SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
a amazônia brasileira tem vários tipos de vegetação, essa que você descreve, leandro, é uma delas. essa é a floresta de terras altas onde as águas dos principais rios nunca a atingem mas se ler mais sobre a floresta amazônica vai descobrir que tem até tipos semelhantes a vietnamita, embora as florestas do congo, de bórneu, de sumatra e da malásia são mesmo as que mais se parecem com a nossa. a floresta não é plana como muitos pensam, ela é altos e baixos, os chamados socavões. e na parte baixa sempre água de igarapés ou similares. difícil pra deslocamento de grandes grupos e muitos petrechos. a logística sofre. e muito. com relação ao uso de submetralhadoras e escopetas como substitutas dos fuzis, eu esqueceria. a escopeta só mesmo pra esclarecedores. munição muito pesada e só serve pro combate aproximado. você tem que atirar na outra margem do rio e aí, como faz? a sub sofre de munição com pouco poder de alcance e perfuração, só mesmo pra poucas ocasiões de uso e por tropas especiais. o IA2 5.56 e mais um FAP IA2 5.56 resolvem o caso. se vamos continuar de FAL e FAP 7.62 que pelo menos os FALs passem pra nova versão de cano curto. 10 cm a menos e duzentos e poucos gramas fazem muita diferença na mata.
- dalton romao
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
quem quiser saber mais sobre a floresta amazônica aí vai link.
http://www.cartilhasecia.com.br/cartilh ... 021-80.pdf
http://www.cartilhasecia.com.br/cartilh ... 021-80.pdf
- dalton romao
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
Mas a Alemanha faz parte da OTAN, não faria sentido mudar de calibre.Bolovo escreveu:Esse tipo de munição é muito cara, lembrem-se disso. Algum exercito do mundo adotou a P-90 ou MP-7 aos montes? Talvez nem a Alemanha! Arma e munição caras para, restringindo para as operações especiais e policias mundo afora. O Brasil gosta do FAL pq tem toda uma logística que faz esse fuzil ter a melhor característica para a nossa realidade: ele é muito barato, devido a munição 7,62mm é muito barata, fabricada aos montes. A mudança desse calibre só é possível para o 5,56mm e nenhum outro, pois é uma munição fabricada logo em seguida em quantidade. É isso, do mesmo jeito que falam que o fuzil tem que ser barato, a munição também tem que ser, alias, até mais, afinal é o combustível da coisa.
Se o calibre fosse 5.56 x alguma coisa facilitaria a fabricação, pois só precisaríamos fabricar estojos diferentes. Exatamente como a China pretende/faz, com o 5.8 mm, tanto para pistola, quando para fuzil.
- cabeça de martelo
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
A questão Gabriel é que o que se está a ver é que se calhar o melhor não é 5.56 e qualquer coisa, mas sim 7 e qualquer coisa. Não será assim para todas as situações nem para todas as Tropas, mas no geral... sim.
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
A floresta Amazônica não há muitos obstáculos como no Vietnam. Esse tipo de munição só se "separa" em 2 após atingir algo muito duro, como colete ou roupas junta ao corpo, tanto que se separa após um tempo dentro do corpo do alvo.Marechal-do-ar escreveu:Para um projetil que sai do cano com pouca energia, atravessa x metros de ar, folhas, e seja la o que tiver no caminho, mais um colete, pele, ossos (?) e ai se divide em dois, quanta energia esses dois pedaços terão? O dano causado por cada um desses pedaços pode ser limitado demais para realmente abater o alvo, a idéia de qualquer projetil é transmitir sua energia cinética ao alvo mas, para isso, o pre-requisito é que esse projetil tenha energia cinética.gabriel219 escreveu:Marechal, sobre o 5.7 x 28 mm, existe uma munição chamada C2F ou B2F, que, após o impacto e penetração de roupas ou algum colete, a munição de divide em 2 no meio do sujeito, causando danos muito graves. Como é um calibre relativamente pequeno, sendo assim menor recuo, terá possibilidade de acertar o alvo com mais disparos, causando muito mais danos ao alvo, somando isso a munição C2F então...
