Alternativas para fim do FX2

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3601 Mensagem por Penguin » Seg Nov 25, 2013 7:31 pm

FCarvalho escreveu:Levamos mais de 30 anos só para entrar na parte eletrônica de 3a geração, recauchutando caças de 2a G, que se poderia dizer então da passarmos direto para um caça de 5a G.

Eu particularmente acho nem temos industria capaz de suportar a logística de tal tipo de caça no Brasil, por agora, e nem provavelmente pelos próximos 10/15 anos. Falta-nos base humana e material para suprir as necessidades de apoio de uma avião com tecnologias que a maioria aqui só viu ou sabe de ouvir dizer.

E em sendo assim, a FAB faz muito bem em dar um passo de cada vez, e ir devagar, pois precisaremos de tempo para poder organizar e capacitar a industria de tal forma que possa absorver, e posteriormente, suprir as tecnologias de 5a geração que poderão vir com um PAK-FA da vida.

abs.
Acho que o caminho viável é esse.
Selecionar e produzir um projeto de 4a G e aprender o máximo com ele.
Em paralelo, começar os estudos sobre um projeto de 5a G, identificando o melhor caminho a ser seguido (T-50, KF-X, TF-X etc, etc).

[]s
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3602 Mensagem por Túlio » Seg Nov 25, 2013 7:39 pm

De preferência Gripen, né? :lol: :lol: :lol: :lol:
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3603 Mensagem por Penguin » Seg Nov 25, 2013 7:47 pm

Túlio escreveu:De preferência Gripen, né? :lol: :lol: :lol: :lol:
Não necessariamente. Sério, na minha opinião, pode ser qualquer um. Desde que possamos avançar nossa fronteira tecnológica com relação a caças (e rápido). Essa fronteira deve atualmente estar contida no conjunto {AMX, A-29, F-5BR, A-4BR}.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3604 Mensagem por Carlos Lima » Seg Nov 25, 2013 8:06 pm

Será que realmente não temos infraestrutura ou capacidade intelectual de nos associar a um projeto de 5 geração??

Será realmente impossível construir esse tipo de infraestrutura no Brasil e teríamos que passar por um avião de 4 geração (sob o ponto de vista de construção, não de aquisição, para podermos nos qualificar para construir uma aeronave de 5 geração).

O que será que existe de tão importante em termos de 4 geração que nos barra o acesso industrial e intelectual para nos associarmos hoje a um projeto de 5 geração??

Em termos de aquisição... é claro... temos necessidade de comprar uma aeronave de 4 geração agora e termos algumas tecnologias disponíveis para que possamos habilitar a aeronave a operar no dia-a-dia sem problemas.

Isso eu entendo, mas sob o ponto de vista 'industrial' realmente fica díficil entender essa 'necessidade'. :shock:

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3605 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Nov 25, 2013 8:43 pm

Carlos Lima escreveu:Será que realmente não temos infraestrutura ou capacidade intelectual de nos associar a um projeto de 5 geração??

Será realmente impossível construir esse tipo de infraestrutura no Brasil e teríamos que passar por um avião de 4 geração (sob o ponto de vista de construção, não de aquisição, para podermos nos qualificar para construir uma aeronave de 5 geração).

O que será que existe de tão importante em termos de 4 geração que nos barra o acesso industrial e intelectual para nos associarmos hoje a um projeto de 5 geração??

Em termos de aquisição... é claro... temos necessidade de comprar uma aeronave de 4 geração agora e termos algumas tecnologias disponíveis para que possamos habilitar a aeronave a operar no dia-a-dia sem problemas.

Isso eu entendo, mas sob o ponto de vista 'industrial' realmente fica díficil entender essa 'necessidade'. :shock:

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CB Lima,

Respondendo à sua pergunta inicial: não, não temos capacidade para nos associarmos a um projeto de quinta geração. Qualquer tentativa nessa direção, nos dias atuais, teria o mesmo "sucesso" que a participação do Brasil na ISS.


