O Wikleaks e o FX

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Luís Henrique
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Re: O Wikleaks e o FX

#46 Mensagem por Luís Henrique » Sex Set 26, 2014 11:20 am

Vinicius Pimenta escreveu:Em algum momento no governo Dilma, a proposta norte-americana, que era preferência do Alto-Comando, ganhou força também política. Não sei se por garantias, se pela aproximação com a Embraer, se pelo toma lá, dá cá (SH - Super Tucano), se pelo enfraquecimento da "parceria estratégica" com a França, ou seja lá o que.

Dilma seria recebida por Obama com a mais alta reverência. Especula-se que poderia até anunciar a compra dos SH durante a visita.

Então os grampos apareceram. A aproximação política foi destruída. Optou-se seguir a indicação da área técnica. O que não desmerece em nada o Gripen, ao meu ver, até fortalece, pois ao se excluir o componente político da escolha, prevaleceu como indicação técnica. E técnica não pelo supertrunfo, mas pelo pacote.

Se era melhor ter parado e recomeçado do zero? Não acho. Seria absolutamente ridículo, pois se você tem um short list, você indica que os três estão aptos. Se um cai, por que não escolher outro? Seria difícil de explicar. Além disso, um F-X 3 analisaria quais aeronaves?

Enfim, essas informações são ótimas a título de informação e confirmação de tudo que foi exaustivamente debatido, mas não vejo como balizadoras para críticas ao vencedor.

Minha opinião, claro.
F-35, Pak Fa, J-20, Rafale, Eurofighter, Gripen NG, J-10, Su-35 e Su-34.

A preferência seria pelas opções de 5ª geração, mas se as Tots fossem muito pequenas e/ou os custos exorbitantes, poderíamos selecionar uma opção de 4ª geração com LONGO futuro previsto. Diferente do SH que está fechando a linha de produção.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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FIGHTERCOM
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Re: O Wikleaks e o FX

#47 Mensagem por FIGHTERCOM » Sex Set 26, 2014 12:38 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Em algum momento no governo Dilma, a proposta norte-americana, que era preferência do Alto-Comando, ganhou força também política. Não sei se por garantias, se pela aproximação com a Embraer, se pelo toma lá, dá cá (SH - Super Tucano), se pelo enfraquecimento da "parceria estratégica" com a França, ou seja lá o que.

Dilma seria recebida por Obama com a mais alta reverência. Especula-se que poderia até anunciar a compra dos SH durante a visita.

Então os grampos apareceram. A aproximação política foi destruída. Optou-se seguir a indicação da área técnica. O que não desmerece em nada o Gripen, ao meu ver, até fortalece, pois ao se excluir o componente político da escolha, prevaleceu como indicação técnica. E técnica não pelo supertrunfo, mas pelo pacote.

Se era melhor ter parado e recomeçado do zero? Não acho. Seria absolutamente ridículo, pois se você tem um short list, você indica que os três estão aptos. Se um cai, por que não escolher outro? Seria difícil de explicar. Além disso, um F-X 3 analisaria quais aeronaves?

Enfim, essas informações são ótimas a título de informação e confirmação de tudo que foi exaustivamente debatido, mas não vejo como balizadoras para críticas ao vencedor.

Minha opinião, claro.
Prezado Vinicius,

O pior de tudo isso é que estão fazendo um julgamento baseado nos cables de uma embaixada, sem ao menos saber a versão por parte do governo e da FAB. Particularmente, acho isso temerário. Faltam subsídios para se chegar a uma conclusão. Além do mais, depois de tudo isso, existe uma pergunta a ser respondida: por que nenhum dos presidentes (Lula e Dilma) tomou providências contra as pessoas envolvidas nesse escândalo, da forma como é colocada por alguns aqui no DB?


Abraços,

Wesley




"A medida que a complexidade aumenta, as declarações precisas perdem relevância e as declarações relevantes perdem precisão." Lofti Zadeh
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Penguin
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Re: O Wikleaks e o FX

#48 Mensagem por Penguin » Sex Set 26, 2014 1:04 pm

WikiLeaks: íntegra dos telegramas sobre o Brasil – em português
Publicado em 5 de dezembro de 2010 às 9:17 hs.

Leia íntegra dos telegramas em português:

19/05/2009 16h39

VZCZCXRO8264RR RUEHRGDE RUEHBR #0634/01 1391639ZNY SSSSS ZZHR 191639Z MAY 09FM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC/SECSTATE WASHDC 4328RUEKJCS/SECDEF WASHDCRHEHNSC/NSC WASHDCINFO RUEHFR/AMEMBASSY PARIS 0490RUEHSM/AMEMBASSY STOCKHOLM 0075RUEHRG/AMCONSUL RECIFE 9551RUEHRI/AMCONSUL RIO DE JANEIRO 7753RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 4071RUCPDOC/DEPT OF COMMERCE WASHDCRUEKJCS/JOINT STAFF WASHDCRHMFISS/CDR USSOUTHCOM MIAMI FL

S E C R E T O

SECTION 01 OF 03 BRASILIA 000634 NOFORN SIPDIS STATE FOR WHA AND PM E.O. 12958: DECL: 05/19/2019 TAGS: PREL, MASS, ETTC, BR

ASSUNTO: AQUISIÇÃO DE CAÇAS PELO BRASIL: ESTRATÉGIA PARA FINAL DE PROCESSO REF: A. BRASILIA 216 B. BRASILIA 41

Classificado pela encarregada de negócios Lisa Kubiske. Razão: 1.4 1. (S/NF)

SUMÁRIO E PEDIDO DE AÇÃO. Restando dois meses para que o governo do Brasil [GOB] decida quanto a um caça de próxima geração, o concorrente norte-americano, o Boeing F-18 Super Hornet, continua a ser percebido por muitos brasileiros, do GOB e fora dele, como provável segundo ou até mesmo terceiro colocado no processo, apesar de ser o melhor avião e oferecer o melhor pacote compensatório. A maioria dos nossos contatos brasileiros nos dizem não acreditar que o governo dos Estados Unidos [USG] esteja apoiando a venda fortemente, o que desperta dúvidas em suas mentes sobre nossa confiabilidade como parceiros em longo prazo. Daqui até julho, haverá diversas oportunidades para assegurar aos brasileiros nos mais altos escalões que o USG apoia a venda. Os parágrafos 3-7, abaixo, contêm medidas propostas para minimizar as principais preocupações brasileiras e maximizar a chance de seleção do concorrente norte-americano. Entre essas medidas, contatos de alto nível, pelo presidente e secretário, serão críticos para superar a percepção de falta de apoio pelos Estados Unidos. Precisamos também enfatizar nossas garantias de que transferência de tecnologia foi aprovada e destacar a superioridade da proposta da Boeing com relação à de sua concorrente francesa. Como apontam os reftels, a embaixada acredita que o [Departamento de] Estado possa desempenhar papel crítico em fornecer garantias que serão essenciais para a vitória na concorrência. FIM DO SUMÁRIO.

2. (S/NF) À medida que a concorrência FX2 se aproxima de seus estágios finais, os Estados Unidos têm uma forte oferta da Boeing para o seu F18 Super Hornet, acompanhado por um grande pacote de cooperação industrial e custo geral competitivo. Embora possamos confiar em que o Super Hornet seria a escolha brasileira com base em suas capacidades superiores e atraente pacote compensatório, ainda assim ele não tem chance de vitória superior a 50%, devido ao apoio político de que desfruta seu concorrente francês e da persistente crença entre os brasileiros de que um relacionamento estreito com os Estados Unidos pode não ser vantajoso para o país. Para vencer a fase final da disputa pelo contrato FX2, portanto, dependemos de uma estratégia efetiva para superar nossas desvantagens políticas e permitir que a superioridade do Super Hornet seja o fator decisivo. Uma estratégia como essa precisa resolver diversas questões importantes:

Percepção de falta de apoio pelo USG

3. (S/NF) Porque o esforço francês está sendo administrado diretamente pelo gabinete do presidente Sarkozy, e dado o envolvimento sueco corrente em nível ministerial, o USG é percebido pela maioria dos brasileiros como no máximo medianamente interessado em apoiar a venda do FX2. Essa é uma desvantagem crítica em uma sociedade brasileira na qual os relacionamentos pessoais servem de fundação para os negócios. A dificuldade é exacerbada pela separação entre governo e indústria nos Estados Unidos. Não podemos, por exemplo, oferecer financiamento governamental em apoio a uma empresa estatal, como podem os nossos concorrentes. Para enfrentar esse problema, contatos de alto nível serão essenciais, especialmente por parte do Departamento de Estado, que a força aérea brasileira vê como restritivo quanto à cooperação militar. Nesses contatos, será preciso que as autoridades norte-americanas destaquem a parceria cada vez mais forte entre Brasil e Estados Unidos e a maneira pela qual a cooperação com os Estados Unidos, na expansão das obsoletas forças armadas brasileiras, oferecerá não só as melhores capacidades operacionais mas um reforço do nível mais amplo de cooperação entre os dois países. É por isso que assumimos posição favorável à aprovação de transferências de tecnologia, em apoio a essa venda. Além de tirar vantagem das oportunidades de curto prazo para contatos de alto nível oferecidas pela viagem do ministro da Defesa [MOD] Jobim a Washington em 20 maio e pela possível visita da secretária Clinton ao Brasil no final de maio, a embaixada acredita que os telefonemas entre os presidentes Obama e Lula, entre a Agência de Segurança Nacional (NSA) e o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia e entre o secretário da Defesa Gates e o MOD Jobim podem reforçar significativamente os nossos argumentos.

