MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5641 Mensagem por Bourne » Dom Jul 19, 2015 10:41 pm

Mesmo com essa política esquizofrênica do Brasil existem marcas como PC Yes, multilaser, positivo, toshiba e Dazz que querem ser marcas globais. Elas compram equipamento ou insumos genéricos na ásia e vendem no Brasil e outros países com sua marca. Eles podem ser pontos de partidas para terem marcas globais brasileira e adicionar componentes, fundando bases para desenvolver componentes e atrair fábricas. Pela política atual que vai ser mantida é mais vantagem manter um escritório em Miami (ou cuba no futuro) e fazer tudo sem passar pelo Brasil.

Ou por grandes fabricantes como Gigabyte montar placa-mãe no brasil, se aproveitar dos subsídios e usar equipamento velho. Onde nem a exportação para os vizinhos é tão interessante. O mesmo com xbox que é montado no Br para o Br que paga os custos da montagem.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5642 Mensagem por prp » Dom Jul 19, 2015 11:43 pm

Mas o que o cara falou faz sentido, se abrir o mercado sem fazer mudanças estruturais drásticas vai falir tudo quanto há de empresas.
Ninguém vai montar nada aqui e nem fabricar nada. Vão só vender e o dinheiro vai sair do país, vai chegar uma hora que não haverá mais dinheiro.

Vai ser um desastre como nos anos 90




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5643 Mensagem por Bourne » Dom Jul 19, 2015 11:54 pm

Então mantém fechado, aceita pagar mais caro com produto defasado e sem perspectiva de exportação ou mercado maior que nacional. Depois, mesmo com toda a proteção, os estrangeiros põe os produtos aqui e com vantagem. A resposta vai ser mais proteção, mais subsidio e produtos mais caros. A visão dele nunca vai existir integração e uma industria que sempre será "nascente".

É uma visão errada. Absurdo que serve apenas para defender o interesse do grupo do setor. Ao mesmo tempo em que prejudica todo mundo que usa eletrônicos e quem gostaria da integração para ocupar nichos para exportação. Depois por que será que a produtividade não cresce e não exporta. E, mais, o Brasil tem tudo para ser uma grande plataforma exportadora de eletrônicos, carros e equipamentos em geral. O problema é que antes tem que se integrar e aceitar vai ter que crescer a participação da importação e exportação.

No entanto, da forma atual, a tendencia é primarização e as industrias "nacionais" chorando por mais proteção, entravando o crescimento da produtividade e representando um custo enorme, nunca capazes de se integrar e serem competitivas.

A não ser que, o mundo, incluindo ásia inteira, esteja errada e o Brasil certo.

A esperança é que uma parcela expressiva dos industriais e multinacionais mudaram a postura e pressionam para o governo mudar.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5644 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Jul 20, 2015 12:04 am

prp escreveu:Vai ser um desastre como nos anos 90
O problema dos anos 90 foi acreditar em solução mágica, abrir o mercado e achar que os problemas de falta de competitividade da indústria brasileira seriam magicamente resolvidos.

Não existe mágica, abrir o mercado não vai resolver esses problemas e manter fechado também não vai, mas resolver os problemas traz benefícios ao país, que seriam ainda maiores se o mercado fosse aberto.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5645 Mensagem por prp » Seg Jul 20, 2015 12:11 am

Bourne escreveu:Então mantém fechado, aceita pagar mais caro com produto defasado e sem perspectiva de exportação ou mercado maior que nacional. Depois, mesmo com toda a proteção, os estrangeiros põe os produtos aqui e com vantagem. A resposta vai ser mais proteção, mais subsidio e produtos mais caros. A visão dele nunca vai existir integração e uma industria que sempre será "nascente".