Abraços,

Wesley
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3606 Mensagem por Bolovo » Seg Nov 25, 2013 8:52 pm

FIGHTERCOM escreveu:
Carlos Lima escreveu:Será que realmente não temos infraestrutura ou capacidade intelectual de nos associar a um projeto de 5 geração??

Será realmente impossível construir esse tipo de infraestrutura no Brasil e teríamos que passar por um avião de 4 geração (sob o ponto de vista de construção, não de aquisição, para podermos nos qualificar para construir uma aeronave de 5 geração).

O que será que existe de tão importante em termos de 4 geração que nos barra o acesso industrial e intelectual para nos associarmos hoje a um projeto de 5 geração??

Em termos de aquisição... é claro... temos necessidade de comprar uma aeronave de 4 geração agora e termos algumas tecnologias disponíveis para que possamos habilitar a aeronave a operar no dia-a-dia sem problemas.

Isso eu entendo, mas sob o ponto de vista 'industrial' realmente fica díficil entender essa 'necessidade'. :shock:

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Respondendo à sua pergunta inicial: não, não temos capacidade para nos associarmos a um projeto de quinta geração. Qualquer tentativa nessa direção, nos dias atuais, teria o mesmo "sucesso" que a participação do Brasil na ISS.


Abraços,

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Simplesmente... prove isso.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3607 Mensagem por Penguin » Seg Nov 25, 2013 8:52 pm

Carlos Lima escreveu:Será que realmente não temos infraestrutura ou capacidade intelectual de nos associar a um projeto de 5 geração??

Será realmente impossível construir esse tipo de infraestrutura no Brasil e teríamos que passar por um avião de 4 geração (sob o ponto de vista de construção, não de aquisição, para podermos nos qualificar para construir uma aeronave de 5 geração).

O que será que existe de tão importante em termos de 4 geração que nos barra o acesso industrial e intelectual para nos associarmos hoje a um projeto de 5 geração??

Em termos de aquisição... é claro... temos necessidade de comprar uma aeronave de 4 geração agora e termos algumas tecnologias disponíveis para que possamos habilitar a aeronave a operar no dia-a-dia sem problemas.

Isso eu entendo, mas sob o ponto de vista 'industrial' realmente fica díficil entender essa 'necessidade'. :shock:

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Caças de 4a geração utilizam uma tecnologia madura, com riscos relativamente mais baixos. Madura, mas dominada por poucos.

Hoje, o único caça de 5a geração operacional ainda é o F-22. Os mais de 100 F-35 já produzidos seguem uma via crúcis interminável para entrar em operação. Sabemos porque é divulgado. E o T-50? Quais as dificuldades que o projeto enfrenta? Nehuma?! O certo é que se divulga muito, muito pouco sobre os problemas e dificuldades. Na verdade apenas o lado positivo.

Projetos supostamente de 5a geração há alguns em desenvolvimento: China, Coréia do Sul, Japão, Turquia, Rússia e EUA.

Vamos apostar todas as fichas, agora, em algum desses projetos?! É o melhor caminho?

Acho que devemos finalizar o projeto de 4a G, dar inicio ao de 5a G e investir muito em UAV/UCAV.

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3608 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Nov 25, 2013 9:28 pm

Acho sim que devíamos investir em caças de 5ª geração, o risco faz parte do sucesso.

Quanto as tecnologias, prefiro ser mais direto, se alguém se habilitar a absorver as tecnologias podemos pagar um extra para tê-las, se conseguirmos mandar alguns engenheiros, legal, se não, só financiamento para posterior fabricação sob licença ou recebimento de algumas unidades antecipadamente já ajuda.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3609 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Nov 25, 2013 9:44 pm

Bolovo escreveu:
FIGHTERCOM escreveu: CB Lima,

Respondendo à sua pergunta inicial: não, não temos capacidade para nos associarmos a um projeto de quinta geração. Qualquer tentativa nessa direção, nos dias atuais, teria o mesmo "sucesso" que a participação do Brasil na ISS.


Abraços,

Wesley
Simplesmente... prove isso.
Então vamos lá...

