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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Nov 04, 2015 1:46 pm
por mmatuso
Desonerações sob Dilma já somam R$ 342 bilhões117

Fernando Rodrigues 04/11/2015 07:00
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de 2011 a 2015 foram editadas ao menos 40 medidas provisórias

isenções fiscais hoje são contestadas pela Operação Zelotes

de 2010 a 2018, valor de desonerações bate em R$ 501 bilhões

Dilma-Foto-RobertoStuckertFilho-PR-24out2015
Dilma, que no final de 2014 concedeu isenção fiscal para leasing de aviões no exterior

Um levantamento da Receita Federal mostra que nos quase 5 anos da administração da presidente Dilma Rousseff foram concedidas reduções de impostos que somam R$ 342 bilhões.

Esse valor seria suficiente para cobrir com muita sobra os cerca de R$ 50 bilhões do rombo no Orçamento de 2015. Mesmo que o déficit ultrapasse os R$ 100 bilhões (para cobrir as “pedaladas fiscais”), haveria muita folga.

O estudo completo da Receita Federal detalha minuciosamente todas as leis aprovadas desde 2010 e faz projeções para os efeitos até 2018.

Apenas neste ano de 2015, segundo cálculos do Fisco, estima-se uma renúncia de R$ 106 bilhões –impostos que vão deixar de ser recolhidos. Na soma total de isenções, de 2010 a 2018, o valor chega a R$ 501 bilhões.

Eis a tabela que resume todas as desonerações desde 2010:

Desoneracoes-2010-2015

O quadro acima mostra o valor que o governo federal deixa de arrecadar a cada ano, mas também os efeitos ao longo do tempo quando uma medida é adotada. É que é raro uma isenção fiscal durar apenas 12 meses.

Por exemplo, os anos 2012, 2013 e 2014, sob Dilma Rousseff, foram prolíficos na concessão de benefícios fiscais. Em 2012, as medidas adotadas somam desonerações de R$ 142,5 bilhões –na projeção até agora em 2015.

Mesmo no final de 2014, quando a presidente Dilma Rousseff disse ter se dado conta da situação real da economia, foram concedidos benefícios que agora talvez seriam impensáveis.

Por exemplo, por meio da lei 13.043, sancionada em 13.nov.2014 e resultante da MP 615, adotou-se alíquota zero do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) para remessas ao exterior no caso de receitas de fretes, afretamentos, aluguéis ou arrendamentos de embarcações, aeronaves ou motores, aluguel de contêiner, sobrestadia e serviços portuários.

Ou seja, o governo federal deu uma ajuda a quem aluga barcos e aviões no exterior. Essa operação só pode ser realizada por empresas. Nada impede, entretanto, que um milionário dono de uma empresa use o benefício para fins particulares.

O benefício fiscal a respeito de embarcações e aviões também fica muito explícito no artigo 89 da lei 13.043, que trata de leasing (arrendamento mercantil):

“Fica reduzida a 0 (zero), em relação aos fatos geradores que ocorrerem até 31 de dezembro de 2022, a alíquota do imposto sobre a renda na fonte incidente (…) na hipótese de pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa, por fonte situada no país, a pessoa jurídica domiciliada no exterior, a título de contraprestação de contrato de arrendamento mercantil de aeronave ou de motores destinados a aeronaves”.
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HISTÓRICO
A política de conceder isenções fiscais ganhou tração em 2008. Foi quando a quebra do banco de investimento Lehman Brothers, nos Estados Unidos, provocou uma crise financeira internacional.

À época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a promover desonerações como resposta aos problemas econômicos que vinham de fora. Houve isenções para IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de automóveis, produtos eletrodomésticos (linha branca) e outros.

O impacto inicial foi positivo, mas segundo análise interna da Receita Federal, serviu também para que o governo se acomodasse. Afinal, a economia foi estimulada num primeiro momento. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu expressivos 7,5% em 2010.

A miragem produzida pelo rápido crescimento econômico com as desonerações de Lula (em 2008, 2009 e 2010) frearam os esforços para seguir com reformas estruturantes na economia. Não se avançou mais para modernizar as regras do mercado de trabalho, reduzir a burocracia para abrir e fechar negócios e reformar a Previdência Social e o sistema tributário.

Com a posse de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em 2011, as desonerações avançaram para outros setores da economia. O total de isenções fiscais concedidas em 2011 atingirá R$ 66 bilhões na projeção até 2015.

A política de isenções foi criticada abertamente pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em 2013. O ministro da Fazenda à época, Guido Mantega, reagiu ao estudo do organismo multilateral: “Me parece absolutamente incoerente o relatório”.

Nas últimas semanas, a Operação Zelotes, da Polícia Federal, encontrou indícios de venda de medidas provisórias que concederam isenção fiscal. Essa descoberta torna o cenário das desonerações ainda mais dramático: além de a política em si ter se esgotado, agora há risco de muitos dos processos terem sido contaminados por corrupção.

Segundo o Blog ouviu de funcionários da Receita Federal, “de 2011 a 2015 foram editadas ao menos 40 medidas provisórias, cujo volume total de desoneração ultrapassou os R$ 284 bilhões”. E mais: “O impressionante é que não se exigia qualquer contrapartida para a concessão dos benefícios fiscais, que prestigiavam ganhos auferidos por investidor estrangeiro, operadoras de plano de saúde, remessas ao exterior para leasing de aeronaves etc”.

Como muitas das concessões já foram implantadas, o cenário ainda vai demorar para ser revertido. De 2010 a 2018, o Brasil terá acumulado R$ 501,4 bilhões em desonerações.
_____________
Essa é o história da destruição econômica do país.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Nov 04, 2015 3:35 pm
por Bourne
A estratégia para para romper com as relações de camaradagens entre empreiteiras e donos, democratizar e abrir a caixa preta para controle externo. Além de impulsionar o mercado de capitais. Algo muito mais profundo e de mudança estrutural do que defender os barões ladrões por que são 10%

Tinha dito antes e não estou só por ser a saída mais racional.
Como punir os criminosos da Lava Jato sem destruir as empresas

Um livro discute o futuro de companhias que representam cerca de 15% de todo o investimento nacional

É possível salvar as 29 construtoras brasileiras fornecedoras da Petrobras envolvidas na Lava Jato sem prejuízo das investigações criminais em curso?

O fato de comporem a cadeia produtiva de óleo e gás, responsável por 10% do Produto Interno Bruto e 15% por cento de todo o investimento do País, justifica a preocupação com o seu resgate, ainda mais depois da projeção de variação negativa de 3% do PIB neste ano. Importantes fornecedoras do Estado, se forem condenadas pela Justiça não poderão mais firmar contratos com o poder público e muitas deverão quebrar. As construtoras implicadas na Lava Jato são também as principais empresas de infraestrutura do País e as maiores exportadoras de serviços de engenharia. A sua falência arrastaria segmentos produtivos inteiros e fecharia milhares de empregos.

