MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Só lembrar de alguns pontos de alagamento do RJ, que ja possuem mais de 100 anos em que se alaga todo o ano.
100 anos........
100 anos........
- Centurião
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
NettoBR escreveu:"Apagão" no porto de Santos faz China cancelar compra
Ministro diz que aumento da safra de grãos, provocado pelo excesso de chuvas, levou mais caminhões às estradas e provocou filas nos terminais
Atualizado: 21/03/2013 02:04
O ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, responsabilizou ontem o clima e a produtividade do campo pelo apagão que toma conta do porto de Santos.
"Temos de fazer um trabalho científico para diminuir as dificuldades", disse ao Estado, ao ser questionado sobre o que pode ser feito no curto prazo para amenizar o gargalo logístico. "O problema mais grave hoje é o aumento da produção com a quantidade de chuva que está caindo. Com essa chuva, não há condições de movimentar granel."
O atraso nos embarques de soja levaram um importador chinês, a Sunrise, a suspender parcialmente suas compras de grãos do País. De acordo com estimativas do gerente comercial no Brasil da estatal chinesa Chinatex, Liones Severo, o país asiático já deveria ter recebido 13,5 milhões de toneladas do grão. Porém, até o momento, só 3,5 milhões foram embarcados.
Em sua edição de domingo, o Estado mostrou que os caminhões enfrentam fila de 25 km para chegar ao porto de Santos, por onde são escoados dois terços da produção nacional de grãos. No fim da semana passada, 76 navios estavam parados nas proximidades do porto, aguardando a chegada da carga.
Em média, as embarcações são obrigadas a esperar 60 dias entre a chegada e a partida. Cada dia de demora custa US$ 25 mil. No total, estima o gerente da Chinatex, cerca de 200 graneleiros estão na costa brasileira. É quase um quinto da frota mundial desse tipo de embarcação.
Problemas climáticos. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, diz que o temido "apagão logístico" ainda não está ocorrendo. Na avaliação do secretário, os atrasos no embarque de soja e filas de caminhões nos portos se devem a problemas climáticos, como as chuvas que retardaram o início da colheita no Centro-Oeste e estão dificultando os carregamentos dos navios.
Célio Porto disse que conversou ontem com o setor privado e não obteve confirmação do cancelamento das importações da empresa chinesa Sunrise. Ele acrescentou que os exportadores informaram que está havendo "postergação de embarques por falta de mercadoria e não por dificuldade de embarque".
Respostas. O programa de concessão de ferrovias e rodovias e a Medida Provisória 595, que abre espaço a mais investimentos privados em portos, são respostas do governo para as dificuldades de escoar a produção. São, porém, iniciativas lançadas na metade do governo Dilma Rousseff que até o momento estão no papel. Para a atual safra, o governo mal tem respostas.
"É difícil agir em meio a uma crise", disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Os Ministérios da Agricultura e dos Transportes criaram, na semana passada, um grupo de trabalho para analisar o problema.
Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, não há nada que possa ser feito para contornar o apagão na atual safra. "O que precisa é aprovar logo essa MP", diz ele, referindo-se à MP dos Portos. Ele confirmou que as chuvas atrapalham o embarque de grãos.
Manteli alertou para o risco de o problema ser agravado por nova paralisação dos portuários, marcada para a próxima semana. Eles pressionam por mudança na MP, para manter a reserva de mercado dos trabalhadores avulsos. Trabalhadores dos portos e sindicalistas tentarão chegar a um acordo sobre mudanças no texto da MP hoje, quando terão um encontro com o relator da medida, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado.
Fonte: http://estadao.br.msn.com/economia/para ... o-no-porto
Essa situacao deve melhorar com a conclusao do trecho paraense da BR-163, onde ate 20 milhoes de toneladas de graos vao poder ser escoadas por Santatem, desafogando os portos do sul. Vai funcionar assim: parte da producao do Mato Grosso vai ser escoada por rodovia ate Itaituba-PA, e depois por hidrovia ate o porto de Santarem e de la para o Atlantico.
http://www.valor.com.br/empresas/298199 ... -para-soja
E um comeco. Mas e preciso que as concessoes saiam tambem para ajudar a diminuir esse gargalo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Aqui pelos lados do Paraná era normal as filas dos graneleiros nas estradas e circundando o porto. Inclusive chegavam até Ponta Grossa. Alguns políticos chamavam de "a fila do progresso". O mais estranho é chorarem (os trabalhadores portuários e PSDB) quando o governo apresenta alguma proposta de modernização. A palavra de ordem vira "privatista neoliberal!!!".
