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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Set 09, 2015 9:42 pm
por mmatuso
Bourne escreveu:Agradeçam ao Nelson Barbosa. Ele conseguiu antecipar algo que tenderia a ocorrer em janeiro/2016 e que tinha chance de ser evitado. A baa de prata foi mandar o orçamento com déficit primário e propor aumento de impostos. Por isso que o mundo não leva à série quem tem PhD na new school economics. Eles ficam lá fazendo miçanga em Manhattan.

O que esperamos para amanhã? Dólar batendo os cinco reais logo, logo.

E mais fechar os canais de financiamento internacional para as grandes empresas; deprimir o mercado acionário devido aos fundões pegar a mala e ir embora; o projeto de concessões em infraestrutura dano-se por que quem tem dinheiro não vai arriscar em país que não tem grau de investimento e, se for, vai querer um retorno maior; cerca de 20% da dívida pública brasileira está na mão de estrangeiros que estão indo embora, sendo jogado no mercado e implicando em maior custo de rolagem.

Enfim, acho que a situação vai durar um pouco mais que o esperado. :roll:
Estava em dúvida se o pior ai acontecer, agora tenho certeza absoluta de que vou contar cada real antes de gastar porque o cenário pode realmente ficar tenebroso nos próximos anos e vendo a inabilidade politica dessa presidenta não existe nenhuma perspectiva de melhora positiva.

Terá que ser um milagre de fora: commodities dispararem, pré-sal virar o pré ouro, outro plano do governo americano jogando doláres aos montes no mercado, china resolver derramar doláres e etc.

Como diria a frase:"Estava a beira do abismo e dei um passo adiante."

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Set 09, 2015 9:51 pm
por Quiron
Eu estava um pouco preocupado com a perda do grau de investimento do Brasil, mas quando escutei o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, falar que é apenas "uma avaliação" e que o governo não vai mudar sua trajetória, fiquei mais tranquilo.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Set 09, 2015 10:06 pm
por Wingate
Preparem-se para submergir... :(





Wingate :roll:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Set 09, 2015 10:17 pm
por Juniorbombeiro
mmatuso escreveu:S&P acabou de rebaixar a nota do Brasil.

Obrigado Dilma, jenia, a obra está quase completa.
Grande coisa!!! :roll: :roll: :roll: A S&P que enfie seus ratings no mesmo lugar que enfiou durante o Crash de 2008. Vivemos mais de 500 anos sem rating, podemos sobreviver a isto.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Set 09, 2015 10:35 pm
por mmatuso
Juniorbombeiro escreveu:
mmatuso escreveu:S&P acabou de rebaixar a nota do Brasil.

Obrigado Dilma, jenia, a obra está quase completa.
Grande coisa!!! :roll: :roll: :roll: A S&P que enfie seus ratings no mesmo lugar que enfiou durante o Crash de 2008. Vivemos mais de 500 anos sem rating, podemos sobreviver a isto.
Manda avisar para a Dilma então que os 100 e tantos bilhões que ela espera arrecadar com licitações não vai dar em nada ano que vem. [003]

Já que muitos possíveis investidores vão optar não injetar dinheiro em país com nível especulativo de rating.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 12:41 am
por Bourne
Não nem optar. As regras internas dos fundões e grandes grupos exigem que para investir tenha determinado grau de confiabilidade que implica no grau de investimento. Ou, em outros casos, que tenham uma taxa de retorno maior do que antes. Além dos efeitos em cadeia negativos sobre capacidade de investimento de empresas nacionais que buscavam dinheiro lá fora ou de instituições financeiras nacionais

Nos dois casos, dano-se. Será necessário repensar a estratégia de investimento e concessões para ano que vem. Talvez, o câmbio desvalorizado ajude para amenizar os custos do investimento inicial, mas a coisa é tão nebulosa que é difícil prever algo.

um exemplo prático, o pedágio do Paraná e São Paulo feito nos anos 1990s é um roubo, algo como 10-15 reais cada 100 km, feio em uma época em que o brasil era pré-falimentar. Enquanto os recentes realizados a partir de 2008/2009 conseguiram valores em torno de 1,20 por 100 km, mais obras e conservação. Parte do milagre estava na facilidade das concessionárias conseguirem recursos baratos.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 12:50 am
por Marechal-do-ar
Para mim isso significa que privatizar alguma coisa agora passou de ideia ruim para ideia estúpida.

