Na verdade todas as aeronaves stealth voando hoje são perfeitamente detectáveis por radares de baixa frequência, uma tecnologia disponível desde a segunda guerra mundial (existem outras tecnologias mais modernas, mas a rigor nem são mesmo necessárias). E não acredito que nenhum novo projeto vá escapar disso também.pt escreveu:Pessoalmente, e aqui falo apenas da minha impressão sobre o assunto, fico com a ideia de que o F-22 deve ter algum tipo de sistema ou artificio simples de anular, que faz com que o caça possa ser eficiente uma vez, mas só uma vez.
O F-117, aparecia nos radares nos anos 90, o problema é que os operadores não estavam preparados para identificar o sinal do radar.
Quando isso se tornou facil, o F-117 perdeu utilidade e foi retirado.
Especulando, o que nos garante que os americanos não criaram um mito em torno do F-22, um caça que nunmca vão vender para ninguém, exactamente para levar os adversarios a perseguir o objectivo de desenvolver um caça Stealth ?
Se os americanos desenvolveram (e eles tiveram mais de trinta anos para fazer isso) radares que já podem detectar os caças Stealth (a) eles terão todo o interesse em que os seus adversários desenvolvam aeronaves com essas características.
Ninguém reparou que ninguém na Europa está a pensar nos caças Stealth convencionais ...
Ninguém especula sobre isto ?
O que aconteceu é que por volta da década de 1980, quando o Raptor foi concebido, este tipo de radar era considerado praticamente obsoleto, pois além de exigir antenas volumosas eles não permitem uma resolução suficiente para a guiagem de mísseis ou canhões contra a as aeronaves detectadas. Na prática eles apenas informam algo como “alguma coisa está dentro desta caixa de 2x3x4 km, voando mais ou menos na velocidade X”. E por serem volumosos radares deste tipo também não podem ser embarcados em aviões. Assim, na visão da época os poucos modelos de radar deste tipo que ainda existiam eram em número pequeno e logo seriam aposentados, deixando os céus livres para uma força aérea americana que seria totalmente stealth e, portanto, invulnerável. Com esta visão em mente não é de se admirar que os EUA tenham gasto os tubos para avançar com as tecnologias stealth o mais possível, e colocar em produção aeronaves equipadas com ela. O raptor foi uma delas.
Mas eles não contavam com a popularização de dois desenvolvimentos subsequentes: Primeiro, o surgimento de links de dados eficientes entres diversos sistemas de detecção e de armas, o famoso conceito “Network Centric Warfare” ou NCW . Com isso um único radar de baixa frequência pode mostrar a diversas aeronaves, e posições de defesa anti-aérea e mísseis em que área estão as aeronaves stealth, acabando com o seu elemento surpresa. O segundo foi o desenvolvimento dos sistemas IIR, que usados em mísseis e aviões permite a detecção de aeronaves stealth ou não até distâncias na faixa das dezenas de quilômetros. A combinação dos dois sistemas praticamente anula a vantagem das aeronaves stealth, pois com elas os vetores de interceptação (aviões e mísseis) podem ser alertados da sua presença guiados até uma distância onde seus próprios sistemas IIR permitem a aquisição precisa do alvo.
É claro que ainda existem situações onde a capacidade stealth pode ser uma vantagem. No combate contra forças que não possuem nem radares de baixa freqüência nem NCW o cenário imaginado lá atrás pelos americanos ainda é válido. Mas é claro que isto significa que o inimigo que se está enfrentando é muito atrasado, e então aviões stealth na verdade seriam desnecessários, F-15´s, F-16´s e F-18´s seriam mais do que suficientes. Outra situação seria aquela em que uma aeronave com capacidade stealth avança adiante da força principal, utilizando sua baixa visibilidade para se aproximar das unidades inimigas, detectá-las com seu próprio radar e atraí-las, colocando-as em posição de ser atacadas à longa distância por mísseis disparados por outras aeronaves não necessariamente furtivas que estariam ainda fora do alcance de detecção do inimigo. Esta é exatamente a combinação que a USAF está divulgando agora ser a adequada para enfrentar as forças aéreas mais poderosas (China, Rússia, Índia, etc...), e nesta função o F-22 seria perfeito. Mas para isso a quantidade necessária de plataformas seria bem pequena, pois poderia haver 1 ou 2 Raptors para cada 12 ou 16 outros caças do “pacote”, e assim a quantidade de Raptors disponível para os EUA já é hoje até maior do que a realmente necessária, e não é preciso produzir mais nenhum.
Leandro G. Card