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Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 12:00 pm
por Marino
Em tempos de crise o mercado interno, com um governo capaz, sustenta a economia (e uma empresa como a Embraer), adotando políticas Keynesianas.
Se o principal impacto para a Embraer é o mercado externo de aviões civis, por qual motivo não adotar as seguintes medidas:
- acelerar o FX;
- acelerar o C-390;
- assinar o contrato da modernização dos A-4 da MB;
- assinar o contrato da compra dos AEW, COD e REVO da MB;
- puxando a brasa para minha sardinha (pensamento MEU): aumentar o nº de caças do FX com uma versão naval do avião escolhido (Rafale ou F-18);
- facilitar a compra por empresas brasileiras das aeronaves civis fabricadas pela Embraer, desonerando os impostos.
Medidas assim, Keynesianas, manteriam o emprego e aqueceriam o mercado interno no país.
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 12:14 pm
por Hader
Marino escreveu:Em tempos de crise o mercado interno, com um governo capaz, sustenta a economia (e uma empresa como a Embraer), adotando políticas Keynesianas.
Se o principal impacto para a Embraer é o mercado externo de aviões civis, por qual motivo não adotar as seguintes medidas:
- acelerar o FX;
- acelerar o C-390;
- assinar o contrato da modernização dos A-4 da MB;
- assinar o contrato da compra dos AEW, COD e REVO da MB;
- puxando a brasa para minha sardinha (pensamento MEU): aumentar o nº de caças do FX com uma versão naval do avião escolhido (Rafale ou F-18);
- facilitar a compra por empresas brasileiras das aeronaves civis fabricadas pela Embraer, desonerando os impostos.
Medidas assim, Keynesianas, manteriam o emprego e aqueceriam o mercado interno no país.
Valendo somente como opinião pessoal: estou de pleno acordo Marino. Na verdade eu acredito que a EMBRAER fez um favor para o pessoal do MD, se estes forem astutos o suficiente para aproveitar. Numa situação normal (sem crise) seria difícil justificar gastos militares de grande vulto perante a opinão pública (todos nós sabemos como funcionam as coisas neste campo e este seu "pacotinho" ia sair por uma baba), mas agora a crise justifica o gasto pois evitará demissões, etc. O Jobim iria dormir sonhando com a cadeira do Piratini...
Já a realidade...
[]'s
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 12:16 pm
por Dieneces
Marino escreveu:Em tempos de crise o mercado interno, com um governo capaz, sustenta a economia (e uma empresa como a Embraer), adotando políticas Keynesianas.
Se o principal impacto para a Embraer é o mercado externo de aviões civis, por qual motivo não adotar as seguintes medidas:
- acelerar o FX;
- acelerar o C-390;
- assinar o contrato da modernização dos A-4 da MB;
- assinar o contrato da compra dos AEW, COD e REVO da MB;
- puxando a brasa para minha sardinha (pensamento MEU): aumentar o nº de caças do FX com uma versão naval do avião escolhido (Rafale ou F-18);
- facilitar a compra por empresas brasileiras das aeronaves civis fabricadas pela Embraer, desonerando os impostos.
Medidas assim, Keynesianas, manteriam o emprego e aqueceriam o mercado interno no país.
Essa sua solução é muito simples e lógica , Marino...o governo deverá adotar outra....
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 12:27 pm
por Marino
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 12:33 pm
por Bourne
Marino escreveu:Em tempos de crise o mercado interno, com um governo capaz, sustenta a economia (e uma empresa como a Embraer), adotando políticas Keynesianas.
Se o principal impacto para a Embraer é o mercado externo de aviões civis, por qual motivo não adotar as seguintes medidas:
- acelerar o FX;
- acelerar o C-390;
- assinar o contrato da modernização dos A-4 da MB;
- assinar o contrato da compra dos AEW, COD e REVO da MB;
- puxando a brasa para minha sardinha (pensamento MEU): aumentar o nº de caças do FX com uma versão naval do avião escolhido (Rafale ou F-18);
- facilitar a compra por empresas brasileiras das aeronaves civis fabricadas pela Embraer, desonerando os impostos.
Medidas assim, Keynesianas, manteriam o emprego e aqueceriam o mercado interno no país.
Coisas nesse sentido se faz em qualquer país desenvolvido, especialmente os EUA e o pessoal do Sudeste Ásiatico. Mas, é claro, nada é dado, em alguns anos terá retorno. Quem não faz são os macaquitos que acreditam deixa que o mercado dá um jeito.