1) Não formamos Engenheiros (nas mais diversas áreas) em bom número, menos ainda profissionais aptos a trabalharem com pesquisa e desenvolvimento. Afinal, por que você acha que a Embraer possui um programa de especialização? Isso é só um exemplo. Problema 1: falta de profissionais.

2) Tente fazer uma lista das instituições de ensino superior que possuem alguma linha de pesquisa nas áreas de aeronáutica, tecnologia de materiais e eletrônica embarcada. A grande maioria das instituições passam longe dessas áreas, pois além de um elevado custo o retorno é incerto. Problema 2: falta de instituições de ensino associadas.

3) Trace um paralelo entre Brasil e a China. Veja o número de instituições de pesquisa que eles possuem e quantas nós possuímos. Se eles ainda estão caminhando para chegar lá, imagina até onde nós iremos (isto se sairmos dessa inércia). Problema 3: falta de um número significativo de instituições de pesquisa.

4) Some-se a isto o fato do Brasil investir pouco em pesquisa. Levando isto em consideração, é preferível investir em áreas mais atrativas, como geração e distribuição de energia. Só para você ter uma ideia do que falo, a Cemig (companhia energética de MG) faz anualmente chamadas para projetos de pesquisa com valor mínimo de 1 milhão de Reais (por projeto). Não existe nada parecido no setor aeronáutico. Problema 4: falta de interesse.

5) O reduzido número de empresas capacitadas para tal empreitada. Faz pouco mais de dois anos que o INPE abriu chamada para que empresas brasileiras desenvolvessem soluções tecnológicas utilizando FPGA + VHDL (sistemas embarcados) e nenhuma empresa apareceu. O que se comentou na época que não existiam empresas capacitadas. Problema 5: poucos parceiros.

6) Quando se trabalha em parceria, é esperado que cada parte possa fazer uma contribuição naquela área que se destaca. Tendo isso mente, com o que poderíamos contribuir? No setor aeronáutico, qual o nosso destaque? Na verdade, estaríamos a reboque dos outros. Você pode até tentar citar o caso do KC390 e o sucesso da Embraer. Mas KC390 é só um exemplo claro do que coloquei acima, pois com o delinear do projeto o que menos se viu foram empresas brasileiras aptas a fornecerem os sistemas necessários. Problema 6: Qual a nossa contribuição?


Dá até tristeza escrever isso, mas fazer o quê?!


Abraços,

Wesley
Editado pela última vez por FIGHTERCOM em Seg Nov 25, 2013 9:46 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3610 Mensagem por Carlos Lima » Seg Nov 25, 2013 9:45 pm

Penguin escreveu:
Carlos Lima escreveu:Será que realmente não temos infraestrutura ou capacidade intelectual de nos associar a um projeto de 5 geração??

Será realmente impossível construir esse tipo de infraestrutura no Brasil e teríamos que passar por um avião de 4 geração (sob o ponto de vista de construção, não de aquisição, para podermos nos qualificar para construir uma aeronave de 5 geração).

O que será que existe de tão importante em termos de 4 geração que nos barra o acesso industrial e intelectual para nos associarmos hoje a um projeto de 5 geração??

Em termos de aquisição... é claro... temos necessidade de comprar uma aeronave de 4 geração agora e termos algumas tecnologias disponíveis para que possamos habilitar a aeronave a operar no dia-a-dia sem problemas.

Isso eu entendo, mas sob o ponto de vista 'industrial' realmente fica díficil entender essa 'necessidade'. :shock:

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Caças de 4a geração utilizam uma tecnologia madura, com riscos relativamente mais baixos. Madura, mas dominada por poucos.

Hoje, o único caça de 5a geração operacional ainda é o F-22. Os mais de 100 F-35 já produzidos seguem uma via crúcis interminável para entrar em operação. Sabemos porque é divulgado. E o T-50? Quais as dificuldades que o projeto enfrenta? Nehuma?! O certo é que se divulga muito, muito pouco sobre os problemas e dificuldades. Na verdade apenas o lado positivo.

Projetos supostamente de 5a geração há alguns em desenvolvimento: China, Coréia do Sul, Japão, Turquia, Rússia e EUA.

