MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3721 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mai 13, 2013 5:24 am

E nós, que também temos grandes depósitos de xisto, estamos colocando todas as nossas fichas no caro petróleo do pre-sal... :roll: . Como é dura a falta de visão e de planejamento estratégico :cry: .
Energia barata nos EUA já afeta indústrias no Brasil

Com a exploração mais consistente do gás de xisto nos EUA, preço do gás americano passou a custar 20% do cobrado no Brasil, o que reduziu a competitividade nacional e afastou investimentos de indústrias como as de vidro, cerâmica e petroquímica

O Estado de S. Paulo -12 de maio de 2013

Sabrina Valle


RIO - A concorrência com o baixo custo do gás de xisto americano, que em três anos passou a custar 20% do preço do gás natural no Brasil, está fazendo o País perder ou adiar bilhões de dólares em investimentos.


Indústrias que têm até 35% de seus custos no gás, como fabricantes de cerâmica e vidro, petroquímica e química, perderam competitividade, elevaram importações e migram investimentos para o exterior. Até setores tradicionais, como o de brinquedos, sentem os efeitos.

"Uma fatia importante do setor está com forno desligado. Estamos perdendo competitividade. O risco é a produção nacional ser substituída pela importada", diz o superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), Antonio Carlos Kieling.

Kieling diz que as importações do setor estouraram 9.000% em sete anos, para US$ 220 milhões ao ano, num movimento crescente, já que 25% dos custos de produção vêm do gás. A avaliação sobre perda de competitividade é a mesma em vários setores, mas atinge com maior peso a indústria química e petroquímica. Empresas como Braskem, Unigel e Dow Chemical estão entre as que paralisaram decisões de investimento de bilhões de dólares.

A multinacional de vidros AGC decidiu há pouco mais de três anos investir numa fábrica de R$ 800 milhões. Será inaugurada em Guaratinguetá (SP) neste ano para produção de vidro plano, espelhos e vidro automotivo. "De lá para cá, o preço do gás dobrou, mudou totalmente o cenário e a rentabilidade", disse o CEO da AGC Vidros do Brasil, Davide Cappellino.

A decisão de dobrar a capacidade, com mais R$ 800 milhões, foi suspensa por tempo indeterminado. Unidades da multinacional nos Estados Unidos, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Egito, onde o preço do gás é 20% do cobrado no Brasil, ganharam preferência na destinação de recursos. "Com certeza, o preço do gás tornou a decisão de investir no Brasil muito mais difícil."

Revisão

A também multinacional Cebrace planejou até R$ 1 bilhão para transformar o Brasil em plataforma de exportação de vidros para a América Latina. A empresa estancou novas decisões de investimentos no Brasil e voltou os olhos para países como Argentina e Colômbia. O mesmo aconteceu com a Guardian, que revê investimentos. Hoje, o setor importa 35% do vidro plano, ante 10% de 2007.

"Não há novos investimentos de peso, e o futuro depende de decisões de agora. Quero ver como o setor vai estar lá para 2018", diz Lucien Belmonte, superintendente da associação setorial Abividro, que estima, grosso modo, uma perda de até US$ 3 bilhões na década pela redução de competitividade acarretada pelo preço do gás.

Revolução

A reviravolta no mercado aconteceu depois de uma revolução energética nos Estados Unidos, com a disseminação, nos últimos cinco anos, da técnica de fraturamento terrestre em formações de xisto.

Neste curto período, os Estados Unidos trocaram a posição de grande importador de gás pela de potencial exportador, um cenário impensável em 2008. A superoferta fez o preço do gás americano cair de US$ 9, naquele ano, a US$ 1,82 por milhão de BTU (unidade térmica britânica, a referência para o mercado de gás) em abril de 2012.

Hoje, o preço do gás americano fica em torno de US$ 2,5 a US$ 3 por milhão/BTUs. No Brasil o produto está cerca de cinco vezes mais caro – custa entre US$ 12 e US$ 16. Na Europa, ronda os US$ 8 a US$ 10. "Todo mundo que compete no mercado internacional e que tem produção no Brasil está reclamando conosco", diz uma fonte do governo.

O efeito é mais intenso para indústrias que usam o gás como matéria-prima, caso das fabricantes de fertilizantes, ou para mover as máquinas. Costuma ser o caso também de produtos que dependem de altas temperaturas para serem produzidos, como as cerâmicas.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3722 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mai 13, 2013 6:33 am

Mais sobre este assunto:
Ameaça à indústria

O Estado de São Paulo - 11 de maio de 2013

Celso Ming


Ainda não caiu a ficha do empresário brasileiro de que a revolução do gás nos Estados Unidos pode ser mortal para grande número de setores da indústria brasileira, especialmente para a petroquímica, química básica e segmentos altamente dependentes de suprimento de energia elétrica (eletrointensivos).