Transferência de tecnologia

4. (S/NF) Ainda que as decisões mais importantes para aprovar a BRASILIA 00000634 002 OF 003 transferência de tecnologia como parte da venda do FX2 tenham sido tomadas, os líderes brasileiros continuam a duvidar da capacidade norte-americana de cumprir o prometido. Embora o problema tenha sido mitigado por meio de uma estratégia efetiva de assuntos públicos, continuamos a ouvir que, na ausência de garantias específicas pelo primeiro escalão do Departamento de Estado, os brasileiros não se sentem seguros. Pode bem ser que os brasileiros desejem manter vivas as dúvidas sobre a transferência de tecnologia a fim de contarem com uma desculpa automática para a compra de um avião inferior, caso os líderes políticos assim decidam. As repetidas preocupações quanto a códigos-fonte intransferíveis podem ter base semelhante. Por fim, ouvimos que existem preocupações no Congresso quanto a uma possível corrida armamentista na América do Sul. Caso isso chegue aos ouvidos dos brasileiros, haverá novas preocupações quanto à possibilidade de que o Congresso intervenha para bloquear a venda. A embaixada recomenda o seguinte, como próximos passos a fim de reforçar nossos argumentos no que tange à transferência de tecnologia: –uma carta do presidente Obama ao presidente Lula defendendo a causa – uma carta da secretária Clinton ao MOD Jobim afirmando que o USG aprovou a transferência de toda a tecnologia apropriada. – A orientação interagências quanto ao código-fonte (liberada para um artigo publicado em abril pela Revista Força Aérea) deveria ser disseminada para uso. – Todos os contatos de alto nível, entre os quais pelos secretários de Estado e da Defesa e pelo presidente dos Estados Unidos (POTUS), devem incluir garantias de que a transferência de tecnologia foi aprovada. – As agências de Washington devem iniciar consultas com assessores apropriados no Congresso o mais cedo possível a fim de superar a percepção equivocada de que vendas de armas ao Brasil causariam desestabilização.

Financiamento

5. (S/NF) A incapacidade dos Estados Unidos de oferecer financiamento ou garantias [de crédito] coloca o Super Hornet em desvantagem significativa diante de seus concorrentes. O Export-Import Bank [EXIM] dos Estados Unidos está proibido de se envolver em vendas de produtos de defesa, o que faz com que o Brasil dependa de financiamento comercial, com juros mais altos. De acordo com agências de Washington, seria possível solicitar uma dispensa do Congresso para que o EXIM pudesse apoiar a venda. Isso foi realizado, no passado, em raras ocasiões. O escritório de financiamento da força aérea brasileira nos disse que até mesmo um comunicado no sentido de que estamos dispostos a solicitar essa medida legislativa seria considerado como sinal positivo. A embaixada recomenda que Washington explore a possibilidade de ação legislativa para permitir financiamento pelo EXIM e que responda dentro do prazo de 29 de maio à solicitação de informações sobre opções de financiamento governamental encaminhada pelo GOB.

Defendendo nossa posição

6. (S/NF) Obtivemos sucesso em comunicar o ponto de que o Super Hornet é um avião de alta capacidade, e agora precisamos nos concentrar no quadro mais amplo -como a parceria na venda do caça resultará em benefícios para ambos os lados, em termos militares, e também em benefícios econômicos. Como maior companhia aerospacial do mundo, a Boeing tem a capacidade de oferecer gama maior de oportunidades à indústria brasileira, entre as quais algumas que não se relacionam ao programa compensatório do FX2. A visita de legisladores brasileiros a Washington no começo de junho será uma oportunidade de transmitir essa mensagem a líderes políticos. Concentrando as atenções em senadores importantes, temos a oportunidade de conquistar o apoio de indivíduos que podem influenciar os responsáveis pela decisão e garantir que as pessoas que terão de aprovar os dispêndios do governo brasileiro compreendam que o F-18 lhes oferece mais valor. A embaixada continuará a destacar a transferência de tecnologia e expandir nossa mensagem de maneira a incluir os benefícios econômicos da proposta da Boeing para o Brasil. Também recomendamos o seguinte: — Usar a visita do Congresso brasileiro para enfatizar a mensagem de que uma parceria com os Estados Unidos acarreta benefícios para ambos os lados que vão bem além do programa compensatório. Garantir que os senadores brasileiros compreendam os custos significativamente inferiores do Super Hornet em seu ciclo de vida. BRASILIA 00000634 003 OF 003 – Marcar uma entrevista do secretário de Defesa, ou outro representante importante do governo, com um jornalista brasileiro conhecido, a fim de sublinhar a importância da parceria entre Estados Unidos e Brasil e como a venda do FX2 ajudaria.

Ataque à proposta francesa

7. (S/NF) Ainda que os franceses ofereçam um caça menos capaz a custo mais alto, o Rafale vem sendo considerado vencedor desde o início da concorrência FX2. Embora as avaliações técnicas dos aviões devam resultar em vantagem significativa para o Super Hornet, precisamos tomar medidas para erodir a vantagem política francesa. Embora um elemento importante disso seja enfatizar o custo mais baixo da Boeing, há diversas outras medidas que podem oferecer argumentos contra os franceses. O primeiro passo será lembrar os brasileiros de que seu interesse pelo Rafale foi causado pela suposição de que os Estados Unidos não liberariam tecnologia. Já que aprovamos a liberação da tecnologia relevante, deveríamos perguntar se os brasileiros ainda precisam dos franceses como segurança. Nos últimos meses, o esforço francês de vendas vem se baseando em alegações enganosas, se não fraudulentas, de que seu caça envolve apenas conteúdo francês (o que o isentaria dos incômodos controles de exportação dos Estados Unidos). Mas isso não precede. Uma análise da Administração de Segurança da Tecnologia de Defesa (DTSA) encontrou alta presença de conteúdo norte-americano, o que inclui sistemas de mira, componentes de radar e sistemas de segurança que requererão licenças norte-americanas. Próximos passos: — Ainda que não pareça que os dados tecnológicos oferecidos na proposta francesa violem os regulamentos da Regulamentação Internacional de Comércio de Armas (ITAR), o PM/DTCC [departamento de controle do comércio de defesa, na divisão de assuntos político-militares do Departamento de Estado] e a DTSA devem continuar a monitorar o marketing francês para garantir que a Dassault não contorne as restrições do ITAR. – Investigar a decisão indiana de excluir o Rafale em sua concorrência para caças e determinar se existiu algum motivo que torne o avião menos atraente para o Brasil. – Garantir que os brasileiros estejam cientes de que esperamos conceder licenças de retransferência para os componentes de origem norte-americana no avião francês, e que já aprovamos a transferência de alguns dados técnicos. KUBISKE

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31/07/2009 20h42

VZCZCXRO1680OO RUEHRGDE RUEHBR #0952 2122042ZNY SSSSS ZZHO 312042Z JUL 09FM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC/SECSTATE WASHDC IMMEDIATE 4792INFO RUEHRG/AMCONSUL RECIFE 9789RUEHRI/AMCONSUL RIO DE JANEIRO 8046RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 4373RHEHNSC/NSC WASHDCRUEKJCS/SECDEF WASHDC