Vamos apostar todas as fichas, agora, em algum desses projetos?! É o melhor caminho?

Acho que devemos finalizar o projeto de 4a G, dar inicio ao de 5a G e investir muito em UAV/UCAV.

[]
Só para deixar claro mais uma vez.

Estou separando comprar de prateleira agora com os direitos e o aprendizado para podermos futucar no avião de acordo com as nossas necessidades e um projeto de 5 geração aonde correríamos riscos sim, mas nos associando com outros países com o objetivo de comprarmos um future vetor.

Ou seja, não estou "apostando as minhas fichas" em uma coisa só.

Só não consigo acreditar que somos incapazes intelectualmente e industrialmente de nos associar a um projeto de 5 geração.

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3611 Mensagem por gabriel219 » Seg Nov 25, 2013 10:01 pm

Ofertas de construção de caça de 4,5ª Geração que temos é o Gripen NG e o Su-35S, fora isso não foi ofertada outra aeronave.

Concordo com o Penguin, fabricar um caça de 4,5ª Geração e partir para o desenvolvimento em conjunto de 5ª Geração seria o mais adequado, sendo o de 4,5ª Geração nosso LOW e o de 5ª nosso High.

Nenhuma nação do mundo, nem mesmo o EUA, se dará ao luxo de só possuir caças de 5ª geração até 2030. Hoje em dia são caros de operar e por isso, em minha opinião, deveríamos ter possuir as 2 geração, coproduzidas aqui.

Podemos ter 3 configurações:

1)PAK-FA-BR + Su-35S.

2)PAK-FA-BR + Gripen-BR.

3)FS2020 + Gripen-BR.

Sinceramente, gosto mais da "1" e "2" opção pois o PAK-FA está bem encaminhado, já o FS2020 ainda é uma incógnita.

Um LOW como Su-35S teríamos em menor quantidade, mas ganharíamos no poder de fogo. Já com o Gripen é o contrário, maior quantidade, mas menor poder de fogo (nem tão menor assim).

Se for para decidir o F-X2, que seja o Gripen (36 no F-X2 + 84 aeronaves, todas construídas no Brasil) e já partir para o PAK-FA. Caso seja fechado o F-X2, gostaria de ver leasing de Su-35S ou mesmo Su-27SM3 + 60 Su-35BR (ideal mesmo seria 84) e participação no PAK-FA (umas 36 unidades para o mínimo, mas o ideal deveria ser 60).

Só uma pergunta: como assim não somos capazes de entrar em um projeto de 5ª Geração??? Entrar no projeto é justamente para aprender tais tecnologias e ainda teríamos ajuda da Rússia (PAK-FA) ou Suécia (FS2020), que são experientes em construir caças.

Se o histórico é que esta sendo usado para tal opinião, será que a Índia teria capacidade de entrar em um projeto desse tipo? Está bem, fazem seus Su-30MKI lá e estão projetando o Tejas, mas um com tecnologia DADA e outro ainda em desenvolvimento conturbado.

Não entendo como não podemos participar de um projeto.

Abs.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3612 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Nov 25, 2013 10:35 pm

FIGHTERCOM escreveu:
Bolovo escreveu: Simplesmente... prove isso.
Então vamos lá...

1) Não formamos Engenheiros (nas mais diversas áreas) em bom número, menos ainda profissionais aptos a trabalharem com pesquisa e desenvolvimento. Afinal, por que você acha que a Embraer possui um programa de especialização? Isso é só um exemplo. Problema 1: falta de profissionais.

2) Tente fazer uma lista das instituições de ensino superior que possuem alguma linha de pesquisa nas áreas de aeronáutica, tecnologia de materiais e eletrônica embarcada. A grande maioria das instituições passam longe dessas áreas, pois além de um elevado custo o retorno é incerto. Problema 2: falta de instituições de ensino associadas.

3) Trace um paralelo entre Brasil e a China. Veja o número de instituições de pesquisa que eles possuem e quantas nós possuímos. Se eles ainda estão caminhando para chegar lá, imagina até onde nós iremos (isto se sairmos dessa inércia). Problema 3: falta de um número significativo de instituições de pesquisa.

