Re: Notícias Espaciais (mundo afora)
Enviado: Qua Dez 03, 2014 10:41 am
Portugal passa a integrar programa da Estação Espacial Internacional
Portugal vai integrar dois novos programas científicos de exploração espacial, incluindo o da Estação Espacial Internacional, disse hoje à Lusa o ministro da Educação e Ciência, que participou numa reunião da Agência Espacial Europeia, no Luxemburgo.
“Há muito boas novidades para Portugal, que mantém a sua colaboração na Agência Espacial Europeia (ESA) nos programas nos quais já participava e que adere agora a dois novos: o Programa da Estação Espacial Internacional e o Programa de Exploração Lunar”, associado ao primeiro, explicou à agência Lusa Nuno Crato, depois de participar hoje na reunião da ESA.
O ministro da Educação e Ciência sublinhou o país “lucra com a sua participação na ESA a vários níveis”, quer pelo envolvimento de cientistas portugueses no trabalho da agência espacial, “que lhes permite utilizar a tecnologia mais sofisticada”, quer pela possibilidade de desenvolvimento da tecnologia e das empresas portuguesas.
“Estarmos na Estação Espacial Internacional é muito importante para nós e é a primeira vez que estamos. O Programa de Exploração Lunar é um programa novo, em que vamos estar desde o princípio. E, portanto, as nossas empresas de ‘software’, de construção relacionadas com o espaço vão participar neste esforço e vão poder ter encomendas destes programas”, declarou Nuno Crato.
O ministro sublinhou ainda que o Programa de Exploração Lunar “é muito importante para a Europa, porque há uma grande competição nesse domínio”.
Apesar de a participação em programas específicos implicar o pagamento de quotas adicionais, para além daquela que já é paga para pertencer à ESA, Nuno Crato garantiu que estas novas participações não aumentam o valor das contribuições pagas anualmente pelo país, uma vez que os valores pagos pela participação em programas mais antigos vão diminuindo à medida que vão sendo executados.
“A nossa colaboração global é sensivelmente a mesma”, disse, ressalvando ainda que é preciso ter em conta o retorno do investimento feito.
O ministro da Educação e Ciência referiu que, por cada milhão de euros investido por Portugal nestes programas, é esperado um retorno pelo menos de igual valor, “mas isso não está garantido”.
As empresas portuguesas competem para atingirem um valor de encomendas pelo menos igual àquele que foi investido, mas, “ao não conseguirem apresentar propostas que atinjam os níveis de exigência tecnológica necessária, não conseguem esses contratos”.
“Isso significa um desafio que é importante para toda a indústria portuguesa, porque não se trata de encomendas rotineiras, mas sim de alto valor de incorporação tecnológica, ou seja, desafios para a indústria portuguesa e que a obrigam a desenvolver-se”, disse.
Ainda assim, Nuno Crato afirmou que tem sido possível atingir nos últimos anos “um retorno de 100%” e até mesmo ultrapassá-lo.
Lusa
Ir até um asteroide, colher amostras e retornar à Terra. A missão da sonda japonesa Hayabusa2 é fácil de descrever, mas dificílima de executar. A espaçonave partiu às 2h22 desta quarta-feira (pelo horário de Brasília), do Centro de Lançamento de Tanegashima, impulsionada por um foguete H-IIA. O retorno está marcado para 2020, e certamente teremos muitas emoções até lá, a julgar pela saga de sua antecessora.
A Hayabusa original (“falcão peregrino” em japonês) partiu em 2003 e, em 2010, tornou-se a primeira sonda a trazer amostras pristinas de um asteroide. Mas foi um drama. A espaçonave equipada com motores iônicos teve dificuldades para voltar à Terra, e existia um risco de que ela retornasse de mãos vazias, uma vez que não havia certeza, pela telemetria, de que ela de fato tivesse conseguido colher uma amostra. Mas tudo está bem quando termina bem, e a missão acabou se tornando um símbolo da tenacidade dos engenheiros japoneses, que não são brasileiros, mas também não desistem nunca.
De sua sucessora, a Hayabusa2, não podemos esperar menos. Partindo hoje, ela passará perto da Terra novamente em 2015 e usará a gravidade do planeta para colocá-la a caminho do asteroide 1999 JU3 (que provavelmente ganhará um nome mais palatável em breve, por conta da missão). A sonda entrará em órbita desse bólido celeste em 2018 e terá um ano para mapeá-lo, fazer o pouso e colher as amostras.