É uma visão errada. Absurdo que serve apenas para defender o interesse do grupo do setor. Ao mesmo tempo em que prejudica todo mundo que usa eletrônicos e quem gostaria da integração para ocupar nichos para exportação. Depois por que será que a produtividade não cresce e não exporta. E, mais, o Brasil tem tudo para ser uma grande plataforma exportadora de eletrônicos, carros e equipamentos em geral. O problema é que antes tem que se integrar e aceitar vai ter que crescer a participação da importação e exportação.

No entanto, da forma atual, a tendencia é primarização e as industrias "nacionais" chorando por mais proteção, entravando o crescimento da produtividade e representando um custo enorme, nunca capazes de se integrar e serem competitivas.

A não ser que, o mundo, incluindo ásia inteira, esteja errada e o Brasil certo.

A esperança é que uma parcela expressiva dos industriais e multinacionais mudaram a postura e pressionam para o governo mudar.
Sim bourne, mas pra isso tem que ter reformas drásticas na estrutura do país, isso inclui na tributação, transporte, logistica, energia etc.
Abrir só por abrir não vai resolver nada, só as empresas brasileiras seram prejudicadas, as multinacionais estão se lixando, ora, fechar uma fabrica aqui e importar a partir das matrizes é tudo o que elas querem. estão se lixando para os empregos do Brasil.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5646 Mensagem por Sterrius » Seg Jul 20, 2015 5:35 am

Continua o fato prp, que com esse acordo acabou qualquer sonho do Brasil exportar eletrônicos.

Agora so existirá o mercado nacional pra elas e países que não estão no acordo (3% do mercado mundial só).

Não tem como competir. E permitir uma reserva de mercado será mais nociva e pior do ponto de vista de empregos que abrir o mercado e deixarem falir ou se adaptarem.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5647 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jul 20, 2015 12:17 pm

Marechal-do-ar escreveu:
prp escreveu:Vai ser um desastre como nos anos 90
O problema dos anos 90 foi acreditar em solução mágica, abrir o mercado e achar que os problemas de falta de competitividade da indústria brasileira seriam magicamente resolvidos.

Não existe mágica, abrir o mercado não vai resolver esses problemas e manter fechado também não vai, mas resolver os problemas traz benefícios ao país, que seriam ainda maiores se o mercado fosse aberto.
Exato.

Primeiro é preciso atacar e resolver os problemas, depois falar em abertura, caso contrário é simples suicídio. Morre todo mundo com um celular novíssimo e ultra-sofisticado na mão, mas sem poder pagar as prestações das Casas Bahia por estar desempregado. Grande vantagem :roll: .

O problema é que já se desistiu de sequer discutir a solução para os reais problemas do país, e o máximo que se consegue hoje colocar em pauta é a taxa SELIC e a economia que o governo teria que fazer (e não fará) para pagar estes juros. Fora isso não se discute mais nada. As perspectivas então são de ir definhando aos poucos com produção cada vez menor de produtos cada vez mais defasados e caros, ou morrer rapidamente inundando o país de importados melhores e mais baratos que só meia dúzia poderá comprar.


Triste isso, um país que tinha tanto potencial acabar assim, por pura incompetência geral do governo e da sociedade :? :( .


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5648 Mensagem por Bourne » Seg Jul 20, 2015 4:10 pm

Mas as coisas são inter-relacionadas: abertura; integração; e adaptação. Ninguém disse quebra estrutural de mudar para dia para outro. Nada ver com o argumento radical e estereotipado que abertura é ruim, deve ser evitada. Quem ganha defende isso até o fim.

Deem uma olhada em outros emergentes. Especialmente um tal de México. Um país de nada, cheio de problema de infraestrutura e legal que conseguiu virar plataforma de exportação para América do norte e europa. E o Brasil tem vantagens em praticamente tudo em relação ao México, ainda com um mercado interno maior, empresas nacionais que podem ser adicionadas as cadeias produtivas.

