F-22, retorno da Phoenix??

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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LeandroGCard
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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#46 Mensagem por LeandroGCard » Sex Jan 28, 2011 7:29 pm

pt escreveu:Pessoalmente, e aqui falo apenas da minha impressão sobre o assunto, fico com a ideia de que o F-22 deve ter algum tipo de sistema ou artificio simples de anular, que faz com que o caça possa ser eficiente uma vez, mas só uma vez.

O F-117, aparecia nos radares nos anos 90, o problema é que os operadores não estavam preparados para identificar o sinal do radar.
Quando isso se tornou facil, o F-117 perdeu utilidade e foi retirado.

Especulando, o que nos garante que os americanos não criaram um mito em torno do F-22, um caça que nunmca vão vender para ninguém, exactamente para levar os adversarios a perseguir o objectivo de desenvolver um caça Stealth ?

Se os americanos desenvolveram (e eles tiveram mais de trinta anos para fazer isso) radares que já podem detectar os caças Stealth (a) eles terão todo o interesse em que os seus adversários desenvolvam aeronaves com essas características.

Ninguém reparou que ninguém na Europa está a pensar nos caças Stealth convencionais ...
Ninguém especula sobre isto ? :mrgreen:
Na verdade todas as aeronaves stealth voando hoje são perfeitamente detectáveis por radares de baixa frequência, uma tecnologia disponível desde a segunda guerra mundial (existem outras tecnologias mais modernas, mas a rigor nem são mesmo necessárias). E não acredito que nenhum novo projeto vá escapar disso também.

O que aconteceu é que por volta da década de 1980, quando o Raptor foi concebido, este tipo de radar era considerado praticamente obsoleto, pois além de exigir antenas volumosas eles não permitem uma resolução suficiente para a guiagem de mísseis ou canhões contra a as aeronaves detectadas. Na prática eles apenas informam algo como “alguma coisa está dentro desta caixa de 2x3x4 km, voando mais ou menos na velocidade X”. E por serem volumosos radares deste tipo também não podem ser embarcados em aviões. Assim, na visão da época os poucos modelos de radar deste tipo que ainda existiam eram em número pequeno e logo seriam aposentados, deixando os céus livres para uma força aérea americana que seria totalmente stealth e, portanto, invulnerável. Com esta visão em mente não é de se admirar que os EUA tenham gasto os tubos para avançar com as tecnologias stealth o mais possível, e colocar em produção aeronaves equipadas com ela. O raptor foi uma delas.

Mas eles não contavam com a popularização de dois desenvolvimentos subsequentes: Primeiro, o surgimento de links de dados eficientes entres diversos sistemas de detecção e de armas, o famoso conceito “Network Centric Warfare” ou NCW . Com isso um único radar de baixa frequência pode mostrar a diversas aeronaves, e posições de defesa anti-aérea e mísseis em que área estão as aeronaves stealth, acabando com o seu elemento surpresa. O segundo foi o desenvolvimento dos sistemas IIR, que usados em mísseis e aviões permite a detecção de aeronaves stealth ou não até distâncias na faixa das dezenas de quilômetros. A combinação dos dois sistemas praticamente anula a vantagem das aeronaves stealth, pois com elas os vetores de interceptação (aviões e mísseis) podem ser alertados da sua presença guiados até uma distância onde seus próprios sistemas IIR permitem a aquisição precisa do alvo.

É claro que ainda existem situações onde a capacidade stealth pode ser uma vantagem. No combate contra forças que não possuem nem radares de baixa freqüência nem NCW o cenário imaginado lá atrás pelos americanos ainda é válido. Mas é claro que isto significa que o inimigo que se está enfrentando é muito atrasado, e então aviões stealth na verdade seriam desnecessários, F-15´s, F-16´s e F-18´s seriam mais do que suficientes. Outra situação seria aquela em que uma aeronave com capacidade stealth avança adiante da força principal, utilizando sua baixa visibilidade para se aproximar das unidades inimigas, detectá-las com seu próprio radar e atraí-las, colocando-as em posição de ser atacadas à longa distância por mísseis disparados por outras aeronaves não necessariamente furtivas que estariam ainda fora do alcance de detecção do inimigo. Esta é exatamente a combinação que a USAF está divulgando agora ser a adequada para enfrentar as forças aéreas mais poderosas (China, Rússia, Índia, etc...), e nesta função o F-22 seria perfeito. Mas para isso a quantidade necessária de plataformas seria bem pequena, pois poderia haver 1 ou 2 Raptors para cada 12 ou 16 outros caças do “pacote”, e assim a quantidade de Raptors disponível para os EUA já é hoje até maior do que a realmente necessária, e não é preciso produzir mais nenhum.