Aliás, pensem que o F-X é exatamente isso, intervenção estatal na economia para preservar a saúde financeira de uma rede industrial e os empregos ligados ao caça escolhido.
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 12:36 pm
por Fernando Teles
Galera, tudo isso é uma tremenda palhaçada do sr. Mulla, é uma demonstração da falta de capacidade para governar, esta querendo fazer da Embraer o "bode expiatório" da crise, é "fácil" contornar a situação: diminui a carga tributária, vai salvar o emprego de muitos brasileiros, mas na carga tributária não é permitido mexer.
Sr. Mulla administrador de obra pronta.
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 2:44 pm
por Bender
Dieneces
Ou seja , o recado é o seguinte: Foram 4200 e se não vier grana do BNDES/Orçamento Federal para C-390/FX-2/E-Jets , vão mais 4200....se vier , essa segunda leva se safa....
Nada como um pragmatismo
Minha visão é exatamente essa
Sendo que na primeira leva ,é o chamado rapa dos problemas trabalhistas,uma questão de oportunidade
Acho que com o passar dos anos eu passei a sempre procurar a mensagem oculta,que repousa sob a 1.a.
Sds
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 2:46 pm
por Brasileiro
Minha visão é a de qualquer coisa que o Governo faça com a Embraer não passará de mero tiro no pé.
E o sr. Lula deve saber muito bem disso.
abraços]
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 11:04 pm
por Jin Jones
Marino escreveu:Em tempos de crise o mercado interno, com um governo capaz, sustenta a economia (e uma empresa como a Embraer), adotando políticas Keynesianas.
Se o principal impacto para a Embraer é o mercado externo de aviões civis, por qual motivo não adotar as seguintes medidas:
- acelerar o FX;
- acelerar o C-390;
- assinar o contrato da modernização dos A-4 da MB;
- assinar o contrato da compra dos AEW, COD e REVO da MB;
- puxando a brasa para minha sardinha (pensamento MEU): aumentar o nº de caças do FX com uma versão naval do avião escolhido (Rafale ou F-18);
- facilitar a compra por empresas brasileiras das aeronaves civis fabricadas pela Embraer, desonerando os impostos.
Medidas assim, Keynesianas, manteriam o emprego e aqueceriam o mercado interno no país.
- Vc tambem esqueceu das MLU dos Bandeirantes e dos T-27.
Como vc citou, isso só ocorreria num governo "capaz", e não com um governo comprometido com interesses, que não são necessáriamente os que importam a nação
Eu sei que não é o caso, mas como eu vi uma ENGESA ir pro ralo, esse tipo de noticia me gela a alma
Re: Sobre o C-390
Enviado: Ter Fev 24, 2009 11:33 pm
por Jin Jones
Hader escreveu:Vou postar uma informação. Não vou discutir nem ideologizar. É informação clara e simples: a empresa decidiu demitir por vislumbrar um segundo semestre negro nos EUA e UE. O segmento de atuação da empresa será duramente afetado segundo levantamentos feitos por uma consultoria americana contratada para monitorar o mercado (consultoria que já trabalha para eles faz tempo, não foi contatada agora). Estão apenas se preparando para a situação. O problema é que houve uma falha de comunicação com o governo, gerando um grande mal estar. Tudo será contornado em algumas semanas.
Sobre o C-390: o quadro futuro que levou às demissões foi planificado sem levar em conta incomes do FX e do C-390. Caso o governo acene com posições concretas destes dois programas, uma parcela das demissões pode até ser revista, mas não é significativo, pois o timming é diverso. Não é moeda de troca.
[]'s
Correto, creio que o seu post é fiel as declarações oficiais da diretoria da empresa, mas o que se discute, é porque não foram sendo feitas as demissões de maneita paulatina, ou seja....
1º Férias coletivas
2º Um pequenos numero de demissões voluntarias.
3º Demissões em um nº maior, caso o quadro não muda-se
Mas tudo isso dentro de um período de pelo menos um bimestre, como as industrias automobilisticas brasileiras ( q. tambem exportam ) estão fazendo e lembrando que o gov. poderia vir com pacotes de auxilio.
Na atual conjuntura das coisas tem alguém ainda acreditando em empresa estrangeira de consultoria
, qual era o nome dessa empresa ?
Banco Morgan Stanley S.A.
Me responda....
Qual era o risco pais do BR à 6 meses atraz?
Qual era o risco pais dos EUA, UK, Finlandia, Russia, Japão, etc, tambem à 6 meses atrás ?
