ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5386 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 08, 2025 1:14 pm

gogogas escreveu: Sex Mar 07, 2025 8:47 pm Pode servir até para os Fuzileiros , seus obuses são tão velhos como o do EB
Pelo menos até agora ninguém se apresentou, além de ingleses e italianos, para tratar de produção sob licença com o exército. Se tem mais alguém interessado, não houve nenhuma divulgação pública sobre o assunto.
Em todo caso, o EB está tentando duas opções, que é a compra direta de 54 peças de 105mm, e a produção sob licença.
O que vingar primeiro leva.
Só duvido que o CFN entre nessa, em face de individualidades e fisiologismos institucionais entre as forças.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5387 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 10, 2025 3:45 pm

Exército dos EUA assina acordo com a BAE Systems para novas estruturas do M777

https://www.forte.jor.br/2024/01/04/exe ... s-do-m777/

Essa notícia tem pouco mais de um ano que veio a público, mas demonstrou à época a viabilidade do retorno da produção em série do M-777 em função das mudanças solicitadas para os obuseiros norte americanos, bem como a reposição de unidades doadas aos ucranianos por diversos países.
Por aqui, o CFN já demonstrou interesse no obuseiro da Bae Systems diversas vezes, além do exército também demonstrar interesse no mesmo, principalmente agora que a empresa negocia a produção sob licença do Light Gun por aqui.
Aparentemente, até o momento, assim como no caso da VBC CC\VBC FUZ os britânicos vem trabalhando diligentemente junto às autoridades militares, assim também os mascates da Bae Systems no Brasil vem conversando bem de perto, já em 2024, no sentido de promover os seus produtos.
Além deles, apenas os italianos foram consultados diretamente sobre uma suposta produção de uma versão modificada do Oto Melara M-56, de forma que ambas empresas estão mais perto de se acertarem com o exército, e quem sabe até com o CFN, por tabela.
Como se está trabalhando em duas vertentes, compra e produção sob licença, ou um pouco de ambas, talvez, é de se ver que o M-777 terá suas chances de vir a ser adotado pelo EB e fuzileiros navais em paralelo à compra\produção dos L-118\L-119 nos arsenais de guerra do exército.
Como estes obuseiros já são utilizados aqui há mais de vinte anos, o seu favoritismo é bastante destacado, visto que não se sabe até o momento de outros candidatos que não os dois citos aqui.
Ainda não há indicações concretas até março de 2025 de que o M-777 terá a sua produção industrial retomada.
A ver.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5388 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 10, 2025 6:00 pm

Possibilidades que estão se configurando a curto prazo na artilharia de campanha:

Obuseiro AR 105mm - Bae Systems (L-119)
Obuseiro AR 155mm - Bae Systems (M-777)
Obuseiro AP SL 155mm - Bae Systems (M-109A5BR+)
Obuseiro AP SR 155mm - Elbit Land Systems (ATMOS)

Ou

Obuseiro AR 105mm - Else (M-56 Mod)
Obuseiro AR 155mm - Elbit Land Systems (ATHOS)
Obuseiro AP SL 155mm - Bae Systems (M-109A5BR+)
Obuseiro AP SR 155mm - Elbit Land Systems (ATMOS)

Projeto Sistema Artilharia de Campanha do Exército - SAC - EPEx 2025

a. 54 peças AR 105mm a comprar e\ou produção sob licença;
b. 36 peças AR 155mm a comprar e\ou produção sob licença;
c. 36 peças AP SR 155mm a comprar e\ou produção sob licença;
d. 36 peças AP SL 155mm M-109A5 a modernizar;
e. 18 peças AP SL 155mm M-109A3 a revitalizar;

Até o momento não foram emitidos novos RFI\RFQ para os obuseiros AR 105\155mm. Aguarda-se uma decisão para este ano sobre a compra e\ou produção sob licença de ambos modelos.

A compra do ATMOS continua suspensa pelo governo até mudanças no quadro geopolítico no oriente médio.

Existe a intenção de se modernizar e\ou revitalizar parte dos M-109A5(36) do segundo lote, o que ainda não está decidido.

Alguns M-109A3 mais antigos serão revitalizados tendo em vista seu aproveitamento nas AD, escolas e academias do EB.

O obuseiro ATHOS 155\52 AR seria proposto como off set do programa VBCOAP SR pela Elbit Land Systems, mas está em suspenso até decisão política sobre o assunto.