Para investimento em infraestrutura funcionar agora só se o governo arregaçar as mangas e fazer.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 1:31 am
por Mathias
Alguém tem a nossa nota em pontos e a referência histórica desses valores ao longo das últimas décadas? O tal de risco Brasil.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 8:28 am
por Juniorbombeiro
Marechal-do-ar escreveu:Para mim isso significa que privatizar alguma coisa agora passou de ideia ruim para ideia estúpida.

Para investimento em infraestrutura funcionar agora só se o governo arregaçar as mangas e fazer.
Poderia especificar quais os investimentos em infraestrutura que o governo vai precisar fazer???

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 8:35 am
por Quiron
A prata de Dilma

Brasil 10.09.15 07:55

"O corte de gastos não chegou às cozinhas dos palácios presidenciais", informa Mônica Bergamo.

"O governo federal vai gastar mais de R$ 215 mil na compra de itens de prata como 22 "réchauds" (recipientes para manter a comida quente) orçados em mais de R$ 4.300 cada um, dez colheres de servir ao custo individual de R$ 303 e cinco espátulas para bolos com preço unitário calculado em R$ 1.166.

Os utensílios serão usados no Palácio do Planalto e nas residências oficiais do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto".

http://www.oantagonista.com/posts/a-prata-de-dilma
"Que comam brioches!"

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 10:05 am
por Wingate
Quiron escreveu:
A prata de Dilma

Brasil 10.09.15 07:55

"O corte de gastos não chegou às cozinhas dos palácios presidenciais", informa Mônica Bergamo.

"O governo federal vai gastar mais de R$ 215 mil na compra de itens de prata como 22 "réchauds" (recipientes para manter a comida quente) orçados em mais de R$ 4.300 cada um, dez colheres de servir ao custo individual de R$ 303 e cinco espátulas para bolos com preço unitário calculado em R$ 1.166.

Os utensílios serão usados no Palácio do Planalto e nas residências oficiais do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto".

http://www.oantagonista.com/posts/a-prata-de-dilma
"Que comam brioches!"
Esta frase teve funestas consequências:

Imagem


Wingate :shock:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 10:32 am
por LeandroGCard
Eu saio a passeio por uns dias e quando volto a situação está assim :cry: !?!? Acho que da próxima vez nem volto mais... :roll: .

Texto interessante do Celso Ming sobre a questão da política de juros:
Dominância fiscal

Economistas de várias tendências advertem que a política monetária (política de juros) está perdendo eficácia

Celso Ming - Estadão, 09 Setembro 2015

Dia 28 de agosto, no 7.º Congresso da BM&F Bovespa, o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore avisava que a situação das contas públicas ficou tão ruim que o risco iminente é o de que prevaleça o que os economistas chamam de dominância fiscal. É uma situação em que a desordem das finanças assume uma dinâmica própria e tira a capacidade de ação dos juros sobre a inflação. Os juros altos tendem a piorar o quadro fiscal, porque aumentam o tamanho da dívida, na medida em que acabam incorporados ao principal. (No gráfico, a trajetória da dívida.)

Pastore recomendou maior esforço fiscal para controlar as contas públicas e a dívida, para restabelecer a capacidade da política monetária de combater a inflação e criar, assim, as bases para a retomada.

No dia 2, em entrevista ao jornalista Ricardo Leopoldo do Broadcast, Agência Estado, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo também evocou essa perda de força dos juros, mas, ao contrário de Pastore, pediu uma política de recuperação do crescimento econômico, baseada no desmonte do ajuste fiscal comandado pelo ministro Joaquim Levy e na redução dos juros, já que não vêm cumprindo sua função. O Banco Central trataria de buscar convergência para a meta num prazo mais longo e não em apenas 24 meses.