S E C R E T O

BRASILIA 000952 NOFORN SIPDIS STATE FOR D, P, T, AND WHA E.O. 12958: DECL: 07/31/2019 TAGS: MASS, PREL, BR

SUBJECT: COMANDANTE DA FORÇA AÉREA DO BRASIL PEDE GARANTIAS DE ESTADO QUANTO A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA ATÉ 6 DE AGOSTO REF: BRASILIA 888

Classificado por: VICE-CHEFE DE MISSÃO LISA KUBISKE, RAZÃO 1.4 (b) e (d) 1. (S/NF)

Em jantar em 30 de julho para o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul, o comandante da força aérea brasileira (BRAF), brigadeiro Juniti Saito (protect) conversou reservadamente com o embaixador Sobel e seu conselheiro político sobre a compra do caça FX2. Ele afirmou que não existia dúvida, do ponto de vista técnico, que o F-18 era o melhor avião. “Voamos equipamento norte-americano há décadas”, ele disse, “e sabemos que é confiável e que sua manutenção é simples e oferece bom custo/benefício por meio do sistema de vendas militares externas (FMS)”. Isso precisa ser incorporado ao custo do novo caça, disse, porque a BRAF provavelmente utilizará o aparelho por 30 ou 40 anos. Seria a melhor decisão, ele disse, e os franceses não poderiam se queixar porque acabaram de assinar um contrato de US$ 14 bilhões com o Brasil (para submarinos e helicópteros).

2. (S/NF) Saito enfatizou, no entanto, que a questão quanto ao compromisso do governo dos Estados Unidos (USG) para com a transferência de tecnologia continua a ser “uma significativa barreira política” e que transpô-la é extremamente importante. Saito perguntou se a carta que havia solicitado e garante a transferência de tecnologia (reftel) estava a caminho. O embaixador assegurou a ele que compreendíamos a importância de superar o problema, e disse acreditar que o documento estivesse em estágio final de aprovação. Aliviado, Saito disse que precisava ter a carta em mãos até o dia 6 de agosto. Acrescentou, no entanto, que a decisão não seria anunciada “até depois do 7 de setembro”. (Nota: o presidente francês Sarkozy visitará o Brasil no mês que vem e participará das festividades do dia nacional, em 7 de setembro, como parte das atividades do “ano da França no Brasil”. Fim da nota.)

3. (S/NF) Saito reiterou o quanto a conversa do presidente Obama com o presidente Lula sobre o FX2, em Aquila, havia sido importante, e disse que “ela abriu as portas para que eu pudesse procurar o embaixador, como fiz”. Ele disse que o presidente Lula havia instruído o ministro da Defesa Jobim e o brigadeiro Saito a conversar com o general Jones durante a visita deste, e solicitou que o general Jones o visitasse em seu escritório.

4. (S/NF) Comentário: Essa foi a mais clara expressão, da parte de Saito, de que pretende recomendar o F-18. O posto está trabalhando para marcar uma reunião entre o general Jones e o brigadeiro Saito em 4 de agosto. O posto assume, adicionalmente, que o subsecretário Tauscher esteja se preparando para entregar a carta solicitada por Saito ao ministro da Defesa Jobim e ao ministro do Exterior Amorim, durante a visita, e acredita que isso será visto como sinal significativo de apoio do USG à oferta da Boeing. SOBEL

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05/01/2010 19h40

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: FX2 no final de 2009
CLASSIFICADO POR: Lisa Kubiske, vice-embaixadora a.i.; RAZÃO: 1.4 (D)

1.(C) Enquanto 2009 chega ao fim, a competição do FX2 no Brasil continua sem uma decisão. Esperava-se que o presidente Lula tomasse uma decisão antes do fim do ano, para que fosse possível completar a venda durante seu governo. Concretamente falando, porém, mesmo que uma decisão presidencial fosse tomada imediatamente, o tempo necessário para negociar o contrato e reservar a verba significa que a decisão final de adquirir os aviões caberá ao próximo presidente, em 2011. Contatos da embaixada no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Defesa acreditam que o ministro da Defesa, Jobim, vai se reunir com Lula ainda em janeiro para tentar tomar uma decisão.

SETEMBRO: PREFERÊNCIA É DADA AO RAFALE

2.(C) Lula não tem feito segredo de sua preferência pelo Rafale da Dassault, tendo anunciado durante a visita do presidente Sarkozy em 7 de setembro (ref a) que pretendia negociar a aquisição com a França, antes mesmo de ler a avaliação técnica da Força Aérea Brasileira (FAB). Nos três meses seguintes, ficou claro que Lula tinha instruído seu governo, incluindo Jobim, a concentrar sua atenção em fazer o negócio com a França funcionar. Em setembro, Lula disse à imprensa brasileira que as negociações com a França focariam o esforço para fazer o preço dos aviões ser semelhante aos que a Boeing e a Saab estavam pedindo (consta que a melhor oferta da Dassault teria sido 40% mais alta). A despeito de outra visita de Sarkozy ao Brasil em novembro e da escala posterior de Jobim em Paris, os franceses não conseguiram atender ao pedido dos brasileiros por um preço mais baixo, mas sua falta de receptividade (ref b) aparentemente não afetou a preferência brasileira. Declarações iniciais dadas em setembro por Lula e pelo chanceler Amorim procuraram dar a entender que os franceses, de alguma maneira, estariam oferecendo um nível superior de transferência de tecnologia, o que seria uma justificativa do preço mais alto, mas, à medida que foram emergindo detalhes do processo de avaliação técnica, ficou claro que os três concorrentes estavam atendendo, de modo geral, às exigências de transferência de tecnologia feitas pela FAB.

DEZEMBRO: MINISTÉRIO DA DEFESA VOLTA A EXPRESSAR INTERESSE PELO BOEING; SAAB AINDA É CONCORRENTE

3.(C) Durante outubro e novembro, contatos com funcionários da embaixada e representantes da Boeing foram recebidos com cortesia, mas com pouco interesse real, já que a atenção continuava voltada aos franceses. Nas últimas semanas, contudo, houve uma mudança notável por parte do ministro da Defesa. Começando pela reunião do A/S Valenzuela com Jobim em 14 de dezembro (relatada em telegrama separado), houve interesse renovado pela proposta USG (Governo dos EUA/Boeing. Enquanto Jobim reiterava preocupações com “precedentes negativos” de políticas relativas à transferência de tecnologia de origem americana (na realidade, queixas sobre procedimentos de licenciamento de exportações), ele disse entender que o USG tinha uma abordagem nova e que estava interessado na oferta de cooperação industrial feita pela Boeing. A Boeing fortaleceu seus argumentos, promovendo sua nova iniciativa “Super Hornet Global”, pela qual elementos importantes de produção de todos os aviões F/A 18 (incluindo os destinados às Forças Armadas dos EUA) seriam transferidos ao Brasil. Ao globalizar a produção do Super Hornet e incluir o Brasil no processo, a Boeing está em condições não apenas de gerar e manter mais empregos no Brasil, como poderá acalmar a paranoia brasileira com relação teóricas suspensões pelo USG do suprimento de caças, mostrando que qualquer suspensão desse tipo afetaria a Marinha dos EUA também. Em entrevista recente ao jornal Folha de S. Paulo, Jobim tomou o cuidado de não se comprometer, mencionando a “aliança estratégica” com a França mas também observando que custo, transferência de tecnologia e capacidade geral dos aviões são importantes.

4.(C) Ao lado do ressuscitamento das esperanças da Boeing, o Gripen sueco continua a ser um concorrente forte. Conforme notado na ref b, muitos brasileiros o enxergam como alternativa atraente ao Rafale, pelo fato de ter o preço mais baixo. O plano da Saab de co-desenvolver o Gripen de nova geração com o Brasil também lhe valeu apoio na indústria brasileira da aviação, entre aqueles que acreditam que tal desenvolvimento vá reforçar as capacidades locais de design de aeronaves. Jobim, contudo, se mostrou abertamente pouco interessado nos suecos, supostamente em função da capacidade inferior do Gripen e porque a variante “Nova Geração” oferecida ao Brasil ainda não existe. Uma matéria recente na revista Isto É, atribuída a uma fonte da FAB, observou que os programas de desenvolvimento de aeronaves militares geralmente ultrapassam seus prazos e orçamentos, negando a suposta vantagem de preço do Gripen.

