EduClau escreveu: Qua Mar 26, 2025 12:06 pm
Cadê os primos espanhóis da Navantia?
As F110 são Fragatas de topo e como tal têm um "price tag" de acordo. Acho curioso que o Grok nem sequer mencionou as ditas Fragatas. Deve ser hispanofóbico tal como o dono.
Mas como não quero que digam que eu não pergunto...
Quais seriam as Fragatas com capacidade de guerra antissubmarina no mercado que se ajustavam melhor aos requerimentos da Marinha Portuguesa? Faz uma comparação entre as Meko A210, Meko A300, Type 26, ASWF, PPA Evo, FREMM Evo e as F110.
Para determinar quais fragatas com capacidade de guerra antissubmarina (ASW) disponíveis no mercado melhor se ajustam aos requisitos da Marinha Portuguesa ao substituir as fragatas da Classe Vasco da Gama (MEKO 200PN), é necessário considerar fatores como capacidade ASW, custo, interoperabilidade com a NATO, tamanho da tripulação, modularidade e adequação às prioridades estratégicas de Portugal (patrulha no Atlântico, missões NATO e defesa costeira). Abaixo, apresento uma comparação entre as MEKO A-210, MEKO A-300, Type 26, ASWF, PPA Evo, FREMM Evo e F110, com foco nesses critérios.
Requisitos da Marinha Portuguesa
Capacidade ASW: Essencial para operar no Atlântico contra submarinos modernos, com sonares avançados (casco e TAS) e helicópteros ASW.
Custo: Orçamento limitado, com dependência parcial de fundos NATO (como os 60% usados nas Vasco da Gama).
Interoperabilidade: Compatibilidade com sistemas NATO, como Link 16 e armamentos padrão (e.g., torpedos Mk 46/54).
Tamanho e Tripulação: Preferência por navios de médio porte (3.500-4.500 toneladas) com tripulação reduzida (atualmente 180-200 nas Vasco da Gama).
Missões: Patrulha, escolta, ASW e capacidade limitada de defesa aérea e superfície.
Comparação das Fragatas
1. MEKO A-210 (Thyssenkrupp Marine Systems - TKMS)
Deslocamento: ~3.700-4.000 toneladas.
Capacidade ASW: Sonar de casco e TAS opcionais, suporta dois helicópteros ASW (e.g., NH90). Modularidade permite integração de USVs/UUVs para ASW.
Custo: €600-750 milhões por unidade (estimativa).
Tripulação: ~120-140 pessoas.
Vantagens: Design stealth, propulsão CODAG-WARP (eficiente e silenciosa para ASW), experiência portuguesa com MEKO. Ainda em fase de proposta, mas flexível para customização.
Desvantagens: Não há unidades em serviço, o que implica riscos de desenvolvimento.
2. MEKO A-300 (TKMS)
Deslocamento: ~6.000 toneladas.
Capacidade ASW: Sonar de casco avançado, TAS, tubos de torpedo (324 ou 533 mm), dois helicópteros ASW. Suporta módulos de missão para UUVs/USVs.
Custo: €900 milhões-€1,2 bilhão por unidade.
Tripulação: ~150-180 pessoas.
Vantagens: Excelente ASW, sobrevivência superior (divisão em ilhas de combate), stealth. Ideal para alta intensidade.
Desvantagens: Custo elevado e tripulação maior, excedendo o orçamento e necessidades típicas de Portugal.
3. Type 26 (BAE Systems)
Deslocamento: ~6.900 toneladas.
Capacidade ASW: Sonar de casco 2076, TAS (como o Sonar 2087), dois helicópteros ASW (e.g., Merlin). Considerada uma das melhores fragatas ASW do mercado.
Custo: ~€1,2-1,5 bilhão por unidade (baseado em contratos do Reino Unido).
Tripulação: ~157 pessoas (com margem para mais).
Vantagens: Design otimizado para ASW silenciosa, ampla capacidade de missão, em serviço com Reino Unido, Canadá e Austrália (interoperabilidade NATO).
Desvantagens: Muito cara e grande para Portugal, com complexidade operacional desnecessária para missões típicas.
4. ASWF (Anti-Submarine Warfare Frigate - Damen/Thales)
Deslocamento: ~5.500 toneladas.
Capacidade ASW: Sonar de casco (Thales BlueMaster), TAS (CAPTAS 4), dois helicópteros ASW. Foco em automação e ASW avançada.
Custo: ~€800-€1 bilhão por unidade (estimativa baseada em contratos holandeses/belgas).