Leandro G. Card




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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#47 Mensagem por sapao » Sex Jan 28, 2011 10:49 pm

P44 escreveu:
EDSON escreveu:A torcida pela América é grande aqui. :lol:

Não é lá muito grande, faz é muito barulho...
Torcida?
Não sabia nem que havia uma competição, muito menos que deveria escolher um dos lados!

So coloquei o que penso, que basicamente uma ditadura tende a ser mais instavel do que uma democracia; e que ainda falta algumas gerações para a China chegar no patamar de ser a potencão dominante do mundo, se é que isso vai acontecer.
Sobre os caças, assunto que conheço mais um pouco, é fato que os americanos já tem seu terceiro modelo furtivo em operação, enquanto outros ainda estão desenvolvendo suas versões para estarem operacionais em um futuro proximo.
Não disse que um é melhor ou pior que outro, até porque acho que isso é dificil de mensurar. Alguem discorda disso?

Disse tambem que hoje em cada a utilização de sistemas não-tripulados é cada vez maior, é que eles irão exercer um papel muito importante no futuro na luta pelo dominio do ar; e afirmo que atualmente só 2 paises dominam o desenvolvimento e a doutrina de operação destas armas: o USA e Israel; digo isso porque a FAB perguntou a muita gente e chegou-se a conclusão que todos os demais utilitarios de sistemas no mundo recorriam a esses dois paises direta (por compra) ou indiretamente (por copia). Mesmo a Russia não escapa desta sina, se alguem tiver conhecimento de algo contrario por favor diga pois gostaria de saber.

Só complementando o que o Lenadro falou, invisivel foi um apelido da imprensa. Como o proprio nome ja diz, a aeronave é "furtiva", não só a radares como tambem a sensores oticos e IR; resumindo ele tem sua assinatura reduzida em varias faixas de frequencia; mas não ha todas. Só para constar, contra radares embarcados em aeronaves, em determinados niveis de altitude do alvo e do caçador, a furtividade cai quase a zero.




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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#48 Mensagem por soultrain » Sex Jan 28, 2011 11:34 pm

Acrescentando ao que o Leandro e o sapão escreveram, o programa de UAV's dos EUA deriva do Israelita. Eles tiveram de comprar a Israel para começar a ter algum sucesso. Hoje estão à frente.

Além do que foi dito, entretanto foram desenvolvidas tecnologias que permitem ter antenas de frequência mais baixa que um normal radar embarcado e sem necessitar de um gerador diesel de vários KVA em cima do caça. Imaginem que cada ponta da asa é um pólo da antena de radar, p .exp. Imaginem uma dupla de caças em que as suas duas antenas funcionam como polos de uma antena com o tamanho da distância entre os dois, etc. Com os radares AESA e com cada vez mais o seu core ser baseado em software, as possibilidades são quase ilimitadas.

PS:

A liberdade é muito mais que poder comprar o que se quiser, investir etc., esse é o modelo passado na comunicação social e é bastante apelativo, especialmente para as massas. Assim como é redutor que a liberdade é a escolha de governo. Não foi para isso que foi feito o 25 de Abril.

O problema das pessoas reais na China, não é não poderem comprar o x carro, ou votar no Y partido. É suprirem as suas necessidades, como exemplificado na pirâmide de Maslow por exemplo.

Essas necessidades que alguns pensam, são "liberdades" puramente consumistas de quem tem a barriga cheia, tecto com aquecimento central garantido e vai ao Mc Donnalds com frequência enquanto entoa o The Star-Spangled Banner.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#49 Mensagem por P44 » Sáb Jan 29, 2011 8:19 am

soultrain escreveu: Essas necessidades que alguns pensam, são "liberdades" puramente consumistas de quem tem a barriga cheia, tecto com aquecimento central garantido e vai ao Mc Donnalds com frequência enquanto entoa o The Star-Spangled Banner.
[009]




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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#50 Mensagem por pt » Sáb Jan 29, 2011 11:12 am

Essas necessidades que alguns pensam, são "liberdades" puramente consumistas de quem tem a barriga cheia, tecto com aquecimento central garantido e vai ao Mc Donnalds com frequência enquanto entoa o The Star-Spangled Banner.
Não! a liberdade é a consciência de que podemos fazer o que quisermos, desde que não coloquemos em causa a liberdade dos outros, sem ter alguém a bater à porta para nos levar para interrogatório.
O ser humano tende por natureza para perseguir essa liberdade.
A História da Humanidade, é uma sucessão continua de eventos demonstradores disso. As guerras entre os impérios, são lutas de uns contra a liberdade dos outros.