A Bae Systems está oferecendo opções ao EB em relação à artilharia de campanha, de modo que se não houver um novo RFI\RFQ para os obuseiros de 105\155mm AR ainda em 2025, a empresa pode vir a se tornar a principal fornecedora de produtos e soluções para o exército neste campo, correndo ainda o "risco" de também ser eleita para a VBC CC\VBC FUZ com o CV-90. É para se pensar.

Se o processo da VBCOAP SR for confirmado com o ATMOS, existe a possibilidade de em futuro a médio e longo prazo os M-109A5BR+ e M-109A5 em operação nas AD e Bda Blda virem a sofrer nova atualização com a troca dos canos de 155\39 calibres pelos modelos de 155\52 calibres israelenses.

Em contraparte, a Bae Systems já estuda a viabilidade de reequipar os M-109A5BR+\M-109A5 com novos obuseiros, no caso do exército vir a requerer tal capacidade no futuro. O M-777 já dispõe de cano neste calibre, mas que não logrou ser produzido em série na sua versão auto rebocada. Os M-109A6 e M-109A7 norte americanos contam com o obuseiro M284A2 de 155\52 calibres.

A compra e\ou produção sob licença de novos tipos de munições para os futuros obuseiros está atrasada, e não há vislumbre de resolução sobre o assunto, não havendo verbas no orçamento atual para se explorar as opções de mercado.

5 GAC Leve: Bda Inf Pqd, 12a Bda Inf Amv, 4a Bda Inf Mth, 1a e 23a Bda Inf Sl
5 GAC: Bda Inf Mtz
1 GAC: 18a Bda Inf Pant
6 GAC AD AR
3 GAC AD AP SL
3 GAC AP SR: Bda Inf\Cav Mec - programa VBCOAP SR
2 GAC AP SL: Bda Inf\Cav Blda

Total - 25 Grupos de Artilharia de Campanha, equivalente a 450 obuseiros conforme dotação nominal indicada em Manual de Operações de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro.

Faltam 5 GAC AP SR a serem equipados conforme planejamento estratégico do EB para a constituição de 4 Bda Cav Mec e 4 Bda Inf Mec, assim como 4 GAC Lv Sl a serem criados e equipados na área do CMA\CMN, totalizando mais 162 obuseiros 105\155mm AR e AP SR.

O EB não decidiu se irá equipar, ou não, os GAC AD com as VBCOAP SR, ou se deixa tudo como está hoje. A organização básica da AD, conforme manual de campanha, indica 2 GAC por artilharia divisionária. Existe a previsão de criar-se DE, e respectivas AD por coerência doutrinal, em todos os comandos militares de área, menos o CMP. Isto por si só irá demandar a reorganização das AD, de forma que possam se adequar à nova realidade imposta pela redistribuição e\ou criação de novas OM a nível divisional, assumindo para si os materiais que melhor se adaptam ao contexto de sua missão.

Com mais de 600 peças de artilharia em demanda para obuseiros auto rebocados e auto propulsados, em dois calibres diferentes, o EB tem em mãos justificativas mais que plausíveis a fim de pleitear a si a produção sob licença de novas peças no país, tendo em mente, principalmente, capacitar a indústria e a logística nacional ao suporte na íntegra deste material e seus apetrechos de apoio. E este é apenas um dos muitos desafios de grande envergadura entre os projetos estratégicos que o país tem para resolver até o final da presente década.

A ver.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5389 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 10, 2025 6:06 pm

Compra de obuseiros israelenses barrada por Lula atrasa planos de modernização do Exército

https://www.gazetadopovo.com.br/republi ... -exercito/

E a novela continua.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5390 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 10, 2025 6:07 pm

[PDFView]file:///C:/Users/Fl%C3%A1vio/Downloads/BAE_Digital_USL_Landscape_Green+M109A7_PIM.pdf[/PDFView]




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5391 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Mar 11, 2025 11:58 am

FCarvalho escreveu: Seg Mar 10, 2025 6:07 pm [PDFView]file:///C:/Users/Fl%C3%A1vio/Downloads/BAE_Digital_USL_Landscape_Green+M109A7_PIM.pdf[/PDFView]
https://www.baesystems.com/en-media/upl ... 363011.pdf




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5392 Mensagem por FCarvalho » Ter Mar 11, 2025 1:39 pm

https://th.bing.com/th/id/OIP.vP5Xf93ws9MXHeEH12tSTAHaFw?w=736&h=572&rs=1&pid=ImgDetMain

A substituição dos M-114

Em relação aos obuseiros de 155mm, o exército apesar de ainda operar os antigos M-114, tem a priori a intenção de adquirir algumas peças para "manutenção de doutrina" com fins de começar efetivamente a modernizar sua artilharia de campanha, no que se refere principalmente a sua artilharia divisionária.