Nesta quarta-feira, dois outros economistas mostraram sua preocupação com o problema. Em palestra realizada em São Paulo, no 12.º Fórum Nacional da Indústria de Aluguel e Automóveis, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco advertiu que “a alta dos juros está funcionando como banhos frios, que resolvem no primeiro momento, baixando a febre, mas que não curam a infecção”. Ele apontou como sintoma da perda de eficácia da política monetária a forte difusão (inflação espalhada demais): “A inflação dos serviços, que é a mais limpa, está batendo nos 10% (em 12 meses), acima da inflação média”.

Também nesta quarta-feira, em entrevista a Fernando Dantas, do Broadcast, o economista Tiago Berriel, professor do Departamento de Economia da PUC-Rio, avisou que “o Brasil pode estar na antessala da dominância fiscal”. Para ele, contas públicas vêm se deteriorando rapidamente, os agentes econômicos pressentem o perigo e correm para o dólar, as cotações do câmbio disparam e a inflação também salta a partir da alta dos produtos importados. Não se conserta isso com chazinhos caseiros. É preciso doses cavalares de antibióticos fiscais. Mas Berriel é cético quanto ao esforço fiscal no governo Dilma, por falta de condições políticas. Nessas circunstâncias, a inflação se encarregaria do ajuste.

O debate sobre se a economia já enfrenta um quadro de dominância fiscal e sobre o que fazer tem tudo para predominar no País nos próximos meses.

Enquanto isso, o Banco Central parece alienado dessas avaliações. Segue dizendo que o quadro das contas públicas pode ser favorável ao combate à inflação. E garante que os juros, hoje nos 14,25% ao ano, acabarão por puxar a inflação de volta para a meta ao final de 2016.
A política de juros não está falhando agora, na verdade ela jamais funcionou como se espera que o faça em países com economia mais racional.

Temos juros reais recordes no mundo há décadas, desde o plano real (antes, com a hiperinflação, era difícil saber o que era juro real e o que era correção monetária) e ainda assim a inflação sempre esteve acima do centro de metas já "frouxas", a maior parte do tempo muito próxima ou até mesmo acima da banda de variação permitida. Amargamos uma estagnação econômica quase permanente por mais de 20 anos sem que a inflação caísse para níveis comparáveis ao que se observa em países civilizados, e só agora os economistas estão percebendo que isso não funciona?

Vamos esperar que pelo menos agora os economistas finalmente percebam que esta receita mágica do "tripé econômico" tão incensada por tanto tempo não funciona nas condições brasileiras, e que busquem e apresentem as alternativas que sempre estiveram disponíveis (desindexação, restrições ao crédito, abertura seletiva da economia, aumento da eficiência do estado e etc...).

O governo não esperava que a perda do grau de investimento chegasse tão depressa. Veio pela Standard & Poor's (S&P). As outras duas agências de classificação de risco, a Moody's e a Fitch, têm as mesmas razões para seguir a S&P. Isso implica rejeição dos títulos do Brasil pelas instituições que só podem manter em carteira títulos de boa qualidade. A perda do grau de investimento é consequência da administração desastrada das contas públicas ao longo do governo Dilma.
É evidente que os erros do Dilma 1 são a causa primária da situação atual, mas sequer mencionar estripulias de Eduardo Cunha e companhia na piora da situação e na decisão da S&P de rebaixar a nossa nota agora é ser no mínimo pouco observador. Não se pode negar que apesar das besteiras anteriores a dentuça e o Levy até estão tentando reverter o rumo da barca, mas ainda assim o congresso insiste em remar o mais forte possível em direção à cachoeira :? .


