Pelo o que eu tenho lido parece que esse ano não alcançam a meta fiscal.
Provavelmente impostos vão subir esse ano e o que vem para tentarem atingir e tirar mais dinheiro do povo.

Moderador: Conselho de Moderação
A relação de ajuste fiscal, juros e inflação pode ser vista de outra maneira, primeiro, os "reais" do governo são infinitos, o "real" é um título de dívida governamental e o governo emite quantos bem entender, e queima quantos bem entender quando põe as mãos nele, mas é uma droga de título porque não paga juros e não tem garantia de recompra, mas mesmo assim, esse título tem uma importância extra, ele representa a produção nacional, mas a produção nacional não aumenta quando o governo emite mais dinheiro, se a quantidade de reais na mão dos outros aumenta e a produção não, cada real se desvaloriza, o que chamamos de inflação, para conter a inflação ou mesmo, valorizar o real é preciso tirar reais de circulação, e o governo faz isso gastando (emitindo) menos, cobrando mais impostos (queimando) ou, de forma temporária, tomando dinheiro emprestado, essa última forma é a mais rápida, mas tem um problema, depois esse dinheiro precisa ser devolvido e com juros.J.Ricardo escreveu:O aumento dos juros serve para frear o consumo, mas ai vem a pergunta, que consumo?Marechal-do-ar escreveu:O aumento dos juros tem efeito de reduzir a inflação a curto prazo e aumentar a longo prazo, por hora, rolou o problema para o futuro.
Tudo isso é verdade, mas também existe uma outra verdade mais inconveniente:LeandroGCard escreveu: - As perdas do setor energético em 2014, causadas pela manutenção das tarifas de energia artificialmente baixas ao longo do ano, foram de 32 bilhões de reais:
- Outra grande fonte de prejuízos com o represamento dos preços foi a conta de combustíveis da Petrobras, que desde 2010 acumula perdas da ordem de 55 bilhões:
Somando ambos os casos, o prejuízo causado por esta incompetência administrativa em entregar a infra-estrutura necessária para manter os custos dentro do previsto e evitar estas situações de defasagem das tarifas a serem bancadas pelos cofres do governo somente em 2014 estariam na faixa dos 43 bilhões de reais. Um valor de fato muito alto, que daria para construir pelo menos duas represas hidrelétricas (ou reatores nucleares) E MAIS duas refinarias, acabando com as fontes dos prejuízos. Somadas, estas duas contas foram a maior causa de prejuízos para os cofres do governo no ano passado (descontando é claro, como sempre, os pagamentos de juros da dívida interna).
A poupança é uma forma de direcionar o investimento, no caso, 65% da poupança vai para crédito imobiliário que é o que o governo da época queria incentivar, mas não sei se foi uma boa ideia.Wingate escreveu:Nos tempos do Delfim Netto (no Governo Militar) a poupança (tanto na conhecida caderneta quanto em outros fundos) era altamente recomendada ao público.
*Importo de renda*Bourne escreveu:Não se preocupe. Por que não há como subir mais a caraga tributária. O que podem é pegar um ou outro para cristo. Na real só dá para cortar subsídios e reduzir a bolsa empresário
É verdade.Marechal-do-ar escreveu:Dito isso, usar juros como ferramenta até certo ponto é aceitável quando se deseja todos os efeitos colaterais dele, se for para combater um "surto" de inflação até vai porque não existe outra forma mais rápida de fazer isso, mas junto é preciso outras medidas para combater o efeito inverso no longo prazo, outras medidas que no Brasil, por tradição, nunca são aplicadas, alias, a única coisa que se faz por aqui é rezar por um boom de commodities.
O problema começou até antes do Lula, quando FHC decidiu que bastaria o governo cortar investimentos e vender estatais para tudo se resolver sozinho, graças à mágica do "deus" mercado. Bastaria agradá-lo e ele resolveria tudo. Deu no que deu, desindustrialização, sumiço dos investimentos, dificuldades cambiais e por fim na quebra do país.Tudo isso é verdade, mas também existe uma outra verdade mais inconveniente:
- Usinas e refinarias não ficam prontas da noite para o dia.
As usinas começaram a construção no governo do Lula, alias, atrasaram o início da construção no governo do Lula com estimativa de conclusão para 2015, mas nunca vejo ninguém culpar o (parcialmente) Lula pela crise atual, diante da impossibilidade de se ter energia suficiente para 2014/2015 e única opção seria não reduzir as tarifas (absurdamente altas, alias) e aumentar o preço dos combustíveis conforme mercado internacional, ai a Dilma faz o contrário, e quando alguém (tipo eu) dizia que as represas estavam baixas e um aumento no consumo poderia significar uma crise elétrica futura, qual era a resposta? Que ainda tinha muita água, era só uma fase de poucas chuvas, e São Pedro era preguiçoso e mais blablabla.
Depende de como for feito, mas deixo uma pergunta, como seria sem tais medidas?Mathias escreveu:O que eu vejo é que aqui começa a se repetir o mesmo efeito que aconteceu em todos os países onde a receita de austeridade ortodoxa foi usada.
Recessão e cada vez pior.
A economia não cresce, arrecada menos, a dívida aumenta.
Mais aperto, mais recessão e menos arrecadação ainda.
Vendo como leigo, podem dar cem milhões de explicações, mas o fato é esse, o remédio está matando o doente.
Existem outras medidas imediatas que se poderia tomar, como a limitação dos financiamentos (por valor total, prazos, e etc...), o aumento do depósito compulsório dos bancos, o fim dos empréstimos consignados e etc..., que reduziriam a demanda e consequentemente as pressões inflacionárias de forma mais direta do que a simples elevação dos juros. Com juros menores mas a inflação contida pelas medidas acima o crescimento da dívida estaria melhor controlado (a despesa com juros é de longe a maior do orçamento nacional), e os números já de cara pareceriam melhores. E sobraria um pouco mais de recursos poderia continuar com os investimentos necessários para resolver os principais problemas do momento, como energia e combustíveis caros demais (cada 0,5% de redução da Selic significam nada menos que R$ 13 bilhões de economia por ano), apontando para uma melhora da situação no médio prazo pela potencial redução dos preços destes itens para valores menores, mas ainda que ainda assim não causariam déficits nas contas dos governos ou das empresas envolvidas.Marechal-do-ar escreveu:Depende de como for feito, mas deixo uma pergunta, como seria sem tais medidas?
http://www.jb.com.br/economia/noticias/ ... iz-estudo/Hoje às 19h14 - Atualizada hoje às 19h14
Operação Lava Jato causará perda de R$ 187,2 bi na economia, diz estudo
Dados da FGV combinam queda de investimentos da Petrobras à retração do mercado de construção
Tendo a Operação Lava Jato como pano de fundo, a economia brasileira poderá ter uma perda de produção na casa dos R$ 187,2 bilhões, se combinada a diminuição de investimentos da Petrobras à retração do mercado de construção. Isso equivaleria a cerca de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, acarretando uma redução de 2,4 milhões de postos de trabalho. É o que diz estudo do Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (CEDES).