Mas há uma saída legal para punir os criminosos sem impor profundos danos à economia, mostra o livro Um plano de ação para o salvamento do projeto nacional de infraestrutura, dos advogados Walfrido Jorge Warde Júnior, Gilberto Bercovici e José Francisco Siqueira Neto.

A proposta inclui um acordo público-privado em que as empresas paguem integralmente as indenizações e multas pelos prejuízos causados à Petrobras e à União com a entrega ao Estado das suas ações em projetos de licitações em que saíram vencedoras, a exemplo da produção de sondas para prospecção de petróleo, usinas e aeroportos.

As ações não ficarão com o Estado, pois em seguida a União e à Petrobrás as venderão em leilão no mercado de capitais e o dinheiro obtido servirá para cobrir os prejuízos provocados pela corrupção.

Os compradores das ações no leilão serão os novos donos dos projetos. Depois de pagar o que devem com as ações, as construtoras poderão voltar ao mercado de concorrências públicas. A proposta prevê supervisão rigorosa de órgãos como o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União e Advocacia-Geral da União.

Um plano de ação para o salvamento do projeto nacional de infraestrutura
Livro traz propostas para punir empresas
A adoção do plano pelo governo evitaria a substituição em grande escala das empreiteiras por concorrentes estrangeiras, um desfecho que resultaria na quebra de centenas de indústrias locais que são suas fornecedoras e a sua substituição por supridores externos trazidos ao País pelas novas protagonistas.
Na parte de anexos, o livro traz minutas de um decreto-presidencial sugerido à chefe do Executivo, de uma portaria proposta à AGU e do termo de pagamento. “O volume elevado de investimento público em infraestrutura é importante para a formação da taxa de crescimento e decisivo para a política industrial fundada na formação de redes de produtividade entre as construtoras e seus fornecedores”, destaca o economista Luiz Gonzaga Belluzzo na seção de comentários.

A proposta dos advogados “atende a todos os que têm interesse no progresso e na harmonia da sociedade brasileira”, observa o economista Delfim Netto. O livro inclui também comentários do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e dos professores da Faculdade de Direito da USP Heleno Torres e Modesto Carvalhosa.

A proposta dos advogados percorreu todos os caminhos necessários, recebeu aprovação generalizada, mas estacionou em uma mesa de Brasília. A crise das construtoras e a ameaça da sua extinção, entretanto, avançam com velocidade.

Serviço

Título: Um plano de ação para o salvamento do projeto nacional de infraestrutura
Autores: Walfrido Jorge Warde Júnior, Gilberto Bercovici e José Francisco Siqueira Neto
Editora: Contracorrente
Tamanho: 113 páginas
Lançamento: dia 12 de novembro, às 18h30, no Shopping JK Iguatemi.

http://www.cartacapital.com.br/economia ... ign=buffer

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Nov 04, 2015 9:16 pm
por Bourne
mais um neoliberal que não gosta de pobre.


Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Nov 05, 2015 6:43 pm
por Bourne
No resto do mundo, o subsidio de crédito para os setores chaves e considerados socialmente importantes, tende a ser equiparar a taxa de juros dos empréstimos subsidiados as taxas de juros dos títulos do governo de longo prazo. O motivo é que o subsídio consiste em dar as mesmas condições para os agentes privados que o governo possui, não sendo possível obtê-las no mercado.

O que é muito, mais muito diferente da situação brasileira em que a diferença entre a TJLP e Selic é tão grande que gera ônus ao tesouro que precisam ser custeados com mais receitas através de impostos ou aceitar maior endividamento público. Além de criar a pressão para que nunca se possa alargar os prazos e reduzir custos dos títulos do governo, tendo o efeito em cadeia de onerar o endividamento e não desenvolver o setor financeiro privado.

Quando a participação do crédito subsidiado era proporcionalmente pouca como foi até idos de 2008/09, não tinha grandes problemas. Existia o ônus, mas as coisas caminhavam para uma normalização com aproximação da TJLP e Selic, somado a maior participação do mercado de capitais e grupos privados. O problema é que entre 2011 e 2014, a participação do crédito público disparou e liderou o aumento de 34 para 54% do PIB. Ao mesmo tempo, elevando a conta do subsídios com programas como o PSi que pagava para empresas investirem, elevando o custo das operações para tesouro, reduzindo participação privada e contribuindo para elevar a dívida bruta.

A contabilidade mágica desse processo é que o subsidio entra como crédito para o governo, descontado da dívida bruta para cálculo da liquida. Ai, ainda desconta as reservas internacionais e, finalmente, chegamos aquele número fantástico de 34% do PIB de dívida liquida e 66% de dívida bruta.
Gastos com subsídios crescem e vão dificultar ajuste fiscal no próximo ano (DCI, 05/11/2015)

As despesas da União com subsídios tiveram aumento expressivo neste ano e devem continuar pressionando as finanças do governo, mesmo com a expectativa de pagamento das pedaladas fiscais.

Contratos firmados em anos anteriores e o custo implícito dos benefícios pesam nessa conta. O governo federal estima, por exemplo, que os gastos com subsídios alcancem soma de R$ 28 bilhões em 2016. A previsão é discriminada no projeto de lei orçamentária.

“Mesmo que o governo resolva pagar as pedaladas fiscais neste ano, a conta de subsídios vai continuar alta, porque ainda há empréstimos referentes a contratos firmados em anos anteriores. Há financiamentos divididos em cinco, seis anos, que foram dados com juros menores do que os atuais, apontando que, até o final do governo Dilma [Rousseff, presidente da República], a conta de subsídios vai continuar alta”, diz o economista Mansueto Almeida.

“Não tem como economizar, portanto, nessa conta. Pois, do contrário, será um calote. Esse é um dos impasses do ajuste fiscal, além das despesas obrigatórias que representam 90% dos gastos da União”, acrescenta.

Até setembro deste ano, as despesas federais com subvenções tiveram aumento de 180,2% em relação ao mesmo período de 2014, e já somam R$ 21,534 bilhões. De janeiro a setembro do ano passado, esses gastos foram de R$ 7,684 bilhões, conforme dados do Tesouro Nacional.

O Programa de Sustentação de Investimentos (PSI) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) correspondem à metade das despesas do governo federal com subsídios.

Operado por meio de repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o PSI recebeu da União desembolsos no valor de R$ 7,543 bilhões até setembro de 2015, quantia bem maior do que os R$ 123 milhões obtidos nos nove meses do ano passado.

Já para o Pronaf, operado pelo BNDES e por outras instituições financeiras, o Tesouro repassou R$ 3,760 bilhões até setembro deste ano, contra R$ 604 milhões repassados em igual período de 2014.

Como o Tesouro vem reduzindo limites de empréstimos a alguns programas, esse avanço expressivo é explicado pela autorização, em 2012, do Ministério da Fazenda em adiar o pagamento de alguns subsídios por até 24 meses. Dessa forma, a maior parte dos subsídios pagos neste ano é referente a operações de 2013.

