Re: Noticias de Portugal
Enviado: Qua Abr 29, 2009 8:11 am
Nacionalistas vão celebrar Salazar no dia 2 de Maio
A extrema-direita prepara-se para prestar homenagem à memória de Salazar no dia 2 de Maio. Ontem, nos 120 anos do seu nascimento, houve romaria de populares à campa no Vimieiro e uma missa celebrada em Lisboa.
Os 120 anos do nascimento de António de Oliveira Salazar, que, em regime de ditadura, governou Portugal, vão ser comemorados pelo movimento nacionalista a 2 de Maio. As comemorações estiveram programadas para 25 de Abril mas foram adiadas porque entre a comunidade saudosista há quem aponte este dia como sendo de luto. Em Santa Comba Dão, berço de Salazar, a autarquia continua sem explicação para o atraso na classificação do espólio do ditador como sendo de utilidade pública. Já os académicos consideram que a recente vaga de fundo em favor do ditador se deve à desilusão com a democracia e com os políticos. Ontem foi celebrada, na Igreja dos Mártires em Lisboa, uma missa pela alma de Oliveira Salazar. Já no cemitério do Vimieiro, de onde era natural o déspota, o dia foi de romagem à campa de Salazar entretanto arranjada depois de há um ano atrás ter sido vandalizada.
A 28 de Abril de 1889, nascia no Vimieiro o homem que durante 40 anos governou Portugal com mão de ferro. Foi o último filho de um casal profundamente católico e nunca perdeu a ligação à terra que o viu nascer. A data de nascimento serviu para mais uma romagem ao cemitério desta aldeia, onde está sepultado Salazar. A campa "todos os dias recebe flores e foi recentemente arranjada depois da destruição que lhe fizeram", contou Manuel Martins, um dos muitos idosos do Vimieiro que prestaram "homenagem" ao ditador. Outra das romagens foi prestada por um grupo de alunos do Centro de Formação Profissional de Águeda que ali fizeram uma visita de estudo. João Caseiro, formador do centro e responsável do grupo, contou à Lusa que "é preciso deixar de pensar no Salazar como um fantasma e compreendê-lo como um homem do seu tempo". Um destes alunos esclareceu que Salazar "não deu a liberdade à população, mas não nos envolveu na II Guerra Mundial". António Matos (na foto) deslocou-se de Gondomar ao Vimieiro para visitar a campa de Salazar. Já entre os locais a admiração nasceu "pela forma simples como viveu", conta Lurdes Santos que cita a inscrição na lápide "modesto sem igual, nasceu humilde e humilde morreu".
Enquanto em Lisboa a Igreja dos Mártires, no Chiado, recebeu uma missa pela alma de Oliveira Salazar, ao longo do País muitos académicos detiveram-se no recente saudosismo em torno do antigo presidente do Conselho de Ministros e lembraram que, como Fernando Dacosta - autor do livro "As Máscaras do Salazar", "a insegurança é muito grande, a nível de empregos, nas ruas e as pessoas voltam-se para um passado recente, onde dominava a segurança". Dacosta, que se especializou no estudo desta figura da história, precisou ainda que "as pessoas, entre a liberdade e a segurança, preferem a segurança, até porque sem segurança a liberdade de pouco vale".
Já a historiadora Helena Matos, autora do livro Salazar, afirmou à Lusa que "ninguém governa tantos anos um país sem conhecer profundamente o povo". Salazar vai ser homenageado pelo movimento nacionalista a 2 de Maio, enquanto na terra natal a câmara aguarda pela expropriação da herança do ditador (ver caixas). Amado em Santa Comba Dão e por muitos ao longo do País, os estudiosos apontam tamanha devoção com o facto de a democracia "não ter resolvido todos os problemas", como referiu o professor universitário Manuel Loff. "Salazar tentou uma coligação entre os interesses do Estado e dos grandes grupos económicos, o que aconteceu no cavaquismo e, agora, no socratismo", concluiu Loff.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1215510
A extrema-direita prepara-se para prestar homenagem à memória de Salazar no dia 2 de Maio. Ontem, nos 120 anos do seu nascimento, houve romaria de populares à campa no Vimieiro e uma missa celebrada em Lisboa.