4) Some-se a isto o fato do Brasil investir pouco em pesquisa. Levando isto em consideração, é preferível investir em áreas mais atrativas, como geração e distribuição de energia. Só para você ter uma ideia do que falo, a Cemig (companhia energética de MG) faz anualmente chamadas para projetos de pesquisa com valor mínimo de 1 milhão de Reais (por projeto). Não existe nada parecido no setor aeronáutico. Problema 4: falta de interesse.

5) O reduzido número de empresas capacitadas para tal empreitada. Faz pouco mais de dois anos que o INPE abriu chamada para que empresas brasileiras desenvolvessem soluções tecnológicas utilizando FPGA + VHDL (sistemas embarcados) e nenhuma empresa apareceu. O que se comentou na época que não existiam empresas capacitadas. Problema 5: poucos parceiros.

6) Quando se trabalha em parceria, é esperado que cada parte possa fazer uma contribuição naquela área que se destaca. Tendo isso mente, com o que poderíamos contribuir? No setor aeronáutico, qual o nosso destaque? Na verdade, estaríamos a reboque dos outros. Você pode até tentar citar o caso do KC390 e o sucesso da Embraer. Mas KC390 é só um exemplo claro do que coloquei acima, pois com o delinear do projeto o que menos se viu foram empresas brasileiras aptas a fornecerem os sistemas necessários. Problema 6: Qual a nossa contribuição?


Dá até tristeza escrever isso, mas fazer o quê?!


Abraços,

Wesley
Só para acrescentar. No FX-1, Maurício Botelho, então presidente da Embraer, chegou a afirmar que seriam necessários 2000 engenheiros, caso a proposta do Mirage 2000BR fosse a selecionada pela FAB. Vamos supor que ele tenha exagerado nesse número e que na verdade seriam necessários 1000 engenheiros. Isto para um projeto praticamente consolidado e com margem para poucos desenvolvimentos. Ainda assim é um número elevado de profissionais para tal empreitada e a situação fica ainda mais complicada quando consideramos que o Programa de Especialização em Engenharia da Embraer formou 1200 engenheiros em 12 anos.

Programa de Especialização em Engenharia
http://www.embraer.com/pt-br/trabalhe-e ... s/pee.aspx


Abraços,

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3613 Mensagem por Petry » Seg Nov 25, 2013 10:51 pm

FIGHTERCOM escreveu:
FIGHTERCOM escreveu: Então vamos lá...

1) Não formamos Engenheiros (nas mais diversas áreas) em bom número, menos ainda profissionais aptos a trabalharem com pesquisa e desenvolvimento. Afinal, por que você acha que a Embraer possui um programa de especialização? Isso é só um exemplo. Problema 1: falta de profissionais.

2) Tente fazer uma lista das instituições de ensino superior que possuem alguma linha de pesquisa nas áreas de aeronáutica, tecnologia de materiais e eletrônica embarcada. A grande maioria das instituições passam longe dessas áreas, pois além de um elevado custo o retorno é incerto. Problema 2: falta de instituições de ensino associadas.

3) Trace um paralelo entre Brasil e a China. Veja o número de instituições de pesquisa que eles possuem e quantas nós possuímos. Se eles ainda estão caminhando para chegar lá, imagina até onde nós iremos (isto se sairmos dessa inércia). Problema 3: falta de um número significativo de instituições de pesquisa.

4) Some-se a isto o fato do Brasil investir pouco em pesquisa. Levando isto em consideração, é preferível investir em áreas mais atrativas, como geração e distribuição de energia. Só para você ter uma ideia do que falo, a Cemig (companhia energética de MG) faz anualmente chamadas para projetos de pesquisa com valor mínimo de 1 milhão de Reais (por projeto). Não existe nada parecido no setor aeronáutico. Problema 4: falta de interesse.