A liberdade não tem nada de utópico, é simples como tudo, e todo o mundo já sofreu revoluções e convulsões por causa da falta da liberdade, mesmo quando a religião ou o hábito tendem a esquece-la.
Todos achávamos que nos países de leste as pessoas tinham esquecido a liberdade. Todos achamos que os árabes por razões religiosas não são capazes de lutar por ela.
E parece que achamos que os chineses, que são seres humanos, têm algum chip democratosupressor no cérebro ... :mrgreen:

Mais uma vez... wishfull thinking, e do barato...







Voltando à questão

LeandroGCard, eu li com atenção o que você disse e estou basicamente de acordo (não podemos discutir factos :mrgreen: )

No entanto, acho que o problema para quem quer defender-se das aeronaves Stealth, é que a doutrina determina que antes de beneficiar do domínio dos ceus que elas proporcionam, é necessário destruir as redes de radares.

Para isso, os americanos desenvolveram uma parafernalia de sistemas especificamente destinados a garantir isso. Além de sistemas anti radiação, são especialmente importantes as bombas planadoras com um pequeno motor de assistência ao voo, que atingem alvos a quase 600km de distância. Os radares são por razões técnicas enormes o que torna inviável esconde-los. Podem ser transportáveis, mas são tão grandes que demora muitas horas monta-los e desmonta-los.

Mas mais que isso, há o problema dos radares de baixa frequência: Mesmo com as recentes tentativas de conseguir melhorar a definição do sinal através de Software destinado a remover o «ruido» os radares não têm qualquer defesa contra sistemas de guerra electrónica e saturação do espaço radioelectrico.
Em baixa frequência, é aliás como saberá, mais facil emitir sinais de «empastelamento» num numero de frequencias mais reduzido.
No Iraque em 2003, uma das coisas que vimos durante a primeira fase da guerra, foi que as redes de telefonia móvel deixaram de funcionar. Isto foi apenas o sinal visivel do que se estava a passar em todas as frequências do espectro.
Com isto os radares de baixa frequência são completamente anulados e não são capazes nem de detectar uma montanha voadora, basicamente, porque para qualquer operador, aparecem montanhas voadoras a cada segundo, vindas de todas as direcções.

É por isto, e por saberem que as contra medidas são conhecidas e por saberem como se podem destruir ou anular estes sistemas, que os chineses, pensaram em desenvolver uma aeronave do tipo. Terão sido levados a fazer isso, quando os europeus aparentemente estão a seguir outro caminho ?
Não sabemos.

Mas ao longo de 30 anos, sabendo que existe uma forma mais ou menos convencional de detectar aeronaves Stealth, não terão os americanos estudado a questão para desenvolver um sistema que permita faze-lo ?
Mesmo os radares de baixa frequência, com a utilização de software poderoso, poderão reduzir a interferência (se não forem atacados por um míssil). Para isso são precisos programas e software eficiente, e os mais rápidos processadores do mundo.

Quem tem acesso aos processadores mais recentes e qual é a maior potência no campo da informática ?
A China será no futuro. Demorará algumas gerações.
Como disse anteriormente, nenhum de nós viverá para ver esse momento.
Mas para já quem tem a vantagem competitiva são os americanos, e de muito, muito longe...




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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#51 Mensagem por joao fernando » Sáb Jan 29, 2011 11:35 am

Qual a frequencia? em 80 metros, usavamos antenas bobinadas, tinha 10 metros de cada lado. Isso usando sucata como materia prima. Embutindo a antena dentro de uma asa de material composto, vc monta um radar de baixa frequencia. Parece que andam a confundir baixa frequencia e anos 30, com baixa frequencia e sistemas digitais




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#52 Mensagem por sapao » Sáb Jan 29, 2011 1:06 pm

A teoria de operação dos radares está correta, para um pais que não tenha um AEW, o que muda completamente o cenario que você colocou, inclusive pela maior facilidade e detectar aeronaves furtivas.

