OK!Carlos Mathias escreveu:Bolovo, entendi tua argumentação, OK?
Abraços!
Como eu tenho nada ver com a rusgas entre Slip e você, vou responder aquele trecho seu "Enfim, mantém a linha do debate das pessoas, ao invés do assunto alvo, que é: EC-725 X BH, quem trouxe/trará mais benefícios ao país em termos de ToTs, empregos e desenvolvimento?" Oras, nesses termos, obviamente o EC-725, de lavada. Mas daí eu me pergunto, quando a FAB comprou os BH ela estava procurando transferência de tecnologia, empregos e desenvolvimento? Eu acredito que não, queriam pura e simplesmente comprar (como vocês dizem, de prateleira, mas eu discordo desse adjetivo) um heli que cumprisse a missão e substituísse o UH-1 (nada mais natural, pois foi exatamente o que houve no US Army, operador principal).
Não sei como anda mais, mas o tal 'Centro de Manutenção' que tanto se planeja/planejava (não sei mais) não será/seria uma simples oficina, pejorativo demais. Em Manaus, 'centro blequirouquiristico' do Brasil, já é realizada a manutenção em nível de batalhão (não tenho certeza quanto o nome das operações) em conjunto entre EB e BH, funcionando muito bem, pois esses helicópteros têm representado uma disponibilidade ótima, dificilmente negando fogo. A idéia é/era a ampliação desse modelo adotado, aprofundando e abrangendo mais a manutenção. Não seria uma linha de montagem, não daria empregos, não teria transferência de tecnologia, mas acho que era exatamente isso que procuravam, um heli pé-de-boi (faz tudo), que cumprisse a missão e que tivesse manutenção local.
Acredito que a FAB seja, dentre as três forças, a que mais sofre com o quesito manutenção. Um avião não decola com pane! Tem que estar em perfeitas condições de uso, senão simplesmente não decola. Um Leopard do EB ou alguma fragata da MB podem até rodar com algum sistema quebrado, já aviões não! Por isso não gosto deste termo: uma simples oficina. A coisa não é tão simples e nem tão ingênua quanto pensam.
Não citei o EB e nem a MB por alguns motivos, dentre eles: os do EB vieram praticamente obrigados, não tinhamos nenhum heli que cumprisse a tarefa de ir para a MOMEP, vigiar a fronteira Equador/Peru após a guerra do Cenepa. Ou ia de Blackhawk ou não ia. Vieram e a experiência foi felomenal, proporcionando uma nova experiência as asas rotativas brasileiras. Foi a partir daí que o interesse da FAB pelo bicho começou. Não sei os motivos da MB em ter adquirido o Seahawk, mas dizem que os nossos serão um dos melhores helis ASW do mundo. A FAB que até o final dos 80, com criação do Bavex, detinha o 'monopólio rotativo', sempre usou helis pé-de-boi, o UH-1H, como base de sua força rotativa. Acredito que tenha saído daí também o interesse pelo BH, o substituto natural do Huey.
Por isso minhas criticas a essa compra esquisita dos Super Cougar. Reitero que é só uma visão minha. Primeiro, acho que os 51 helis caíram literalmente no colo das Forças, que agora arranjarão, de alguma maneira, função para eles, que se virem com as contas depois. Segundo, as forças jamais pensaram em transferência de tecnologia, criação de empregos e desenvolvimento nacional comprando helis, diga-se de passagem, pé-de-bois, pois não é função deles! E muito menos dá para comparar com projetos, daí sim, de verdadeira importância tecnológica nacional imensa, como armamentos e sistemas de caças. Terceiro, não acredito que para ampliarmos a Helibras, termos desenvolvimento nacional (sic), a compra de 51 helis militares foi a melhor opção. Poxa, o Brasil é o segundo, o segundo!, maior mercado mundial de helicopteros, ou seja, 51 helis, militares diga-se, nessa conta não é nada. Haveria alternativas melhores, acredito eu. Por isso insisto na minha teoria, certa, errada ou não, de que esses helis foram empurrados guela abaixo nas forças, travestidos de carros-chefe no desenvolvimento nacional, que para mim, é um mito, continuaremos dependentes.
Por último, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E isso é bem claro. Não vejo como de importância máxima nacional o desenvolvimento (sic) desses 51 helis. Acredito que nivelamos a coisa por baixo. Bato palmas para projetos estratégicos como, por ex, o dos submarinos, fragatas e FX-2, transações bilhonárias que efetivamente nos elevarão de patamar tecnológico e militar perante o mundo. Esse tipo de equipamento só é conquistado e mantido com desenvolvimento local. Adiantaria nada, por ex, termos os melhores caças do mundo, se não dominamos os seus códigos-fonte. Coisa que não vejo por exemplo em helis pé-de-boi, nesse 'projeto EC-725', para mim, um grande acordão entre governo, empresas e instituições industriais, usando o 'reequipamento das nossas forças' como alibe nessa grande brincadeira bilhonária. O segundo maior mercado do mundo, mas quem vai mudar tudo serão 51 helis militares. Ah, quem derá que o mundo fosse tão fácil.
Abraços,
Bolovo, o garoto-vinagre!