“Essa não é uma medida de contenção, é um truque contábil”, ressalta Mansueto

Implícito

O economista José Luis Oreiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta outra oneração para das contas do governo, que também deve dificultar o ajuste do próximo ano: o subsídio implícito.

Segundo ele, essa conta alcança montante aproximado de R$ 21 bilhões e é referente à diferença entre a taxa de juros Selic, atualmente em 14,25% ao ano, e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 7% ao ano.

Os recursos que a União repassa ao BNDES são captados com taxas de juros maiores do que os empréstimos feitos pelo banco de fomento, onde se utiliza a TJLP, o que gera uma oneração ao governo.

“A forma de resolver essa situação no curto prazo é ajustar mais rapidamente a diferença entre a TJLP e a Selic. Uma convergência nesse sentido pode reduzir o subsídio implícito. E, no longo prazo, a solução é diminuir a Selic, que está em patamares muitos altos há 20 anos”, sugere Oreiro.


“Além disso, é preciso repensar a política de crédito do BNDES, que, em parte, contribuiu de forma significativa para o aumento da dívida bruta do País nos últimos anos [hoje em 66% do PIB]. Isso realmente tem que ser revisto. […] Principalmente estabelecer critérios mais claros para a tomada de empréstimos, como dar preferência a áreas que realmente gere retorno para a economia e que não sirva somente para enriquecer empresas específicas”, acrescenta.

Expansão do gasto

Segundo levantamento do Mansueto Almeida, as despesas com subsídios se elevaram durante o governo Dilma. Em 2008, em meio à gestão de Luís Inácio Lula da Silva, esses gastos chegavam a 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2011, primeiro mandato de Dilma, avançou para 0,42% do PIB e no ano passado cresceu para 0,98% do PIB. Atualmente em cerca de R$ 21,534 bilhões, os gastos com subvenções não passavam de R$ 6 bilhões há três anos atrás, comenta Mansueto Almeida.

https://jlcoreiro.wordpress.com/2015/11 ... -05112015/

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Nov 06, 2015 7:20 am
por akivrx78
Qui 05/11/15 - 17h
Brasil é 12º país com maior riqueza individual do mundo, avalia consultoria

A pesquisa, intitulada como W20, apresenta uma estimativa do total das posses dos habitantes, que leva em consideração dinheiro, ações e propriedades.

Os Estados Unidos lideraram o ranking, com riqueza individual estimada em US$ 48,734 trilhões, seguidos de China (US$ 17,254 trilhões), Japão (US$ 15,230 trilhões), Alemanha (US$ 9,358 trilhões) e Reino Unido (US$ 9,24 trilhões).

A Índia, outro país integrante do grupo Brics de economias emergentes, ficou na 10ª posição, com riqueza individual em US$ 3,492 trilhões.

O Brasil foi avaliado como o 12º país com maior riqueza particular do mundo por estudo da consultoria New World Health. A pesquisa, chamada de "W20", resultou em ranking listando os 20 países com maior "riqueza individual total" - uma estimativa da soma da riqueza de seus habitantes. Essa riqueza junta dinheiro, ações e propriedades. O estudo estimou o total da riqueza individual do Brasil em US$ 2,687 trilhões.

O Brasil ficou em 12o lugar, com 2,68 trilhões de dólares.

O México, segunda maior economia da América Latina, ocupa a 15ª colocação (US$ 1,865 trilhão).

Segundo a consultoria New World Wealth, o patrimônio dos brasileiros foi a sexta que mais cresceu desde 2000. Cresceu 207% nos últimos 15 anos.

A New World Wealth presta serviços para empresas especializadas no mercado de luxo, bancos privados e investidores. A consultoria está baseada em Johanesburgo, na África do Sul.

PER CAPITA

A consultoria também classificou os países pela média da riqueza per capita. Neste ranking, o Brasil ficou na 16ª colocação, com riqueza estimada em US$ 13,5 mil por pessoa. Este ranking é liderado pela Suíça (riqueza per capita de US$ 285,1 mil).

http://montesclaros.com/noticias.asp?codigo=74454

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Nov 06, 2015 8:16 am
por akivrx78
Qui, 05/11/2015 às 23:18
Empresários discutem saídas para a crise

Luciano da Matta l Ag. A TARDE
O 3º Fórum de Oportunidades de Investimentos na Bahia reuniu dezenas de empresários na Fieb - Foto: Luciano da Matta l Ag. A TARDE

Enquanto a maioria das pequenas e médias empresas ainda contabiliza as perdas com a crise brasileira, as grandes organizações baianas já começam a centrar as atenções na economia internacional. A ideia é redirecionar produção, investimentos e serviços para cenários que vão além das perspectivas para curto e médio prazos no país.

Esta foi a tônica das palestras realizadas nesta quinta-feira, 5, em Salvador, na programação do 3º Fórum de Oportunidades de Investimentos na Bahia. O evento, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), é uma promoção do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em parceria com a entidade. Participam do Lide Bahia apenas empresários e altos executivos de organizações com faturamento anual de, no mínimo,
R$ 100 milhões.

O palestrante Mauro Morelli, responsável pela área de investimentos do Citibank, alertou às grandes empresas baianas para estarem atentas especialmente a três aspectos da economia mundial: a desaceleração da economia chinesa, a normalização das taxas de juros americanas e a injeção de liquidez maciça das economias da Europa e do Japão.

"Essa diferença entre o que está ocorrendo nos EUA e na Europa faz com que a moeda americana seja mais forte e isso deve ampliar o período de desvalorização da moeda brasileira, num cenário em que todo tipo de investimento, no Brasil, que esteja atrelado à exportação e à substituição de importação tende a se beneficiar nos próximos anos", disse.

China

No caso do mercado da China, que sempre foi um grande importador de commodities, a exemplo dos produtos agrícolas e minerais, o Brasil deve buscar ofertar mais serviços como alternativa, já que as exportações das commodities , embora estejam aumentando em quantidade por causa do câmbio, estão sendo vendidas muito baratas.

"É um reflexo, principalmente, do fato da China ter mudado o foco de crescimento, deixando de importar minério de ferro, por exemplo, para centrar em consumo de bens finais, produtos que o Brasil não tem pauta tão forte de exportação", explicou.

"Temos que apostar em outras potencialidades agora, seguindo o exemplo da Embraer, que exporta aviões concorrendo com empresas francesas e canadenses", disse Morelli, completando: "O empresário brasileiro tem, sim, condições totais para fitar olho no olho desde que acredite que este seja o momento".

Também palestrante, o embaixador aposentado e consultor de empresas, Jorio Dauster, alertou os empresários para brigar pelas obras de infraestrutura, com foco na competitividade.

Dentro do contexto de curto e médio prazos no Brasil, o doutor em Economia João Scandiuzzi, estrategista chefe da BTG Pactual, também sinalizou para oportunidades no mercado interno, com a substituição de importação. "Com a alta do dólar, o mercado doméstico poderá sair fortalecido, assim como o setor de turismo", observou.