Embarque de soja cai 40% em Santos e Paranaguá
22 de março de 2013 | 9h 44
Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias ... 8137,0.htm
AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O volume de soja embarcada nos dois principais portos do País - Santos e Paranaguá - caiu, em média, 40% no primeiro bimestre do ano comparado a igual período de 2012. No complexo paranaense, quase metade da capacidade total de embarque está ociosa. O porto pode despachar 80 mil toneladas de grãos por dia e só está fazendo metade disso.
Em Santos, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) afirmou que o embarque está ajustado à capacidade, mas recentemente o diretor de desenvolvimento comercial da Codesp, Carlos Kopittke, afirmou que, após várias reuniões, ficou detectado que alguns terminais estavam operando abaixo da capacidade por causa da dificuldade dos caminhões de chegar até o local de desembarque.
Nas últimas semanas, a Rodovia Cônego Rangoni, que dá acesso aos principais terminais de grãos do porto, tem ficado constantemente congestionada, com filas quilométricas. Enquanto os motoristas ficam horas estacionados na rodovia sem conseguir chegar ao terminal, os navios não podem atracar por falta de mercadoria.
Em Paranaguá, até quarta-feira, havia 73 navios esperando para carregar grãos, segundo informou o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino. Apenas quatro, no entanto, tinham carga completa para fazer o embarque. Outros 18 estavam com carga parcial e 53 ainda não tinham carga, ou porque o produto ainda não havia chegado ao porto ou porque a carga ainda não havia sido negociada.
O executivo explica que o volume embarcado foi prejudicado pelo aumento das chuvas no período. De janeiro até meados desta semana, foram 27 dias de paralisação por causa das condições climáticas.
"Além da chuva que tem nos prejudicado, ainda temos a complicação de estar trabalhando simultaneamente com dois produtos: milho e soja. Só no primeiro bimestre, o volume de milho embarcado foi 288% maior que o verificado em igual período de 2012. Em Santos, a situação é semelhante. As exportações de milho cresceram 663%.
A dificuldade para o escoamento de grãos nos portos este ano já provocou o cancelamento do embarque de 33 navios de soja comprada por empresas chinesas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não entendo como tantos containers estão sendo levados ao porto por caminhões, enquanto que poderiam estar descendo a serra de forma bem mais barata e eficiente por trem.
O problema é que nossas redes de transporte ainda trabalham em baixíssimo nível de integração. Há muito poucos pontos intermodais em todos os estados do país.
Se houvesse uma distribuição por dentro do estado de vários portos-secos e pontos de trocas de modais, as cargas mais pesadas poderiam em grande parte serem passadas dos caminhões (que fariam a menor porção do trajeto, levando a carga basicamente da origem até o porto-seco) para os trens, que fariam todo o resto do trajeto até o porto. Para as estradas ficariam apenas carros e ônibus de passageiros, além de caminhões que estejam fazendo transporte a nível regional, ou mesmo até o porto, mas numa quantidade BEM menor.
abraços]
O problema é que nossas redes de transporte ainda trabalham em baixíssimo nível de integração. Há muito poucos pontos intermodais em todos os estados do país.
Se houvesse uma distribuição por dentro do estado de vários portos-secos e pontos de trocas de modais, as cargas mais pesadas poderiam em grande parte serem passadas dos caminhões (que fariam a menor porção do trajeto, levando a carga basicamente da origem até o porto-seco) para os trens, que fariam todo o resto do trajeto até o porto. Para as estradas ficariam apenas carros e ônibus de passageiros, além de caminhões que estejam fazendo transporte a nível regional, ou mesmo até o porto, mas numa quantidade BEM menor.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mas a uma rota de trem sendo feita.Não entendo como tantos containers estão sendo levados ao porto por caminhões, enquanto que poderiam estar descendo a serra de forma bem mais barata e eficiente por trem.
Problema que como tudo, demora demora e não fica pronto nunca.
Na verdade trem hoje em dia ja corresponde a 30% do que é transportado no país. E não para de crescer.
Até hidrovias tem se planejado ultimamente de novo. (E não existiam planos pra elas na década de 90)
Mas como tudo, demora-se 10 anos o que deveria demorar 2,3. E o fato do gargalo ja ser histórico não ajuda.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A Vale tem uma ferrovia não? Quanto disso não é da Vale?Sterrius escreveu:Na verdade trem hoje em dia ja corresponde a 30% do que é transportado no país. E não para de crescer.
