O uso do KC-390 em pistas "semi-preparadas e/ou pistas não preparadas" é um ponto importante quando se discute a compra pela FAP deste modelo e vai ser em possíveis outras vendas ... e concordo que a capacidade do C-130J é o padrão a conseguir.
Mas vi, algures (talvez em um quadro ilustrativo do KC?), o standard internacional sobre qualidade pistas que era usado como mínimo do projecto para o KC-390 poder utilizar...
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qua Set 04, 2019 8:18 am
por FCarvalho
LM escreveu: ↑Qua Set 04, 2019 8:11 am
O uso do KC-390 em pistas "semi-preparadas e/ou pistas não preparadas" é um ponto importante quando se discute a compra pela FAP deste modelo e vai ser em possíveis outras vendas ... e concordo que a capacidade do C-130J é o padrão a conseguir.
Mas vi, algures (talvez em um quadro ilustrativo do KC?), o standard internacional sobre qualidade pistas que era usado como mínimo do projecto para o KC-390 poder utilizar...
Principalmente em se tratando de operadores externos que via de regra, como os países da OTAN, constantemente estão a operar de pistas na África e Oriente Médio, via de regra.
Então, a mote para o sucesso comercial do KC-390 é: onde o C-130J vai, nós já estivemos.
abs
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qua Set 04, 2019 10:20 am
por Fab-Wan
Saiu uma reportagem, postada na página anterior desse tópico, mostrando a quarta aeronave sendo finalizada.
Além desse que vai ser entregue hoje, mais quantos vão ser entregues até o final do ano? Visto que já temos 3, quase 4 prontos?
Não tenho absoluta certeza deste episódio que vou relatar, pois eu era muito jovem na época. A VARIG. tinha muitos voos para cidades do interior do RS onde os aeroportos eram precários, com pistas sem pavimentação, normalmente de cascalho. Os primeiros aviões a jatos que a VARIG usou eram os Caravelles, fabricados pela Sud Aviation da França, que tinham duas turbinas traseiras, tipo o Foker 100 ou o ERJ da Embraer. Eram aviões para curtas e médias distâncias. Mais tarde foram substituidos pelos jatos da BOEING. A VARIG tentou então usar o Caravele na aviação regional, nos aeroportos do interior, o que revelou-se inviável. Quando o jato decolava o empuxo das turbinas era dirigido contra a pista, jogando cascalho até a cidade vizinha, além de danificar a pista. Por tal motivo penso que o uso de um avião com motores a jato, em pistas não pavimentadas, pode ser problemático. Muito diferente de um avião com hélices .
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qua Set 04, 2019 8:27 pm
por Túlio
Não sei se é esse terror todo: se um C-17, um quadrimotor que pesa VAZIO uns 50% a mais do que um -390 carregado até o talo, consegue pousar na terra, desembarcar um AH-64 e depois decolar sem matar ninguém...
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qua Set 04, 2019 9:00 pm
por delmar
Como falei eu era jovem na época e a história circulou para explicar o motivo pelo qual a VARIG não usou os Caraveles nos aeroportos do interior, quando eles ficaram disponiveis após a chegada dos BOEING. Pode ser que foi, talvez, apenas uma desculpa para não utilizarem a aeronave.
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qua Set 04, 2019 9:25 pm
por Túlio
delmar escreveu: ↑Qua Set 04, 2019 9:00 pm
Como falei eu era jovem na época e a história circulou para explicar o motivo pelo qual a VARIG não usou os Caraveles nos aeroportos do interior, quando eles ficaram disponiveis após a chegada dos BOEING. Pode ser que foi, talvez, apenas uma desculpa para não utilizarem a aeronave.
Ou talvez o Caravelle simplesmente não tenha sido projetado para operar em segurança neste tipo de pista e sim nas da Europa e EUA. Jatos Comerciais têm enormes diferenças em relação aos Cargos militares, basta tentar imaginar um 747 tentando fazer a mesma manobra mostrada no filme que postei. Por exemplo, notar a diferença entre os trens de pouso de um tipo e de outro: Comercial é para pista asfaltada, Militar tem que operar onde for necessário; se fosse o citado Jumbo, teria "quebrado as pernas" logo nos primeiros metros e o resto do "pouso" seria na base do Deus nos defenda.