Scandiuzzi aconselhou os empresários baianos a buscar sempre inovar e se fortalecer "usando a macroeconômica para amparar expectativas, mas fazendo sua parte, na microeconomia".

O presidente do Lide Bahia, Mário Dantas, e o representante da Fieb, Eduardo Catarino, abriram o evento, que contou com o apoio do Grupo A TARDE.

http://www.atarde.uol.com.br/economia/n ... ra-a-crise

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Nov 09, 2015 2:43 pm
por Bourne
As cadeias globais de valor e seus mitos

Por David Kupfer

De tempos em tempos, surgem alguns novos conceitos que, tão rapidamente quanto ganham destaque, dão margem à criação de uma mitologia quase sempre fundamentada em simplificações grosseiras, quando não em graves equívocos. A "entrada do Brasil nas Cadeias Globais de Valor (CGV)", o tema que está na ordem do dia do debate sobre indústria, longe de constituir exceção, infelizmente é parte da regra.

Um primeiro mito, sempre alardeado, é de que as CGV correspondem a uma ruptura com os padrões de comércio anteriores. Nada mais equivocado. As CGV são apenas mais uma volta no parafuso de um modelo de divisão internacional do trabalho em construção desde o final da década de 1970. Esse modelo surgiu quando, em resposta às pressões competitivas trazidas pelo quadro de crise da época, o sistema de empresas multinacionais, até então organizado em torno de um esquema matriz-filial altamente verticalizado, jogou-se no caminho da transnacionalização cum outsourcing. Nesse sentido, as CGV podem ser consideradas apenas uma evolução incremental das cadeias de suprimento (supply chain), cujos modelos de gestão, introduzidos pioneiramente pela indústria têxtil nessa época, rapidamente se difundiram pelos demais ramos de atividade industrial, especialmente, naqueles conectados a lojas de departamento e ao grande varejo em geral. As CGV preservam a principal ruptura que veio com as cadeias de suprimento que foi a substituição dos produtos pelas tarefas e, por via de consequência, do mercado (dos primeiros) pelos contrato (das segundas). A explosão das tecnologias de informação que ocorreu de lá para cá ampliou exponencialmente as possibilidades de fragmentação produtiva, mas não modificou esse traço fundamental. Em boa parte devido às características do grande varejo brasileiro de então, a indústria brasileira pouco participou das cadeias de suprimento e essa é uma importante razão pela qual igualmente pouco participa das CGV na atualidade.

Um segundo mito é de que as CGV tenham tornado a geografia pouco importante. Ao contrário, a geografia é cada vez mais decisiva. Não fosse assim, as CGV não seriam regionais, como de fato são, nem tampouco os elementos territoriais, naturais e construídos, exerceriam papel tão crucial na sua montagem como de fato exercem. Distância dos eixos logísticos, custos e qualidade da infraestrutura local, financiamento, presença de externalidades de conhecimento, ambientes favoráveis de negócios são, todos eles, atributos que dificilmente podem ser mobilizados sem uma decisiva participação dos Estados nacionais. Aqui reside a principal distinção entre as velhas cadeias de suprimento e as CGV: enquanto as cadeias de suprimento surgiam mais como resultado de estratégias empresariais, nas CGV os Estados nacionais exercem papel muito mais ativo. É bem possível afirmar que CGV são cadeias de suprimento potencializadas por uma economia política pactuada bi ou plurilateralmente pelos países envolvidos.

As CGV são apenas mais uma volta no parafuso de um modelo em construção desde o final da década de 1970

Girando a bússola para o Brasil, um terceiro mito é o de que a dificuldade de inserção do Brasil nas CGV decorre de uma herança protecionista deixada pelo modelo de Substituição de Importações que orientou a sua construção. A indústria brasileira não padece de um defeito congênito que limite as suas possibilidades presentes e futuras. Essas limitações decorrem de "doenças" que são posteriores ao seu estágio nascente, motivadas pela rigidez estrutural que se constituiu como consequência da propensão a economizar investimentos que a vem caracterizando desde a estagnação dos anos 1980. Essa rigidez estrutural, por sua vez, está relacionada ao seu desenvolvimento em meio a um ambiente macroeconômico quase sempre hostil que prevalece desde então. E, é claro, à incapacidade do Estado brasileiro, seja por suas instituições, seja por suas políticas, de definir um norte para o desenvolvimento produtivo e inovativo da formação industrial existente. A tal da "entrada nas CGV" não tem chances sem a cura das doenças de hoje.

Um quarto mito é o de que a indústria que está no Brasil é a indústria global. Falso. Muitas das empresas transnacionais estabelecidas no Brasil não são as protagonistas das CGV. São empresas que, também em função da rigidez estrutural, sub-investiram e não necessariamente estão bem posicionadas na competição global. Por sua vez, muitas das empresas brasileiras que se internacionalizaram não o fizeram em busca de participação em sistemas fragmentados de produção. Produzem fora os mesmos bens que elaboram - ou elaboravam - aqui. Estão no esquema matriz-filial do passado.

Um quinto mito é o que vaticina que a indústria brasileira tem pequena participação nas CGV porque é especializada em bens baseados em recursos naturais, pouco propícios a se incorporarem nesse padrão de organização produtiva. Nada disso. A trajetória de especialização em commodities é uma característica das exportações, não da estrutura produtiva. A indústria brasileira é bastante diversificada. Ou, pelo menos, ainda é. Por isso, não cabem escolhas binárias do tipo aderir ou rejeitar as CGV. Há que pensar estrategicamente, projetar as oportunidades e planejar a entrada em CGV com a complexidade que o tema merece.

Fora da mitologia, não é difícil concluir que qualquer forma espontânea de entrada em CGV, que venha a ser apoiada simplesmente na crença na capacidade transformadora de instrumentos da política comercial, será apenas parcial e dificilmente trará resultados positivos. Recorrendo a uma analogia para encurtar o raciocínio, não seria muito diferente do que entrar em uma "guerra fiscal" mundial para ter como recompensa a realização de um lote de tarefas produtivas com baixa capacidade de gerar renda e, principalmente, bons empregos.

David Kupfer é diretor do Instituto de Economia da UFRJ e pesquisador do Grupo de Indústria e Competitividade (GIC-IE/UFRJ). Escreve mensalmente às segundas-feiras. E-mail: gic@ie.ufrj.br.

http://www.valor.com.br/opiniao/4306694 ... seus-mitos

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Nov 09, 2015 3:21 pm
por Clermont
Diários da Presidência - Memórias íntimas do governo FHC.

O diário dos primeiros anos de Fernando Henrique na Presidência mostra a guerra em nome dos destinos da economia do país.

MARCELO MOURA E VINICIUS GORCZESKI - EPOCA.
"Ontem, quinta-feira, jantei com Gustavo Franco, que me trouxe uma folha de papel em que ele desenhava o quanto a visão que atribui ao Serra é o oposto da sua. O Serra me havia falado de uma eventual entrevista do Gustavo. Quando li o papel, percebi que o que o Serra disse é verdade. Gustavo radicalizou, atribui ao Serra o que ele não pensa. É fato que, na sua visão, o Serra seria um homem favorável à autarquização da economia, portanto ao fechamento, e também um homem gastador. Nada disso corresponde realmente ao que o Serra pensa, e a discussão passa a ser em termos de quem é que defende o Orçamento e o equilíbrio fiscal."