O VERDADEIRO problema é que o transporte é barato demais, só quem se preocupa com o custo do transporte é quem vende produtos igualmente baratos (minério de ferro, por exemplo), o dono da mercadoria acaba optando pelo mais cômodo, caminhões tirando países comunistas/ex-comunistas é assim no mundo inteiro.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- Sterrius
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
até EUA caminhões são os carros chefe marechal. Apesar de nos EUA a ferrovia ter uma boa %, eles não são a principal maneira de transporte.
Caminhões sempre sera a principal, senão uma das principais devido ao fato que fora das capitais e centros industriais não é pratico vc usar ferrovias pra transportar tudo. A cidade precisa ter uma certa demanda E produção pra justificar uma ferrovia. Ou pelo menos uma localização pra servir de ponto de troca.
Um porto tem manutenção de acordo com o que a cidade/país precisa e pode ser feito de acordo com o tamanho da cidade, uma ferrovia o custo é fixo, assim como uma estrada. Mas o 2º é obrigatório ja que as pessoas precisam se locomover de A a B.
Quanto a % das ferrovias ser da vale, uma boa parte, assim como a usada pra transporte agrícola. Ferrovia no Brasil é praticamente pra isso (E maior parte do mundo), cargas pesadas/commoditys. E o eventual carro de correio usado em metros e ferrovia de passageiros.
Logo caminhões sendo usados pra transportar mercadoria pra Santos nunca vão parar. O acesso pra esses caminhões que é irreal pra demanda do porto e deveria ser ampliado onde fosse possível, ou organizado de maneira não criar tais problemas de transito. (Ex: Um armazen/estacionamento onde os caminhões esperariam a autorização pra se dirigir ao porto sem causar o congestionamento).
E pra reforçar que o buraco é mais embaixo.
Caminhões sempre sera a principal, senão uma das principais devido ao fato que fora das capitais e centros industriais não é pratico vc usar ferrovias pra transportar tudo. A cidade precisa ter uma certa demanda E produção pra justificar uma ferrovia. Ou pelo menos uma localização pra servir de ponto de troca.
Um porto tem manutenção de acordo com o que a cidade/país precisa e pode ser feito de acordo com o tamanho da cidade, uma ferrovia o custo é fixo, assim como uma estrada. Mas o 2º é obrigatório ja que as pessoas precisam se locomover de A a B.
Quanto a % das ferrovias ser da vale, uma boa parte, assim como a usada pra transporte agrícola. Ferrovia no Brasil é praticamente pra isso (E maior parte do mundo), cargas pesadas/commoditys. E o eventual carro de correio usado em metros e ferrovia de passageiros.
Logo caminhões sendo usados pra transportar mercadoria pra Santos nunca vão parar. O acesso pra esses caminhões que é irreal pra demanda do porto e deveria ser ampliado onde fosse possível, ou organizado de maneira não criar tais problemas de transito. (Ex: Um armazen/estacionamento onde os caminhões esperariam a autorização pra se dirigir ao porto sem causar o congestionamento).
E pra reforçar que o buraco é mais embaixo.
Pacote emergencial tenta reduzir caos logístico na supersafra
Filas intermináveis de caminhões à espera de descarga de grãos nos portos. O ano de 2013 repete o de 2012 e o de 2014 repetirá o de 2013. Como sair desse círculo vicioso?
O problema é sério, mas boa parte pode ser resolvida rapidamente, diz Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, associação que reúne produtores da oleaginosa.
As opções são rápidas e baratas. É só uma questão de inverter a logística. Em vez de fazer a soja e o milho do Centro-Oeste rodarem 2.000 quilômetros para chegar aos portos do Sul e do Sudeste --e congestioná-los--, o país deverá direcionar essa saída para o Norte e o Nordeste.
Para isso, o governo precisaria fazer investimentos para terminar a rodovia 163. A viabilização dessa rodovia faria com que já no próximo ano o país conseguisse desovar pelo menos 10 milhões de toneladas de soja pelos portos do Norte, principalmente por Santarém, no Pará.
Outra saída é pela rodovia 158 que, devidamente apta ao transporte, faria com que a soja fosse desovada para os portos de Marabá e de Itaqui.
Silveira acredita que, com pouco investimento do governo, pelo menos 30 milhões de toneladas de grãos estariam saindo por esses portos em dois ou três anos, desafogando o sistema engessado do Sul e do Sudeste.