5) O reduzido número de empresas capacitadas para tal empreitada. Faz pouco mais de dois anos que o INPE abriu chamada para que empresas brasileiras desenvolvessem soluções tecnológicas utilizando FPGA + VHDL (sistemas embarcados) e nenhuma empresa apareceu. O que se comentou na época que não existiam empresas capacitadas. Problema 5: poucos parceiros.

6) Quando se trabalha em parceria, é esperado que cada parte possa fazer uma contribuição naquela área que se destaca. Tendo isso mente, com o que poderíamos contribuir? No setor aeronáutico, qual o nosso destaque? Na verdade, estaríamos a reboque dos outros. Você pode até tentar citar o caso do KC390 e o sucesso da Embraer. Mas KC390 é só um exemplo claro do que coloquei acima, pois com o delinear do projeto o que menos se viu foram empresas brasileiras aptas a fornecerem os sistemas necessários. Problema 6: Qual a nossa contribuição?


Dá até tristeza escrever isso, mas fazer o quê?!


Abraços,

Wesley
Só para acrescentar. No FX-1, Maurício Botelho, então presidente da Embraer, chegou a afirmar que seriam necessários 2000 engenheiros, caso a proposta do Mirage 2000BR fosse a selecionada pela FAB. Vamos supor que ele tenha exagerado nesse número e que na verdade seriam necessários 1000 engenheiros. Isto para um projeto praticamente consolidado e com margem para poucos desenvolvimentos. Ainda assim é um número elevado de profissionais para tal empreitada e a situação fica ainda mais complicada quando consideramos que o Programa de Especialização em Engenharia da Embraer formou 1200 engenheiros em 12 anos.

Programa de Especialização em Engenharia
http://www.embraer.com/pt-br/trabalhe-e ... s/pee.aspx


Abraços,

Wesley
Mas é obrigatório fazer a especialização da Embraer?

EU acredito que dá para delegar determinados campos a centros de pesquisas de universidades brasileiras.

Um exemplo é a Digicon (empresa gaúcha), que participou do AMX e hoje produz peças para todos os Airbus, inclusive A-380. Sua base de engenheiros são todos da UFRGS e PUCRS.

A AEL tem crescido muito garimpando engenheiros na UFRGS e PUCRS, mandando parte para Israel e outros não.

Ainda tem a Aeromot e uma que esqueci o nome que faz retrofit para conversão de aeronaves em UTI.

Com certeza dá para decentralizar determinados tópicos e fazer uma parceria entre as empresas e as universidades para desenvolver algo e depois juntar num projeto. Existem diversas outras universidades de excelência.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3614 Mensagem por Carlos Lima » Seg Nov 25, 2013 10:59 pm

FIGHTERCOM escreveu:
FIGHTERCOM escreveu: Então vamos lá...

1) Não formamos Engenheiros (nas mais diversas áreas) em bom número, menos ainda profissionais aptos a trabalharem com pesquisa e desenvolvimento. Afinal, por que você acha que a Embraer possui um programa de especialização? Isso é só um exemplo. Problema 1: falta de profissionais.

2) Tente fazer uma lista das instituições de ensino superior que possuem alguma linha de pesquisa nas áreas de aeronáutica, tecnologia de materiais e eletrônica embarcada. A grande maioria das instituições passam longe dessas áreas, pois além de um elevado custo o retorno é incerto. Problema 2: falta de instituições de ensino associadas.

3) Trace um paralelo entre Brasil e a China. Veja o número de instituições de pesquisa que eles possuem e quantas nós possuímos. Se eles ainda estão caminhando para chegar lá, imagina até onde nós iremos (isto se sairmos dessa inércia). Problema 3: falta de um número significativo de instituições de pesquisa.

4) Some-se a isto o fato do Brasil investir pouco em pesquisa. Levando isto em consideração, é preferível investir em áreas mais atrativas, como geração e distribuição de energia. Só para você ter uma ideia do que falo, a Cemig (companhia energética de MG) faz anualmente chamadas para projetos de pesquisa com valor mínimo de 1 milhão de Reais (por projeto). Não existe nada parecido no setor aeronáutico. Problema 4: falta de interesse.