5.(C) COMENTÁRIO. Embora o preço alto do Rafale e dúvidas quanto ao desenvolvimento do Gripen possam fazer com que o Super Hornet pareça a escolha óbvia, o fato é que Lula reluta em comprar uma aeronave americana. É possível que o interesse renovado pela oferta do USG não passe de uma artimanha para ganhar alavancagem sobre os franceses ou que a demora em tomar a decisão vise dar tempo à Dassault de encontrar uma maneira de reduzir seu preço. Na visão da Missão, a chance de vencer a concorrência pelo FX2 é real. Sabemos que o Super Hornet recebeu a avaliação técnica mais favorável da FAB e é a opção preferida dos operadores. Conseguimos responder com sucesso à maioria das dúvidas levantadas quanto às políticas de transferência de tecnologia do USG, em especial com a equipe de avaliação técnica. Resta, contudo, o obstáculo temível de convencer Lula. Nossa meta agora deve ser garantir que Jobim tenha um argumento mais forte possível para levar a Lula em janeiro. A Missão recomenda os seguintes passos: B7 Continuar a ressaltar o apoio total do USG em todos os contatos de alto nível com o Brasil. Como a Missão já observou anteriormente, garantias repetidas feitas pelo presidente Obama a Lula no decorrer de seus contatos normais constituem a maneira isolada mais eficaz de transmitir nosso argumento. B7 Usar os contatos iniciais com o embaixador indicado Shannon com a liderança brasileira para argumentar que temos trabalhado arduamente para assegurar que tenhamos a melhor oferta a apresentar. B7 Manter nossa campanha de assuntos públicos, para destacar que não apenas o USG completou sua aprovação da transferência de tecnologia, como a Boeing tem suficiente confiança na oferta para estar preparada para transferir parte da produção (incluindo centenas de empregos) ao Brasil. B7 Coordenar nossas ações com a Boeing de modo a assegurar que as vantagens do programa Super Hornet Global sejam levadas ao conhecimento do Congresso e da mídia brasileiros. KUBISKE

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09/02/2010 10h47

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: BRASIL: REUNIÃO DO EMBAIXADOR COM O SECRETÁRIO-GERAL DO MRE, PATRIOTA
CLASSIFICADO POR: Thomas A. Shannon, Embaixador, Estado, Embaixada em Brasília; RAZÃO: 1.4 (B), (D)

1.(SBU) Sumário. Depois de apresentar suas credenciais ao presidente brasileiro Lula (telegrama em separado), o embaixador Shannon se reuniu por mais de uma hora em 4 de fevereiro com o secretário-geral (vice-ministro das Relações Exteriores) Antonio Patriota, tratando do trabalho pela frente no Haiti, o status da compra pelo Brasil do caça FX2, as negociações sobre mudanças climáticas e os esforços do Brasil relativos ao Irã e ao Oriente médio. Fim do sumário.

2.(C) Patriota, que havia solicitado o encontro com o embaixador na noite anterior e tinha assistido à cerimônia de credenciamento do embaixador na condição de vice-chanceler em exercício, parabenizou o embaixador por seu novo posto e ficou satisfeito em ouvir sobre as visitas próximas do secretário da Justiça Holder, da secretária de Estado Clinton e do vice-diretor do NSC Michael Froman. Patriota fez uma revisão das questões bilaterais que aguardam a aprovação de alto nível, incluindo o Acordo de Cooperação na Defesa e os MOUs de gênero, clima e cooperação trilateral propostos pelo GOB (governo brasileiro). Ele fez um apanhado geral da programação ativa de viagens do presidente Lula para os próximos meses, que vai incluir viagens a Cancun, San Salvador, Havana e Porto Príncipe na semana de 22 de fevereiro; para Israel, Palestina e Jordânia em março 15-18, e para o Irã em maio 16-17. Lula também vai em breve reunir ministros da Agricultura africanos, com o objetivo de levar uma mensagem ao G20 em maio.

Haiti: Uma Grande Oportunidade

3.(C) Dando seguimento a uma das declarações feitas pelo presidente Lula anteriormente nesse dia (telegrama em separado), Patriota descreveu o esforço de reconstrução do Haiti como “uma grande oportunidade” para o Brasil e os Estados Unidos. Observando que o presidente Lula passou dez minutos discutindo o Haiti em sua primeira reunião com o presidente Obama no Gabinete Oval, ele disse que os telefonemas trocados pelos dois líderes têm sido úteis para assegurar uma boa comunicação e coordenação. Patriota descreveu o engajamento do presidente Obama com o Haiti como “necessário e importante”, acrescentando que “se os Estados Unidos e o Brasil liderarem, outros seguirão”. É desnecessário dizer, disse ele, que Estados Unidos e Brasil precisam colaborar estreitamente sobre o Haiti no Conselho de Segurança da ONU, acrescentando que o Brasil concorda que o Minustah trabalhe sob seu mandato atual, por enquanto, e que novas recomendações sejam estudadas à medida que forem apresentadas.

4.(C) Patriota ressaltou que o Haiti está recebendo atenção extraordinária do presidente Lula e de vários outros funcionários seniores do GOB (governo brasileiro), chamando a atenção para a viagem planejada de Lula em 25 de fevereiro. Patriota disse estar satisfeito pelo fato de o ex-presidente Clinton ter sido escolhido pela ONU para liderar a reconstrução e achou que seria positivo ter o envolvimento da presidente chilena Bachelet, depois que ela deixar o cargo. Levando adiante o comentário feito por Lula anteriormente no mesmo dia de que precisamos encontrar uma maneira de evitar ter que escolher entre um governo haitiano corrupto e colocar tanto dinheiro nas mãos de ONGs não haitianas, Patriota falou que Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas e de Administração (Ipea) fez pesquisas recentes sobre o efeito das ONGs sobre o desenvolvimento, pesquisas essas que podem ser úteis para definir uma nova abordagem à reconstrução do Haiti.

FX2: Nenhuma Decisão Tomada

5.(C/NF) Patriota disse que Lula falou ao embaixador francês (que também apresentara suas credenciais) que nenhuma decisão tinha sido tomada sobre a compra dos caças, mas que Lula faria isso “nos próximos meses”, depois de convocar uma reunião do Conselho Nacional de Segurança (um organismo que inclui ministros chaves e os presidentes das duas casas do Congresso). O embaixador destacou que a decisão de abrir o acesso do Brasil a todas as tecnologias necessárias reflete uma mudança de paradigma da parte dos Estados Unidos –reflete não apenas confiança no produto da Boeing, mas também confiança no Brasil.

Mudanças Climáticas: Precisamos Avançar

6.(C) Aludindo à ênfase do presidente Lula sobre a necessidade de uma coordenação estreita entre EUA e Brasil na fase que antecede o COP-16 da UNFCCC, Patriota disse que espera que o SECC Todd Stern possa vir ao Brasil em breve. Ele disse que Lula está engajado em levar adiante o que foi feito no comunicado de Copenhague e que, diferentemente de outros países BASIC, ele não vai dar para trás. “Precisamos avançar”, disse ele, sugerindo que o vice-presidente do NSC Froman possa reservar tempo para discussões sobre as mudanças climáticas em sua visita próxima.

Irã e Oriente Médio: Uma Agenda de Paz

7.(C) Com relação ao engajamento do Brasil com o Irã, Patriota disse que, sobretudo, o Brasil deseja “evitar um replay do Iraque”. Uma desestabilização do Irã seria desastrosa, disse ele, e, enquanto existir uma possibilidade de engajamento diplomático, a comunidade internacional deve tentá-la. Ele disse que o chanceler iraniano Mottaki procurara o chanceler Amorim em Genebra em 29 de janeiro, dizendo que notara flexibilidade por parte da França e dos Estados Unidos. O embaixador disse que o Irã precisa ser tema de um diálogo contínuo entre os Estados Unidos e o Brasil, para evitar mal-entendidos e assegurar a coordenação das mensagens. O embaixador exortou o GOB a agir com grande cautela com relação ao Irã. Disse que atos recentes de repressão, incluindo a execução de manifestantes, são um sinal de coisas que estão por vir e levantou dúvidas quanto à capacidade do governo iraniano de tratar com a comunidade internacional. “A desconfiança é grande”, disse Patriota, “e nunca sabemos até que ponto são sinceros” os iranianos, mas “pretendemos continuar a tentar” chegar a uma solução negociada. Patriota observou que Lula pagou um preço político internamente por seu engajamento com o Irã. Ele disse que as críticas feitas a Lula, especialmente por parte de líderes da comunidade judaica do Brasil, atingiram Lula fortemente. Contudo, a mensagem constante de Lula relativa à necessidade de reconhecer o Holocausto conquistou a adesão de alguns dos críticos mais acirrados da visita do presidente iraniano Ahmadinejad, incluindo Claudio Luiz Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a quem Lula convidou para acompanhá-lo em sua visita a Israel em março. Nessa visita, a primeira de um presidente brasileiro em décadas, Patriota disse que Lula terá “uma agenda de paz”.

