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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 26, 2015 1:45 pm
por mmatuso
A questão é bem essa, tentar.

Pelo o que eu tenho lido parece que esse ano não alcançam a meta fiscal.

Provavelmente impostos vão subir esse ano e o que vem para tentarem atingir e tirar mais dinheiro do povo. :x

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 26, 2015 3:23 pm
por Bourne
Não se preocupe. Por que não há como subir mais a caraga tributária. O que podem é pegar um ou outro para cristo. Na real só dá para cortar subsídios e reduzir a bolsa empresário

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 26, 2015 3:49 pm
por Marechal-do-ar
J.Ricardo escreveu:
Marechal-do-ar escreveu:O aumento dos juros tem efeito de reduzir a inflação a curto prazo e aumentar a longo prazo, por hora, rolou o problema para o futuro.
O aumento dos juros serve para frear o consumo, mas ai vem a pergunta, que consumo?
A relação de ajuste fiscal, juros e inflação pode ser vista de outra maneira, primeiro, os "reais" do governo são infinitos, o "real" é um título de dívida governamental e o governo emite quantos bem entender, e queima quantos bem entender quando põe as mãos nele, mas é uma droga de título porque não paga juros e não tem garantia de recompra, mas mesmo assim, esse título tem uma importância extra, ele representa a produção nacional, mas a produção nacional não aumenta quando o governo emite mais dinheiro, se a quantidade de reais na mão dos outros aumenta e a produção não, cada real se desvaloriza, o que chamamos de inflação, para conter a inflação ou mesmo, valorizar o real é preciso tirar reais de circulação, e o governo faz isso gastando (emitindo) menos, cobrando mais impostos (queimando) ou, de forma temporária, tomando dinheiro emprestado, essa última forma é a mais rápida, mas tem um problema, depois esse dinheiro precisa ser devolvido e com juros.

Dito isso, usar juros como ferramenta até certo ponto é aceitável quando se deseja todos os efeitos colaterais dele, se for para combater um "surto" de inflação até vai porque não existe outra forma mais rápida de fazer isso, mas junto é preciso outras medidas para combater o efeito inverso no longo prazo, outras medidas que no Brasil, por tradição, nunca são aplicadas, alias, a única coisa que se faz por aqui é rezar por um boom de commodities.
LeandroGCard escreveu: - As perdas do setor energético em 2014, causadas pela manutenção das tarifas de energia artificialmente baixas ao longo do ano, foram de 32 bilhões de reais:

- Outra grande fonte de prejuízos com o represamento dos preços foi a conta de combustíveis da Petrobras, que desde 2010 acumula perdas da ordem de 55 bilhões:

Somando ambos os casos, o prejuízo causado por esta incompetência administrativa em entregar a infra-estrutura necessária para manter os custos dentro do previsto e evitar estas situações de defasagem das tarifas a serem bancadas pelos cofres do governo somente em 2014 estariam na faixa dos 43 bilhões de reais. Um valor de fato muito alto, que daria para construir pelo menos duas represas hidrelétricas (ou reatores nucleares) E MAIS duas refinarias, acabando com as fontes dos prejuízos. Somadas, estas duas contas foram a maior causa de prejuízos para os cofres do governo no ano passado (descontando é claro, como sempre, os pagamentos de juros da dívida interna).
Tudo isso é verdade, mas também existe uma outra verdade mais inconveniente:
- Usinas e refinarias não ficam prontas da noite para o dia.

As usinas começaram a construção no governo do Lula, alias, atrasaram o início da construção no governo do Lula com estimativa de conclusão para 2015, mas nunca vejo ninguém culpar o (parcialmente) Lula pela crise atual, diante da impossibilidade de se ter energia suficiente para 2014/2015 e única opção seria não reduzir as tarifas (absurdamente altas, alias) e aumentar o preço dos combustíveis conforme mercado internacional, ai a Dilma faz o contrário, e quando alguém (tipo eu) dizia que as represas estavam baixas e um aumento no consumo poderia significar uma crise elétrica futura, qual era a resposta? Que ainda tinha muita água, era só uma fase de poucas chuvas, e São Pedro era preguiçoso e mais blablabla.

Foi feita muita cagada de 2008 até 2014, mas o que eu quero dizer é, que agora, o que está sendo feito é a única coisa a se fazer, qualquer um que se elegesse presidente faria a mesma coisa, outras coisas, como aumentos de impostos, que seriam necessárias infelizmente não passam pelo congresso, e para piorar, tem gente que ainda acha que existem outras opções!