Foi sim uma atitude de pressão para se obter alguma coisa do governo, isso esta absurdamente na cara e não se fez questão nenhuma de se disfarçar.
Re: Sobre o C-390
Enviado: Qua Fev 25, 2009 1:35 am
por Immortal Horgh
Jin Jones escreveu:
Me responda....
Qual era o risco pais do BR à 6 meses atraz?
Qual era o risco pais dos EUA, UK, Finlandia, Russia, Japão, etc, tambem à 6 meses atrás ?
Foi sim uma atitude de pressão para se obter alguma coisa do governo, isso esta absurdamente na cara e não se fez questão nenhuma de se disfarçar.
Que eu saiba os EUA são o índice 0, pois o risco-país mede a capacidade de uma nação em relação à eles de arcar com seus compromissos financeiros.
[ ]s
Re: Sobre o C-390
Enviado: Qua Fev 25, 2009 1:52 am
por Bourne
Immortal Horgh escreveu:
Que eu saiba os EUA são o índice 0, pois o risco-país mede a capacidade de uma nação em relação à eles de arcar com seus compromissos financeiros.
[ ]s
Não, não, não, não....
O risco-país não mede porra nenhuma. É só a percepção de um bando de banqueiros que não sabe nem administrar o próprio negócio. Aliás, virou motivo de píada já a alguns meses.
A coisa é muito mais complicada de medir que um mero indice. Assim, tem muito mais a ver com a próprio poder do sistema financeiro nacional que é um reflexo da solidez das bases que a nação foi contruída e se sustenta. Ou seja, ultrapassa os limites da própria economia e dos índices fáceis de ler. Disso eu entendo
Porém para os novo-clássicos do maintream os números fáceis de ler, o risco-país e os agentes racionais dizem tudo.
Re: Sobre o C-390
Enviado: Qua Fev 25, 2009 9:01 am
por Cassio
Discordo
Inúmeras medidas vem sendo tomadas desde o início do ano passado. Incluíndo demissões em pequena escala e localizadas (a famosa faxina de funcionários com baixo desempenho).
Só que uma indústria aeronáutica não funciona como uma indústria automobilística. Férias coletivas não resolvem nada, quando se trata de um cenário de longo prazo. E mais, mesmo que o governo se decidesse por agora levar adiante o C-390, em modernizar os Bandeirante, em fechar hoje o programa FX, nada disso teria impedido as demissões.
Elas eram necessárias e inevitáveis, infelizmente.
Algumas coisas tem que se levar em consideração:
> Aviões são bens de altíssimo valor agregado e dependem de financiamento para serem vendidos. E o crédito mundial sumiu...
> Por outro lado o dinheiro das pessoas e empresas tb está curto, por este motivo o movimento de passageiros está sofrendo reduções... desta maneira as empresas, além de não terem crédito, ainda estão revendo planos de compra de aeronaves e de expansão da frota.
> Empresas estão vendendo jatos executivos a preços abaixo do de mercado, para fazer caixa. Muitas vezes aviões 0Km. E quem vai comprar avião na fábrica se tem avião novo e barato no mercado.
> Governos estão revendo planos de gastos militares e segurando investimentos...
Agora veja como tudo isso impacta diretamente as projeções da empresa para 2009. Lembre-se que em 2008 ela contratou e se preparou para recordes de produção em 2009. Ela se preparou, mas agora parece que o cenário otimista não se confirmou. Veja que a indústria precisa contratar com meses de antecedência, para treinar e preparar esta mão de obra. Só que se o cenário não se concretizou, ela simplesmente não pode ficar com esta mão de obra parada...
As empresas tem que tomar medidas rápidas, o quanto antes, para preservar não o lucro, mas o caixa.
A Embraer não precisa fazer pressão... pois o C-390, apesar de um projeto importante, não será o que vai tirar o empresa das dificuldades. Lembrem-se que, uma vez assinado o C-390 este absorverá apenas algumas dezenas de empregos num primeiro momento... passando a algumas poucas centenas nos próximos anos. Somente quando este avião entrar em produção seriada é que um volume maior seria necessário.
Quanto a financiamentos do BNDES para os clientes, este ja´se propôs e já está avaliando uma série de financiamentos. Não seria necessária qualquer pressão... pelo contrário as demissões podem até prejudicar o processo.
Sim... as demissões podem servir como pressão para que certos projetos sejam antecipados... mas não foi este o motivo delas ocorrerem. Caso contrário seria uma manobra excusa da administração da empresa e repito, NÃO FOI.