Claro, não acredito nisso de "pista não-preparada", é birutagem botar um avião que custou uma beirada - e com gente dentro - numa missão tosca tipo "vai até tal lugar, daí vê se acha algum canto pra pousar e desce". No mínimo alguém foi na frente para checar e, se for o caso, endireitar o que está errado antes mesmo de a aeronave decolar...
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qua Set 04, 2019 11:14 pm
por Cassio
Operar em pistas não-preparada é quase um suicídio...
Já teve 737 que pousou em emergência numa área que nem pista era (portanto não-preparada)... E saiu de lá voando.
Mas são situações muito especiais... Uma pista de terra, que foi "preparada", reduzindo buracos, removendo pedras e etc....é uma pista semi-preparada.
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qui Set 05, 2019 8:56 am
por J.Ricardo
Eu entendo pista não preparada como uma pista de terra, ou uma daquelas praias com areia dura igual cimento e faixa de areia de 2km, uma estrada do interior de asfalto (asfalto brasileiro ) ou terra, mas imaginar que qualquer avião opere em um "pasto" é delírio.
Temos que levar em consideração não só os detritos mas capacidade do solo em aguentar o peso da aeronave também.
Esse tipo de operação é coisa de guerra e olhe lá, nos máximo são pistas como essa que o Túlio colocou, que é de terra, mas pode-se ver que foi preparada para a operação.
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qui Set 05, 2019 1:00 pm
por jambockrs
Túlio escreveu: ↑Ter Set 03, 2019 6:20 pm
O Colega pediu FOTO, e eu também quero. Aliás, do Il-76 tem até FILME...
Creio ser este o filme a que te referiste:
Vídeo do russo Il-76MD realizando pouso tático em pista de terra escoltada por Mi-24s
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo interessante do Il-76MD russo realizando pouso tático em faixas de terra escoltadas por Mi-24s. Um avião de carga Il-76MD pousou em uma pista não pavimentada, localizada perto de Sol-Iletsk, na região de Orenburg, durante um exercício de suporte técnico (MTO) das Forças Armadas da Federação Russa no Distrito Militar Central. O que torna o vídeo particularmente interessante é o fato de o Il-76 ter sido escoltado por dois helicópteros Mi-24 durante o pouso e a subsequente decolagem da pista de terra, uma reminiscência tática das operações realizadas pelo Mi-24V na década de 1980 durante a guerra soviético-afegã.
Após o pouso, a aeronave foi reabastecida e as operações de carga e descarga também foram simuladas como parte dos exercícios, que também incluíram um ataque simulado ao vôo aéreo e uma operação de combate a incêndios em um helicóptero Mi-8AMTSh "danificado" por sabotadores. Exercícios especiais de MTO são realizados sob a liderança do vice-ministro da Defesa, general do exército da Federação Russa Dmitry Bulgakov. Mais de 30 mil militares participam deles. Fonte: Fighter Jets World
Trad./adapt. jambockrs
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qui Set 05, 2019 1:14 pm
por jambockrs
FCarvalho escreveu: ↑Qua Set 04, 2019 8:06 am
...
ps: a maioria das pistas dos PEF na região norte não recebe um KC-390 com MTOW. Apenas algumas foram reformadas para conseguir operar com os C-295 e ainda assim com muito cuidado. A maioria ainda tem pistas de 800 mts onde só operam bem aviões do tipo C-95/98. Até o Brasília só pousa onde a pista obedece aos critérios da aeronave. Fora isso, os PEF dependem da capacidade dos Bandeirante e Caravan para receber apoio externo. Embora os esforços da COMARA sejam muitos, é difícil conseguir obter todas as reformas necessárias para que estas OM possam receber mais do que aviões médios ou pequenos.
abs
Prezado FCarvalho
Creio que os PEF's serão supridos pelos Sherpa's que estão sendo adquiridos pelo Exército.
Re: Sobre o KC-390
Enviado: Qui Set 05, 2019 9:34 pm
por arcanjo
Embraer delivers first KC-390 to the FAB
Gareth Jennings, London - Jane's Defence Weekly
Embraer has delivered the first KC-390 transport aircraft to the Brazilian Air Force (Força Aérea Brasileira: FAB), with an acceptance ceremony at the type's future operating base on 4 September.
Handover of the aircraft at Anápolis Air Base in the state of Goiás paves the way for the commencement of entry into service (EIS) with the FAB's 1st Troop Transport Group (1st GTT) and comes about 21 months after the service declared the aircraft to have the initial capabilities that it required (the Brazilian definition of initial operating capability [IOC]).