O relato é uma transcrição das memórias que Fernando Henrique Cardoso registrou durante seus oito anos na Presidência da República. Ao assumir, em 1995, Fernando Henrique adotou um gravador de fitas cassete como confessionário. Até 2002, manteve o hábito de registrar suas impressões sobre o dia ou os dias passados na Presidência. É um raríssimo testemunho histórico, registro feito ainda no calor dos acontecimentos. As cerca de 200 fitas ficaram sob a guarda de Danielle Ardaillon, sua auxiliar há décadas e a única a ouvir tudo, para degravar. O conteúdo, editado, será publicado em quatro livros, cada um com cerca de 900 páginas. O primeiro volume da série Diários da Presidência, que cobre o biênio 1995-1996, recém chegou às livrarias.

Tradição nos Estados Unidos – o diário de Ronald Reagan chegou a ser o livro mais vendido do mercado americano –, memórias de presidentes são raridade no Brasil. Getúlio Vargas (1930-45 e 1951-54) e Juscelino Kubitschek (1956-61) registraram as suas em textos esparsos, de cunho pessoal, que ganharam importância histórica. Em seus diários, Fernando Henrique não apenas registrou os bastidores de seu governo como, num outro ineditismo, decidiu publicá-los ainda em vida, algo que implica assumir desgastes de vários matizes.

O duelo de bastidores entre os economistas José Serra, considerado de perfil mais “desenvolvimentista”, e Pedro Malan e Gustavo Franco, “ortodoxos”, é um dos pontos altos do livro e ajuda a entender, inclusive, os conflitos da época atual. Com inconfidências públicas e brigas privadas, representantes das duas visões de condução da economia travaram um duelo semelhante ao que se vê, 20 anos depois, entre Joaquim Levy e Nelson Barbosa – guardadas as devidas proporções entre os personagens, é claro.

Serra era parceiro histórico de Fernando Henrique. Os dois se conheceram no Chile, em 1965, na condição de exilados do golpe militar de 1964. O afastamento dos dois, na seara do pensamento econômico, se deu quando Fernando Henrique se tornou ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. Serra foi contra aquela aventura. Sem um plano na manga, Fernando Henrique se interessou por um estudo dos economistas André Lara Resende e Pérsio Arida sobre uma espécie de dolarização da economia, como a que estava dando certo na Argentina, mas sem dólar. Os dois propunham a criação de uma moeda local forte, que, um dia, tomaria o lugar da moeda fraca. Uma turma de economistas liberais ligada aos dois, como Pedro Malan, Gustavo Franco e Edmar Bacha, ajudou a pôr o Plano Real de pé.

Lançado em em junho de 1993, o Real foi um sucesso econômico. Um ano depois, a inflação anual acumulada havia caído de 4923% para 33%. Foi também um sucesso eleitoral: o candidato Fernando Henrique passou de 12% das intenções de voto, em abril, para a vitória em primeiro turno, na eleição de outubro. Ao montar seu ministério, em dezembro de 1994, lembrou-se do parceiro histórico. “Não vejo sentido, num governo meu, você longe, dado o tipo de relacionamento que nós temos e a enorme capacidade que você tem para enfrentar as dificuldades da economia brasileira”, diz. Fernando Henrique pensava em Serra – mas não para o papel principal.

Para tocar a economia, Fernando Henrique preferiu os pais do plano de estabilização que o levou à Presidência. “Pérsio disse que também compreendia ser justo que a escolha para ministro da Fazenda recaísse em um deles, nesta ordem: Bacha, Malan ou ele próprio”, diz em seu diário. Gustavo Franco tornou-se secretário de política econômica do Ministério da Fazenda. Serra foi convidado a assumir a Pasta do Planejamento, secundária num país com situação econômica ainda alarmante. “Já havia conversado com ele uma noite, em minha casa em Brasília, depois de falar com Malan, com Pérsio e com Bacha. Foi uma boa conversa, em que lhe disse, com toda a franqueza, que só via duas maneiras de ele entrar para o Ministério da Fazenda: ou provocando uma crise, porque a sua entrada provocaria a crise, ou depois de uma crise, para solucionar um impasse. Portanto, se algum ministro fracassasse, ele seria chamado.”

Estavam dadas as regras da batalha. Em conversas reservadas, que invariavelmente chegavam às páginas de jornais e revistas, Franco forjava a imagem de Serra como uma ameaça à austeridade fiscal. Irritado, Serra cobrava do presidente uma providência. Fernando Henrique contemporizava. “Serra queria ser ministro da Fazenda e não foi. A partir daí, travou-se uma disputa com mil faces distintas, que envolvia sobretudo o câmbio”, diz Everardo Maciel, secretário da Receita durante o governo Fernando Henrique, por vezes participante, por vezes espectador da disputa. “Mas no fundo acho que tanto o Serra quanto o Malan nunca tiveram grandes discrepâncias em relação à política fiscal. Era uma disputa política – e, quando tem disputa política, o resto que se cria são arabescos laterais, firulas, que não revelam qual é a verdadeira disputa. É um certo teatro.” Abaixo, algumas cenas da peça, segundo o livro de Fernando Henrique.

FHC - 14 DE AGOSTO DE 1995 escreveu:“A reunião na Granja do Torto ontem foi boa, o ministro do Trabalho fez uma exposição competente da sua área, todo mundo percebeu que há rumo. (...) No fim do encontro, o Serra me passou um bilhete. Eu vi que ele estava de mau humor a manhã toda. Não atinei com quê. Já sabia da questão relativa à revista Exame, na qual há críticas do nosso Gustavo Franco a ele. Disse ao Malan num intervalo durante a reunião que não concordava com aquela atitude do Gustavo. ‘Parece que ele está acirrando as coisas.’ E o Malan disse: ‘Mas o Serra faz a mesma coisa’. Não aprofundei a discussão porque é verdade, mas não nesse tipo de questão, que já ficou muito sistematizada como se fosse uma divisão ideológica, como já vimos aqui em outros registros.”