Apesar de ser a favor do 5.56 x 45 mm mesmo, penso que esses tipos de calibre podem ser a solução para combates em Selva, onde você combate de muito perto e poderá alvejar o inimigo mais vezes, além dos benefícios de serem leves, podendo aliviar o soldado e transportar mais munição ou até mais granadas.
E por fim e respondendo ao Bolovo, essas armas só foram adotadas como armas de defesa pessoal, sendo assim, não são muito usadas.
O mesmo não se separaria ao atingir galhos ou folhas, talvez em troncos.
O dano superficial é menor, mas dentro do corpo do sujeito é enorme. Se acertar o peito do sujeito com 2 disparos dessa munição, é praticamente impossível ficar vivo.
Em testes se mostrou bastante eficiente.
Vi valores da munição e não é muito cara não, pela eficiência que teria, tem melhor custo benefício do que um 9 x 19 mm.
Pelo menos isso é dito em testes.
Sobre não ser largamente usado, sabemos bem que os calibres vem de países da OTAN e a OTAN só muda algo SE o EUA quiser. Não faria sentido países da OTAN, que buscam o máximo de padronização possível, trocar o 9 x 19 mm por outro calibre.
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
De minha parte, o tópico cumpriu sua finalidade - para mim, que gosto de aprender e não morro defendendo conceito depois que me provaram que é furado, como foi o caso aqui - ou seja, se eu tinha alguma resistência ao 5,56 - e tinha - bueno, não tenho mais. Uma arma do porte e calibre da M4 (não digo que tenha que ser esta arma, apenas uma com dimensões e peso similares) seria para mim ideal em um TO como o da Amazônia.
Concordo, portanto, com os colegas que afirmam ser um fuzil curto com calibre leve preferível a uma sub.
Concordo, portanto, com os colegas que afirmam ser um fuzil curto com calibre leve preferível a uma sub.
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
Se é para ter stopping power acima de tudo, porque não um fuzil no calibre 35 x 228 mm?Arataca escreveu:Prezados,
As munições 5.7 da FN Herstal e 4.6 da HK não foram adotadas por duas razões:
- munição muito cara relativamente as outras que substituiriam,
- mas principalmente por baixo stopping power, ou seja muito pouca energia cinética, quase metade de um 9 mm, por ex.
mas as armas são excelentes.
1 abraço
Com a munição C2F/B2F da 5.7 x 28 mm, você tem um belo poder de parada, multiplicando os danos por 2. Como o calibre tem boa precisão e recuo pequeno, você tem a possibilidade de atingir o alvo muito mais vezes, aliado com o tipo da munição C2F/B2F então...
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
Túlio, os vossos Comandos e Operações Especiais quando estão na Amazónia o que usam? M4? FAL?
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
M4A1 como fz pdr e a MINIMI SPW como metralhadora leve. Alias, na Amazônia temos a 3ª Companhia de Forças Especiais que é subordinado direto ao Comando Militar da Amazônia e o equipamento deles é exatamente o mesmo da Brigada de Operações Especiais de Goiânia. Algumas matérias de uma emissora da região mostram esses armamentos da 3ª Companhia...cabeça de martelo escreveu:Túlio, os vossos Comandos e Operações Especiais quando estão na Amazónia o que usam? M4? FAL?
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
Sim cabeça, entendo, mas como foi dito aqui, combates em Selva seria de curto alcance e não longo. Nenhum calibre, a não ser 30 mm para cima, vai perfurar os troncos de árvores da amazônia.cabeça de martelo escreveu:A questão Gabriel é que o que se está a ver é que se calhar o melhor não é 5.56 e qualquer coisa, mas sim 7 e qualquer coisa. Não será assim para todas as situações nem para todas as Tropas, mas no geral... sim.
O tipo de munição B2F se espatifa dentro do corpo do combatente, após perfurar algum colete ou roupa mais reforçada, o que dá um poder de parada enorme, já que a energia cinética seria mais distribuída pelo corpo do infeliz.
Como a munição é leve, pode se transportada mais munição para o soldado ou até dar prioridade a carregar mais granadas e etc. Isso seria uma boa vantagem na Selva, muita munição, pois a logística e ressuprimento da tropa seria difícil.