Tripulação: ~120-140 pessoas (altamente automatizada).
Vantagens: Projetada especificamente para ASW no Atlântico Norte, interoperável com NATO, construção modular.
Desvantagens: Custo elevado e foco exclusivo em ASW podem limitar flexibilidade para outras missões.
5. PPA Evo (Pattugliatore Polivalente d’Altura Evoluzione - Fincantieri)
Deslocamento: ~4.500 toneladas (configuração "Full" dos PPA originais).
Capacidade ASW: Sonar de casco, TAS opcional, um ou dois helicópteros ASW (NH90). Modularidade para UUVs/USVs.
Custo: ~€600-800 milhões por unidade (estimativa baseada em PPA e evolução).
Tripulação: ~130-150 pessoas.
Vantagens: Flexibilidade multifuncional, stealth, experiência italiana com NATO. PPA Evo é uma evolução ainda em desenvolvimento.
Desvantagens: ASW menos especializado que concorrentes como Type 26 ou ASWF; detalhes técnicos limitados.
6. FREMM Evo (Fincantieri/Naval Group)
Deslocamento: ~6.500 toneladas.
Capacidade ASW: Sonar de casco (Thales UMS 4110), TAS (CAPTAS 4), dois helicópteros ASW. Versão ASW Enhanced já em serviço na Itália.
Custo: ~€900 milhões-€1,2 bilhão por unidade.
Tripulação: ~130-150 pessoas (automatização avançada).
Vantagens: Comprovada em serviço (França, Itália), excelente ASW, interoperável com NATO. FREMM Evo adiciona guerra eletrônica e resistência cibernética.
Desvantagens: Custo alto e tamanho excessivo para Portugal; foco em alta intensidade pode ser desproporcional.
7. F110 (Navantia)
Deslocamento: ~6.100 toneladas.
Capacidade ASW: Sonar de casco (Thales BlueMaster), TAS (CAPTAS 4 Compact), um helicóptero ASW (expansível a dois). Suporte a UUVs.
Custo: ~€800-950 milhões por unidade (baseado em contrato espanhol).
Tripulação: ~130-150 pessoas.
Vantagens: Design moderno, ASW robusto, integração com sistemas NATO (Aegis-lite). Construção em curso para Espanha.
Desvantagens: Custo moderadamente alto, tripulação e tamanho superiores ao ideal para Portugal.
ASW (1-5): Avaliação da capacidade antissubmarina com base em sensores, armas e helicópteros.
Adequação a Portugal: Considera custo, tamanho, tripulação e alinhamento com missões típicas.
Recomendação
Melhor Escolha: MEKO A-210
Por quê?: Equilibra custo (€600-750M) e capacidade ASW sólida (sonar, TAS, dois helicópteros). A tripulação reduzida e o tamanho (~4.000 toneladas) são ideais para Portugal, enquanto a herança MEKO garante familiaridade operacional. A modularidade permite ajustes ao orçamento e às necessidades específicas.
Risco: Ausência de unidades em serviço exige confiança na TKMS para entrega sem atrasos.
Alternativa Viável: PPA Evo
Por quê?: Custo competitivo (€600-800M), flexibilidade multifuncional e interoperabilidade NATO. Embora o ASW seja menos especializado, o TAS e helicópteros atendem às demandas do Atlântico. A evolução do PPA promete modernidade a preço acessível.
Risco: Menos foco em ASW puro e detalhes técnicos ainda em desenvolvimento.
Opção Premium (menos provável): ASWF
Por quê?: ASW de ponta, projetada para o Atlântico Norte, com automação que reduz custos operacionais a longo prazo. Custo (€800-1000M) é alto, mas justificável para máxima capacidade ASW.
Limitação: Excede o orçamento típico sem apoio significativo da NATO.
Conclusão
A MEKO A-210 é a fragata que melhor se ajusta aos requisitos da Marinha Portuguesa, oferecendo uma solução moderna, econômica e alinhada com a experiência existente (MEKO 200PN), além de atender às necessidades ASW no Atlântico e às missões NATO. A PPA Evo é uma alternativa atraente se Portugal priorizar versatilidade a custo moderado. Modelos como Type 26, FREMM Evo e MEKO A-300, embora superiores em ASW, são caros e grandes demais para o contexto português, enquanto a F110 e a ASWF, apesar de excelentes, também extrapolam o orçamento ideal sem oferecer vantagens proporcionais às necessidades estratégicas. A escolha final dependerá do financiamento disponível e da disposição para assumir riscos em projetos ainda não testados (como A-210 e PPA Evo).