Outra vantagem, segundo ele, é que o governo também não necessitaria fazer grandes investimentos, uma vez que parte desses portos é de propriedade privada.
O presidente da Aprosoja Brasil indica, ainda, uma outra saída de custos reduzidos. Uma rodovia de pequena distância entre Cáceres (MT) e porto Morrinho (MT), o que viabilizaria o escoamento de safra via hidrovia pelo rio Paraguai.
Outra saída para a redução do movimento de carga durante os primeiros meses do ano seria a ampliação da capacidade de armazenagem.
Silveira diz que só o Mato Grosso precisaria dobrar essa capacidade. A liberação de crédito, no entanto, é morosa e os bancos são reticentes na liberação de dinheiro.
Além de aliviar os portos, o aumento de armazenagem daria um controle maior aos produtores nas negociações de seu produto. Um silo para 6 mil toneladas demanda R$ 1,5 milhão, valor que seria amortizado em sete anos, diz Silveira.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Acompanho um caminhoneiro no youtube que trabalha nos EUA. Gosto de vídeos de estrada e particularidades do país. A casa e empresa é New Jersey, mas viaja o país inteiro.
Ele nunca carregou soja ou commodity sem valor. A carga dele é basicamente produto industrializado, insumo industrial e bem de alto valor agregado. Existem vídeos dele que vai até a Califórnia fazer as entregas e voltou carregado com maça do chile para New York.
Nos portos da região de Nova York o que mais tem de trabalho é caminhão tirando e levando contêiner dos portos ou fazendo o translado entre os portos. Não é ferrovia não. Semelhante ao que alguns fazem entre os portos de santos, Paranaguá os de Santa Catarina. A diferença que não espera 24 horas ou mais para carregar/descarregar como no Brasil, mas sim é chegar e é ser atendido.
Voltando ao Brasil, a dificuldade é que os portos ficam isolados do país pelas serras que são caras e difíceis de construir ferrovias e rodovias. E junta com um porto que não funciona direito acontecem as filas e gente esperando dias para carregar/descarregar.
Além disso, em Paranaguá a ferrovia é do século XIX e não deveria ser usada para carga. É necessário construir outra que dizem estar em projeto que beneficiaria os portos de Santa Catariana. A promessa é que sai. E também deveria existir mais uma via rodoviária por que a BR-277 está saturada.
Ele nunca carregou soja ou commodity sem valor. A carga dele é basicamente produto industrializado, insumo industrial e bem de alto valor agregado. Existem vídeos dele que vai até a Califórnia fazer as entregas e voltou carregado com maça do chile para New York.
Nos portos da região de Nova York o que mais tem de trabalho é caminhão tirando e levando contêiner dos portos ou fazendo o translado entre os portos. Não é ferrovia não. Semelhante ao que alguns fazem entre os portos de santos, Paranaguá os de Santa Catarina. A diferença que não espera 24 horas ou mais para carregar/descarregar como no Brasil, mas sim é chegar e é ser atendido.
Voltando ao Brasil, a dificuldade é que os portos ficam isolados do país pelas serras que são caras e difíceis de construir ferrovias e rodovias. E junta com um porto que não funciona direito acontecem as filas e gente esperando dias para carregar/descarregar.
Além disso, em Paranaguá a ferrovia é do século XIX e não deveria ser usada para carga. É necessário construir outra que dizem estar em projeto que beneficiaria os portos de Santa Catariana. A promessa é que sai. E também deveria existir mais uma via rodoviária por que a BR-277 está saturada.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Creio que vai levar uns 10 anos a 20 anos ainda pras ferrovias do país darem conta da demanda de produtos de baixo valor agregado. E depende do investimento.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Banco Central prevê crescimento do PIB de 3,1% em 2013
Essa foi a primeira vez que o BC fez previsão para o PIB de 2013 fechado. Mercado financeiro vê crescimento um pouco menor, de 3%, para este ano.
Atualizado em 28/03/2013 09h58
O Banco Central previu nesta quinta-feira (28), por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, que o Produto Interno Bruto (PIB) vai registrar alta de 3,1% em 2013. Essa foi a primeira vez que a autoridade monetária fez previsão para o crescimento econômico de todo este ano.
"Essa projeção contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste ano, condizente com a retomada do investimento e com uma trajetória de crescimento mais alinhada com o crescimento potencial [que não gera pressões inflacionárias]", informou o Banco Central.