ORIGEM DA VIDA
Diferentemente do asteroide Itokawa, de tipo S (silicato), visitado pela primeira Hayabusa, o 1999 JU3 é do tipo C, carbonáceo. E os japoneses querem colher uma amostra do interior do objeto, que não tenha sido desgastada por bilhões de anos de interação com a radiação solar. Para isso, dispararão um pequeno projétil a fim de abrir uma minicratera, de onde a sonda em seguida tentará retirar sua amostra. A ideia é com isso ter uma boa noção dos potenciais compostos orgânicos presentes durante a formação do Sistema Solar. De certa forma, a missão fará um retrato de nossos ancestrais não-biológicos — a matéria-prima que, na Terra, daria origem à vida.
Também será uma boa oportunidade para medir a quantidade de água presente no interior da rocha. Especula-se que objetos como o 1999 JU3 tenham fornecido boa parte da água do nosso planeta durante sua formação (lembre-se, asteroides são o que restou dos materiais que constituíram os planetas, 4,6 bilhões de anos atrás).
Fora essa novidade do projétil para a minicratera, a Hayabusa2 é muito similar à primeira. E voa acompanhada: nada menos que três pequenos satélites foram lançados em conjunto com ela. O Shin-en 2 é um projeto universitário transportando um radiotransmissor. O ARTSAT é uma escultura feita numa impressora 3D com um computador dentro, que irá gerar e transmitir poemas para a Terra. E o PROCYON passará pela Terra de novo em 2015 e será enviado a um asteroide próximo (ainda a definir) para um sobrevoo.
Não está bom? Então tem mais. A Hayabusa2 leva dois pequenos módulos de pouso autônomos, o japonês Minerva-II e o europeu Mascot. Ambos tentarão descer e operar na superfície do 1999 JU3 — o que não vai ser fácil. O Minerva que acompanhava a Hayabusa original não conseguiu descer no Itokawa.
Os japoneses, por algum motivo, costumam ter missões espaciais atribuladas. Tanto sua sonda marciana como a venusiana fracassaram na hora de entrar em órbita de seus respectivos alvos. Mas a Hayabusa foi um sucesso retumbante, e a segunda espaçonave a carregar o nome quer seguir nessa tradição. O Mensageiro Sideral deseja toda sorte do mundo em mais essa árdua jornada.
Aproveite o embalo e também fique ligado nos americanos, que lançam na quinta-feira pela primeira vez sua cápsula Órion, espaçonave destinada a levar astronautas além da órbita terrestre. Esse primeiro voo de teste será sem tripulação. Mas é um começo.
http://mensageirosideral.blogfolha.uol. ... peregrino/
Fico em dúvidas se um lançador superpesado é a resposta para missões a Marte, o plano atual do Orion é mandar astronautas em uma capsula minúscula em uma viagem de meses com um foguete gigantesco.Brasileiro escreveu:É o maior lançador da Rússia pós-soviética! Disputando o topo da cadeia alimentar, perdendo apenas por pouco para uma versão do Ariane-5 em capacidade lançamento em órbita baixa.
Agora, o próximo passo, para a próxima década, é o desenvolvimento de um lançador da classe 100 toneladas, para missões na Lua e Marte, já a caminho:
http://www.russianspaceweb.com/superheavy.html
abraços
Marechal, eu defendo esta ideia em destaque!Marechal-do-ar escreveu:Fico em dúvidas se um lançador superpesado é a resposta para missões a Marte, o plano atual do Orion é mandar astronautas em uma capsula minúscula em uma viagem de meses com um foguete gigantesco.Brasileiro escreveu:É o maior lançador da Rússia pós-soviética! Disputando o topo da cadeia alimentar, perdendo apenas por pouco para uma versão do Ariane-5 em capacidade lançamento em órbita baixa.
Agora, o próximo passo, para a próxima década, é o desenvolvimento de um lançador da classe 100 toneladas, para missões na Lua e Marte, já a caminho:
http://www.russianspaceweb.com/superheavy.html
abraços
Talvez, para conforto da tripulação e quem sabe, custos, não seria melhor construir uma estação espacial em uma órbita baixa e a partir dai iniciar a viagem interplanetária? Algo parecido com a nave do filme "interestelar" que viajou até Saturno?