Na boa... Opção só em 2016.
Wingate escreveu:Nos tempos do Delfim Netto (no Governo Militar) a poupança (tanto na conhecida caderneta quanto em outros fundos) era altamente recomendada ao público.
A poupança é uma forma de direcionar o investimento, no caso, 65% da poupança vai para crédito imobiliário que é o que o governo da época queria incentivar, mas não sei se foi uma boa ideia.
Bourne escreveu:Não se preocupe. Por que não há como subir mais a caraga tributária. O que podem é pegar um ou outro para cristo. Na real só dá para cortar subsídios e reduzir a bolsa empresário
*Importo de renda*

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 26, 2015 5:00 pm
por LeandroGCard
Marechal-do-ar escreveu:Dito isso, usar juros como ferramenta até certo ponto é aceitável quando se deseja todos os efeitos colaterais dele, se for para combater um "surto" de inflação até vai porque não existe outra forma mais rápida de fazer isso, mas junto é preciso outras medidas para combater o efeito inverso no longo prazo, outras medidas que no Brasil, por tradição, nunca são aplicadas, alias, a única coisa que se faz por aqui é rezar por um boom de commodities.
É verdade.

O aumento dos juros deveria ser uma medida pontual e de curto prazo para evitar explosões inflacionárias no caso de surgirem problemas pontuais que não pudessem ter sido evitados. Mas precisaria ser complementado com as medidas necessárias para eliminar as causas reais do aumento da inflação, e mantido pelo menor tempo possível pois é um remédio com efeitos colaterais gravíssimos.

Mas no Brasil, de remédio emergencial virou alimento do dia-a-dia. E o resultado estamos vendo há décadas.

Tudo isso é verdade, mas também existe uma outra verdade mais inconveniente:
- Usinas e refinarias não ficam prontas da noite para o dia.

As usinas começaram a construção no governo do Lula, alias, atrasaram o início da construção no governo do Lula com estimativa de conclusão para 2015, mas nunca vejo ninguém culpar o (parcialmente) Lula pela crise atual, diante da impossibilidade de se ter energia suficiente para 2014/2015 e única opção seria não reduzir as tarifas (absurdamente altas, alias) e aumentar o preço dos combustíveis conforme mercado internacional, ai a Dilma faz o contrário, e quando alguém (tipo eu) dizia que as represas estavam baixas e um aumento no consumo poderia significar uma crise elétrica futura, qual era a resposta? Que ainda tinha muita água, era só uma fase de poucas chuvas, e São Pedro era preguiçoso e mais blablabla.
O problema começou até antes do Lula, quando FHC decidiu que bastaria o governo cortar investimentos e vender estatais para tudo se resolver sozinho, graças à mágica do "deus" mercado. Bastaria agradá-lo e ele resolveria tudo. Deu no que deu, desindustrialização, sumiço dos investimentos, dificuldades cambiais e por fim na quebra do país.

Lula ao ser eleito mudou muito pouca coisa, na preocupação de não melindrar o "deus" mercado, e quando o boom das commodities melhorou as contas externas do país acreditou que estava tudo resolvido e que era só correr para o abraço, sem perceber que todas as reformas e investimentos que precisavam ser feitas não estavam sendo. A crise de 2008 veio para complicar tudo, mas a economia brasileira é muito isolada da internacional e os reflexos aqui foram pequenos. Mas aí acabou o boom das commodities sem que os investimentos que se devia fazer ficassem prontos (alguns sequer começaram), e o crescimento razoável da economia durante este boom ficou insustentável com a alta da demanda de energia e combustíveis sem que a produção nacional acompanhasse, e com a falta de competitividade dos produtos industriais nacionais frente aos importados.

Agora alguns começaram a perceber que falta tudo, para onde quer que se olhe só existem problemas. Mas o governo está paralisado por ter que tomar medidas desesperadas que antes das eleições jurava que não seriam necessárias, e o congresso está nas mãos de malucos que decidiram brincar com o país ao sabor de suas idiossincrasias e picuinhas particulares. E assim caminhamos à deriva, rezando para que de alguma forma as coisas se resolvam sozinhas.

Vamos, ver, quem sabe. Afinal, Deus é brasileiro :roll: .


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 26, 2015 7:20 pm
por Mathias
O que eu vejo é que aqui começa a se repetir o mesmo efeito que aconteceu em todos os países onde a receita de austeridade ortodoxa foi usada.
Recessão e cada vez pior.
A economia não cresce, arrecada menos, a dívida aumenta.
Mais aperto, mais recessão e menos arrecadação ainda.

Vendo como leigo, podem dar cem milhões de explicações, mas o fato é esse, o remédio está matando o doente.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Jul 26, 2015 9:11 pm
por Petry
Só existe uma solução: aumento no fator de produção. Só o aumento da eficiência do produto/serviço nos fará crescer.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jul 27, 2015 1:41 pm
por Marechal-do-ar
Mathias escreveu:O que eu vejo é que aqui começa a se repetir o mesmo efeito que aconteceu em todos os países onde a receita de austeridade ortodoxa foi usada.
Recessão e cada vez pior.
A economia não cresce, arrecada menos, a dívida aumenta.
Mais aperto, mais recessão e menos arrecadação ainda.