Os 120 anos do nascimento de António de Oliveira Salazar, que, em regime de ditadura, governou Portugal, vão ser comemorados pelo movimento nacionalista a 2 de Maio. As comemorações estiveram programadas para 25 de Abril mas foram adiadas porque entre a comunidade saudosista há quem aponte este dia como sendo de luto. Em Santa Comba Dão, berço de Salazar, a autarquia continua sem explicação para o atraso na classificação do espólio do ditador como sendo de utilidade pública. Já os académicos consideram que a recente vaga de fundo em favor do ditador se deve à desilusão com a democracia e com os políticos. Ontem foi celebrada, na Igreja dos Mártires em Lisboa, uma missa pela alma de Oliveira Salazar. Já no cemitério do Vimieiro, de onde era natural o déspota, o dia foi de romagem à campa de Salazar entretanto arranjada depois de há um ano atrás ter sido vandalizada.
A 28 de Abril de 1889, nascia no Vimieiro o homem que durante 40 anos governou Portugal com mão de ferro. Foi o último filho de um casal profundamente católico e nunca perdeu a ligação à terra que o viu nascer. A data de nascimento serviu para mais uma romagem ao cemitério desta aldeia, onde está sepultado Salazar. A campa "todos os dias recebe flores e foi recentemente arranjada depois da destruição que lhe fizeram", contou Manuel Martins, um dos muitos idosos do Vimieiro que prestaram "homenagem" ao ditador. Outra das romagens foi prestada por um grupo de alunos do Centro de Formação Profissional de Águeda que ali fizeram uma visita de estudo. João Caseiro, formador do centro e responsável do grupo, contou à Lusa que "é preciso deixar de pensar no Salazar como um fantasma e compreendê-lo como um homem do seu tempo". Um destes alunos esclareceu que Salazar "não deu a liberdade à população, mas não nos envolveu na II Guerra Mundial". António Matos (na foto) deslocou-se de Gondomar ao Vimieiro para visitar a campa de Salazar. Já entre os locais a admiração nasceu "pela forma simples como viveu", conta Lurdes Santos que cita a inscrição na lápide "modesto sem igual, nasceu humilde e humilde morreu".
Enquanto em Lisboa a Igreja dos Mártires, no Chiado, recebeu uma missa pela alma de Oliveira Salazar, ao longo do País muitos académicos detiveram-se no recente saudosismo em torno do antigo presidente do Conselho de Ministros e lembraram que, como Fernando Dacosta - autor do livro "As Máscaras do Salazar", "a insegurança é muito grande, a nível de empregos, nas ruas e as pessoas voltam-se para um passado recente, onde dominava a segurança". Dacosta, que se especializou no estudo desta figura da história, precisou ainda que "as pessoas, entre a liberdade e a segurança, preferem a segurança, até porque sem segurança a liberdade de pouco vale".
Já a historiadora Helena Matos, autora do livro Salazar, afirmou à Lusa que "ninguém governa tantos anos um país sem conhecer profundamente o povo". Salazar vai ser homenageado pelo movimento nacionalista a 2 de Maio, enquanto na terra natal a câmara aguarda pela expropriação da herança do ditador (ver caixas). Amado em Santa Comba Dão e por muitos ao longo do País, os estudiosos apontam tamanha devoção com o facto de a democracia "não ter resolvido todos os problemas", como referiu o professor universitário Manuel Loff. "Salazar tentou uma coligação entre os interesses do Estado e dos grandes grupos económicos, o que aconteceu no cavaquismo e, agora, no socratismo", concluiu Loff.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1215510