Enquanto no Br insiste em ter política industrial baseada na proteção do mercado interno, subsídios e conteúdo minimo como se estivéssemos nos anos 1960/1970. E as exportações seriam uma mera consequências com países desenvolvidos e outros emergentes abrindo o mercado unilateralmente para o BR. O que é uma loucura. Para isso ocorrer deve ter alguma contrapartida, os asiáticos perceberam há décadas que precisavam ceder. O modelo atual de política industrial é errado ou, no mínimo, está defasado uns 40 anos.

Outra Brssisse é que toda a política defende multinacionais que se aproveitam e dançam conforme a política industrial. Produzem aqui com equipamento velho, tecnologia defasada e para os próprios BR. Depois ainda vão pedir empréstimos no BNDES para inovação, ou melhor, comprar equipamento velho e fazer downgrade de produtos que a matriz faz. O legal que depois vai tudo para conta de inovação.

Voltando ao tema de eletrônicos, o roteiro acima é que o presidente da associação de eletrônicos defende. O problema que tem efeitos em cadeia sobre toda a economia e impacta negativamente na produtividade e bem estar da sociedade. Por que entrave todos os setores que usam eletrônica, encarece modernização de infraestruturas e processos de outros setores industriais, serviços e agricultura. Válido nível micro interno à empresa, cidadão comum e infraestruturada de tecnologia (telecomunicações, internet, por exemplo). Além de matar possíveis concorrentes que atual em nichos como eletrônica final (Dazz, multilaser, PC Yes), que poderiam ser importantes para atrair fornecedores e desenvolvimento de produtos de fato nacionais. No entanto, para o mercado apenas Br, qualquer fabricante grande vai querer entrar com subsidio e choro por dinheiro, com equipamento velho e defasada para fazer fazer produtos defasados para o BR.

-------

Sabe essa estória da desgraça da "abertura dos anos 1990s". Não foi bem assim.

A visão estereotipada e patrocinada pelos beneficiários, à posterior, que se abriu o mercado e se destruiu a economia industrial nascente, que o brasil potencial industrial de inovação e grande player internacional implodiu por políticas irresponsáveis. Não foi assim.

Primeiro que a industria nacional é encabeçado por multinacionais que não tem nenhum problema em importar equipamentos e tecnologias da matriz. A exportação era estratégia básica e incentivada pelo governo durante a crise dos anos 1980s, quando o mercado financeiro internacional estava fechado e a dívida externa era impagável. A maioria dessas empresas era multinacional que tinham optado por transformar o Brasil em plataforma exportadora, seguindo a política industrial dos anos 1980s, adicionado outras firmas nacionais que tinham ganhado corpo e o status de grandes.

Segundo que a abertura foi suave em relação aos outros países da América latina e até ásia. Por que as tarifas de importação continuaram elevadas, a estrutura de suporte financeiro e industrial se manteve, e as privatizações tiveram como grande beneficiário a "burguesia nacional". O impacto inicial desmontar as estruturas ineficientes que estavam lá por que não podiam importar componentes que não é ruim, seguido pelo desajuste macroeconômica que foi quebrou muitas empresas e falta de planejamento.

Terceiro é que os anos de 1995 a 1998, as grandes e médias empresas nacionais e internacionais lideraram uma onda de importação de equipamento e tecnologias para modernização e melhora da qualidade da produção e produtos. Uma industria quebrada não faz um movimento desses. Praticamente, recuperaram os 10 anos de atraso provocados pela crise dos anos de 1980 e restrição externa. Só mudaram a postura com a crise de 1999-2002, mas se contiveram na época do Lula, O grande, 2003-2007. Voltaram a chorar a partir de 2008 quando o governo Dilma embarcou na loucura desenvolvimentista que subsidiar e distribuir dinheiro para todo mundo.

Agora se tem indícios de mudança de postura como eles pressionando para ter acordos de comercio bilateral para produtos industriais e serviços. inclusive botando dúvidas sobre os benefícios do mercosul, restrições protecionistas como conteúdo nacional e imposto sobre componentes.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5649 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jul 20, 2015 4:58 pm

Borne, eu estava lá, trabalhando dentro na indústria em 1990.