A mobilização parece tímida e, quando se trata de modernizar o sistema produtivo, o governo brasileiro parece atrelado a conceitos conservadores de política industrial.

É inevitável agora que setores industriais inteiros sejam transferidos para os Estados Unidos, de maneira a aproveitar os preços substancialmente mais baixos do gás natural produzido a partir do microfraturamento do xisto (rochas impregnadas de hidrocarbonetos). Isso significa que, se não houver pronta resposta, nova rodada de perda de competitividade ameaça a indústria brasileira.

O desinteresse pelo assunto parece, em parte, resultado da alta segmentação das questões energéticas no Brasil. Energia elétrica e petróleo, por exemplo, são coordenados e regulados por instâncias diferentes. Na falta de visão integrada, as questões que envolvem o gás natural ficam para segundo plano.

O diretor-superintendente da Comgás, Luiz Henrique Guimarães (foto), chama a atenção para a grande transformação do sistema produtivo global, que vai transferindo o eixo da competitividade centrada na mão de obra barata para o da energia barata. E a energia barata está estreitamente dependente da obtenção de gás de xisto, a preços que, hoje, são cerca de 80% mais baixos do que os obtidos pelo gás natural na Europa e aqui no Brasil.

A única objeção séria à utilização dessa tecnologia são as ameaças à contaminação dos lençóis freáticos pelos produtos químicos que vão na mistura de gás e areia injetados a alta pressão nos reservatórios de xisto.

Mas Guimarães não vê problema ambiental relevante. A ação desses produtos químicos, entre os quais o benzeno, avisa ele, pode ser inteiramente controlada. Além disso, a utilização de gás natural em substituição ao carvão e ao óleo combustível nas termoelétricas concorre para despoluição atmosférica. Nessas condições, o gás de xisto pode ser um aliado na luta para o controle do aquecimento global.

O Brasil conta com enormes reservatórios de xisto que, no entanto, permaneceram intactos até este momento, por falta de tecnologia de exploração, que só agora ficou disponível.

Os Estados Unidos saltaram à frente nesse mercado por uma conjunção de fatores favoráveis. Não dependem de concessões do Estado porque a exploração do subsolo cabe ao proprietário do solo (e não ao Estado, como é aqui e na Europa), contam com enorme rede de infraestrutura (oleodutos, gasodutos, portos, ferrovias, estradas, etc.) e têm à sua disposição a enorme rede de serviços, imprescindíveis para o desenvolvimento do negócio.

O Brasil corre o risco de chegar atrasado. A falta de urgência para assegurar a competitividade do setor produtivo ante a revolução em curso nos Estados Unidos não se circunscreve apenas ao governo. Também as lideranças empresariais parecem desatentas.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3723 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Mai 13, 2013 7:17 am

Da última vez que ouvi falar em "Xisto" a extração era economicamente inviável por aqui, mas isso foi a muitos anos, como ta o custo hoje?




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3724 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mai 13, 2013 7:42 am

Marechal-do-ar escreveu:Da última vez que ouvi falar em "Xisto" a extração era economicamente inviável por aqui, mas isso foi a muitos anos, como ta o custo hoje?
Foram justamente novas técnicas de craqueamento no solo e perfuração horizontal que derrubaram os custos nos EUA. Isso são desenvolvimentos dos últimos 5 anos para cá.

Provavelmente existem patentes sobre estas técnicas, e seria necessário ou atrair as empresas internacionais que as dominam para cá ou comprar o direito de uso destas tecnologias. O primeiro caso provavelmente esbarraria novamente no nacionalismo tacanho de muitos, mas o segundo pelo que eu possa perceber não teria nenhum problema, é uma coisa perfeitamente normal.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3725 Mensagem por Bourne » Seg Mai 13, 2013 10:55 am

Até na europao gás é mais barato que no Brasil. :shock:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3726 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Mai 14, 2013 12:14 am

A Europa se abastece por gasodutos da Rússsia, não?




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3727 Mensagem por Túlio » Ter Mai 14, 2013 12:21 am

Vou pelo LEANDRO, que sabe mais do que eu sobre isso: gás de xisto é o que há! :wink: 8-]

(((Mas sem descuidar do PETRÓLEO, claro...)))




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3728 Mensagem por Sterrius » Ter Mai 14, 2013 1:08 am

se nao me engano em outubro haverá o primeiro leilão de gás de xisto no Brasil.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3729 Mensagem por Andre Correa » Qui Mai 16, 2013 1:03 am

Brasil possui a maior desigualdade tributária da América Latina
15 de maio de 2013 • 08h20 • atualizado 08h48

Um estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que será lançado nesta quarta-feira em Washignton, nos EUA, aponta o Brasil como campeão da "desigualdade horizontal" na hora de pagar impostos na América Latina, afirmou o jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira. De acordo com a instituição, o País apresenta a maior diferença entre o que é cobrado de trabalhadores com a mesma renda, sendo diferenciado apenas pelo regime fiscal escolhido.