Em que pese esta iniciativa, que ainda não tem data para encontrar termo, o exército lançou duas ações que irão determinar no longo prazo a forma como esta substituição se dará, e qual ou quais modelos de obuseiros formarão a artilharia divisionária.

A primeira ação, como dito acima é a compra direta de novas peças de 155mm AR, com a alternativa de produção sob licença a curto e médio prazo. Conformo RFI emitido pelo EB em 2024, a ideia é comprar pouco mais de três dezenas de obuseiros para compor dois GAC AD e um GAC a nível Bda. Esta última questão ainda é, por assim dizer, um estudo de caso que o EB se pretende, a fim de colher informações sobre o emprego de peças de 155mm neste nível de GU.

A segunda ação é a emissão de diretiva de reorganização das Divisões de Exército, com a criação e\ou recomposição destas GU a fim de dispor ao menos de 1 DE para cada Comando Militar de Área, exceção feita ao CMP. Atualmente, o exército conta com a DE 1, DE 2, DE 3, DE 5, DE 6 e DE 7, respectivamente sediadas em Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul (DE 3\DE 6) e Pernambuco. Doutrinariamente, cada divisão de exército deve contar com a sua AD, de forma a dispor de elementos de manobra capaz de apoiar pelo fogo de artilharia suas OM de combate. Mas, a própria diretiva emanada faz ressalva a este respeito, de forma que as DE que vierem a ser criadas podem ou não dispor de artilharia divisionária orgânica.

Assim, do ponto de vista pragmático, 7 Comandos Militares de Área poderão vir a dispor se suas próprias DE da seguinte forma:

CMA
CMN
CML - DE 1
CMO
CMS - DE 3 \ DE 6
CMSE - DE 2
CMNE - DE 7

Em tese, seria o caso de criar 3 novas divisões de exército nos comandos militares em que não existem de forma que possam dispor destas GU de comando.

Neste sentido, o que gera dúvida no momento quanto ao aspecto da criação ou não das respectivas AD, é o fato de que o exército não possui experiência com obuseiros 155mm AR ou AP na região amazônica, seja a níve brigada ou divisionário, e mesmo contando com vários estudos e análises do ponto de vista acadêmico-escolar, é difícil prever-se qual será a opção adotada. A própria realidade vivida pelos dois únicos GAC Lv Sl da região dá uma indicação dos problemas a serem enfrentados em relação a criação ou não de AD nestes dois grandes comandos.

No manual, como já descrito, cada AD dispõe a si de 2 GAC cujo tipo de mobilidade não está identificado ou descrito, deixando ao gestores castrenses a decisão de mobiliar tais OM de acordo com as condicionantes vivenciadas de momento. Nestes aspecto, atualmente a artilharia divisionária do EB está divida em 6 GAC AR, equipados com M-114, e 3 GAC AP SL equipados atualmente com M-109A3 e M-109A5, todos recebidos usados via FMS. Apenas a DE 2 em São Paulo não possui AD orgânica, embora conte com um GAC subordinado a si.

Ainda não existe nenhum RO emitido pelo EB no sentido de identificar as características do futuro obuseiro 155mm AR, de forma que não é possível saber se ele será empregado primariamente nas AD ou se também terá lugar no apoio de fogo diretamente nas brigadas, e quais seriam estas.

Em que pese todas estas questões, o EB dispõe hoje de demanda objetiva para a substituição de pelo menos 108 peças do M-114, com o exército contando com bem mais que este número. A criação de novas DE, e consequentemente de novas AD pode elevar este número para mais que o dobro de obuseiros a serem adquiridos, assim como a perspectiva de seu emprego a nível brigada, ou não. Há também a questão dos 3 GAC AD equipados com bldos M-109A3\A5 que poderão vir a ser eventualmente substituídos por novas peças auto rebocadas, ou não.

Desconheço os critérios do EB para a não consecução de um DE ao Comando Militar do Planalto, e eventual AD correspondente, mas fato é que tem-se pela frente um emaranhado de decisões que precisam ser tomadas antes de quaisquer modificações na organização básica de todas as OM de artilharia, de forma a se poder planejar com um mínimo de coerência e higidez o futuro da artilharia divisionária, e correspondentemente, qual ou quais melhor vetores a serem empregados no futuro.

A ver.




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