8.(U) Considerou-se minimizar. SHANNON

XXXXX

18/02/2010 13h08

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: Reunião do embaixador Shannon com ministro da Defesa Jobim
CLASSIFICADO POR: Thomas Shannon, embaixador; RAZÃO: 1.4 1.(C)

1.(C) Durante a visita introdutória do embaixador Shannon, em 5 de fevereiro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, descreveu o relacionamento bilateral geral de segurança como sendo forte e transparente. Jobim disse que é a favor de ampliar esse relacionamento este ano, primeiro por meio de um Acordo de Cooperação em Defesa (DCA) e depois por meio de um acordo de informação sobre segurança. Ele espera firmar o DCA durante sua viagem proposta a Washington em 23 de fevereiro, se o Ministério das Relações Exteriores o aprovar em tempo.

2.(C) Jobim elogiou a parceria EUA-Brasil no Haiti, particularmente a forte relação de trabalho entre os generais Keen e Peixoto. Ele relatou a visita que fizera ao Haiti duas semanas antes e descreveu a situação como “extremamente frágil”. Jobim fez pouco caso dos temores expressos pela Venezuela de uma “invasão americana” do Haiti, dizendo que a proximidade dos Estados Unidos e sua capacidade de transportar grandes volumes de materiais tornam natural que o USG (governo dos EUA) exerça um papel de liderança nos esforços de ajuda emergencial. Em vista da extensão das operações americana e brasileira, Jobim achou que haveria potencial para uma troca de lições aprendidas. Ele destacou a importância de a ONU abordar o futuro do Haiti desde o ponto de vista de “construir” o país, e não simplesmente de fornecer segurança, e disse que a Minustah vai precisar de um mandato aprimorado do Conselho de Segurança da ONU para poder ser eficaz nesse papel. De acordo com Jobim, o Brasil vai fazer mais investimentos no futuro do Haiti, projetos que o embaixador Shannon observou que oferecerão oportunidades adicionais para cooperação.

3.(C) O embaixador Shannon disse que viu a negativa do presidente Lula (e de Jobim) de que uma decisão final tivesse sido tomada na concorrência pelo FX2. Embora a venda tenha sido conduzida como transação comercial, não se deve deixar de levar em conta seu significado para o relacionamento bilateral. As decisões sem precedentes relativas à transferência de tecnologia dos EUA em apoio ao Super Hornet demonstram o alto nível de confiança que o USG deposita em sua parceria com o Brasil. O Brasil, quando tomar sua decisão, deve procurar consolidar e proteger esse avanço importante.

4.(C) O MOD (Ministério da Defesa) apresentou um resumo de questões de segurança na região da América Latina, enfatizando a importância de construir instituições regionais para reduzir os riscos de conflito. Jobim falou de seus esforços para acalmar as tensões entre Colômbia e Equador após o bombardeio pela Colômbia de uma instalação das Farc em território do Equador, em 2008. Contatos entre ministros da Defesa, através do Conselho Sul-Americano de Defesa (SADC), disse ele, tinham sido cruciais para administrar os efeitos colaterais do ataque, servindo como bom teste concreto do valor do SADC. Jobim disse ao embaixador Shannon que o Brasil se ofereceu para monitorar a fronteira entre Colômbia e Equador, como medida para construção de confiança. Ele foi menos otimista quanto à capacidade do Brasil de lidar com a Venezuela e expressou preocupação com a situação doméstica cada vez mais complicada de Chavez. Preocupou-se em voz alta sobre o impacto na Venezuela no caso de Chavez recorrer à repressão violenta de manifestantes. SHANNON




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: O Wikleaks e o FX

#49 Mensagem por Carlos Lima » Sex Set 26, 2014 2:07 pm

:lol:

Não sei se você estão notando, mas estão desconstruindo fatos para acomodar e se conformar com todas as irregularidades que aconteceram nesse processo de compras.

Como confiar em uma short-list desse tipo? Que tipo de 'avaliação' técnica realmente ocorreu já que no fim todas as soluções parecem beneficiar grupos diferentes?

Ok... sim... um bando de gente escreveu um montão de páginas, coloriu com bolinha (foi dito isso no passado) e deu pontos aos 'candidatos'. Tivemos até a avaliação "pré-End" e "pós-End".

Nesse episódio, um grupo não gostou da idéia de uma avaliação "Pós-End" e 'vazou' um relatório incompleto para criar mais confusão ainda e mandar o recado... 'não queremos' End por aqui.

O tempo passa, o tempo voa... e com isso um candidato ao F-X (Rafale) já estava fora... ficamos então entre SHornet e Gripen, sendo o primeiro fortemente 'apoiado' por diversas pessoas do alto escalão da FAB (vide cables), e o outro como o 'vencedor' do vazamento 'pré-end'.

Tudo certo para o candidato Americano acontecer, inclusive com um anuncio ao Congresso Americano da venda de 36 SHornets (que depois sumiu, 'pos-snowden). E a Embraer inclusive já havia sentado no colo da Boeing mostrando para aonde iria o caneco já que todos nós sabemos que a Embraer seria a maior 'beneficiada' de tal venda no Brasil.

O Snowden deu com o bico e a Dilma não ficou feliz... e daí fazer o que? Não escolher nada ou dar um 'recado' para os Americanos que contavam com o SHornet?

Bom... o Rafale era carta fora do baralho a muito tempo mesmo desde os vazamentos provavelmente. Sobrou o vencedor 'pre-end' e a vitória foi para o Gripen.

FIESP estava ok com isso, vários prefeitos do ABC Ok com isso, a FAB "Ok" com isso, e em ano de eleição ninguém iria encher o saco por conta disso até porque não há o que falar.

Ótima solução... problema resolvido e que sejamos felizes com o nosso caça.

Agora... é opção de cada um tapar o sol com a peneira e achar que esse foi um processo 'técnico', justo e correto.

Na minha opinião pessoal (que é tudo o que sempre digo aqui) esse processo deveria ter sido cancelado desde o momento do "vazamento".

Por que não foi? Porque estavamos com uma P... crise com o povo da FAB com apagões aéreos, 'greves' e outras coisas e avançando em rumo a próxima eleição Presidencial.

Infelizmente o F-X foi atropelado por tudo isso e deu no que deu.

Enfim... essas são águas passadas e como já disse 300000000000000000000000000000000000000000000 vezes o Gripen é o nosso caça, quero saber os dados "Reais" sobre ele e não ficar viajando nas ondas do Marketing. O que sabemos hoje foi dito pelo knigh7 muito bem escrito. Assim como os PowerPoints é opção de cada um acreditar ou não.

Quanto a esse tópico ele simplesmente mostra como foi 'interessante' (sendo sarcástico) os bastidores do F-X.

Se amanhã aparecerem tais bastidores para outras compras e forem tão sujos quanto esse podem estar certos que eu irei criticar também, porque eu quero o que há de melhor para as nossas FAs, mas quero de uma maneira correta, seja 'vencedor' A B C D.

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Re: O Wikleaks e o FX

#50 Mensagem por kirk » Sex Set 26, 2014 4:14 pm

Putz !

TÔ ALIVIADO ... devo congratular os colegas do DB pela lucidez, equilibrio, bom senso, visão dos FATOS e principalmente por não se deixarem levar por noções e idéias preconcebidas ... vcs são "OS CARAS" ... brecaram a onda ! 8-]

sds
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Re: O Wikleaks e o FX

#51 Mensagem por kirk » Sex Set 26, 2014 7:09 pm

Carlos Lima escreveu::lol:

Não sei se você estão notando, mas estão desconstruindo fatos para acomodar e se conformar com todas as irregularidades que aconteceram nesse processo de compras.