O número está um pouco acima do que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta do PIB, feita na semana passada, é de 3% para 2013. Em janeiro, os economistas dos bancos previam uma expansão econômica maior, da ordem de 3,3% para este ano, mas o número acabou sendo revisado para baixo nas semanas subsequentes.
A peça orçamentária deste ano, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, traz a estimativa de que o PIB de 2013 terá um crescimento da ordem de 4,5%. Este número deverá ser reestimado para baixo no decreto de programação orçamentária – momento no qual o governo também anuncia cortes nas despesas.
Resultado de 2012
O IBGE informou, no começo deste mês, que o PIB de 2012 avançou somente 0,9%, no pior desempenho desde 2009. O resultado – que ficou muito longe dos 4% esperados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final de 2011 – foi o pior desde 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) havia registrado recuo de 0,3%.
Para 2013, Guido Mantega, que vinha prevendo expansão superior a 4%, revisou sua estimativa, após a divulgação do resultado do crescimento do ano passado, para um crescimento econômico de 3% a 4%.
Medidas de estímulo
No decorrer do ano passado, o governo anunciou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte dos juros básicos da economia para 7,25% ao ano (mínima histórica), do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.
O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, liberou mais crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou ao G1 no fim do ano passado que, após as medidas de estímulo anunciadas no ano passado, 2013 será um "ano de colheita" em termos de crescimento do PIB. Para crescer mais neste ano, integrantes do governo têm avaliado que é importante estimular os investimentos na economia brasileira.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... -2013.html
Essa foi a primeira vez que o BC fez previsão para o PIB de 2013 fechado. Mercado financeiro vê crescimento um pouco menor, de 3%, para este ano.
Atualizado em 28/03/2013 09h58
O Banco Central previu nesta quinta-feira (28), por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, que o Produto Interno Bruto (PIB) vai registrar alta de 3,1% em 2013. Essa foi a primeira vez que a autoridade monetária fez previsão para o crescimento econômico de todo este ano.
"Essa projeção contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste ano, condizente com a retomada do investimento e com uma trajetória de crescimento mais alinhada com o crescimento potencial [que não gera pressões inflacionárias]", informou o Banco Central.
O número está um pouco acima do que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta do PIB, feita na semana passada, é de 3% para 2013. Em janeiro, os economistas dos bancos previam uma expansão econômica maior, da ordem de 3,3% para este ano, mas o número acabou sendo revisado para baixo nas semanas subsequentes.
A peça orçamentária deste ano, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, traz a estimativa de que o PIB de 2013 terá um crescimento da ordem de 4,5%. Este número deverá ser reestimado para baixo no decreto de programação orçamentária – momento no qual o governo também anuncia cortes nas despesas.
Resultado de 2012
O IBGE informou, no começo deste mês, que o PIB de 2012 avançou somente 0,9%, no pior desempenho desde 2009. O resultado – que ficou muito longe dos 4% esperados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final de 2011 – foi o pior desde 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) havia registrado recuo de 0,3%.
Para 2013, Guido Mantega, que vinha prevendo expansão superior a 4%, revisou sua estimativa, após a divulgação do resultado do crescimento do ano passado, para um crescimento econômico de 3% a 4%.
Medidas de estímulo
No decorrer do ano passado, o governo anunciou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte dos juros básicos da economia para 7,25% ao ano (mínima histórica), do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.
O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, liberou mais crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou ao G1 no fim do ano passado que, após as medidas de estímulo anunciadas no ano passado, 2013 será um "ano de colheita" em termos de crescimento do PIB. Para crescer mais neste ano, integrantes do governo têm avaliado que é importante estimular os investimentos na economia brasileira.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... -2013.html
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Aumento do juro é o melhor remédio para combater inflação, diz diretor do BC97
Tiago Pariz
28/03/201315h31
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BRASÍLIA, 28 Mar (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que o aumento da taxa básica de juros é o melhor remédio para combater a inflação, num momento em que a escalada dos preços levou a autoridade monetária a piorar suas projeções de inflação para este e o próximo ano.
Em entrevista após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, o diretor disse que há possibilidade de haver convergência para o centro da meta de 4,5% no fim de 2014, desde que medidas sejam tomadas, apesar das previsões do Banco Central apontarem em direção diversa.
No relatório, que contempla como hipótese de trabalho a Selic inalterada em 7,25%, a inflação ficará em 5,7% neste ano pelo cenário de referência, caindo para 5,3%, em 2014, e avançando para 5,4% no primeiro trimestre de 2015.