FHC - 26 DE NOVEMBRO DE 1995 escreveu:"Serra chegou, conversou longamente comigo e voltou, claro, ao tema das taxas de juros e taxa de câmbio. Curiosamente, no voo de vinda para cá, eu li, na seção de economia do Estado de S. Paulo, uma afirmação na parte técnica dizendo que, talvez numa das primeiras decisões do Banco Central amanhã, eu poderia anunciar no fim do ano que chegamos à taxa de juros mais baixa dos últimos nove anos. Veja como as coisas são complicadas: o Serra exigindo que baixe o juro e o juro já está baixando. Ele tem razão, basicamente, é preciso baixar a taxa de juros, mas no fundo já está havendo essa política. Eu lhe disse: ‘Olha, Serra, eu vou ter que voltar a participar das reuniões’. E ele: ‘Bom, o modelo que você fez foi esse. Você não deu força para uma pessoa’. Ou seja, não dei força para ele. É verdade. Porque, se eu desse, era o mesmo problema. Eles não sabem utilizar isso de uma maneira que me parece construtiva: como liderança de grupo, e não como imposição (...) O Serra vai querer que eu fique coordenando para me influenciar na coordenação, porque ele sabe que me influencia até certo ponto. Está convencido de que não estou ainda convencido das dificuldades que a taxa de juros e a taxa de câmbio no nível atual poderão trazer para o Brasil. Eu estou, mas acho, como já disse tantas vezes, que guinadas bruscas são piores e os resultados positivos estão aí.”

FHC - 17 DE MAIO DE 1996 escreveu:“À noite, tivemos uma longa reunião, Clóvis (Carvalho, ministro da Casa Civil), Serra, Sérgio (Motta, ministro das Comunicações) e eu. (...) O que me chamava a atenção naquela reunião de ontem era que no próprio governo, como eu já disse aqui várias vezes, não se está gerando um clima de confiança recíproca, as pessoas estão com alguma dificuldade de falar uma com as outras, sobretudo no núcleo do governo. (...) Acho que assim não é possível, eu queria conversar com franqueza sobre isso. A conversa derivou para a questão econômica, o Serra voltou a fazer os ataques habituais à política de taxa de câmbio de há dois anos. Digo: ‘O Gustavo pode ter errado, mas está feito’. Em segundo lugar, não é possível que tudo seja o Gustavo, uma obsessão que o está transformando em seu próprio opositor. O outro polo é o Gustavo. Ele reconhece que é ridículo, mas cai na armadilha e insiste nessa linha. Digo: ‘Tirar o Gustavo é tirar o Malan. Tirar o Malan é crise, e você sabe que não é questão de querer, é questão de como é que se constrói.’ (...)

Serra então cobrou a minha parte de responsabilidade nisso. Eu apontei: ‘Eu tenho (responsabilidade), por deixar vocês soltos, fazendo coisas que acho erradas, porque eu não acredito no estilo de liderança em que você acredita, que é por imposição. Eu acredito na liderança por convencimento, e você se nega a sentar-se à mesa onde esteja o Gustavo’.”

FHC - 21 DE MAIO DE 1996 escreveu:“Sábado, recebi o Edmar Bacha. (...) Ele acha que não se pode mexer no Gustavo Franco por causa do símbolo do câmbio, e porque ele está com muito apoio dos empresários. Se houvesse mudança, ele acha que é melhor botar o Gustavo Franco como presidente do Banco Central. Eu digo: ‘Só se for para demitir o Serra. E isso não, porque eu não quero’.

Demos voltas e voltas para ver quem podia ser no caso de o Pedro Malan sair se o Gustavo saísse, mas não se chegou a nenhuma sugestão mais expressiva. (...) Digo: ‘Não há nenhum empresário, nenhum economista com maturidade, o único seria o Simonsen, que está fora de combate; também não temos ninguém na área política. É por isso que as coisas estão no ponto em que estão com esse conflito, esse dissenso que o Bacha acha grave. Não há mais um time econômico, a oposição entre o Serra e a turma da Fazenda é muito grande. Eu sabia desde o início do governo, era inevitável. Vou ter que resolver isso, sabe Deus como’.”


Resolveu apenas parcialmente. Serra saiu em junho de 1996 para concorrer à prefeitura de São Paulo. Derrotado, assumiu sua cadeira no Senado. Voltaria ao governo em 1998, no segundo mandato de Fernando Henrique, no Ministério da Saúde – uma Pasta mais distante do dinheiro e próxima do eleitorado. Candidato à Presidência pelo PSDB em 2002, Serra não defendeu o governo de Fernando Henrique. Lula venceu e deu início ao ciclo do PT no poder.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Nov 09, 2015 5:14 pm
por Bourne
César Hidalgo: Só a educação é pouco

O físico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) diz que o grande motor do desenvolvimento é a capacidade da sociedade de armazenar e processar o conhecimento

Expoente do exponencial Media Lab, um dos mais inovadores centros de estudos do conhecimento do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, o físico chileno César Hidalgo ganhou renome por traduzir em gráficos engenhosos grandes massas de informação. Seu campo de estudo é ainda mais amplo. Em 2009, em parceria com o economista venezuelano Ricardo Hausmann, de Harvard, ele pôs de pé um índice para medir a complexidade econômica. Isso o levou a uma empreitada ambiciosa. No recém-lançado Why Information Grows (Por que a Informação Aumenta), ele segue a trilha aberta por Robert Solow, ganhador do Nobel de Economia, para quem não há crescimento sustentável sem educação e conhecimento.

Quais são as consequências práticas de tentar entender os mecanismos do crescimento econômico pela ótica da tecnologia da informação?

O conceito de informação que utilizo não é o da linguagem cotidiana - aquilo que encontramos em uma página de jornal ou em um tuíte. Meu conceito vem da física, a disciplina em que me formei. Informação, nesse contexto, é um sinônimo aproximado de ordem, de estrutura. No mundo das coisas criadas pelo homem, tanto um cesto de vime quanto um carro movido a energia elétrica são portadores de informação. Eles são constituídos de tais e tais materiais, processados desta ou daquela maneira, construídos de certa forma. O que varia é a complexidade da informação. No carro elétrico, ela é muito maior que no cesto de vime. Por que alguns grupos humanos só são capazes de produzir cestos, enquanto outros são capazes de construir carros?

Como um grupo do primeiro tipo pode se transformar em um do segundo?

A forma de raciocínio que proponho lança luz sobre essas perguntas, ao desvelar como uma sociedade acumula e processa informação e como traduz isso em riqueza material. As economias mais pujantes são justamente as mais eficientes nesse campo. Dito de outra maneira, o crescimento de uma economia deriva do aumento da informação embutida nela.

Pode-se resumir tudo em melhorar a educação?

Sim e não. Associar investimentos em educação a desenvolvimento é uma armadilha, porque a complexidade econômica requer mais que isso. Para um país se desenvolver, não basta ter gente educada. É preciso ter gente educada e capaz de trabalhar de maneira coordenada com outras pessoas e equipes. Voltando ao exemplo anterior, um cesto de vime pode ser feito por uma única pessoa. É um saber que se passa de pai para filho. A cadeia de conhecimento envolvida na criação de um carro elétrico é imensamente maior. Em meu livro, estudo os casos de Gana e Tailândia. Entre 1960 e 2010, Gana investiu mais em educação e alcançou um nível de escolaridade melhor que o da Tailândia. Mas a estrutura produtiva de Gana, ou seja, o que essas pessoas eram capazes de fazer quando se reuniam em equipe, não era de alta complexidade. Eram produtos muito simples, às vezes rudimentares. O esforço educacional em Gana não se traduziu em aumento de sua complexidade econômica. A Tailândia, apesar de ter uma média educacional mais baixa, cresceu muito mais rápido, porque outros elementos culturais favoreciam o trabalho em equipe, a combinação de conhecimento em cadeias produtivas e mercadorias finais muito mais complexas.