Como confiar em uma short-list desse tipo? Que tipo de 'avaliação' técnica realmente ocorreu já que no fim todas as soluções parecem beneficiar grupos diferentes?

Ok... sim... um bando de gente escreveu um montão de páginas, coloriu com bolinha (foi dito isso no passado) e deu pontos aos 'candidatos'. Tivemos até a avaliação "pré-End" e "pós-End".

Nesse episódio, um grupo não gostou da idéia de uma avaliação "Pós-End" e 'vazou' um relatório incompleto para criar mais confusão ainda e mandar o recado... 'não queremos' End por aqui.

O tempo passa, o tempo voa... e com isso um candidato ao F-X (Rafale) já estava fora... ficamos então entre SHornet e Gripen, sendo o primeiro fortemente 'apoiado' por diversas pessoas do alto escalão da FAB (vide cables), e o outro como o 'vencedor' do vazamento 'pré-end'.

Tudo certo para o candidato Americano acontecer, inclusive com um anuncio ao Congresso Americano da venda de 36 SHornets (que depois sumiu, 'pos-snowden). E a Embraer inclusive já havia sentado no colo da Boeing mostrando para aonde iria o caneco já que todos nós sabemos que a Embraer seria a maior 'beneficiada' de tal venda no Brasil.

O Snowden deu com o bico e a Dilma não ficou feliz... e daí fazer o que? Não escolher nada ou dar um 'recado' para os Americanos que contavam com o SHornet?

Bom... o Rafale era carta fora do baralho a muito tempo mesmo desde os vazamentos provavelmente. Sobrou o vencedor 'pre-end' e a vitória foi para o Gripen.

FIESP estava ok com isso, vários prefeitos do ABC Ok com isso, a FAB "Ok" com isso, e em ano de eleição ninguém iria encher o saco por conta disso até porque não há o que falar.

Ótima solução... problema resolvido e que sejamos felizes com o nosso caça.

Agora... é opção de cada um tapar o sol com a peneira e achar que esse foi um processo 'técnico', justo e correto.

Na minha opinião pessoal (que é tudo o que sempre digo aqui) esse processo deveria ter sido cancelado desde o momento do "vazamento".

Por que não foi? Porque estavamos com uma P... crise com o povo da FAB com apagões aéreos, 'greves' e outras coisas e avançando em rumo a próxima eleição Presidencial.

Infelizmente o F-X foi atropelado por tudo isso e deu no que deu.

Enfim... essas são águas passadas e como já disse 300000000000000000000000000000000000000000000 vezes o Gripen é o nosso caça, quero saber os dados "Reais" sobre ele e não ficar viajando nas ondas do Marketing. O que sabemos hoje foi dito pelo knigh7 muito bem escrito. Assim como os PowerPoints é opção de cada um acreditar ou não.

Quanto a esse tópico ele simplesmente mostra como foi 'interessante' (sendo sarcástico) os bastidores do F-X.

Se amanhã aparecerem tais bastidores para outras compras e forem tão sujos quanto esse podem estar certos que eu irei criticar também, porque eu quero o que há de melhor para as nossas FAs, mas quero de uma maneira correta, seja 'vencedor' A B C D.

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Lima Véio,

Quando se constrói um prédio sem uma base consistente ... o prédio cai ... o mesmo serve quando elaboramos um raciocínio ... se ele parte da premissa errada, tudo o que falamos cai por terra.

Assim ...

Não é possível que a FAB tenha dado as costas para a END simplesmente porque a proposta que mais se enquedra nas premissas da END é exatamente a proposta escolhida ... então todo o teu raciocínio cai por terra.

Cara a Dassault ou a Boeing simplesmente não poderiam oferecer a FABRICAÇÃO do caça aqui e fabricação e co-desenvolvimento é a coluna vertebral da END ... quem, além da Saab, ofereceu a montagem de uma fábrica de estruturas e usinagem em nível "1" para fabricação da estrutura de todos os caças a serem fabricados ??? ... com 60% de capital nacional ??? ... quem ofereceu co-propriedade no equipamento ??? ... quem poderia oferecer a "propriedade" de todos os códigos fonte de integração da aeronave ???

QUEM ESTÁ EM CONFORMIDADE COM A END ????

O máximo que PODERIA ser oferecido pelos demais concorrentes (poderia mas não ofereceram) é fabricação sob licença, quem quer isso ??? ... quem quer voltar nos tempos do Xavante ??? ... desde quando a END determina isso como diretríz ??? ...

LIMA VÉIO, como pode ter dado Rafale para se "adequar" a END ???

Cara teu raciocínio é simplesmente absurdo, o Min. Jobim tentou emplacar isso e não colou ... ninguém acreditou nisso, porque que o amigo acha que isso vai colar agora ???

O Gripen é de fato a escolha da END ... o Sea Gripen também ... para que Rafale ou SH se enquadre na END o certo não seria alterar o relatório seria alterar a END.

Sds
kirik




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Re: O Wikleaks e o FX

#52 Mensagem por Carlos Lima » Sex Set 26, 2014 8:16 pm

Spock

Voce pode tentar recontar a sua versao da historia 10000 vezes para transformar em algo que nunca foi... Um Dia talvez funcione... Por enquanto e por muito tempo pelo menos nao vai funcionar. ;)

Ja ia me esquecendo... O Gripen venceu e agora e' hora de confirmar as promessas monitorar a qualidade dos off-sets, ficar de olho nas consequencias da sua emgordadinha, confirmar se vai custar 4.7k por hora de voo e coisas afins... ;)

[]s
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Re: O Wikleaks e o FX

#53 Mensagem por kirk » Sáb Set 27, 2014 5:50 am

Carlos Lima escreveu:Spock

Voce pode tentar recontar a sua versao da historia 10000 vezes para transformar em algo que nunca foi... Um Dia talvez funcione... Por enquanto e por muito tempo pelo menos nao vai funcionar. ;)

Ja ia me esquecendo... O Gripen venceu e agora e' hora de confirmar as promessas monitorar a qualidade dos off-sets, ficar de olho nas consequencias da sua emgordadinha, confirmar se vai custar 4.7k por hora de voo e coisas afins... ;)

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CB
Lima véio eu falo eu falo de uma coisa o amigo tangiversa para outra ...

Vou repetir :

- QUAL CONCORRENTE ESTÁ EM MAIOR CONFORMIDADE COM A END E PORQUE ???

Só isso amigão, se a resposta acima não for Gripen, vc vai estar certo ... apenas responda, respalde suas incansáveis afirmações ... tô aguardando ...

Sds
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Re: O Wikleaks e o FX

#54 Mensagem por Thor » Sáb Set 27, 2014 6:09 am

Achei essa parte desses vazamentos a mais interessante:
3. (S/NF) Saito reiterou o quanto a conversa do presidente Obama com o presidente Lula sobre o FX2, em Aquila, havia sido importante, e disse que “ela abriu as portas para que eu pudesse procurar o embaixador, como fiz”. Ele disse que o presidente Lula havia instruído o ministro da Defesa Jobim e o brigadeiro Saito a conversar com o general Jones durante a visita deste, e solicitou que o general Jones o visitasse em seu escritório.
Enquanto alguns pensam que houve insubordinação ou desonestidade de propósito, para mim mostrou o Comandante como um excelente negociador (cumpridor de ordens) por conseguir melhorar a proposta dos americanos, sem contudo se ver forçado a realizar a compra. Não havia nenhum compromisso com eles, e sim com a Força Aérea Brasileira e com os contribuintes, ao conseguir redução de valores e transferência de tecnologia em uma das propostas. Infelizmente não sabemos como foi o trabalho com relação aos demais fabricantes, sabemos que foram algumas reuniões com os franceses e suecos, mas nada de wikileak...
Não é à toa que mesmo depois dessas "grandes falhas" apontadas por alguns "analistas" aqui do DB, ele não foi afastado do cargo. Muito pelo contrário, foi convidado a renovar o comando (fato extremamente raro) devido ao brilhantismo de seu trabalho no governo, e continua após 54 anos de dedicação exclusiva à Força Aérea Brasileira.
Aproveitando o post, destaco os poucos trechos da END (que tanto falam por aqui) no tocante à escolha do F-X.
...O Brasil confronta, nesse particular, dilema corriqueiro em toda a parte: manter a prioridade das capacitações futuras sobre os gastos atuais, sem tolerar desproteção aérea. Precisa investir nas capacidades que lhe assegurem potencial de fabricação independente de seus meios aéreos de defesa....
...Convém solução híbrida, que providencie o avião de combate dentro do intervalo temporal necessário mas que o faça de maneira a criar condições para a fabricação nacional de caças tripulados avançados...
...estabelecer-se-ia parceria com outro país ou países para projetar e fabricar no Brasil, dentro do intervalo temporal relevante, um sucedâneo (traduzindo: aquilo que satisfaz aproximadamente às mesmas necessidades) a um caça de quinta geração à venda no mercado internacional...
...ultrapassam de muito os limites convencionais de compra com transferência de tecnologia ou “off-set” e envolvem iniciativa substancial de concepção e de fabricação no Brasil...
Sinceramente, alguém acha desfocado da escolha pelo Gripen?




