :cry:

abs.




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#643 Mensagem por alcmartin » Qui Abr 26, 2012 4:01 pm

rodrigo escreveu:
Estas aeronaves normalmente ficam na rota para B.Aires, Santiago, America do sul, enfim, na qual esta previsto tarifa diferenciada.
Eu vi uma vez, em uma aeronave da TAM que ao invés da bandeira brasileira, tinha a bandeira paraguaia na fuselagem. Talvez fosse falsa...
Ola', Rodrigo!

Nao, nao era falsa. E' da TAM Mercosur, era uma empresa paraguaia, a LAP, que foi comprada pela TAM, passando a ter esse nome. Ela compartilha aeronaves com a TAM, mas tem seus proprios tripulantes, todos paraguaios. Salvo engano sao poucas aeronaves, tipo meia duzia, que ligam Assuncao e Ciudad del este a SP, RJ, Buenos Aires, Montevideo e La Paz. Posso ter esquecido alguma ai.

Abs!




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#644 Mensagem por Cassio » Qui Abr 26, 2012 7:42 pm

alcmartin escreveu:
rodrigo escreveu: Eu vi uma vez, em uma aeronave da TAM que ao invés da bandeira brasileira, tinha a bandeira paraguaia na fuselagem. Talvez fosse falsa...
Ola', Rodrigo!

Nao, nao era falsa. E' da TAM Mercosur, era uma empresa paraguaia, a LAP, que foi comprada pela TAM, passando a ter esse nome. Ela compartilha aeronaves com a TAM, mas tem seus proprios tripulantes, todos paraguaios. Salvo engano sao poucas aeronaves, tipo meia duzia, que ligam Assuncao e Ciudad del este a SP, RJ, Buenos Aires, Montevideo e La Paz. Posso ter esquecido alguma ai.

Abs!

Vamos mudar o título do tópico, porque ele já mudou de assunto a um tempão.

Ou respeitamos o tema do tópico ou o fórum vira uma zona. Se é pra discutir este assunto que se abra um tópico específico.

Sds,
Cassio




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Re: EMBRAER: Notícias de Aviação Civil

#645 Mensagem por alcmartin » Sáb Abr 28, 2012 5:11 pm

Repost do colega Dall, lá do "noticias".
Dall escreveu:Intervenção branca” na Embraer?
27 de abril de 2012, em Indústria Aeroespacial, por Guilherme Poggio
Segundo reportagem da revista ‘Isto É’, governo intervém na empresa após demonstrar insatisfação com a gestão


Privatizada em 1994, a Embraer em quase duas décadas experimentou um crescimento vertiginoso e passou a ocupar a liderança mundial do mercado de jatos comerciais de pequeno e médio porte. Em parceria com a FAB, transformou o Super Tucano numa bem-sucedida aeronave de ataque leve. Essa trajetória ascendente sempre foi atribuída ao comando do engenheiro mecânico Maurício Botelho. Ele entrou na empresa em 1995, assumiu a presidência em 2007, mas saiu de lá em janeiro, após renunciar ao conselho de administração. Embora tenha alegado “razões pessoais”, a saída de Botelho não foi um fato isolado. Nos últimos seis meses, pelo menos 17 executivos deixaram seus cargos, entre eles o vice-presidente para a área de Defesa e Segurança, Orlando Ferreira Neto, e o diretor de Inteligência de Mercado, Fernando Ikedo. A Embraer, que mantém reserva sobre boa parte das mudanças, sustenta que se trata de um “turnover natural”. Mas fontes do setor e ex-funcionários ouvidos por ISTOÉ classificam as trocas como uma espécie de “intervenção branca”. O governo federal estaria insatisfeito com o que considera uma “gestão conservadora” da turma de Botelho.

Um dos indícios mais fortes do movimento do Palácio do Planalto para influir nos rumos da Embraer foi a eleição do secretário do Tesouro, Arno Augustin, como conselheiro titular da companhia. Disposta a retomar o segundo assento a que o governo tinha direito no conselho de administração da Embraer, a presidenta Dilma Rousseff indicou para o cargo alguém de estreita confiança, figura de proa do PT gaúcho e contemporâneo dela na gestão Olívio Dutra (1999-2002), no Rio Grande do Sul. No conselho da Embraer, o governo tem mais uma cadeira, ocupada por representante da FAB, que exerce papel estratégico por meio de uma golden share.

A influência do governo na empresa é tabu e ninguém fala oficialmente a respeito. Antes de ser demitido em novembro, porém, Orlando Neto esteve em Brasília com o ministro da Defesa, Celso Amorim, que cobrou uma contrapartida da Embraer aos investimentos que o governo tem feito na área de Defesa da empresa. Desde 2009, quando foi lançado o projeto do cargueiro militar KC-390, a Embraer já recebeu mais de R$ 1 bilhão em repasses federais. Apesar da pressão, a fabricante prefere não ousar, acuada pela crise no setor de jatos comerciais. Negou-se a apostar em parcerias negociadas pelo governo com outros países para o desenvolvimento de novos produtos. Rejeitou ajuda dos franceses da EADS para resolver um problema de projeto da porta traseira do KC e não aceitou a proposta da Índia de desenvolver uma aeronave-patrulha com maior autonomia e capacidade antissubmarino. Preferiu se dedicar a um projeto mais simples de aviões-radar. Os indianos acabaram comprando dos Estados Unidos.

“Uma empresa como a Embraer deve ser gerida por princípios do mercado, para ter competitividade, mas responder aos interesses estratégicos do Estado”, sintetiza o coronel reformado Geraldo Cavagnari, da Unicamp. Dentro dessa lógica, Salvador Raza, professor de planejamento estratégico do Centro para Estudos de Defesa Hemisférica, da National Defense University, em Washington, alerta que a produção de Super Tucanos e o projeto do cargueiro KC-390 não são suficientes para garantir o futuro da Embraer. A perda do contrato para os EUA, por exemplo, reduziu ainda mais as chances de popularizar a aeronave de ataque no mundo. E o KC enfrentará o poderoso lobby americano da Lockheed Martin, com o consagrado C-130J. “A empresa não está conseguindo gerar uma visão estratégica que faça sentido do ponto de vista comercial e industrial na área de defesa, e tampouco consegue alinhar-se aos interesses do governo”, avalia Raza. Para o especialista, as demissões são “o remédio errado para a doença errada” e só agravará o problema. “Trazer gente do governo para dentro da empresa é legítimo, mas o problema da Embraer é que ela não consegue gerar um sistema de defesa que seja competitivo em nível internacional”, diz. Ele acredita numa ruptura irreversível, caso não haja uma mudança real em quatro meses.

Na área civil, a fabricante brasileira já sofre com a proliferação de jatos executivos e aviões comerciais médios. Uma parceria com a Bombardier foi cogitada na visita do governador-geral do Canadá, David Johnston, a Brasília na semana passada. Mas o presidente da Embraer, Frederico Curado, no cargo desde 2007, acha prematuro disputar mercado com gigantes como a Airbus e a Boeing, e não vê necessidade de promover um ajuste de rota.

FONTE: ISTO É

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