28/10/2017 14:25
Ecclestone revela que atuou ao lado de ex-presidente da FIA para ajudar Ferrari: “Foi a coisa mais inteligente a se fazer”
Antigo chefão da F1, Bernie Ecclestone deu uma entrevista polêmica ao diário italiano ‘la Repubblica’, na qual revela que sempre trabalhou em conjunto com o ex-presidente da FIA, Max Mosley, para ajudar a Ferrari: “Sempre foi feito pelo regulamento técnico”, explicou. A equipe italiana viveu seu auge nos últimos anos com Michael Schumacher, emendando títulos entre 2000 e 2004. Contudo, não conquista um título há dez anos
O polêmico desfecho do GP dos EUA, no domingo passado, e a controversa punição imposta a Max Verstappen que beneficiou diretamente a Kimi Räikkönen levantaram uma velha discussão na F1. Afinal, muitos consideram a Ferrari bastante ajudada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) ao longo do tempo. Pois Bernie Ecclestone, antigo chefão da F1, confirmou que trabalhou em conjunto ao lado do antigo mandatário da entidade, Max Mosley, para beneficiar diretamente a equipe de Maranello.
Em entrevista ao diário italiano ‘la Repubblica’, Ecclestone, hoje relegado ao decorativo posto de presidente honorário da F1 pela nova gestão do Liberty Media, deixou claro que os benefícios à Ferrari foram feitos apenas no espectro técnico e descartou a influência do atual diretor de corridas Charlie Whiting.
"A F1 é a Ferrari e a Ferrari é a F1. Ajudar a Ferrari sempre foi a coisa mais inteligente a se fazer”, comentou o britânico, que completa 87 anos exatamente neste sábado (28). “Sempre foi feito pelo regulamento técnico.
As equipes são importantes para a F1, mas a Ferrari é mais. Muitas coisas foram feitas nestes anos que ajudaram a Ferrari a vencer", declarou.
Max Mosley e Bernie Ecclestone atuaram em conjunto para beneficiar a Ferrari na F1, revelou o dirigente (Foto: AFP)
A gestão de Max Mosley à frente da FIA durou entre 1993 e 2009. Foi neste período que, após um longo tempo de jejum, a Ferrari voltou a conquistar títulos e viveu seu auge com Michael Schumacher, líder dos anos de ouro do time italiano ao enfileirar títulos entre 2000 e 2004. A última vez que a Ferrari conquistou um campeonato foi em 2007, com Kimi Räikkönen.
Desde então, já se vão outros dez anos de jejum.
Perguntado se isso envolvia Charlie Whiting e suas decisões recentes (como GP dos EUA), Bernie foi enfático. "Não, Charlie sempre fez o que tinha de ser feito", falou. A manobra estava a cargo de Max Mosley.
"Ele geralmente ajudava a Ferrari, e eu também queria que eles vencessem. Tem temporadas que são vencidas pelas outras, mas até mesmo elas têm interesse em ganhar de uma Ferrari competitiva. Uma coisa é ganhar de uma Sauber e outra é ganhar de um carro vermelho", comentou.
O controverso regulamento atual dos motores híbridos, do qual ninguém gosta, também trouxe alguma vantagem para o time italiano. "Em algum ponto eles tiveram ajuda", confirmou Bernie. "É a mesma coisa para a Mercedes e para os demais: vencer um campeonato em cima da Ferrari sempre vale mais. Se a Mercedes decidisse transferir tecnologia para Maranello, eu diria que é uma boa ideia", declarou.
Ecclestone também indicou um 'jogo de comadres' entre as duas principais montadoras do campeonato. "O que é certo é que essa situação amigável entre as duas equipes é a melhor coisa para a Mercedes. Significa que a Red Bull não tem os motores mais potentes e a Ferrari é competitiva o bastante para ser um rival a ser batido", finalizou.
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