Sobre os radares de baixa frequencia, não conheço nenhum modelo de radar militar, independente da frequencia, que não tenha proteção a medidas de ataque eletronico. Diferentemente de um sistema de telefonia movel, dai o ocorrido no Iraque em 2003.

Os europeus não vão desenvolver uma aeronave stealth porque quem não está envolvido com o Eurofighter, e por isso sem verba para desenvolver outra aeronave, esta entrando no F-35. O que eles vão desenvolver de furtivo serão sistemas não-tripulados; diferente da China que parece estar na cola da Russia e India, até por uma questão de geopolitica.

Sobre a China vir a ser a maior potencia no campo de informatica no mundo acho que isso não passa de um exercicio de especulação, aonde podemos colocar tambem a India, o Japão, a Coreia do Sul e por ai vai.
Dominar um processador ou um computador não que dizer que se esta na vanguarda da tecnologia, e sim que eles estão no caminho para isso e investindo bem o dinheiro, dai a ultrapassar o Vale do Silicio vai um bocado de chão.
No começo tudo anda rapido, como em um treinamento para correr 100m, até chegar perto dos 10s e relativamente tranquilo, baixar dos 10s e outra coisa.




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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#53 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jan 29, 2011 2:36 pm

pt escreveu:No entanto, acho que o problema para quem quer defender-se das aeronaves Stealth, é que a doutrina determina que antes de beneficiar do domínio dos ceus que elas proporcionam, é necessário destruir as redes de radares.

Para isso, os americanos desenvolveram uma parafernalia de sistemas especificamente destinados a garantir isso. Além de sistemas anti radiação, são especialmente importantes as bombas planadoras com um pequeno motor de assistência ao voo, que atingem alvos a quase 600km de distância. Os radares são por razões técnicas enormes o que torna inviável esconde-los. Podem ser transportáveis, mas são tão grandes que demora muitas horas monta-los e desmonta-los.

Mas mais que isso, há o problema dos radares de baixa frequência: Mesmo com as recentes tentativas de conseguir melhorar a definição do sinal através de Software destinado a remover o «ruido» os radares não têm qualquer defesa contra sistemas de guerra electrónica e saturação do espaço radioelectrico.
Em baixa frequência, é aliás como saberá, mais facil emitir sinais de «empastelamento» num numero de frequencias mais reduzido.
No Iraque em 2003, uma das coisas que vimos durante a primeira fase da guerra, foi que as redes de telefonia móvel deixaram de funcionar. Isto foi apenas o sinal visivel do que se estava a passar em todas as frequências do espectro.
Com isto os radares de baixa frequência são completamente anulados e não são capazes nem de detectar uma montanha voadora, basicamente, porque para qualquer operador, aparecem montanhas voadoras a cada segundo, vindas de todas as direcções.

É por isto, e por saberem que as contra medidas são conhecidas e por saberem como se podem destruir ou anular estes sistemas, que os chineses, pensaram em desenvolver uma aeronave do tipo. Terão sido levados a fazer isso, quando os europeus aparentemente estão a seguir outro caminho ?
Não sabemos.

Mas ao longo de 30 anos, sabendo que existe uma forma mais ou menos convencional de detectar aeronaves Stealth, não terão os americanos estudado a questão para desenvolver um sistema que permita faze-lo ?
Mesmo os radares de baixa frequência, com a utilização de software poderoso, poderão reduzir a interferência (se não forem atacados por um míssil). Para isso são precisos programas e software eficiente, e os mais rápidos processadores do mundo.
Olá Pt,

Os radares de baixa frequência mais atuais podem ser bastante sofisticados, e ter uma resistência bem maior às contramedidas. E são também muito difíceis de destruir com mísseis anti-radar, pois estes também não conseguem definir sua posição com precisão. Foi o que se viu na Sérvia, apesar de toda a parafernália americana muitos radares deste tipo sobreviveram à guerra.