Eu prefiro mesmo o 5.56 x 45 mm, mas porque não estudar uma versão menor do 5.56 para SMG's, pistolas, PDW's e armamentos CQB ou até mesmo de selva?
Um abraço.
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
De 99% para 99.9% é uma grande diferença, não?gabriel219 escreveu:Se é para ter stopping power acima de tudo, porque não um fuzil no calibre 35 x 228 mm?
Multiplicado por 2 não porque cada fragmento tem metade da energia, e a enrgia inicial já é baixa.gabriel219 escreveu:Com a munição C2F/B2F da 5.7 x 28 mm, você tem um belo poder de parada, multiplicando os danos por 2.
Ter recuo baixo ajuda mas eu não contaria com o segundo disparo a menos que a arma esteja preparada para isso como a AN94, com a P80 em uma distância um pouco maior não haverá segundo acerto.gabriel219 escreveu:Como o calibre tem boa precisão e recuo pequeno, você tem a possibilidade de atingir o alvo muito mais vezes, aliado com o tipo da munição C2F/B2F então...
E se for para carregar dois cartuchos 5,7x28, não é melhor levar logo um 5,56x45?
Um calibre menor para SMG eu até acho uma boa idéia, mas por favor, não crie outro calibre, será que o .17 hornet não satisfaz as SMGs?
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- cabeça de martelo
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
Ai meu Deus... eu tinha medo de estar ao lado delas numa carreira de tiro...Bolovo escreveu:M4A1 como fz pdr e a MINIMI SPW como metralhadora leve. Alias, na Amazônia temos a 3ª Companhia de Forças Especiais que é subordinado direto ao Comando Militar da Amazônia e o equipamento deles é exatamente o mesmo da Brigada de Operações Especiais de Goiânia. Algumas matérias de uma emissora da região mostram esses armamentos da 3ª Companhia...cabeça de martelo escreveu:Túlio, os vossos Comandos e Operações Especiais quando estão na Amazónia o que usam? M4? FAL?

Em relação ao resto, excelente como seria de esperar.
- gabriel219
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Re: SELVA: FUZIL, SMG OU ESPINGARDA?
Marechal-do-ar escreveu:De 99% para 99.9% é uma grande diferença, não?gabriel219 escreveu:Se é para ter stopping power acima de tudo, porque não um fuzil no calibre 35 x 228 mm?
Sim.Multiplicado por 2 não porque cada fragmento tem metade da energia, e a enrgia inicial já é baixa.gabriel219 escreveu:Com a munição C2F/B2F da 5.7 x 28 mm, você tem um belo poder de parada, multiplicando os danos por 2.
É baixa, mas pelo diâmetro da munição, porque sua velocidade é bem alta.
Os projéteis iram se separar a 1 cm perto do coração ou até menos, tendo mais chances de acertar, não só o coração, mas também os pulmões, o que causaria morte do soldado em poucos segundos, se não morresse no momento.
A dissipação da energia causada por calibres 9 x 19 mm e .40, segundo algumas fontes que pesquisei, são superficiais, ou seja, a energia se desgastaria mais no impacto ao alvo do que dentro do corpo do alvo. Já o tipo da munição C2F/B2F não, dados superficiais mínimos, mas a maior quantidade de energia cinética seria dissipada dentro do corpo do alvo.
Isso é o que revela a fonte, mas não sei se é verdade, gostaria de que um amigo nosso que entenda mais do que eu podesse me corrigir.Ter recuo baixo ajuda mas eu não contaria com o segundo disparo a menos que a arma esteja preparada para isso como a AN94, com a P80 em uma distância um pouco maior não haverá segundo acerto.gabriel219 escreveu:Como o calibre tem boa precisão e recuo pequeno, você tem a possibilidade de atingir o alvo muito mais vezes, aliado com o tipo da munição C2F/B2F então...
E se for para carregar dois cartuchos 5,7x28, não é melhor levar logo um 5,56x45?
Um calibre menor para SMG eu até acho uma boa idéia, mas por favor, não crie outro calibre, será que o .17 hornet não satisfaz as SMGs?
Não Marechal, eu sou a favo do 5.56 x 45 mm, mas testar calibres do tipo seria uma boa não só para o cenário (SE fosse aprovado), mas para outras categorias.
Um abraço.