Eu vi com meus próprios olhos e senti no meu próprio bolso empresas como Metal-Leve, Cofap, Maxion e muitas outras nacionais perdendo o seu mercado e acabando por ser adquiridas por estrangeiros quando o mercado interno foi liberado e as multinacionais passaram a adquirir equipamentos, componentes e até produtos acabados lá de fora por preços menores que os locais, e um monte de empresas ou saírem do mercado ou passarem a ser simples montadores de projetos importados. Eu vi isso de dentro, ninguém me contou.

Depois, ao longo das décadas de 1990 e 2000 eu estava atuando como consultor, e também vi e participei pessoalmente das tentativas das empresas locais sobreviventes e de algumas multinacionais de desenvolver e/ou importar novas tecnologias e conhecimentos para criar produtos mais competitivos, apenas para serem esmagadas por uma avalanche de produtos baratinhos chineses que se aproveitavam da defasagem cambial (deles para baixo, nossa para cima) para inundar nosso mercado. Pessoalmente treinei pessoal no Brasil que depois foi transferido para a China, para cuidar lá da produção de componentes a serem vendidos aqui. Novamente, eu vi, ninguém me contou.

Eu também estava lá tentando alavancar com novas tecnologias os departamentos de engenharia de empresas como a Brinquedos Estrela quando seus diretores decidiram fechar a maior parte das suas linhas de produto e simplesmente importar de marcas internacionais com fabricação na China, passando a vendê-los no Brasil como simples representantes comerciais. Eu recebi os currículos dos designers, projetistas e engenheiros dela e de outras empresas dos mais diversos ramos quando eles perderam seus empregos e não arranjaram novas colocações. E a maioria mudou de ramo, já que simplesmente não haviam outras empresas montando departamentos de engenharia no Brasil que pudessem absorvê-los.

E agora estamos vendo a queda brutal da participação da indústria no PIB do país, com queda de quase 30% de participação para pouco mais de 10% em duas décadas, e continua caindo. Isso não é teoria, são dados do IBGE.

Portanto não venha dizer para mim que é tudo apenas chororô de incompetentes ou armação de maus empresários que só querem mamata. Os problemas existem e são reais, e enquanto não forem enquadrados e resolvidos ou pelo menos câmbio não for corrigido para compensar as desvantagens que eles causam (eu sei, uma solução porca e pouco eficiente, mas que já foi adotada por muita gente melhor do que nós por aí e ainda é muito usada) não há para onde correr, falar em abertura da economia é história para boi dormir. Ou tendência psicótica ao suicídio.

Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5650 Mensagem por Bourne » Seg Jul 20, 2015 9:06 pm

Não falei isso. Falei sim que o governo tinha (e tem) instrumentos, mas faz uma política errado com incentivos no lugar errado, da forma errado. Parece que o mundo mudou, especialmente os maluquinhos do BNDES e que estavam mandando no governo entre 2009-2014. Se criticar eles que a política protecionista e de subsídios não dá resultado e vira ônus fiscal, eles só faltam de bater. Os mesmos que perderam força ou saíram por que a política deles não funciona.

No entanto, a questão é longo prazo, o tema levantado pelo artigo abaixo.
Ajuste inevitável
Desequilíbrio da economia brasileira é estrutural e exige correções mais duras e profundas

MANSUETO ALMEIDA
MARCOS DE BARROS LISBOA
SAMUEL PESSOA

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustr ... avel.shtml
Por exemplo, o super Levy & Mister Barbosa estão corretos em uma questão referentes as montadoras: nada de bondades, salvo para exportação. Só que o problema é que o mercado é tão fechado que o Brasil não ter acordo para exportar carros, caminhões e componentes para lugar nenhum. Salvo Argentina devido ao Mercosul e o acordo automotivo com o México que é cheio de firulas. Agora com a queda do mercado interno não ter onde desovar os estoques para compensar as baixas vendas internas. Isso se repete em outros setores.