Por acaso vcs sabem quais são as projeções de cadência de produção para este ano em todos os programas? E sabem para quanto a empresa se preparou? Pois é...
E não adiantam medidas paleativas, pois mesmo que, por milagre, a economia mundial saia da crise, da noite para o dia, o mercado aeronáutico levará meses para se recuperar... Agora imagine com uma crise cujo fim ainda não se vislumbra.
Portanto dizer que 4 mil e tantas demissões foram simplesmente para pressionar o governo quanto a projetos cuja importância aqui se superestima, é de uma irresponsabilidade sem tamanho. É fazer suposições sem dados e fatos. É querer se achar o dono de uma verdade que não existe.... e ser mais um adepto das teorias de conspiração.
Peço desculpas pelo desabafo!!!
E tem mais:
É só ver o que acontece na porta da fábrica... onde o sindicato não consegue o apoio nem dos que foram demitidos. Marcaram uma passeata no centro da cidade e ninguém foi. Marcaram manifestação na porta da fábrica e ninguém apareceu.
Pois aqui até o mais simples montador tem o segundo grau-completo, e muitos cursam nível superior. Ou seja gente com instrução não se deixa enganar pelas manobras político-eleitoreiras destes sindicatos de merda!!
Por que será que pos demitidos não estão se revoltando? Não seria porque já fazem meses que sentem as diminuições nos níveis de produção?... não será porque veem na fábrica, no dia a dia, a crise se instalando?
Só pra refletir.
Re: Sobre o C-390
Enviado: Qua Fev 25, 2009 10:39 am
por Hader
Caro Jin, vou postar as respostas em azul OK?
[quote=
Correto, creio que o seu post é fiel as declarações oficiais da diretoria da empresa, mas o que se discute, é porque não foram sendo feitas as demissões de maneita paulatina, ou seja....
As medidas foram paulatinas sim. Desde novembro de que a empresa está avisando que fulano subiu no telhado...
1º Férias coletivas
Não serve como alção em uma indústria aeronáutica, pois o efeito da crise ou de qualquer plano de ajuda vai demorar pelo menos 8 meses. Férias de 8 meses?
2º Um pequenos numero de demissões voluntarias.
Estas 4 mil demissões incluem plano de demissões voluntárias.
3º Demissões em um nº maior, caso o quadro não muda-se
Mas tudo isso dentro de um período de pelo menos um bimestre, como as industrias automobilisticas brasileiras ( q. tambem exportam ) estão fazendo e lembrando que o gov. poderia vir com pacotes de auxilio.
O governo brasileiro pode ajudar no crédito para compra das aeronaves, mas quem vai ajudar um empresa americana ou européia a financiar seus custos operacionais com um mercado em franca retração e sem crédito?
Na atual conjuntura das coisas tem alguém ainda acreditando em empresa estrangeira de consultoria
, qual era o nome dessa empresa ?
Banco Morgan Stanley S.A.
Não misture as bolas Jin. Todas as empresas grandes contam com consultorias especializadas em tendências de mercado, que nada tem a ver com classificação de risco. Para quem está de fora pode dar a impressão que esta crise saiu do nada e pegou todos de surpresa. Mas muita gente alertava para o caos que viria. O problema é que existe um mainstream ideológico que classifica quem não concorda como "neobobo"
Me responda....
Qual era o risco pais do BR à 6 meses atraz?
Qual era o risco pais dos EUA, UK, Finlandia, Russia, Japão, etc, tambem à 6 meses atrás ?
De novo: misturar macroeconomia com análise de mercado e temperar com ironia não ajuda em nada. Vc quer dizer que toda e qualquer análise de mercado e/ou econômica é furada e inútil? Acredito que os economistas e demais profissionais da área não são todos imbecis. Reduzir um situação complexa a algo simples é uma bela maneira de se equivocar. Eu entendi sua intenção com o texto, mas não é por aí meu caro.
Foi sim uma atitude de pressão para se obter alguma coisa do governo, isso esta absurdamente na cara e não se fez questão nenhuma de se disfarçar.
A EMBRAER já estava conseguindo tudo que ela queria do governo. Agora corre o risco de ver o quadro ficar complicado por algumas semanas e perder um tempo importante. A EMBRAER possui um lobby poderoso dentro do próprio governo. Não precisa agir de forma agressiva. Os acionistas da empresa ficariam muito satisfeitos em saber que para pressionar o governo a alta direção da empresa coloca em risco o patrimônio deles. Ou você acredita que um anúncio deste tipo faz o valor da empresa subir, facilita a obtenção de crédito externo, etc?
