lobo_guara escreveu:Boa a discussão, pena que estou chegando meio atrasado, mas penso principalmente que somente as ações do dia-a-dia das nossas FFAA já justificariam a existência de um Air Mobility Command, conforme proposto pelo Talha, também acredito que seria passível de análise pelos especialistas a transferência de algumas atribuições conforme proposto pelo Clermont, como a Patrulha Naval para a MB e a AAAer para a FAB (restando ao EB a defesa AAAer das suas próprias unidades).
A questão das atribuições ao meu ver é secundária. Não importa saber quem faz isso ou aquilo sem que antes possamos garantir um fluxo de recursos constante para a DEFESA em si. Por exemplo, se a FAB receber recursos suficientes para apoiar o transporte tático e estratégico do EB, não vejo necessidade da Força Terrestre em ter esse tipo de atribuição. O mesmo vale para a Patrulha Marítima e assim sucessivamente.
Entretanto outra possibilidade, que não foi feita até aqui e que me atreveria a considerar seria a criação de uma quarta força federal estilo Guarda Costeira Americana capaz de ser responsável pelo patrulhamento naval do país (tanto por meios marítimos e aéreos), possibilitando a redução de atribuições da MB nessa área e sua maior dedicação as tividades de uma marinha de mar-azul como a nossa.
Ao invés de resolver um problema, cria-se outro. Mais uma força com recursos insuficientes, mais um gasto em infra-estrutura, pessoal, etc.
Melhor que isso é garantir recursos mínimos à MB para que ela possa repassar aos seus Distritos Navais que cumprem a função.
Além disso, concordo que já esta mais do que na hora de tirar todas as atribuições relativas a aviação cívil (inclusive controle aéreo) do âmbito militar, isso é coisa de país pobre, não é o caso do Brasil Aviação Cívil é matéria do Ministério dos Transportes e ponto!
Tudo bem, mas aí você vai ter que definir como fica a questão dos CINDACTAS. Vai criar outro sistema de radarização exclusivamente militar? Vai manter como está? Como você faz com o pessoal da FAB que está nessa área? Baixa compulsória? Transfere pra onde? Não é tão simples.
Por fim acho que o papel das FFAA no Brasil não deve ser limitado apenas ao seu emprego militar, pois isso significaria o seu afastamento de seu povo e acabaria por gerar dúvidas sobre a sua importância junto a população. Num país das dimensões do Brasil com as diferenças regionais em termos culturais, sociais e econômicos as FFAA devem sim buscar estreitar os elos de ligação com o povo pois tornam-se um importante elemento de nossa nacionalidade. Além disso seria um grande disperdício de recursos negar o emprego da infra-estrutura das forças armadas (tais como seus meios de transporte, comunicação, hospitais, engenharia, etc.) a favor de atividades cívico-sociais, de defesa cívil ou de auxílio a outros ministérios federais como educação, saúde, transportes e demais áreas do governo federal, desde que tais atividades não tragam prejuízo a sua atividade fim, pois considero perfeitamente compatível esse tipo de emprego, além do que, muitas vezes representam oportunidades únicas de testar a capacidade de aprestamento e mobilização de nossos meios militares em uma situação real de emergência nacional.
Absolutamente perfeito! Onde assino?
Eu acho que muitos aqui, na ânsia de criticar, acabam não pensando direito no que escrevem. Questionam o EB fazendo transposição do São Francisco, rodovias, ferrovias, mas não param pra pensar que isso faz parte da manutenção da capacidade do Corpo de Engenharia que é FUNDAMENTAL em uma guerra.
Aliás, sabem como é nos EUA? Um exemplo:
O Corpo de Engenheiros do Exército é responsável pelo planejamento, projeto, construção e gestão dos recursos hídricos dos EUA. Suas tarefas incluem a navegação, a prevenção de inundações, a proteção ambiental e a resposta a desastres naturais.
Mas nós que somos um país rico vamos abrir mão desse tipo de coisa, né?