Viana do Castelo perde Navpol
Projecto do futuro navio deverá vir da Alemanha
10.01.2008
Segundo notícias publicadas pela imprensa portuguesa, parecem crescer as possibilidades de o navio de apoio logístico, conhecido como NavPol, que teve a sua construção prevista para os Estaleiros de Viana do Castelo não ser construído naquele estaleiro.
O Navio de Apoio Logístico previsto para a marinha portuguesa desde há vários anos, é um equipamento vital para as missões que se espera que as forças armadas portuguesas venham cada vez mais a desempenhar no futuro.
Inicialmente ainda nos finais dos anos 90, a marinha portuguesa parece ter mostrado preferência pelo projecto que veio a resultar nos navios «Galicia» e «Roterdam», das marinhas espanhola e holandesa, respectivamente.
Durante o processo de aquisição dos submarinos, a marinha portuguesa viu a possibilidade de reduzir os custos de construção do navio, ao solicitar que no projecto de compra dos submarinos fosse apresentada como contrapartida, o projecto de construção de um navio com aquelas características.
Para o efeito Portugal teria à disposição os projectos de um navio do tipo Roterdam, que mais tarde se acordou que deveria ser construído nos Estaleiros de Viana do Castelo.
Para os alemães a inconveniência desta solução, decorre de que a Thyssen-Krupp e as suas associadas, não tinham um projecto próprio, pelo que teriam que recorrer a estaleiros concorrentes para comprar ou de alguma forma adquirir os planos de um navio logístico para posteriormente entregar a Portugal.
As primeiras dúvidas sobre o andamento do processo começaram por ser levantadas pelos próprios sindicatos de trabalhadores dos estaleiros de Viana, mas as dúvidas e as possibilidades multiplicaram-se quando a HDW, (parte da Thysse-Krupp) que vendeu os submarinos a Portugal, apresentou a sua versão de navio de apoio logístico.
Assim, desde 2005, que notícias dispersas afirmam que os estaleiros alemães têm tentado «vender» à marinha de Portugal um conceito diferente de NavPol, resultado dos seus próprios estudos e dos seus próprios projectos.
Versão do MRD-1000 desenhada para a África do Sul. Partindo de um projecto base, podem-se cumprir as exigências e especificações de cada cliente
A vantagem do projecto da HDW/Thyssen é que a empresa o disponibiliza sem custos, porque deixa de ser necessário adquirir o projecto de um navio parecido a um concorrente (os estaleiros holandeses Royal Schelde). A outra vantagem para ao alemães é que colocam no mercado o primeiro navio do tipo, firmando assim o seu nome no mercado, na construção de um tipo de navio que começa a ser comum em grande parte das marinhas do mundo.
Presentemente os estaleiros alemães já propuseram o seu projecto de navio à marinha da África do Sul um navio baseado no projecto MRD-1000, a que deram o nome de MHD-150 (multi role Helicopter deck ship) e que foi desenhado conforme as especificações da marinha da África do Sul.
Embora da parte dos estaleiros de Viana, exista uma afirmação clara de que a empresa está em condições de construir todo o navio, avolumam-se os indícios de que isso não ocorrerá. A somar a esta questão, está a autêntica «trapalhada» que resulta da construção atrasada nos navios de patrulha oceânica em construção em Viana do Castelo que sendo navios relativamente pouco sofisticados somam já atrasos superiores a dois anos para a entrega.
Da parte do governo de Portugal, o ministro da defesa Severiano Teixeira, já anteriormente fez críticas às opções da administração da altura (Primeiro Ministro Durão Barroso e Min. Defesa Paulo Portas) afirmando que o navio logístico deveria ter tido prioridade sobre os submarinos, por ser um meio vital para todos os ramos das forças armadas e não apenas para a marinha e também porque é um meio naval que pode ser utilizado em situações de catástrofe.
Sempre que é necessário o transporte de forças mecanizadas portuguesas, é necessário recorrer a meios estrangeiros, por o país não ter capacidade para o fazer.
fonte:
http://www.areamilitar.net/noticias/not ... ?nrnot=484