Segundo a publicação, um trabalhador em uma empresa de apenas um funcionário, que paga o imposto Simples como pessoa jurídica, contribui com o equivalente a um décimo do que paga um assalariado de renda igual, mas com carteira assinada. Em outros países, como o Chile, essa diferença é irrisória; no México, a diferença chega a, no máximo, três vezes. O estudo afirmou ainda que o Brasil tem a maior carga tributária da América Latina e que é o País do mundo em que são necessárias mais horas para pagar tributos (equivalentes a 2.600 por ano), diz o jornal.

FONTE




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3730 Mensagem por NettoBR » Qui Mai 16, 2013 7:59 pm

Senado acaba de aprovar a MP do Portos.

http://g1.globo.com/politica/noticia/20 ... ortos.html




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3731 Mensagem por Bourne » Sex Mai 17, 2013 8:17 pm

Camaradas,

Farei uma revelação traumática para muitos e normal para outros.

Essa semana fui convidado para participar do processo seletivo na Federação das Industrias do Paraná, em um departamento de desenvolvimento que cuida dos interesses patronais. Avancei até a etapa semi-final em que ocorre a apresentação do que eles fazem e como agem. Primeira conclusão é que defendem o interesses dos patrões independente das questões éticas e teóricas. Segundo possuem um conhecimento limitado em teoria e avanços recentes. terceiro e mais importante, não possuem constrangimento em dizer que defender os interesses patronais utilizando tudo que tem. Inclusive deixando no ar a maquiagem de estudos e flexibilizações nas versões teóricas.

Isso quer dizer que eles não tem ética acadêmica ou de economista. Acham normal fazer aberrações. Se desconfiava dos estudos "neutros" dessas entidades. Agora servem para serem jogados no lixo. Guardam muitas semelhanças com o PhD Lawrence Summers que ganhou muito dinheiro defendendo a liberalização financeira desde os anos 1990s com palestras valendo mais de 100 mil dólares pagos por instituições financeiras bondosas. A diferença é que senhor Summers ganhou milhões, enquanto esses quadrilheiros da FIPE ganham 4 mil por mês.

A conclusão depois de tudo isso é que preciso ser professor pesquisador de uma federal, pagos pelo desse grande país que não me pede para maquiar dados e visões. Assim, quando encontrar essas quadrilheiros posso fazê-los chorar em discussão pública. :evil:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3732 Mensagem por Túlio » Sex Mai 17, 2013 8:33 pm

A VERDADEIRA conclusão é outra:

BOURNE, viraste COMUNAZZZ!!! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3733 Mensagem por Bourne » Sáb Mai 18, 2013 12:39 am

Existe uma grande diferença entre ser quadrilheiro e comuna ou conservador. :lol:

E sinal que estou ficando velho e frouxo. Não bati de frente com o animal que sugeriu que era necessário realizar as maquiagem e adaptações para defender os industriais. Nem dei lição de moral. :|




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3734 Mensagem por Sterrius » Sáb Mai 18, 2013 9:31 am

Setor portuário faz elogios ao projeto e promete investir
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AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

O setor portuário promete investir mais de R$ 44 bilhões nos atuais e em novos terminais após a mudança regulatória votada pelo Congresso Nacional esta semana. O governo espera investimentos ainda maiores, de R$ 54 bilhões até 2017 --dos quais R$ 41 bilhões das empresas e R$ 13 bilhões em obras públicas.

Empresários são unânimes em dizer que o fim da distinção entre carga própria e de terceiros no novo regime de terminais privados "vai destravar" investimentos e promover novo ciclo de expansão do setor, similar ao que ocorreu após 1993 com a lei de modernização dos portos.

MP dos Portos precisa ser 'adequada', diz ministra
A poucas horas do prazo, Senado aprova MP dos Portos

"Agora estão colocadas as condições necessárias para que o investidor privado venha para essa área", disse Ralph Terra, vice-presidente executivo da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base).

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, classificou a mudança votada no Congresso como o "fechamento de um ciclo de importantes reformas do marco regulatório" no Brasil.

A Odebrecht Transport, sócia da DP World no projeto da Embraport, em Santos, considerou a lei "um marco histórico para superar os entraves ao desenvolvimento". "Agora estão abertos os caminhos para novos investimentos", disse em nota.
Dos R$ 41 bilhões que as empresas prometem investir, R$ 23 bilhões seriam nos terminais privados, liberados para transportar qualquer carga --antes só levavam produtos de seus proprietários.

Os outros R$ 18 bilhões viriam de companhias interessadas em explorar terminais nos portos públicos. O plano do governo era relicitar a maior parte das áreas hoje em poder dessas companhias, mas o Congresso introduziu duas emendas no texto-base.