"É irrealista o cenário de convergência para a meta em 2013. Mas, em 2014, muita coisa pode ser feita para garantir que a convergência ocorra ao final do ano", disse o diretor aos jornalistas.
Ao ser questionado especificamente sobre o que poderia ser feito para garantir que esse processo culmine na convergência no fim do ano que vem, Carlos Hamilton escorou-se no ex-premiê britânico Winston Churchill: "Várias coisas podem ser feitas. Mas consta que certa oportunidade, Churchill disse que a democracia é o pior dos regimes, excetuando todos os outros. Para combater a inflação, o juro é o pior remédio, à exclusão dos demais. Mas sobre o que vai ser feito o Copom vai definir."
O diretor não fez referência direta aos efeitos defasados da política monetária, mas economistas acreditam que o reflexo de uma decisão sobre a taxa de juros leva cerca de nove meses para ser totalmente absorvida pela economia. Isso significa que mesmo que o BC eleve a Selic já na próxima reunião em abril, o efeito total seria sentido apenas em janeiro de 2014.
Dentro do mercado financeiro, a maioria dos agentes acredita que o BC manterá os juros em 7,25% ao ano na próxima reunião em abril, devendo elevar a taxa apenas no encontro de maio.
O Relatório reforçou a mensagem do comunicado divulgado após a última reunião do Copom repetindo que "o comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".
Política fiscal
Mesmo ao afirmar ser irreal a possibilidade de a inflação convergir para o centro da meta de 4,5% já neste ano, Carlos Hamilton disse que o cumprimento da meta cheia do superávit primário do setor público, estabelecido em R$ 155,9 bilhões, ou cerca de 3,1% do PIB, ajudaria no combate à inflação.
Mas, segundo ele, caso o governo faça um superavit primário de 2,2% do PI neste ano, o impacto no combate da alta de preços seria neutro, de acordo com o modelo introduzido pelo relatório de inflação.
O efeito nocivo viria no caso de o governo optar por fazer uma política expansiva. "A depender da execução fiscal, podemos ter uma política neutra que do ponto de vista da inflação não ajuda nem atrapalha, contorcionista que ajuda ou expansivos que não ajudaria, como tem sido recentemente", disse.
Para fazer essa classificação de contorcionista, neutra e expansivos, o Relatório de Inflação trouxe também um novo modelo de análise de política fiscal. Por ele, o BC desconsidera efeitos de despesas e receitas extraordinárias, além de alterações em receitas e despesas decorrentes da posição cíclica da economia.
Corte de impostos
O diretor de Política Econômica aproveitou também para minimizar o impacto das desonerações tributárias no controle da inflação, como a que reduziu o custo de energia elétrica e dos preços de produtos da cesta básica.
"As políticas de desoneração (...) sem dúvida tem impacto de curto prazo nos índices de preços. Mas como a alta é generalizada, o alcance da desoneração é limitado", afirmou o diretor.
Entre as causas desse aumento generalizado dos preços, ele destacou os alimentos, o aumento real dos salários nos últimos acima do ganho de produtividade e a desvalorização do real em relação ao dólar no ano passado.
"Evidências de que reajustes salariais acima dos ganhos de produtividade tendem a gerar pressões inflacionista", disse Carlos Hamilton, lembrando que a previsão para os próximos anos é de moderação nos aumentos.
Ele disse também que o cenário base do BC não aponta para aumento dos preços de alimentos este ano e que considera uma taxa de câmbio
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
AO BOURNE (mas sem excluir os demais):
Acho que esse treco de crédito a varrer vai acabar dando encrenca e explico. Ontem fui ao supermercado (Dalpiaz, Osório) fazer umas compras. Como eram menos de vinte itens, dirigi-me aos caixas executivos.
Só havia uma pessoa à minha frente, uma garota bem bonitinha. Suas compras também eram poucos itens e o valor - a garota do caixa me falou depois, sou freguês véio e acabamos amigos, até o marido dela é meu cupincha - pouco acima de VINTE REAIS.
Bueno, fiquei de saco cheio: a guria pegava um cartão de crédito e mandava passar, dava estourado; pegava outro e idem; no SEXTO cartão (contei) ainda tinha alguma coisa e conseguiu pagar suas compras.
Conversando com a minha amiga, dei uma zoadinha, ao que ela respondeu:
- Isso é o mais comum, é raro eu pegar menos de vinte pessoas por dia catando cartão até achar um que não esteja estourado, nos outros caixas é mais ou menos igual...