[/quote]
Re: Sobre o C-390
Enviado: Qua Fev 25, 2009 11:14 am
por Gerson Victorio
Cassio escreveu:Discordo
Inúmeras medidas vem sendo tomadas desde o início do ano passado. Incluíndo demissões em pequena escala e localizadas (a famosa faxina de funcionários com baixo desempenho).
Só que uma indústria aeronáutica não funciona como uma indústria automobilística. Férias coletivas não resolvem nada, quando se trata de um cenário de longo prazo. E mais, mesmo que o governo se decidesse por agora levar adiante o C-390, em modernizar os Bandeirante, em fechar hoje o programa FX, nada disso teria impedido as demissões.
Elas eram necessárias e inevitáveis, infelizmente.
Algumas coisas tem que se levar em consideração:
> Aviões são bens de altíssimo valor agregado e dependem de financiamento para serem vendidos. E o crédito mundial sumiu...
> Por outro lado o dinheiro das pessoas e empresas tb está curto, por este motivo o movimento de passageiros está sofrendo reduções... desta maneira as empresas, além de não terem crédito, ainda estão revendo planos de compra de aeronaves e de expansão da frota.
> Empresas estão vendendo jatos executivos a preços abaixo do de mercado, para fazer caixa. Muitas vezes aviões 0Km. E quem vai comprar avião na fábrica se tem avião novo e barato no mercado.
> Governos estão revendo planos de gastos militares e segurando investimentos...
Agora veja como tudo isso impacta diretamente as projeções da empresa para 2009. Lembre-se que em 2008 ela contratou e se preparou para recordes de produção em 2009. Ela se preparou, mas agora parece que o cenário otimista não se confirmou. Veja que a indústria precisa contratar com meses de antecedência, para treinar e preparar esta mão de obra. Só que se o cenário não se concretizou, ela simplesmente não pode ficar com esta mão de obra parada...
As empresas tem que tomar medidas rápidas, o quanto antes, para preservar não o lucro, mas o caixa.
A Embraer não precisa fazer pressão... pois o C-390, apesar de um projeto importante, não será o que vai tirar o empresa das dificuldades. Lembrem-se que, uma vez assinado o C-390 este absorverá apenas algumas dezenas de empregos num primeiro momento... passando a algumas poucas centenas nos próximos anos. Somente quando este avião entrar em produção seriada é que um volume maior seria necessário.
Quanto a financiamentos do BNDES para os clientes, este ja´se propôs e já está avaliando uma série de financiamentos. Não seria necessária qualquer pressão... pelo contrário as demissões podem até prejudicar o processo.
Sim... as demissões podem servir como pressão para que certos projetos sejam antecipados... mas não foi este o motivo delas ocorrerem. Caso contrário seria uma manobra excusa da administração da empresa e repito, NÃO FOI.
Por acaso vcs sabem quais são as projeções de cadência de produção para este ano em todos os programas? E sabem para quanto a empresa se preparou? Pois é...
E não adiantam medidas paleativas, pois mesmo que, por milagre, a economia mundial saia da crise, da noite para o dia, o mercado aeronáutico levará meses para se recuperar... Agora imagine com uma crise cujo fim ainda não se vislumbra.
Portanto dizer que 4 mil e tantas demissões foram simplesmente para pressionar o governo quanto a projetos cuja importância aqui se superestima, é de uma irresponsabilidade sem tamanho. É fazer suposições sem dados e fatos. É querer se achar o dono de uma verdade que não existe.... e ser mais um adepto das teorias de conspiração.
Peço desculpas pelo desabafo!!!
E tem mais:
É só ver o que acontece na porta da fábrica... onde o sindicato não consegue o apoio nem dos que foram demitidos. Marcaram uma passeata no centro da cidade e ninguém foi. Marcaram manifestação na porta da fábrica e ninguém apareceu.
Pois aqui até o mais simples montador tem o segundo grau-completo, e muitos cursam nível superior. Ou seja gente com instrução não se deixa enganar pelas manobras político-eleitoreiras destes sindicatos de merda!!
Por que será que pos demitidos não estão se revoltando? Não seria porque já fazem meses que sentem as diminuições nos níveis de produção?... não será porque veem na fábrica, no dia a dia, a crise se instalando?
Só pra refletir.
Cassio,
enfim...uma luz na discussão.
belo post!!
Gerson