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 11:32 am
por Bourne
Sabe que tem um grupo de economistas progressistas que achou uma solução mágica: monetiza o déficit :mrgreen: :lol:

O monetizar o déficit consiste em imprimir mais dinheiro e/ou emite mais dívida garantida pelo banco central. Simples assim. Eles garantem que não irá gerar inflação e nem grandes distorções. O motivo é que a teoria heterodoxa e verdadeira diz que não ocorrerá. Ao mesmo tempo em que se atacará o problema central da capacidade de gastos do governo que agrava a falta de demanda, este sim a origem de todos os males atuais. Os outros efeitos são positivos como acentuar a desvalorização do real que eleva a exportação, os juros vão cair por ação direta do bancos central, o governo terá facilidade de se financiar e, finalmente, irá ativar o ciclo virtuosos de crescimento com baixa inflação.

Parece loucura? Sim e é. Isso é discurso de presidente de centro acadêmico dos anos 1990s que eram bermelho e acreditavam em soluções mágicas. O pior gente acadêmica com doutorado e, potencialmente, influenciador de decisões de estado que defendem essas loucuras. O agravante que se de um lado choca quem é da área, de outro é apoiado pelos que não são e querem soluções mágicas. Tudo bem que nos países desenvolvidos também tenham malucos, mas eles não passam da imprensa e de apoio do cidadão médio, sendo motivo de piada na estrutura de governo e acadêmica.

Ou seja, é uma queda brutal da qualidade do debate por soluções reais. Saí o José Oreiro/Nelson marconi com tentativas de propostas realistas de reforma de estado, melhor eficiências, garantir solidez fiscal e outras besteiras que são irrelevantes. Enquanto entra em cena a laura carvalho com discurso de centro acadêmico em que acha que tudo é problema de demanda e não existem limites para o endividamento públicos e Paulo Bastos que pensa que está na europa.

Exemplo do primarismo do discurso de centro acadêmico:

:arrow: Laura Carvalho em que tudo problema de demanda

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/la ... -can.shtml

:arrow: Paulo Bastos em que pensar que o brasil está na mesma situação da europa.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opinia ... icao.shtml


Não se desesperem. A lei de responsabilidade fiscal proíbe esse tipo de loucura. Monetizar déficit estava em uma das origens da hiperinflação e descontrole das finanças públicas dos anos 1980s.

------

Depois vejo la´palestra do Otaviano Canuto, o represente do Brasil no FMI, batendo na mesa e se exaltando quando lembra das besteiras acima. Ou, a Daniela Magalhães Prates da Unicamp que trabalha com política financeira internacional o fala o quanto é difícil conviver com esses malucos.

O consolo é que um dia essa onda passará.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 11:49 am
por Marechal-do-ar
Juniorbombeiro escreveu: Poderia especificar quais os investimentos em infraestrutura que o governo vai precisar fazer???
E uma pergunta dessa pouco depois do governo anunciar 170 bi em licitações de infraestrutura...

Bem, falando de cabeça dos pontos que lembro:
1) Faltam terminar estradas ligando o sul ao sudeste
2) Ferrovias para escoar produção agrícola do sul e centro-oeste para os portos
3) Modernizar e ampliar portos
4) É preciso iniciar a construção de novas centrais elétricas para atender a demanda crescente de 2025
5) Linhas de transmissão com maior capacidade para reduzir perdas

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Set 10, 2015 12:04 pm
por Clermont
Bourne escreveu:O consolo é que um dia essa onda passará.
Puro engano seu.

O que passará - já passou - é o Partido dos Trabalhadores.

Mas tais idéias permanecerão e serão incorporadas pelos novos defensores das massas oprimidas.

O REI ESTÁ MORTO!

VIVA O REI!

E o nome deste novo "rei" chama-se PSOL.

Já tem um santo padroeiro, campeão da luta em defesa dos oprimidos (Marcelo Freixo).

Uma "Maria da Conceição Tavares" do séc. XXI (Maria Lúcia Fattorelli).

E a vida no Brasil prosseguirá. Uma vez era o PCB. Depois veio o PC do B. Depois vieram uma multitude de pequenas siglas da era da luta armada. Então surgiu o PT.

Morto o PT vem o PSOL.

E o ciclo recomeça. Simples assim...