EMENDAS EM ESTUDO

Uma garante que terminais com contratos anteriores a 1993 tenham direito a explorá-los por mais um período e outra diz que terminais com contratos após 1993 possam ter seu termo renovado a critério do governo. O Planalto é contrário às duas emendas e analisa se vai vetá-las.

O presidente da ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários), Willen Mantelli, defendeu a renovação dos contratos de arrendamento de terminais nos portos públicos. Segundo ele, os terminais vinculados à ABTP têm, engavetados, projetos que somam R$ 44 bilhões.

Um deles é o da Santos Brasil, maior terminal de contêineres do país. A empresa, controlada pelo Opportunity, de Daniel Dantas, e pela Multi STS Participações S.A., de Richard Klien, tem um projeto de R$ 700 milhões para ampliar o cais de atracação para elevar a capacidade de recepcionar grandes navios.

A Centronave, organização que reúne companhias de navegação que movimentam 95% de todo o comércio exterior brasileiro, considerou o novo marco regulatório um "enorme avanço". Segundo Claudio Loureiro de Souza, diretor-executivo do Centronave, a primeira mudança será o aumento de pelo menos 15% no número de linhas que ligam o país ao exterior.

"Nenhuma empresa de navegação consegue hoje uma 'janela de atracação' nos portos brasileiros. Ninguém consegue hoje uma vaga para uma nova linha para a China", disse. A expansão dos terminais viabilizaria a atracação de navios superiores a 300 metros de comprimento.
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Vejamos se resolve nos próximos anos!




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3735 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mai 20, 2013 12:03 pm

Não deixa de ser um retrato acurado da situação brasileira.
FT diz que sensação de bem-estar no Brasil é ‘fachada’ e critica estilo ‘mandão’ de Dilma


Fernando Nakagawa, correspondente da Agência Estado


LONDRES – O Brasil precisa correr para aproveitar o capital internacional existente, que atualmente é barato e abundante, para aumentar o investimento na economia. A sugestão é do jornal “Financial Times”. Em editorial publicado nesta segunda-feira, a publicação diz que a sensação de que tudo corre bem no Brasil é apenas uma “fachada” e diz que o estilo “mandão” de Dilma Rousseff é bom para evitar a corrupção, mas estaria atrasando a economia, especialmente o investimento. O texto critica ainda a escolha do governo: em vez de reformas amplas, apoia setores “mimados”, como as montadoras.

O editorial diz que o Brasil “corre o risco, mais uma vez, de frustrar imensas expectativas”. “A aparente sensação de bem-estar do Brasil é uma fachada. O crescimento da economia no ano passado foi de menos de 1%, pouco melhor que a zona do euro. Este ano, o Brasil está crescendo menos que o Japão. A inflação está corroendo a confiança do consumidor e há uma sensação de mal-estar. A causa é o abrandamento do investimento, tendência que começou em meados de 2011 e continua. Mais investimento é exatamente o que o Brasil precisa para manter os empregos e tornar-se a potência global a que aspira ser.”

O texto lembra que o investimento brasileiro equivale a 18% do Produto Interno Bruto (PIB), bem menos que os 24% destinados pelos vizinhos latino-americanos e os quase 30% dos países da Ásia. A culpa, diz o FT, é dos governantes e o problema não vem de hoje. “Brasília deve ter grande parte dessa culpa. A extravagância do modelo econômico impulsionado pelo consumo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se esgotou. O modelo Dilma, apesar dos primeiros sinais promissores, está provando (apenas) ser um pouco melhor”, diz o texto.

“O estilo ‘mandão’ dela não é adequado para a persuasão colaborativa exigida pelo tipo particular de política de coalizão do Brasil. A tomada de decisão tem sido centralizada, o que evita a corrupção, mas retarda o processo. Dilma também tem evitado consistentemente as reformas orientadas para o mercado em favor do protecionismo de alguns setores preferidos e seus lobbies, como as mimadas montadoras”, critica o texto.

Para o FT, outro exemplo dessa falta de foco do governo brasileiro está na infraestrutura. “O Brasil quer captar bilhões de dólares para a construção de novos portos, aeroportos, viadutos e estradas. Existe o interesse e o compromisso firme dos investidores. No entanto, surpreendentemente, o marco regulatório em vigor não é apropriado para permitir a construção dessa nova infraestrutura. O dinheiro está sendo deixado sobre a mesa desnecessariamente”, diz o texto.

“O Brasil precisa desesperadamente de mais investimento. O baixo nível da poupança interna significa que grande parte desse financiamento deve vir do exterior. O capital está barato no momento, mas não será para sempre. O Brasil tem uma grande janela de oportunidade. Dilma Rousseff e seu governo precisam fazer as coisas acontecerem enquanto essa janela segue aberta”, diz o editorial.
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