Vendo como leigo, podem dar cem milhões de explicações, mas o fato é esse, o remédio está matando o doente.
Depende de como for feito, mas deixo uma pergunta, como seria sem tais medidas?

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jul 27, 2015 2:03 pm
por mmatuso
O remédio sempre será ruim, não tem jeito.

Deveriam sim investir em medicina preventiva nesse caso governança corporativa de forma a evitar chegar nesse estágio, porque se chega não tem como voltar.

Não adianta torrar todo o saldo do cheque especial achando que depois vai ser moleza segurar a onda.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jul 27, 2015 2:15 pm
por LeandroGCard
Marechal-do-ar escreveu:Depende de como for feito, mas deixo uma pergunta, como seria sem tais medidas?
Existem outras medidas imediatas que se poderia tomar, como a limitação dos financiamentos (por valor total, prazos, e etc...), o aumento do depósito compulsório dos bancos, o fim dos empréstimos consignados e etc..., que reduziriam a demanda e consequentemente as pressões inflacionárias de forma mais direta do que a simples elevação dos juros. Com juros menores mas a inflação contida pelas medidas acima o crescimento da dívida estaria melhor controlado (a despesa com juros é de longe a maior do orçamento nacional), e os números já de cara pareceriam melhores. E sobraria um pouco mais de recursos poderia continuar com os investimentos necessários para resolver os principais problemas do momento, como energia e combustíveis caros demais (cada 0,5% de redução da Selic significam nada menos que R$ 13 bilhões de economia por ano), apontando para uma melhora da situação no médio prazo pela potencial redução dos preços destes itens para valores menores, mas ainda que ainda assim não causariam déficits nas contas dos governos ou das empresas envolvidas.

Outras medidas poderiam ter também impacto psicológico mais forte nas expectativas do mercado, como um esforço na racionalização das funções do estado (por exemplo com a redução da quantidade de ministérios e dos cargos comissionados) e uma redução dos gastos públicos em custeio, além da resistência ao aumento destes gastos (coisas como o aumento dos funcionários do judiciário aprovada pela câmera deveriam ter sido vetadas pela presidência imediatamente, no primeiro dia, não dando margem a dúvidas sobre a seriedade do governo na contenção dos gastos).

Estas coisas não são feitas por falta de iniciativa da área econômica do governo e por medo de se perder uma "base aliada" no congresso, que como aliada está pior do que a Itália estava para o Eixo na SGM. Há a preocupação também em não melindrar uma parte da militância dentro do próprio PT, assim como os sindicatos.

Ou seja, medidas melhores do que as que estão sendo tomadas existem, mas não se recorre a elas por incompetência e principalmente por questões políticas de um partido que perdeu sua própria base de apoio e está sob ataque de parlamentares influentes mas totalmente irresponsáveis. Por isso as análises dos gringos, das agências de avaliação aos periódicos econômicos, sempre apontam que no momento o maior problema do Brasil nem são as questões econômicas, mas a crise política que não permite enfrentá-las de forma eficiente.


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jul 27, 2015 6:56 pm
por Marechal-do-ar
Concordo que o ajuste no Brasil seria mais suave se o congresso colaborasse, mas ai é questão para outro tópico que vou responder caso tenha tempo sobrando.

Mas minhas resposta foi mais genérica, já que o Mathias falou em "todos os países".

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Seg Jul 27, 2015 9:05 pm
por Mathias
Todos em que a austeridade ortodoxa foi usada como curativo salvador. Isso é vendido como receita infalível.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jul 28, 2015 2:02 pm
por J.Ricardo
E mais uma boa notícia de governo ridículo, no meio da crise, com cada vez mais desemprego o PARTIDO DOS TRABALHADORES quer aumentar os impostos da folha de pagamento, é pra acabar, é muita incompetência!!!

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jul 28, 2015 6:36 pm
por Marechal-do-ar
J.Ricardo, de qual aumento você está falando?

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jul 28, 2015 10:52 pm
por Grep
Deve ser diminuir desoneração.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Jul 28, 2015 11:27 pm
por Mathias
Hoje às 19h14 - Atualizada hoje às 19h14
Operação Lava Jato causará perda de R$ 187,2 bi na economia, diz estudo
Dados da FGV combinam queda de investimentos da Petrobras à retração do mercado de construção

Tendo a Operação Lava Jato como pano de fundo, a economia brasileira poderá ter uma perda de produção na casa dos R$ 187,2 bilhões, se combinada a diminuição de investimentos da Petrobras à retração do mercado de construção. Isso equivaleria a cerca de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, acarretando uma redução de 2,4 milhões de postos de trabalho. É o que diz estudo do Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (CEDES).
http://www.jb.com.br/economia/noticias/ ... iz-estudo/