E existem muitas outras formas de detecção de aeronaves furtivas, os radares de baixa frequência são apenas uma delas. Até sensores de som podem ser usados no caso de caças como o F-22, que por mais stealth que sejam ainda emitem um ruído que chega ao solo com intensidade mais que razoável, principalmente se estiver usando um de seus outros "trunfos", o supercruzeiro. Quem disse que sistemas como o SOSUS só servem para submarinos e navios?

Rússia e China estão também com programas de caças furtivos porque como eu mencionei eles ainda tem aplicação. Mas não como a espinha dorsal das forças de combate, e sim como aeronaves especializadas para funções específicas. Por isso duvido que os aviões russos e chineses furtivos venham um dia a ser construídos em grande número, assim como o F-22 também não o será. Além disso, estes países levam muito à sério a percepção dos demais sobre sua competência tecnológica, e não poderiam mesmo deixar apenas os americanos se jactando de serem mestres neste tipo de tecnologia, como os EUA não permitiram que a Rússia dominasse sozinha o espaço na década de 60. Coisa de país grande.


Um grande abraço,


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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#54 Mensagem por Paisano » Sáb Jan 29, 2011 2:56 pm





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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#55 Mensagem por Bourne » Sáb Jan 29, 2011 3:19 pm

Esse é mais eficiente

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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#56 Mensagem por soultrain » Sáb Jan 29, 2011 8:41 pm

pt escreveu:
Essas necessidades que alguns pensam, são "liberdades" puramente consumistas de quem tem a barriga cheia, tecto com aquecimento central garantido e vai ao Mc Donnalds com frequência enquanto entoa o The Star-Spangled Banner.
Não! a liberdade é a consciência de que podemos fazer o que quisermos, desde que não coloquemos em causa a liberdade dos outros, sem ter alguém a bater à porta para nos levar para interrogatório.
O ser humano tende por natureza para perseguir essa liberdade.
A História da Humanidade, é uma sucessão continua de eventos demonstradores disso. As guerras entre os impérios, são lutas de uns contra a liberdade dos outros.

A liberdade não tem nada de utópico, é simples como tudo, e todo o mundo já sofreu revoluções e convulsões por causa da falta da liberdade, mesmo quando a religião ou o hábito tendem a esquece-la.
Todos achávamos que nos países de leste as pessoas tinham esquecido a liberdade. Todos achamos que os árabes por razões religiosas não são capazes de lutar por ela.
E parece que achamos que os chineses, que são seres humanos, têm algum chip democratosupressor no cérebro ... :mrgreen:
Exacto, mas teve de reflectir para lá chegar, o instinto levou a escrever outra coisa primeiro...interessante. Nem todos acharam ou acham que um ser humano possa esquecer a liberdade.

Aliás, curiosamente este movimento nos países árabes, não se deu porque as pessoas queriam comprar carro, roupas ou ir ao mac donalds, mas porque o preço dos bens de primeira necessidade aumentou.

A “economia da suficiência” destaca a importância dos bens não materiais para a vida e felicidade das pessoas.
> como escrevia Agostinho da Silva na sua passagem pelo Brasil, no Estado de Santa Catarina, “só depois de encher a barriga há tempo para filosofar”. Num texto que escrevemos no ano passado para a revista Nova Águia também defendíamos a “economia da cultura”, como uma forma de alavancar um crescimento económico em valores bem mais perenes e significativos que a mera produção de “coisas”, eternamente substituíveis a cada nova moda ou fase de Design que deveriam ser substituídos pela produção descentralizada, democratizada e livre, se bens culturais. As estimativas de que 17% da riqueza gerada em Portugal está diretamente ligada à língua demonstram a importância da Cultura para uma economia moderna e o notável valor de 50% de peso do setor cultural na economia da cidade de Nova Iorque mostra o quanto podemos crescer a partir do patamar atual. Num mundo de escassez crescente de matérias primas, de necessidade imperiosa de redução dos consumos de energia e de emissão de CO2, há que desviar as prioridades da Economia da Produção de Bens e Serviços redundantes e frequentemente inúteis e modistas para a felicidade e para a satisfação de todas as necessidades básicas dos cidadãos. Não se trataria assim de “tercializar” a Economia para a Cultura, mas de a transmutar numa Economia da Cultura, em que a prioridade seria dada à satisfação local de todas as necessidades básicas, especialmente as alimentares e energéticas.

“Claro que o dinheiro e os bens materiais são importantes. Mas o seu valor marginal decresce à medida que este aumenta, e a partir de certo momento são outros aspectos da nossa vida – família, comunidade, realização profissional, etc – que fazem a diferença e nos ajudam a viver mais felizes.”