Brasil acima de tudo!!!
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Re: O Wikleaks e o FX

#55 Mensagem por kirk » Sáb Set 27, 2014 10:11 am

Thor escreveu:Achei essa parte desses vazamentos a mais interessante:
3. (S/NF) Saito reiterou o quanto a conversa do presidente Obama com o presidente Lula sobre o FX2, em Aquila, havia sido importante, e disse que “ela abriu as portas para que eu pudesse procurar o embaixador, como fiz”. Ele disse que o presidente Lula havia instruído o ministro da Defesa Jobim e o brigadeiro Saito a conversar com o general Jones durante a visita deste, e solicitou que o general Jones o visitasse em seu escritório.
Enquanto alguns pensam que houve insubordinação ou desonestidade de propósito, para mim mostrou o Comandante como um excelente negociador (cumpridor de ordens) por conseguir melhorar a proposta dos americanos, sem contudo se ver forçado a realizar a compra. Não havia nenhum compromisso com eles, e sim com a Força Aérea Brasileira e com os contribuintes, ao conseguir redução de valores e transferência de tecnologia em uma das propostas. Infelizmente não sabemos como foi o trabalho com relação aos demais fabricantes, sabemos que foram algumas reuniões com os franceses e suecos, mas nada de wikileak...
Não é à toa que mesmo depois dessas "grandes falhas" apontadas por alguns "analistas" aqui do DB, ele não foi afastado do cargo. Muito pelo contrário, foi convidado a renovar o comando (fato extremamente raro) devido ao brilhantismo de seu trabalho no governo, e continua após 54 anos de dedicação exclusiva à Força Aérea Brasileira.
Aproveitando o post, destaco os poucos trechos da END (que tanto falam por aqui) no tocante à escolha do F-X.
...O Brasil confronta, nesse particular, dilema corriqueiro em toda a parte: manter a prioridade das capacitações futuras sobre os gastos atuais, sem tolerar desproteção aérea. Precisa investir nas capacidades que lhe assegurem potencial de fabricação independente de seus meios aéreos de defesa....
...Convém solução híbrida, que providencie o avião de combate dentro do intervalo temporal necessário mas que o faça de maneira a criar condições para a fabricação nacional de caças tripulados avançados...
...estabelecer-se-ia parceria com outro país ou países para projetar e fabricar no Brasil, dentro do intervalo temporal relevante, um sucedâneo (traduzindo: aquilo que satisfaz aproximadamente às mesmas necessidades) a um caça de quinta geração à venda no mercado internacional...
...ultrapassam de muito os limites convencionais de compra com transferência de tecnologia ou “off-set” e envolvem iniciativa substancial de concepção e de fabricação no Brasil...
Sinceramente, alguém acha desfocado da escolha pelo Gripen?
Bom Dia Thor!

É fato inquestionável o alinhamento da proposta do Gripen com a END, sem dúvida.

Mas chamo a atenção para a total FALTA DE SINTONIA das demais propostas.

Não se trata de que os demais sejam piores ou que não sirvam para a FAB, mas é fato que qualquer outra escolha estaria em contradição com a END ... isso posto, o argumento de "revisar" o relatório do COPAC para se "adequar" a END, simplesmente não faz sentido, foi apenas uma tentativa frustrada do Jobim ...

O mais engraçado disso é que se o vitorioso foi "o que sobrou" para os Políticos ... eles nunca acertaram tanto quanto nesse escolha ... :D

sds
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Re: O Wikleaks e o FX

#56 Mensagem por Marino » Sáb Set 27, 2014 11:37 am

Stalinista.




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Re: O Wikleaks e o FX

#57 Mensagem por knigh7 » Sáb Set 27, 2014 6:57 pm

Kirk,

Hoje em dia não se pode falar em co-desenvolvimento do projeto do GripenNG. Vai ser necessária a integração de sistemas e olhe lá. O protótipo já está sendo fabricado.
No tocante ao desenvolvimento da versão "F" por nós, o Leandro já explicou bem:
LeandroGCard escreveu:
Marino escreveu:Vinícius, vou dar uma OPINIÃO que peço ser discutida.
CREIO que só iremos participar do desenvolvimento da versão biplace, pois a mono já possui demonstrador, intenção da Suécia em comprar 60 unidades, equipes de engenharia a pleno vapor, etc.
Desta maneira, poderemos após a assinatura do contrato, pedir uma "versão BR" em alguns sistemas, alguns equipamentos, armamento, e só.
O desenvolvimento da aeronave em si já acabou.
O que acha?
Eu concordo e vou além. Desenvolvimento de verdade só em um próximo avião, daqui para frente será atualização de projeto e olhe lá, daqui a alguns anos. Os leigos em engenharia de projetos é que tem esta mania de achar que simplesmente escrever um programa CNC para usinar alguma coisa ou colocar as cotas em um desenho 2D de manufatura é "desenvolvimento". Desenvolvimento é acrescentar ideias, simplesmente implementar ideias dos outros é basicamente trabalho braçal.

É simplesmente inconcebível usar a palavra "desenvolvimento" quando protótipos já estão em plena construção, a menos que apareçam problemas tão graves que exijam uma re-engenharia completa. Justamente o que todo mundo trabalha arduamente e torce com todas as forças para não acontecer (ou alguém está torcendo para tudo dar errado e a Embraer ter que entrar no circuito para tentar salvar o projeto? :wink: ) . Agora será no máximo customização (escolher os sistemas que mais nos interessam entre os que forem possível instalar), mas co-desenvolvimento mesmo, que envolve influir nas especificações participando das escolhas de tamanho, desempenho, configuração aerodinâmica, etc..., já foi, não é mais tempo disso.

E nem no biplace, já que a instalação do segundo assento não vai acrescentar recursos à aeronave, e sim retirar (vai até acrescentar mais um tripulante com as vantagens de mais dois olhos, duas mãos, etc..., mas o preço será retirar alguma outra coisa; sistemas, combustível, alguma coisa). A menos que o segundo assento fosse para um operador de sistemas, que operaria equipamentos tão mais avançados que o da versão monoplace que exigissem um segundo tripulante (caso de um F-4, um F-14, um Mig-31, etc...). Mas por tudo o que li até agora o segundo assento será para um segundo piloto, principalmente para treinamento e familiarização com a aeronave, então será só outra customização, com um nível de desenvolvimento inferior até ao que a Embraer já faz rotineiramente com seus programas de modernização.


Leandro G. Card
http://www.defesabrasil.com/forum/posti ... &p=5379757

Nós iremos participar do roadmap do caça e instalar imputs nacionais. Mas essas 2 coisas os outros 2 concorrentes da short-list garantiam.




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Re: O Wikleaks e o FX

#58 Mensagem por kirk » Dom Set 28, 2014 2:05 am

knigh7 escreveu:Kirk,

Hoje em dia não se pode falar em co-desenvolvimento do projeto do GripenNG. Vai ser necessária a integração de sistemas e olhe lá. O protótipo já está sendo fabricado.
No tocante ao desenvolvimento da versão "F" por nós, o Leandro já explicou bem:
LeandroGCard escreveu: Eu concordo e vou além. Desenvolvimento de verdade só em um próximo avião, daqui para frente será atualização de projeto e olhe lá, daqui a alguns anos. Os leigos em engenharia de projetos é que tem esta mania de achar que simplesmente escrever um programa CNC para usinar alguma coisa ou colocar as cotas em um desenho 2D de manufatura é "desenvolvimento". Desenvolvimento é acrescentar ideias, simplesmente implementar ideias dos outros é basicamente trabalho braçal.