É a consequência de querem direcionar a industria para mercado interno e ignorar a integração internacional. Nenhum país é altruísta de liberar seu mercado para o brasil sem ter vantagens. Não só isso. Tenham certeza que os japoneses vão preferir outros fornecedores em relação aos brasileiros. Aliás, como boa parte dos possíveis destinos das exportações brasileiras de manufaturados fazem. Sem contar que tem a camisa de força do mercosul que entrava qualquer negociação bilateral.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5651 Mensagem por Sterrius » Ter Jul 21, 2015 8:16 am

So sei que estamos no pior dos 2 mundos.

O País se desindustrializa e no fim abrir ou fechar o mercado não vai mudar isso ja que os problemas são outros e eles são ignorados.

Bem, +10 anos a industria morre. Ae não precisaremos mais ter essas discussões....
Vamos virar o México com 20 anos de atraso. Uma bela resistência mas que foi em vão e só fez atrasar o país que está preso a uma politica de crescimento industrial que claramente não está dando certo.

Eu não gosto de pensar em medidas "Começa do 0". Mas infelizmente ao longo dos anos unica coisa que to vendo é que a nossa politica industrial está precisando de algo assim. A situação atual parece como tentar remendar um frankestein.

O medo de ver um baque na nossa industria é grande o suficiente pra coibir qualquer mudança que causaria um baque mas teria uma chance de revitalizar o paciente. Logo ficamos na homeopatia morrendo.

Como falei acima, cedo ou tarde o baque chegará, e se não for por escolha própria vai ser bem pior. Por enquanto vamos pegar a pipoca e ver nossos políticos ferrarem o PIB de 2016 e provavelmente nossa linha de credito também ja que Levy está isolado e não vai conseguir o superavit primário de 2015 e duvido que o de 2016 tb. Só vão acordar quando curiosamente nossa divida sair do controle e nenhuma medida milagrosa irá nos salvar do inevitável default. (Vo adorar daqui a 2-3 anos estar errado).

Eu ia comprar divida pública brasileira, mas acho que vou é comprar dólares e guardar até a tempestade passar. Me preparo pro pior e espero pelo melhor.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5652 Mensagem por LeandroGCard » Ter Jul 21, 2015 9:08 am

Bourne escreveu:Por exemplo, o super Levy & Mister Barbosa estão corretos em uma questão referentes as montadoras: nada de bondades, salvo para exportação. Só que o problema é que o mercado é tão fechado que o Brasil não ter acordo para exportar carros, caminhões e componentes para lugar nenhum. Salvo Argentina devido ao Mercosul e o acordo automotivo com o México que é cheio de firulas. Agora com a queda do mercado interno não ter onde desovar os estoques para compensar as baixas vendas internas. Isso se repete em outros setores.
Bourne, você realmente acredita que o problema com a exportação de carros e outros produtos industriais brasileiros é apenas a falta de acordos comerciais? Que preço e atualização tecnológica tem influência menor? Que se fecharmos acordos com países que produzem produtos mais avançados que os nossos por custos menores (mesmo que seja devido apenas à defasagem cambial) as trocas vão ser equilibradas, com eles comprando tantos produtos industriais de nós quanto nós deles?

Se acredita mesmo nisso, me explique a troco de quê eles fariam isso.