ISSO NÃO VIRA BOLHA???
Acho que esse treco de crédito a varrer vai acabar dando encrenca e explico. Ontem fui ao supermercado (Dalpiaz, Osório) fazer umas compras. Como eram menos de vinte itens, dirigi-me aos caixas executivos.
Só havia uma pessoa à minha frente, uma garota bem bonitinha. Suas compras também eram poucos itens e o valor - a garota do caixa me falou depois, sou freguês véio e acabamos amigos, até o marido dela é meu cupincha - pouco acima de VINTE REAIS.
Bueno, fiquei de saco cheio: a guria pegava um cartão de crédito e mandava passar, dava estourado; pegava outro e idem; no SEXTO cartão (contei) ainda tinha alguma coisa e conseguiu pagar suas compras.
Conversando com a minha amiga, dei uma zoadinha, ao que ela respondeu:
- Isso é o mais comum, é raro eu pegar menos de vinte pessoas por dia catando cartão até achar um que não esteja estourado, nos outros caixas é mais ou menos igual...
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Túlio, isso é algo que me assusta... Nem tanto com cartão de crédito, mas com crédito imobiliário.
Fico imaginando aquela galera que financiou em 35 anos no limite do orçamento e ai os juros começam a aumentar...
Fico imaginando aquela galera que financiou em 35 anos no limite do orçamento e ai os juros começam a aumentar...
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Tenho menos medo disso: que eu saiba - repito, QUE EU SAIBA - estes empréstimos são SEGURADOS, assim, no máximo quebrariam alguma seguradoras. Já cartões de crédito...
De qualquer modo, não estou realmente ASSUSTADO, Marechal véio: só intrigado, tanto que lancei a pergunta, temos o BOURNE, o LEANDRO, etc, de repente eles explicam...
De qualquer modo, não estou realmente ASSUSTADO, Marechal véio: só intrigado, tanto que lancei a pergunta, temos o BOURNE, o LEANDRO, etc, de repente eles explicam...
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O sistema financeiro brasileiro é amarrado. Isto é, trabalha com menos alavancagem do que nos países desenvolvidos. Além de uma regulação muito mais restritiva que chega a ser exagerada oriunda das eras de elevada inflação e dificuldades externas. Assim perde fundamento da aceleração e ampliação da crise financeira com a redução dos efeitos desestabilizadores pela economia.
No Brasil, o crédito é restrito. Os que estão com dificuldades em relação as contas são problemas de curto prazo devido a pagarem juros altos, o endividamento ser baixo e comprometimento da renda de longo prazo baixo. Uma situação diferente da encontrada em países desenvolvidos em que os agentes tinham endividamentos de longo prazo com algumas dezenas de vezes o que ganham por mês como ocorreu nos EUA, Inglaterra e parte da Espanha e Austrália.
Outro fator é que nos países desenvolvidos as taxas de juros eram baixas e o mecanismo de transmissão das taxas de juros oficiais eram rápidas e sensíveis. O aumento ou diminuição de 0,25 pontos nas taxas do FED significa muita coisa para o mercado bancário e de financiamentos. Enquanto no Brasil as taxas de juros são naturalmente altas, a competição baixa tornando a transmissão das mudanças da política de juros do BC é imperceptível salvo grandes períodos.
Se não quer crise precisa extinguir o sistema financeiro por ser naturalmente instável e pro-cíclico. Quando a economia cresce tende ao aumentar o endividamento e o risco das operações revelados quando a economia desaquece. É normal esperar que os grupos mais frágeis fiquem inadimplentes e ocorram perdas, mas não podem comprometer a solidez do sistema. Por este motivo está tão em alta a ideia de regulação prudencial para não deixar o sistema enlouquecer na própria lógica de ganhos especulativos e financeiros. A companhada da observação da natureza das operações e riscos tomados para evitar criar focos de inflação do preço de ativos que podem comprometer instituições e o sistema.
Para enfrentar esse novo cenário começaram a surgir a proposta de "mandato dual" dos bancos centrais em que buscam conciliar estabilidade financeira e estabilidade de preços. A dificuldade está em potencialmente serem incompatíveis e com a Crise de 2007 ficou provado que a estabilidade de preços não basta. O desafio passa a ser criar um arranjo que permita a boa relação entre os dois e evite conflitos que levem a formação de bolhas. Para garantir a estabilidade financeira trabalhar primariamente com a regulação prudencial para controlar riscos, fundos financiados pelas instituições por meio de depósitos compulsórios como primeira linha de defesa e, por último, injeção de liquidez pelo banco central. Coisas que o BACEN faz e não é tão exigido por que o sistema financeiro brasileiro é moderno, mas não desenvolvido.