É simplesmente inconcebível usar a palavra "desenvolvimento" quando protótipos já estão em plena construção, a menos que apareçam problemas tão graves que exijam uma re-engenharia completa. Justamente o que todo mundo trabalha arduamente e torce com todas as forças para não acontecer (ou alguém está torcendo para tudo dar errado e a Embraer ter que entrar no circuito para tentar salvar o projeto? :wink: ) . Agora será no máximo customização (escolher os sistemas que mais nos interessam entre os que forem possível instalar), mas co-desenvolvimento mesmo, que envolve influir nas especificações participando das escolhas de tamanho, desempenho, configuração aerodinâmica, etc..., já foi, não é mais tempo disso.

E nem no biplace, já que a instalação do segundo assento não vai acrescentar recursos à aeronave, e sim retirar (vai até acrescentar mais um tripulante com as vantagens de mais dois olhos, duas mãos, etc..., mas o preço será retirar alguma outra coisa; sistemas, combustível, alguma coisa). A menos que o segundo assento fosse para um operador de sistemas, que operaria equipamentos tão mais avançados que o da versão monoplace que exigissem um segundo tripulante (caso de um F-4, um F-14, um Mig-31, etc...). Mas por tudo o que li até agora o segundo assento será para um segundo piloto, principalmente para treinamento e familiarização com a aeronave, então será só outra customização, com um nível de desenvolvimento inferior até ao que a Embraer já faz rotineiramente com seus programas de modernização.


Leandro G. Card
http://www.defesabrasil.com/forum/posti ... &p=5379757

Nós iremos participar do roadmap do caça e instalar imputs nacionais. Mas essas 2 coisas os outros 2 concorrentes da short-list garantiam.
Diga lá kinight !

Será mesmo ???

FUSELAGEM ENGENHARIA ESTRUTURAL

Desde 2009 existem engenheiros brasileiros envolvidos no desenvolvimento do Gripen NG :

Imagem

O protótipo que hoje está sendo construído na Suécia tem desenvolvimento da fuselagem traseira e central, das asas e das portas do trem de aterrissagem do Gripen NG e no futuro na produção em série destes e outros segmentos do Gripen NG, tanto para o Brasil como para exportação, será efetuada de forma exclusiva em uma nova instalação, localizada em São Bernardo do Campo. inclusive para os 60 OU 70 GRIPENS SUÉCOS.

20 engenheiros estão na Suécia, desde 30 de agosto, trabalhando no Gripen NG.

Imagem

Segundo Cesar Augusto da Silva (Pres. AKAER), disse: “Este é o primeiro desenho de uma aeronave de combate supersônica desenvolvido no Brasil, assim como uma demonstração do bem-sucedido processo de transferência de tecnologia conduzido pela Saab. A Akaer tem orgulho de seu envolvimento no projeto e da capacidade demonstrada por sua equipe nesta tarefa plena de desafios”.
Um grupo de cinco engenheiros da Akaer vai este mês para a Suécia, para acompanhar a produção das peças desenvolvidas no Brasil e definir o planejamento da próxima fase, envolvendo o projeto da fuselagem central do Gripen.

O acordo entre a Akaer e a Saab prevê que 80% da estrutura do novo caça seja feita pela brasileira, independente do resultado da concorrência do F-X2. Segundo a Saab, a Akaer também irá fornecer parte da estrutura dos 22 Gripen NG que estão sendo adquiridos pela Força Aérea da Suíça e do lote de 40 a 60 aeronaves do modelo já anunciados pela Força Aérea Sueca.
http://www.aereo.jor.br/2012/10/18/saab ... cnologica/
RADAR

Em 2010 a Atmos foi convidada para REAL participação no desenvolvimento do ES-05 AESA para o Saab Gripen NG :

""SELEX Galileo e ATMOS Sistemas assinam memorando de entendimento
12/01/2010

A SELEX Galileo, parte da Finmeccanica, anunciou a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) com a ATMOS Sistemas Ltda., do Brasil. O MoU marca o começo de um relacionamento entre as empresas e abre caminho para a colaboração no suporte e desenvolvimento de radares aéreos AESA. O foco inicial estará no radar de controle de fogo Raven ES-05 AESA para o Saab Gripen NG, que está competindo fortemente no novo programa de caças da Força Aérea Brasileira, e em configurações futuras de aeronaves.
Fonte: Tecnologia & Defesa""
http://atmossistemas.com.br/Noticias.html.35

Atmos & Selex Galileo firmam protocolo
05/01/2010

A Brasileira Atmos Sistemas e a Italiana Selex Galileo assinaram um protocolo (memorando) de entendimento no intuito preparar a participação brasileira na absorção da tecnologia do radar AESA Raven ES-05 que integra a Proposta da Saab do Gripen NG para o Programa FX-2
Fonte: Wordpress.com
http://atmossistemas.com.br/Noticias.htm

SOFTWARES

Todo o software da aeronave será desenvolvido com a participação da Embraer e poderá ser modificado e alterado no futuro sem a presença da SAAB.

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CÓDIGOS FONTE

A proposta da SAAB oferece mais do que simplesmente “acesso” aos códigos-fonte. Os softwares críticos de missão, que incluem todos os softwares de interesse da FAB, e os respectivos códigos-fonte, serão desenvolvidos em parceria com a Embraer, que terá domínio de todo o conhecimento.

Também será instalado no Brasil um centro de desenvolvimento de softwares (laboratório e “rig” aviônico), que ao lado do pessoal habilitado, são as ferramentas indispensáveis ao completo domínio dos sistemas computacionais da aeronave.

É importante ressaltar que "acesso aos códigos-fonte" não tem qualquer significado prático caso o ente receptor não disponha da infraestrutura adequada (laboratórios e rigs aviônicos) e, principalmente, de pessoal treinado e habilitado, que somente será disponível caso tenha participado do processo de desenvolvimento.


EMBRAER

Dentre as mais importantes tecnologias que a Embraer terá acesso destacam-se:

• Desenvolvimento de redes de informação, fusão de dados e informações e alto nível de integração de sistemas
• Tecnologias de projeto e produção de estruturas complexas e que utilizam materiais avançados tais como materiais compósitos
• Integração de motores
• Integração de radares
• Integração de armamentos de última geração
• Ensaios em voo de aeronaves supersônicas
• Sistemas avançados de comunicação e enlace de dados
http://www.defesanet.com.br/fx2/noticia ... engt-Janer

Não podemos esquecer knight, estamos em 2014, a conclusão do desenvolvimento está previsto para 2018 ... muitas águas ainda passarão debaixo dessa ponte ...

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VERSÃO BIPLACE

SE de fato a FAB está pensando no futuro a complexidade do Gripen "F" será maior do que pensamos e poderá inclusive se tornar uma aeronave ESTRATÉGICA :

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Usando as palavras do Leandro G Card :

""A menos que o segundo assento fosse para um operador de sistemas, que operaria equipamentos tão mais avançados que o da versão monoplace que exigissem um segundo tripulante (caso de um F-4, um F-14, um Mig-31, etc...).""

Me resta perguntar Brother:

- Será que de fato iremos apenas participar do roadmap do caça e instalar imputs nacionais ???

- Será que de fato os outros 2 concorrentes da short-list garantiam essas coisas mencionadas ???


Cada um tire sua conclusão !

Abração !
kirk




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Re: O Wikleaks e o FX

#59 Mensagem por Paisano » Dom Set 28, 2014 12:57 pm

Apesar de preferir a compra do Rafale para o FX-2, de ter sido radicalmente contra qualquer negócio envolvendo o F-18 na FAB e acreditar que o NG foi o que sobrou por obra e graça de "São Snowden", também sou de opinião de o Brigadeiro Saito foi a embaixada dos EUA, e tratou lá o que tratou, seguindo ordens diretas do GF (ex-presidente Lula).

E por que dessa minha opinião?

Porquê, igualmente, lembro da origem do ex-presidente Lula, qual seja, os sindicados, onde negociar muito é uma prática bem comum.




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Re: O Wikleaks e o FX

#60 Mensagem por knigh7 » Dom Set 28, 2014 2:16 pm

Kirk,

O caso de desenvolvimento com a AKAER já estava sendo feito antes da escolha. Aprender o que ela estava aprendendo não precisaria da decisão.

Os outros casos que vc citou eram notas de 4 anos atrás.

No tocante aos códigos-fonte, a SAAB não era a única da short-list a fornecer...




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