> Um dos grandes desequilíbrios da sociedade de consumo foi esta ligação doentia que os Media, a Cultura de Massas e o Consumo quantidades crescentes de Bens Materiais com a Felicidade e a Realização pessoal que estiveram na base de uma autentica esquizofrenia coletiva que hoje carateriza as sociedade da atualidade. Ligar Consumo a Realização é doentio, porque nunca ninguém poderá ser feliz se se reduzir à mera condição de consumidor passivo, dócil e se cercear as suas capacidades cívicas, a sua consciência e liberdades individuais para se tornar num carneiro, num ponto anónimo numa manada sabiamente manuseada pelos poderosos aparelhos de marketing das grandes multinacionais. Ser Livre é assim ser Consumidor consciente e independente da pressão e das manipulações psicológicas das máquinas da publicidade e do marketing.

“Paradoxalmente, é essa ênfase nos aspectos nas materiais da vida das pessoas que tem possibilitado o crescimento económico sustentável em países como a Tailândia, o Butão ou o Vietname. É o contrário do que temos constatado recentemente no Ocidente.”

> Os modelos de crescimento económico clássicos levaram o mundo à profunda e duradoura crise onde ele se encontra hoje. A prioridade absoluta dada ao mundo financeiro sobre o resto da economia (que absorveu os melhores cérebros em atividades não produtivas) esvaziou de investimentos em investigação, modernização e na melhoria da produção industrial e agrícola. Os detentores de Capital preferiram colocar os seus recursos no meio financeiro (que lhe garantia grandes retornos a curto prazo) do que na economia real. Em consequência, muitas empresas descapitalizaram-se e endividaram-se acima de qualquer razoabilidade. Em vez de tentar seguir Londres e Nova Iorque, o Ocidente devia olhar para Oriente e aprender com as experiências das economias budistas da Tailândia e do Butão, onde o crescimento dos índices GINI, uma medida de felicidade a partir da ponderação de vários fatores apresenta hoje uma medida muito mais fiável sobre o grau de felicidade de um povo que o estafado e batido “crescimento do PIB” ainda hoje preferido pela maioria dos economistas convencionais.
Fonte:
Miguel Pereira Lopes
Jornal Sol 23 de dezembro de 2010

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Editado pela última vez por soultrain em Dom Jan 30, 2011 9:37 am, em um total de 1 vez.

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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#57 Mensagem por soultrain » Dom Jan 30, 2011 1:04 am

sapao escreveu: Sobre a China vir a ser a maior potencia no campo de informatica no mundo acho que isso não passa de um exercicio de especulação, aonde podemos colocar tambem a India, o Japão, a Coreia do Sul e por ai vai.
Dominar um processador ou um computador não que dizer que se esta na vanguarda da tecnologia, e sim que eles estão no caminho para isso e investindo bem o dinheiro, dai a ultrapassar o Vale do Silicio vai um bocado de chão.
No começo tudo anda rapido, como em um treinamento para correr 100m, até chegar perto dos 10s e relativamente tranquilo, baixar dos 10s e outra coisa.
A China é um pouco diferente do que vocês pensam, o computador mais rápido do mundo foi inaugurado lá há uns meses, eles têm vários. A maioria da industria nessa área é lá, eles já não são meros fabricantes e têm as pessoas e a motivação.

O que se está a passar na China ainda é pouco compreendido, eles estão a fazer uma aposta gigantesca, GIGANTESCA mesmo na educação. Em poucos anos eles estão a produzir tanta coisa nova, patentes, papers etc. que dentro de pouco tempo muita coisa vai mudar em todas as áreas. Não se esqueçam, as industrias de tudo o que nós usamos no dia a dia estão lá.

Não podemos fazer comparações simplistas com a China de Ming. Há muita coisa nova.





