Bolovo escreveu:FIGHTERCOM escreveu:
CB Lima,
Respondendo à sua pergunta inicial: não, não temos capacidade para nos associarmos a um projeto de quinta geração. Qualquer tentativa nessa direção, nos dias atuais, teria o mesmo "sucesso" que a participação do Brasil na ISS.
Abraços,
Wesley
Simplesmente... prove isso.
Então vamos lá...
1) Não formamos Engenheiros (nas mais diversas áreas) em bom número, menos ainda profissionais aptos a trabalharem com pesquisa e desenvolvimento. Afinal, por que você acha que a Embraer possui um programa de especialização? Isso é só um exemplo. Problema 1: falta de profissionais.
2) Tente fazer uma lista das instituições de ensino superior que possuem alguma linha de pesquisa nas áreas de aeronáutica, tecnologia de materiais e eletrônica embarcada. A grande maioria das instituições passam longe dessas áreas, pois além de um elevado custo o retorno é incerto. Problema 2: falta de instituições de ensino associadas.
3) Trace um paralelo entre Brasil e a China. Veja o número de instituições de pesquisa que eles possuem e quantas nós possuímos. Se eles ainda estão caminhando para chegar lá, imagina até onde nós iremos (isto se sairmos dessa inércia). Problema 3: falta de um número significativo de instituições de pesquisa.
4) Some-se a isto o fato do Brasil investir pouco em pesquisa. Levando isto em consideração, é preferível investir em áreas mais atrativas, como geração e distribuição de energia. Só para você ter uma ideia do que falo, a Cemig (companhia energética de MG) faz anualmente chamadas para projetos de pesquisa com valor mínimo de 1 milhão de Reais (por projeto). Não existe nada parecido no setor aeronáutico. Problema 4: falta de interesse.
5) O reduzido número de empresas capacitadas para tal empreitada. Faz pouco mais de dois anos que o INPE abriu chamada para que empresas brasileiras desenvolvessem soluções tecnológicas utilizando FPGA + VHDL (sistemas embarcados) e nenhuma empresa apareceu. O que se comentou na época que não existiam empresas capacitadas. Problema 5: poucos parceiros.
6) Quando se trabalha em parceria, é esperado que cada parte possa fazer uma contribuição naquela área que se destaca. Tendo isso mente, com o que poderíamos contribuir? No setor aeronáutico, qual o nosso destaque? Na verdade, estaríamos a reboque dos outros. Você pode até tentar citar o caso do KC390 e o sucesso da Embraer. Mas KC390 é só um exemplo claro do que coloquei acima, pois com o delinear do projeto o que menos se viu foram empresas brasileiras aptas a fornecerem os sistemas necessários. Problema 6: Qual a nossa contribuição?
Dá até tristeza escrever isso, mas fazer o quê?!
Abraços,
Wesley