Ecos da Teoria Crítica e do Discurso do Politicamente Correto ...
Muitas elucubrações costumam ser propagadas em momentos de crise política e comoção social e, invariavelmente, além de serem reprodutores do dilema pessimista do “quanto pior melhor”, faz com que ativistas e políticos profissionais tirem proveito de uma janela de oportunidade para propagar suas ideologias e seus discursos eleitoreiros de plantão.
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Os ecos da Teoria Crítica e do Discurso do Politicamente Correto na narrativa da segurança pública encontram a sua base de dominação na influência sofrida por parte da mídia, intelectuais e dirigentes de partidos políticos, dos escritos e discursos dos pensadores da Escola de Frankfurt e, de maneira subsidiária, da difusão de tal arcabouço teórico ancorada na ideia de criticar a vida sob o capitalismo e as diferentes formas de dissecá-la, deslocando-se do eixo meramente econômico e amplificando a importância da cultura.
De maneira sucinta, sabe-se que um grupo composto por cientistas sociais da Universidade de Frankfurt, em 1922, formou a autodenominada Escola de Frankfurt, sob a influência do marxismo, e irradiou a sua interpretação da teoria crítica que em linhas gerais pode ser definida como “[...] uma teoria sociológica que tem por objetivo explorar o que existe por trás da vida social e descobrir os pressupostos e máscaras que nos impedem de compreender plena e verdadeiramente como o mundo funciona”
Dentre os principais pensadores da Escola de Frankfurt destacaram-se: Theodor Adorno, Erich Fromm, Jürgen Habermas, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e Félix Weil, sendo este último o fundador da escola.
Partindo de uma leitura histórica dos principais acontecimentos da época e com destaque para o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do alcance do legado da Revolução Russa iniciada em 1917, os pensadores da Escola de Frankfurt diagnosticaram que, apesar da forte profusão das ideias marxistas na Europa, o patriotismo verificado na grande maioria dos cidadãos daqueles países havia suplantado a consciência de classe dos trabalhadores, partindo do pressuposto de que o capitalismo havia cegado os revolucionários.
A partir deste pressuposto, os pensadores da Escola de Frankfurt deslocaram o eixo de propagação de sua teoria crítica - antes calcada no viés marxista com predominância no recorte econômico - para a cultura, posto que a primeira não determinava totalmente a forma de vida social, centralizando, dessa forma, um enfoque nas artes de uma forma geral, na produção estética e no comportamento da mídia.
Diante de novos acontecimentos históricos, mais especificamente a eclosão da 2ª Guerra Mundial e a ascensão do Nazismo, o grupo que formou a Escola de Frankfurt transferiu-se para os Estados Unidos da América (EUA), onde passou a combater os valores burgueses do capitalismo.
Nesse contexto, a comparação entre os traços autoritários dos valores burgueses e capitalistas americanos e o autoritarismo do Regime Nazista passou a ser recorrente, sobretudo, nos meios acadêmicos, pelo que atribuíram o rótulo de fascistas para aqueles que discordassem de suas ideias.
Tais ideias receberam o aditivo da publicação do livro de autoria de Theodor Adorno intitulado de “A personalidade autoritária”, além da adoção do pensamento de Sigmund Freud acerca da repressão a que estava exposta toda a civilização e das ideias socialistas de Antônio Gramsci.
Mais adiante, tornou-se evidente a presença dos elementos da “teoria crítica frankfurtiana” no interior das sociedades capitalistas, por meio da substituição dos trabalhadores como as vítimas da exploração do trabalho e da mais-valia e, consequentemente, a incorporação dos negros, mulheres e LGBT como padecentes do conflito entre o “Eros e Civilização”, como extrai-se da obra de Herbert Marcuse, sob a justificativa do enfrentamento da tolerância repressiva pela tolerância libertadora.
O espargimento dos postulados da Escola de Frankfurt atingiram de maneira eruptiva as novas gerações acadêmicas desde a década de 1960 e, notadamente, os dias atuais, uma vez que serviram de base para aquilo que passou a ser definido como o “discurso do politicamente correto”, com a pretensa adoção de um processo de linguagem disciplinado pelo risco da discriminação açodada pelo imaginário do sexismo e racismo.
Percorridas algumas décadas desde a eclosão de suas ideias, é nítida a dificuldade de convivência entre as diferentes alteridades, restando grande apelação para aquilo que a Escola de Frankfurt tornou por base reforçar, o maniqueísmo da satanização daqueles que não comungam dos seus princípios, vez que relegados a um segundo plano o conflito marxista entre burgueses e proletários, permanecem os fundamentos da teoria crítica voltados aos novos grupos vitimizados pela heterossexualidade repressora, acentuados pelo predomínio dos postulados da “perversidade polimorfa”.
Na cartilha do “politicamente correto” enumeram-se várias situações em que o ser humano deve policiar-se ao expor seus pensamentos e ideias, sob o risco de ser etiquetado de “fascista”, simplesmente pelo fato de ter uma postura diferente daqueles que garantiram o controle da cultura, sob a tutela do marxismo e dos axiomas da Escola de Frankfurt.
Assim sendo, é possível vislumbrar óbices ao pluralismo do pensamento, bem como o evidente patrulhamento ideológico daqueles que ousam desafiar os postulados do discurso politicamente correto, restando pouca caixa de ressonância para aqueles que têm a acuidade de dissociar suas narrativas daquilo que segmentos políticos oportunistas elegeram como objeto da sua satanização.
Pré-julgamentos políticos, destruição de agentes e instituições públicas, retomada de antigos estereótipos e a criação de novos mártires com finalidade escusa de oportunizar novos horizontes e azimutes políticos compõem o extenso e já conhecido repertório de uma destruidora e rasteira subclasse política que tem grande influência no modo de agir e pensar de universidades, legendas políticas e segmentos ideológicos da imprensa.
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Completo em:
http://www.defesanet.com.br/ghbr/notici ... nca-do-RJ/
sds