Em que circunstâncias o investimento educacional é mais produtivo?

Um país não se desenvolve sem alguns pressupostos materiais, como um bom sistema de transporte e comunicações, e sem níveis mínimos de segurança pública, segurança jurídica e respeito aos contratos. Enfim, fatores que afetam a capacidade de criação e execução de pessoas trabalhando em grupo. O Brasil desenvolveu, nos últimos anos, políticas louváveis de redução da desigualdade e desenvolvimento social. Mas o melhor gestor da inclusão social não é o Estado. Os países onde a desigualdade é mais baixa são justamente aqueles em que o grau de complexidade econômica é mais alto. As economias de alta complexidade, ou seja, aquelas em que os fatores econômicos, educacionais e tecnológicos se entrelaçam em relações de interdependência e de subordinação, põem em funcionamento um círculo virtuoso altamente inclusivo.

Como medir a complexidade de uma economia?

Desde 2009, desenvolvo, com colegas de diversas disciplinas, um indicador sobre isso, o Economic Complexity Index (ECI). Ele tem uma versão brasileira, o
DataViva, fruto de uma parceria entre o MIT e o governo do Estado de Minas Gerais. O índice atribui um peso à informação contida em cada produto, do material à tec­nologia e aos processos de gestão necessários para que ele seja criado. A complexidade dos produtos de uma região revela muito mais sobre ela do que o produto interno bruto (PIB), pois reflete os investimentos em educação e o tempo de escolaridade da população. São José dos Campos, em São Paulo, o berço da Embraer, é um centro produtor e exportador de aviões. Portanto, juntam-se ali pes­soas que entendem de física, outras que sabem desenhar fuselagens e asas ou que dominam a tecnologia da informação. A análise da complexidade de cidades como São José dos Campos e dos produtos que saem delas serve de base para estabelecer políticas que aumentem o potencial de crescimento de muitas regiões.

O PIB não mede essas complexidades?

O PIB é uma medida agregada, que consiste na soma de produtos e serviços em uma economia. Ele não considera os elementos que fazem um país funcionar. O PIB pode ser exatamente o mesmo para uma economia que produza carros e aviões e outra que exporte bananas e carvão, ainda que elas tenham um DNA completamente diferente. O PIB não discerne a capacidade produtiva de uma região, e isso faz dele um indicador incompleto.

As nações de economia mais complexa são mais resistentes às crises periódicas do capitalismo?

Sim. Pelo indicador de complexidade, podemos saber se um país tem estrutura produtiva capaz de absorver os investimentos e transformá-los em riqueza. Muitos países apresentam renda per capita alta e crescimento razoável, mesmo sem ter indústrias ou capacidade tecnológica. É o caso da Grécia antes da crise. No outro extremo, situam-se a China e a Índia, países de baixa renda per capita mas de economia complexa e amplos recursos tecnológicos e de conhecimento especializado. Os investimentos na China e na Índia se traduzem rapidamente em crescimento econômico que evolui rumo a uma situação de equilíbrio estável entre produção e renda. A Grécia, por seu turno, derreteu quando o dinheiro deixou de entrar. Não há muita dúvida sobre qual modelo tem mais capacidade de sobreviver aos grandes solavancos financeiros.

Parte do trabalho do MIT Media Lab é criar maneiras de apresentar dados complexos e conhecimento em gráficos. Qual é a importância da visualização de dados no processo de apreensão da informação?

Somos programados biologicamente de tal forma que visualizar imagens funciona muito melhor para a captação de informações do que ouvir, sentir ou interpretar códigos alfabéticos ou numéricos. Os seres humanos precisam ver para crer. Usada da maneira adequada, a visualização é muito mais eficiente do que limitar-se às palavras. Transformar em imagens os volumes gigantescos de dados que circulam pelo mundo digital torna muito mais fácil entender seu significado. As ferramentas de visualização de dados que produzimos no Media Lab permitem a gestores de empresas ou administradores de cidades entender mais rapidamente fenômenos muito complexos.

A perda de espaço da indústria para o setor de serviços é a característica definidora da economia brasileira atual. Do ponto de vista do índice de complexidade, isso é ruim?

O processo constante de desindustrialização do Brasil, combinado com o aumento das barreiras comerciais, é um retrocesso. No começo deste século, o país exportava muito mais maquinário, produtos químicos e ônibus do que hoje. O peso desse tipo de exportação diminuiu em relação ao das matérias-primas. Exportar commodities e ter um setor de serviços vibrante não é, em si, uma condenação à ruína. Mas priorizar isso em detrimento de desenvolver uma indústria eficiente e mundialmente competitiva é um erro grave. O Brasil, a meu ver, deveria reavaliar a prática de dar benefícios eternos a indústrias incapazes de competir com os produtos importados. A retirada dos benefícios em um ritmo suficientemente lento para evitar quebradeira criaria um efeito revolucionário no país.

A abordagem ideológica das questões econômicas ainda tem lugar?

Argumentações ideológicas têm como premissa o fato de que a verdade absoluta existe e está registrada no livro de algum economista ou filósofo morto. Isso freia a liberdade de pensamento e a execução de políticas pragmáticas em qualquer área do conhecimento, em especial na economia. A argumentação científica, por outro lado, pressupõe que o ponto de partida para tudo é a ignorância, e não o dogma.

A complexidade que se vê no Vale do Silício, nos Estados Unidos, é a prova de que sua teoria está certa?
O que se observa no Vale do Silício é uma interação altamente complexa entre grupos, e não entre expressões indivi­duais de conhecimento. A educação de qualidade, o estímulo e as oportunidades se combinaram ali para o surgimento de numerosos grupos de exce­lência. O Vale se tornou um sistema tão complexo de produção de conhecimento que seu funcionamento independe de um indivíduo qualquer. A melhor cabeça poderia desaparecer agora de lá e isso não faria a menor diferença. O sistema continuaria funcionando e aprimorando-se. A questão mais interessante que o exemplo nos propõe é por que, havendo tanto dinheiro e a mesma educação de qualidade em outras regiões dos Estados Unidos, não surgiram outros polos tão inovadores. Por que o corredor tecnológico de Boston, com tantas universidades de primeiro nível, foi superado pelo Vale do Silício? Por que o Brasil é menos desenvolvido que os Estados Unidos? A resposta é a mesma. Tudo depende da forma como as pessoas e as empresas se integram em redes complexas.

Há atalhos para uma economia saltar da condição de baixa para alta complexidade?