É a consequência de querem direcionar a industria para mercado interno e ignorar a integração internacional. Nenhum país é altruísta de liberar seu mercado para o brasil sem ter vantagens. Não só isso. Tenham certeza que os japoneses vão preferir outros fornecedores em relação aos brasileiros. Aliás, como boa parte dos possíveis destinos das exportações brasileiras de manufaturados fazem. Sem contar que tem a camisa de força do mercosul que entrava qualquer negociação bilateral.
Direcionar a indústria para que lado for não vai funcionar se ela não for competitiva, e não vai ser necessário se ela o for :roll: . Portanto, é um ponto que nem deveria estar sendo discutido, por inútil. A verdadeira questão é como tornar a economia brasileira como um todo, e a indústria em particular, competitiva. E aí entram todas aquelas questões que todo mundo conhece mas até já desistiu de discutir, como o valor da moeda e o custo-brasil.

E sem atacar isso não tem solução, com ou sem direcionamento da indústria, com ou sem acordos comerciais, com ou sem abertura de mercado e com ou sem estabilidade da economia interna. Não dá mais para brincar (na verdade já se deveria ter parado de brincar pelo menos duas décadas atrás). Ou se atacam os pontos realmente importantes ou a escolha é entre definhar lentamente e morrer rápido. Não existem outras opções. E a opção certa nem está mais na pauta :? .


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5653 Mensagem por Sterrius » Ter Jul 21, 2015 11:14 am

https://mansueto.files.wordpress.com/20 ... l-vf_2.pdf

O AJUSTE INEVITÁVEL
ou o país que ficou velho antes de se tornar desenvolvido

Por Mansueto Almeida Jr., Marcos de Barros Lisboa e Samuel Pessoa




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5654 Mensagem por Bourne » Ter Jul 21, 2015 4:12 pm

Brasil "faz a egípcia" para acordo global de isenção tributária de eletrônicos
Acordo conta com 80 países signatários e inclui itens como videogames, equipamentos médicos e GPS

"É um grande acordo" , disse Roberto Azevêdo, brasileiro que ocupa o posto de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). O acordo será assinado esta semana com 80 países - incluindo Estados Unidos, Colômbia, Peru e China. Ele prevê a isenção tributária para 200 produtos eletrônicos, que têm vendas anuais calculadas em US$ 4 trilhões. A lista inclui videogames, semicondutores, GPS e até aparelhos usados para exames médicos.

Azevêdo comemorou o fato, apesar de seu país de origem ter optado por ficar de fora do acordo. Não foi exatamente uma surpresa. A política econômica brasileira há tempos é guiada por medidas de proteção a empresas que fabricam eletrônicos no país. Tentam, assim, garantir a sobrevivência de companhias brasileiras, que costumam ter produtos menos competitivos e menos tecnológicos do que companhias americanas e chinesas.

Olha o que diz Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), em reportagem da Folha de S. Paulo: "Nunca quisemos participar do ITA (grupo formado pelos países que assinaram o acordo). Se isso acontecesse, praticamente não teríamos mais indústria eletroeletrônica no país."

Sem horizonte

Não faltam estudos que mostram como medidas assim funcionam apenas para uma visão de curto prazo. Num primeiro momento, essas barreiras podem defender a indústria brasileira. Mas há um efeito colateral: quando você barra a entrada de produtos tecnológicos, você está barrando também a entrada de inovação tecnológica no país. A indústria local tende a se esforçar menos para conseguir concorrer com produtos de melhor qualidade e preço vindos do exterior. Torne-se, localmente, mais competitiva. Quem lembra dos anos 1980?

Mas fracassa no mercado global. Você conta nos dedos as grandes empresas brasileiras de tecnologia que conseguiram se internacionalizar.

>> Leia outras publicações de tecnologia no blog Experiências Digitais

Por fim, nós, consumidores, somos penalizados por não ter acesso a o que há de melhor no mundo em termos de tecnologia - e por um preço acessível. Não estou falando apenas de um iPhone mais barato. Nessa conta, entram os altos custos que laboratórios e hospitais são obrigados a pagar para trazer equipamentos importados para exames, por exemplo.