No caso do Brasil existem autores supostamente sério (sarcasmo ) que gostam de fazer um copia e cola dos problemas dos norte-americanos no sistema financeiros aplicados no Brasil. Eles fazem as contas e ignoram metodologia, particularidades institucionais, financeiras e econômicas nacionais que levam a resultados bem diferentes. Nas contas pode aparecer a bolha, mas vai olhar a metodologia e outros fatores ficam bem questionáveis. As particularidades na análise são consideradas normais, sempre foram e quem é da área de história monetária e financeira conhece sabe que precisa pensar nisso. Por exemplo, se o efeito da crise de 2007/2010 foram diferentes entre EUA e Canadá, imagina entre EUA e Brasil.
Nas últimas semanas pipocaram noticias de que o sistema bancário chinês estaria muito mal. Não tenho opinião formado por que não conheço a China e a lógica de funcionamento chinês. Entretanto certamente é bem diferente de EUA, Brasil e Europa.
No Brasil, o crédito é restrito. Os que estão com dificuldades em relação as contas são problemas de curto prazo devido a pagarem juros altos, o endividamento ser baixo e comprometimento da renda de longo prazo baixo. Uma situação diferente da encontrada em países desenvolvidos em que os agentes tinham endividamentos de longo prazo com algumas dezenas de vezes o que ganham por mês como ocorreu nos EUA, Inglaterra e parte da Espanha e Austrália.
Outro fator é que nos países desenvolvidos as taxas de juros eram baixas e o mecanismo de transmissão das taxas de juros oficiais eram rápidas e sensíveis. O aumento ou diminuição de 0,25 pontos nas taxas do FED significa muita coisa para o mercado bancário e de financiamentos. Enquanto no Brasil as taxas de juros são naturalmente altas, a competição baixa tornando a transmissão das mudanças da política de juros do BC é imperceptível salvo grandes períodos.
Se não quer crise precisa extinguir o sistema financeiro por ser naturalmente instável e pro-cíclico. Quando a economia cresce tende ao aumentar o endividamento e o risco das operações revelados quando a economia desaquece. É normal esperar que os grupos mais frágeis fiquem inadimplentes e ocorram perdas, mas não podem comprometer a solidez do sistema. Por este motivo está tão em alta a ideia de regulação prudencial para não deixar o sistema enlouquecer na própria lógica de ganhos especulativos e financeiros. A companhada da observação da natureza das operações e riscos tomados para evitar criar focos de inflação do preço de ativos que podem comprometer instituições e o sistema.
Para enfrentar esse novo cenário começaram a surgir a proposta de "mandato dual" dos bancos centrais em que buscam conciliar estabilidade financeira e estabilidade de preços. A dificuldade está em potencialmente serem incompatíveis e com a Crise de 2007 ficou provado que a estabilidade de preços não basta. O desafio passa a ser criar um arranjo que permita a boa relação entre os dois e evite conflitos que levem a formação de bolhas. Para garantir a estabilidade financeira trabalhar primariamente com a regulação prudencial para controlar riscos, fundos financiados pelas instituições por meio de depósitos compulsórios como primeira linha de defesa e, por último, injeção de liquidez pelo banco central. Coisas que o BACEN faz e não é tão exigido por que o sistema financeiro brasileiro é moderno, mas não desenvolvido.
No caso do Brasil existem autores supostamente sério (sarcasmo ) que gostam de fazer um copia e cola dos problemas dos norte-americanos no sistema financeiros aplicados no Brasil. Eles fazem as contas e ignoram metodologia, particularidades institucionais, financeiras e econômicas nacionais que levam a resultados bem diferentes. Nas contas pode aparecer a bolha, mas vai olhar a metodologia e outros fatores ficam bem questionáveis. As particularidades na análise são consideradas normais, sempre foram e quem é da área de história monetária e financeira conhece sabe que precisa pensar nisso. Por exemplo, se o efeito da crise de 2007/2010 foram diferentes entre EUA e Canadá, imagina entre EUA e Brasil.
Nas últimas semanas pipocaram noticias de que o sistema bancário chinês estaria muito mal. Não tenho opinião formado por que não conheço a China e a lógica de funcionamento chinês. Entretanto certamente é bem diferente de EUA, Brasil e Europa.