Cassio escreveu: ↑Qua Jul 15, 2020 6:19 pm
FCarvalho
Não sei a resposta. Acho que pode ser feito se a FAB quiser e pagar. Mas não acredito que queira e/ou que possa pagar.
A conta seria alta. E se realmente quiser / ou precisar, vale a pena comprar um avião comercial e converter.
No mais, não acho que existia mercado atualmente para um cargueiro nesta categoria.
Até onde consigo saber, a FAB se recente ainda hoje da ausência de um cargo pesado para o Corsário. Mas estranhamente o projeto foi cancelado há dois anos atrás, e, ficou por isso.
Para as necessidades de transporte estratégico que temos, e com o esforço feito para operar via leasing um 767 usado ao longo de 3 anos, no mínimo há de se pensar o porque da FAB não estar correndo atrás de resolver esta questão.
Em todo caso, o projeto chinês chama a atenção por se mostrar um avião que, embora menor que o A400M, consegue dispor de capacidade de carga praticamente igual.
Enfim, já li muitas matérias sobre o Corsário e sobre a operação dos KC-137 e outros tantos textos e entrevistas sobre o transporte estratégico na FAB que só confirmam a necessidade de suprir esta lacuna. E razões não faltam. Só não consigo entender o que levou à decisão pelo cancelamento do programa KC-X, visto a sua inegável necessidade na força aérea.
O Y-20 tem em perspectiva o desenvolvimento de versões Revo e AEW, algo que ainda terá de ser equacionado no nível estratégico quanto aquele na FAB.
Me parece que um pedido da FAB para uma versão "pesada" do KC-390 só se justifique na medida em que ela não encontrar uma solução mais palatável para o KC-X via Airbus/Boeing, ou, resolver inovar e fazer com o avião da Embraer a mesma coisa que os chineses estão vislumbrando para o Y-20, quer seja, um avião para transporte, REVO e AEW. Sem contar outras opções como SAR, EW/SINGIT e por aí vai. Conquanto, neste aspecto entra uma questão mais complicada: teríamos nós demanda suficiente para justificar do ponto de vista econômico e comercial o desenvolvimento deste derivado do KC-390 para equipar virtualmente um único esquadrão? Se tomarmos por base a quantidade de KC-137 operados, ou mesmo de seus antecessores, é uma opção deveras questionável. Por outro lado, no mercado militar internacional não existem aviões na categoria do C-17, com o Il-76 sendo o seu concorrente mais próximo, mas que também está com os dias contados em termos de linha de produção, enquanto o avião americano nem mais é produzido. Restará no curto prazo o Y-20 chinês e o novo projeto russo da Ilyushin que substituirá os modelos Il-76, além do Kawasaki C-2, que está mais para o A400M.
De qualquer forma, como vejo, uma aeronave para complementar eventuais Airbus ou Boeing que venham a ser adquiridos é uma opção válida e por que não dizer, meritória. Se puder ser uma versão esticada ou bombada do KC-390, com payload maior, melhor ainda. Mas caso não seja, nos próximos anos só existirão as opções russas e chinesas na prática.
Há sim, o 1o/2o GT opera hoje os ERJ-145 em missões típicas de aeronaves como o C-17, Y-20 e Il-76. Não vejo nenhum problema equipar este esquadrão com um modelo bombado do KC-390 ou mesmo daqueles últimos aviões. Mesmo que sejam apenas algumas unidades. Algo talvez entre 6 a 9 unidades e estamos bem, já que um A330 MRTT ou KC-767 aqui dificilmente passará de 4 unidades, se muito.
abs