É uma pena que o Brasil "faça a egípicia", como diz a expressão popular, para uma oportunidade assim. O Egito, aliás, faz parte do acordo.

http://epoca.globo.com/vida/experiencia ... nicos.html




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5655 Mensagem por Bourne » Ter Jul 21, 2015 4:23 pm

LeandroGCard escreveu:
Bourne escreveu:Por exemplo, o super Levy & Mister Barbosa estão corretos em uma questão referentes as montadoras: nada de bondades, salvo para exportação. Só que o problema é que o mercado é tão fechado que o Brasil não ter acordo para exportar carros, caminhões e componentes para lugar nenhum. Salvo Argentina devido ao Mercosul e o acordo automotivo com o México que é cheio de firulas. Agora com a queda do mercado interno não ter onde desovar os estoques para compensar as baixas vendas internas. Isso se repete em outros setores.
Bourne, você realmente acredita que o problema com a exportação de carros e outros produtos industriais brasileiros é apenas a falta de acordos comerciais? Que preço e atualização tecnológica tem influência menor? Que se fecharmos acordos com países que produzem produtos mais avançados que os nossos por custos menores (mesmo que seja devido apenas à defasagem cambial) as trocas vão ser equilibradas, com eles comprando tantos produtos industriais de nós quanto nós deles?

Se acredita mesmo nisso, me explique a troco de quê eles fariam isso.


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Homi, tá tudo relacionado. Não é dicotomia sim ou não, mas uma enorme área cinza que deve ser trabalhado.

Na tua frase tu olha para os EUA e China, mas esquece que existem nem para os países em desenvolvimento e nichos de países desenvolvidos que poderia incorporar produtos nacionais. Na verdade, o governo deveria trabalhar dar conseguir preferências e proteção institucional em acordos bilaterais de outros concorrentes. Um procedimento comum em acordo bilateral.

Sem a perspectiva de costurar acordos de longo prazo para diversos possíveis mercados, o incentivo ao investimento e atualização desaparece. O resultado é que vira um circulo vicioso de investir menos, se atualizar menos, importar e exportar menos. Ai chega o presidente da associação de produtores não sei do que é faz lobbie para manter o mercado fechado e conseguir mais incentivos. A resposta dos possíveis destinos é retaliar e dar prioridade à outros países.

Nas últimas duas década, a grande estratégia brasileira era "abrir os mercados agrícolas dos países ricos". Tudo bem, válido. No entanto, a Europa e japão não vão abrir nada por que é parte da política social deles. E dinheiro grosso está em produtos industriais e de tecnologia. O Brasil continua fora da cadeia global de produção.

Não adiante ter câmbio competitivo se não fez a construção institucional que garanta que possa entrar em mercados de países desenvolvimento e em desenvolvimento. Olhar só para o câmbio é coisa dos "cabeça de planilha" ( :lol: :mrgreen: ) e macroeconomista tonto. Os mesmo que dizem que "é só a Grécia sair do euro e criar uma estratégia de crescimento export-led que tudo se resolve em dois-tres anos". Esse pessoal não sabe onde fica a Grécia.

Na real outros fatores influem e são determinantes para a estrutura de investimento e comércio internacional funcionar. Por exemplo, o Br huehue conseguiu em um enorme contrato para exportar equipamento de construção para um país da áfrica, então seis meses depois chega os chineses ou coreanos e oferecem mais vantagens. O resultado que acabou a experiência brasileira. E Brasil está amarrado ao Mercosul e não pode negociar sozinho, dano-se.

E essa maluquice atual é coisa dos anos 1980s devido a crise externa e interna, fechamento as importações. Até a década de 1970s era importação pesada de tecnologia, bens de capital e busca de acordos de exportação para bens manufaturados. O Brasil se aproximava da fronteira tecnológica e de alta integração com as cadeias de produção global, incluindo a participação de empresas de capitais nacional em conjunto com multinacionais. Os resultados vieram nos anos 1980s e permitiram a industria sobreviver muito melhor do que argentinos e mexicanos.




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