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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#58 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jan 30, 2011 12:02 pm

soultrain escreveu:
sapao escreveu: Sobre a China vir a ser a maior potencia no campo de informatica no mundo acho que isso não passa de um exercicio de especulação, aonde podemos colocar tambem a India, o Japão, a Coreia do Sul e por ai vai.
Dominar um processador ou um computador não que dizer que se esta na vanguarda da tecnologia, e sim que eles estão no caminho para isso e investindo bem o dinheiro, dai a ultrapassar o Vale do Silicio vai um bocado de chão.
No começo tudo anda rapido, como em um treinamento para correr 100m, até chegar perto dos 10s e relativamente tranquilo, baixar dos 10s e outra coisa.
A China é um pouco diferente do que vocês pensam, o computador mais rápido do mundo foi inaugurado lá há uns meses, eles têm vários. A maioria da industria nessa área é lá, eles já não são meros fabricantes e têm as pessoas e a motivação.

O que se está a passar na China ainda é pouco compreendido, eles estão a fazer uma aposta gigantesca, GIGANTESCA mesmo na educação. Em poucos anos eles estão a produzir tanta coisa nova, patentes, papers etc. que dentro de pouco tempo muita coisa vai mudar em todas as áreas. Não se esqueçam, as industrias de tudo o que nós usamos no dia a dia estão lá.

Não podemos fazer comparações simplistas com a China de Ming. Há muita coisa nova.
A mentalidade chinesa é de fato diferente, não foca nos resultados que o indivíduos irão aproveitar ainda em vida, mas no futuro mais distante.

Eu trabalho muito na área da indústria automobilística, e percebi algo interessante neste setor. Quando os japoneses quiseram produzir automóveis, eles adotaram o padrão dos carros americanos existentes como objetivo (só reduziram um pouco o tamanho), e chegaram lá, hoje estão no mesmo nível. Já os coreanos adotaram como objetivo o padrão dos alemães, e estão chegando lá também. Mas os chineses não fizeram nada disso, eles imaginaram como serão os carros daqui a 50 anos, e é este o objetivo que estão perseguindo. Quando chegarem lá não haverá ninguém no nível deles, todos os demais terão ficado para trás!


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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#59 Mensagem por soultrain » Dom Jan 30, 2011 12:38 pm

Leandro,

Esse é um bom exemplo, a industria automóvel, discordo que hoje os Japoneses estejam ao nível dos EUA ou tenham sequer procurado o padrão Americano. A sua industria foi um paradigma baseada em conhecimento Europeu (Alemão e Inglês) com introdução de métodos de gestão inovadores como o Toyotism, que agora conhecemos como Lean Management ou Just In Time. Eles ultrapassaram a industria Americana faz tempo, que foi e é actualmente anacrónica.

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Re: F-22, retorno da Phoenix??

#60 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jan 30, 2011 1:10 pm

soultrain escreveu:Leandro,

Esse é um bom exemplo, a industria automóvel, discordo que hoje os Japoneses estejam ao nível dos EUA ou tenham sequer procurado o padrão Americano. A sua industria foi um paradigma baseada em conhecimento Europeu (Alemão e Inglês) com introdução de métodos de gestão inovadores como o Toyotism, que agora conhecemos como Lean Management ou Just In Time. Eles ultrapassaram a industria Americana faz tempo, que foi e é actualmente anacrónica.

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Obviamente concordo que muito da base tecnológica da moderna indústria japonesa de automóveis tem forte influência européia, como de resto acontece com toda a indústria japonesa fora da área eletro-eletrônica, desde o início do século passado. Mas os conceitos que hoje conhecemos como Toyotismo, Lean Management e Just in Time ( e detalhes como Kanban, Kaisen, Six Sigma, etc...) não nasceram no Japão e sim nos EUA, idealizados por diversos autores americanos desde Frederick Winslow Taylor até Jeff Cox. Apenas as empresas americanas não tiveram nenhuma pressa em implantar tais conceitos na prática até bem pouco tempo (algumas empresas não o fizeram até hoje), enquanto à partir dos anos 60/70 (ou mesmo antes, desde o fim da SGM) os japoneses fizeram deles seu "mantra" na administração industrial.

Mas o ponto que realmente eu quis enfatizar é que os japoneses tinham como grande objetivo tomar o mercado americano com automóveis que os americanos aceitassem tanto quanto os seus, este era o teor do meu comentário. Já os coreanos quiseram ir além e produzir os carros que os americanos gostariam de ter (no caso os alemães). E os chineses estão pensando nos carros que os americanos ainda nem sonham em ter, pois ainda nem existem, mas serão os que todos estarão sonhando em possuir daqui a 50 anos.


Acho que ficou mais claro colocado assim.


Abraços,


Leandro G. Card




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