Infelizmente, esse é um processo que requer tempo e esforço. Nos países mal servidos de tecnologia, o dinheiro e as oportunidades gravitam em torno de indústrias velhas. A abertura comercial e a liberdade para o fluxo de pessoas e ideias são a receita para quebrar o marasmo. Para que o conhecimento circule, não basta recorrer à internet, é preciso que um país esteja aberto a trabalhar com grupos de outras nações, esteja apto a receber empresas de outros lugares e, da mesma forma, consiga inserir seus produtos numa cadeia global. É vital entender a economia como um armazenador e processador de dados. A economia só cresce se a capacidade de processamento se amplia, agregando pessoas qualificadas, empreendedoras e que confiam umas nas outras.

Por que a confiança é importante?

A confiança diminui o custo de transação. Com ela, é mais fácil interagir, os vínculos são mais sólidos e mais duradouros. Só assim é possível participar de redes amplas, acumular conhecimento e, eventualmente, atingir graus mais altos de complexidade. Sociedades com baixo grau de confiança organizam-se em redes sociais menores e mais frágeis, em que menos informação circula e a chance de fazer coisas complexas é menor. A corrupção, sobretudo combinada com a impunidade, é o indicador mais forte da falta de confiança em uma sociedade. É o veneno que mata o desenvolvimento e a inovação.

http://veja.abril.com.br/noticia/econom ... o-e-pouco/

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Nov 10, 2015 12:03 am
por Mathias
Quem tem umas histórias bem interessantes sobre FHC e que poderiam estar no seu diário, é Ciro Gomes, especialmente uma que trata da escolha do candidato à sucessão de Itamar Franco.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Nov 10, 2015 11:41 am
por Bourne
Debates Brasilianas.org - Rebaixamento da nota de risco do Brasil (TV Brasil) 02.11.2015



Fonte:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Nov 10, 2015 3:07 pm
por Mathias
Muito melhor que a GLOBONEWS e seus "especialistas" do PSDB.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Nov 10, 2015 4:43 pm
por Bolovo
Aumentam na Europa as vendas de "O Capital" de Karl Marx.

http://www.bbc.co.uk/programmes/p03760c ... ws_central


mmatuso está certo... o comunismo é iminente!

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Nov 10, 2015 9:55 pm
por prp

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Nov 11, 2015 12:30 pm
por akivrx78
"O problema no Brasil é que a história não está do lado de vocês", diz Nobel de Economia
Paul Krugman destacou em palestra que o País enfrenta dificuldades, mas pessimismo com relação ao Brasil é exagerado: "daqui algum tempo verão que houve um excesso de pessimismo"

Por Lara Rizério
|8h21 | 11-11-2015

SÃO PAULO - Ao contrário do observado por muitos economistas, o Nobel de 2008 Paul Krugman afirma que está menos pessimista no médio prazo, mas que não vê um futuro muito brilhante para o País no longo prazo.

Em palestra realizada na última terça-feira (10) na HSM ExpoManagement, o economista afirmou que não há sinais de que o Brasil venha a se tornar num futuro breve um País desenvolvido, como no caso da Coreia do Sul e que nem na década de ouro do País havia sinais disso. "É claro que nós ainda queremos ver o Brasil parecido com a Coreia do Sul, mas ainda não vejo nenhum sinal de que está caminhando nessa direção". Isso porque o País nunca experimentou um forte crescimento de produtividade. Porém, não há sinais de "catástrofe".

"O Brasil tem muita força, mas não tinha um crescimento que justificasse um crescimento como da Coreia do Sul. A popularidade foi muito passageira", afirma o economista. “O Brasil num futuro não muito distante, daqui a um ou dois anos, vai começar a ver uma grande reviravolta. Vai ser uma virada e vai parecer que o declínio da sua moeda era transitório, afirmou Krugman. Para ele, o Brasil não tem um grande problema com a inflação nem com a sua situação fiscal, mas reconhece que a situação é grave, embora não seja extrema. “O Brasil sempre teve muito dinamismo e muito empreendedorismo, mas nunca teve o crescimento de produtividade profundo que deveria ter tido”.

Paul Krugman destaca otimismo contido com o Brasil (Bloomberg)

Krugman ainda fez uma comparação entre o Brasil e o Canadá para destacar como cada país reage às dificuldades econômicas em meio à queda dos preços de commodities. Ele afirma que os formuladores de política brasileiros agem com mais pânico em relação aos canadenses. Lá, mesmo sem ter um futuro tão otimista para o país, ninguém espera uma "catástrofe", o que é diferente do Brasil. "No Canadá não houve esse pânico que houve aqui. O governo elevou algumas taxas, mas não elevou juros e até propõe aumentar as despesas para estimular as empresas a investirem em infraestrutura" disse. "Eles se sentem capazes de sentirem relaxados.O problema aqui no Brasil é que a história não está do lado de vocês".

Para Krugman, o país pode sair da crise assim que a inflação cair e o Banco Central puder reduzir as taxas de juros. Porém, agora, em um País com um problema histórico de alta inflação e política fiscal faz com que a credibilidade seja ameaçada. "Não conheço bem a política brasileira, mas o governo atual tem sim problemas específicos", afima, destacando as acusações de gastos que fugiram do controle e corrupção que diminuem a credibilidade e afetam as perspectivas sobre o País.

A difícil perspectiva nesse cenário impede que o governo fique parado. De alguma forma, o Brasil passou a se comportar como a Grécia, afirma. "Vimos lá o aumento imediato das taxas de juros quando houve a perda de confiança, as políticas de austeridade foram muito rígidas e criou-se um choque que se transformou numa catástrofe. O Brasil não está em uma situação tão grave, mas caminha na mesma direção". Para ele, ainda há equívoco no corte de despesas, "ao invés de aumentar as despesas temporiamente", enquanto há aumento de taxas pelo Banco Central para conter uma inflação que não abaixa e os choques orçamentários. "Isso acontece não porque os formuladores de políticas são burros, é porque há pânico, exagero", disse.

O americano afirma ainda que o Brasil "saiu de moda" na mídia mundial, o que levou o país a sofrer um "choque duplo". Se antes só se via as qualidades, agora só se vê os problemas. "Daqui algum tempo verão que houve um excesso de pessimismo", ressaltou.

O economista ainda aponta para um novo risco para a economia global, com uma crise desta vez derivada da desaceleração do crescimento chinês, levando a uma depreciação adicional no preço de commodities, deflação espalhada pelo mundo e baixo crescimento tanto nos países desenvolvidos quando nos emergentes. "Não acredito muito nessa possibilidade, gostaria de estar mais certo sobre isso. Mas será uma crise menor do que a de 2008 porque não há contaminação nos ativos financeiros", afirma, ressaltando que a maior parte dos mercados financeiros se concentram ainda nos EUA e na Europa.

A economia mundial, constata Krugman, está deprimida de forma persistente, o que deveria inviabilizar a alta de juros pelo Federal Reserve, apesar de acreditar que os juros subirão na próxima reunião da autoridade monetária, em dezembro. "Será um grande equívoco", afirma, avaliando que haverá uma pressão adicional pela valorização do dólar em relação às moedas emergentes e aos preços das commodities.

http://www.infomoney.com.br/mercados/no ... -diz-nobel