With a contract for 28 aircraft for Brazil being placed in 2014, the two flight test platforms are to be refurbished ahead of delivery to the FAB for a final fleet of 30. Deliveries are due to conclude in 2026.
The KC-390 has a hold volume of 170 m 3 (including the ramp) and a maximum payload of 23 tonnes (or a concentrated maximum payload of 26 tonnes over the centre of gravity). It has a rough-field capability, giving it the ability to land on California Bearing Ratio (CBR) 4-rated (soft field) surfaces. Company-released performance specifications give the aircraft a maximum cruise speed of 470 kt (870 km/h); a maximum altitude of 36,000 ft; and a range (with 23 tonnes of payload) of 1,380 n miles (2,556 km), or a ferry flight with internal fuel tanks of 4,640 n miles. The range can be extended by in-flight refuelling.
Typical mission configurations given by the FAB show that the KC-390 is able to carry seven standard 463L pallets (2.74×2.23 m), six 463L pallets plus 36 troops or 30 paratroopers, 80 troops or 66 paratroops, three high-mobility multipurpose wheeled vehicle (HMMWV)-sized vehicles, one Sikorsky UH-60 Black Hawk helicopter, or one LAV-25 combat vehicle.
FCarvalho escreveu: ↑Qua Set 04, 2019 8:06 am
...
ps: a maioria das pistas dos PEF na região norte não recebe um KC-390 com MTOW. Apenas algumas foram reformadas para conseguir operar com os C-295 e ainda assim com muito cuidado. A maioria ainda tem pistas de 800 mts onde só operam bem aviões do tipo C-95/98. Até o Brasília só pousa onde a pista obedece aos critérios da aeronave. Fora isso, os PEF dependem da capacidade dos Bandeirante e Caravan para receber apoio externo. Embora os esforços da COMARA sejam muitos, é difícil conseguir obter todas as reformas necessárias para que estas OM possam receber mais do que aviões médios ou pequenos.
abs
Prezado FCarvalho
Creio que os PEF's serão supridos pelos Sherpa's que estão sendo adquiridos pelo Exército.
A ideia é essa mesma Jambockrs, mas o problema é que serão apenas 4 ou 6 unidades em princípio. Isso nem de longe é suficiente para dar conta da cadeia logística dos PEF's. Mesmo a FAB ajudando, isso tem sido um problema cada vez mais sério, pois já houve casos - mais de uma vez - desses PEF ficarem mais de 30 dias sem ressuprimento por vários motivos, um deles, a indisponibilidade de aviões capazes de operar nas pistas.
O exército resolveu encarar de novo a asa fixa neste momento porque, também, a FAB não estava conseguindo há tempos acompanhar a demanda de requerimentos, tanto da própria FAB como das demais forças. Uma miríade de solicitações de órgãos públicos de todos os níveis e esferas lotam os quadros de planejamento de voo do Comaer em Brasília todo dia.
Para resolver este problema, e livrar-se de uma dependência em certo sentido danosa a si, a Avex lançou o ROB para uma aeronave leve. O M-28 Skytruck era o favorito, mas não deu. Então, conseguiram de lambuja os Sherpa para quebrar um galho e ir fazendo doutrina, até que uma nova aeronave venha a substituí-lo. Em todo caso, na minha opinião, essa aeronave já existe na forma do ATL da Desaer, que não por acaso foi projetado tendo como referência o ROB da Avex para a sua aeronave. O que ainda não se tem claro, é quantas aeronaves seriam realmente necessárias para atender a demanda do CMA, CMN e CMO, que são os grandes comandos onde devem ficar baseados estes vetores. Me parece que no mínimo 6 a 8 unidades por comando é o mínimo do mínimo que se pode esperar. Mas se os ATL custarem realmente os US 5 milhões que diz-se será o preço final - essa é a proposta da empresa - me parece que as chances de se dispor de maiores quantidades, principalmente se forem comprados em lotes conjuntos para as três ffaa's, aumentam substancialmente.
Além disso, existe a intenção de que sejam desmenbradas, ou criadas, companhias de aviação independentes ao longo da fronteira, a fim de apoiar o Sisfront e aqueles três grandes comandos de área. Seria não apenas uma boa ajuda, como um grande e indispensável complemento a atuação da nova asa fixa do EB na Amazônia e no centro-oeste.