5) O reduzido número de empresas capacitadas para tal empreitada. Faz pouco mais de dois anos que o INPE abriu chamada para que empresas brasileiras desenvolvessem soluções tecnológicas utilizando FPGA + VHDL (sistemas embarcados) e nenhuma empresa apareceu. O que se comentou na época que não existiam empresas capacitadas. Problema 5: poucos parceiros.

6) Quando se trabalha em parceria, é esperado que cada parte possa fazer uma contribuição naquela área que se destaca. Tendo isso mente, com o que poderíamos contribuir? No setor aeronáutico, qual o nosso destaque? Na verdade, estaríamos a reboque dos outros. Você pode até tentar citar o caso do KC390 e o sucesso da Embraer. Mas KC390 é só um exemplo claro do que coloquei acima, pois com o delinear do projeto o que menos se viu foram empresas brasileiras aptas a fornecerem os sistemas necessários. Problema 6: Qual a nossa contribuição?


Dá até tristeza escrever isso, mas fazer o quê?!


Abraços,

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Só para acrescentar. No FX-1, Maurício Botelho, então presidente da Embraer, chegou a afirmar que seriam necessários 2000 engenheiros, caso a proposta do Mirage 2000BR fosse a selecionada pela FAB. Vamos supor que ele tenha exagerado nesse número e que na verdade seriam necessários 1000 engenheiros. Isto para um projeto praticamente consolidado e com margem para poucos desenvolvimentos. Ainda assim é um número elevado de profissionais para tal empreitada e a situação fica ainda mais complicada quando consideramos que o Programa de Especialização em Engenharia da Embraer formou 1200 engenheiros em 12 anos.

Programa de Especialização em Engenharia
http://www.embraer.com/pt-br/trabalhe-e ... s/pee.aspx

Abraços,

Wesley
Então por essa lógica, o que nos leva a crer que poderíamos fazer algo de 4 geração?

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3615 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Nov 25, 2013 11:14 pm

Petry escreveu:
FIGHTERCOM escreveu: Só para acrescentar. No FX-1, Maurício Botelho, então presidente da Embraer, chegou a afirmar que seriam necessários 2000 engenheiros, caso a proposta do Mirage 2000BR fosse a selecionada pela FAB. Vamos supor que ele tenha exagerado nesse número e que na verdade seriam necessários 1000 engenheiros. Isto para um projeto praticamente consolidado e com margem para poucos desenvolvimentos. Ainda assim é um número elevado de profissionais para tal empreitada e a situação fica ainda mais complicada quando consideramos que o Programa de Especialização em Engenharia da Embraer formou 1200 engenheiros em 12 anos.

Programa de Especialização em Engenharia
http://www.embraer.com/pt-br/trabalhe-e ... s/pee.aspx


Abraços,

Wesley
Mas é obrigatório fazer a especialização da Embraer?

EU acredito que dá para delegar determinados campos a centros de pesquisas de universidades brasileiras.

Um exemplo é a Digicon (empresa gaúcha), que participou do AMX e hoje produz peças para todos os Airbus, inclusive A-380. Sua base de engenheiros são todos da UFRGS e PUCRS.

A AEL tem crescido muito garimpando engenheiros na UFRGS e PUCRS, mandando parte para Israel e outros não.

Ainda tem a Aeromot e uma que esqueci o nome que faz retrofit para conversão de aeronaves em UTI.

Com certeza dá para decentralizar determinados tópicos e fazer uma parceria entre as empresas e as universidades para desenvolver algo e depois juntar num projeto. Existem diversas outras universidades de excelência.
Petry,

Depende. Se você está acabando de concluir o curso de graduação e deseja entrar na Embraer, a resposta é sim! Hoje o PEE é a porta de entrada para a Embraer. Caso contrário, você precisa ser um profissional altamente qualificado e ex-empregado da Airbus/ Boeing.

Quando citei o caso da Embraer, não foi para propor que a mesma centralize todo o desenvolvimento de um caça. O intuito era demonstrar como este processo é demorado e caro. Se a Embraer, com toda a sua capacidade, está formando uma média de 100 profissionais por ano, como a Digicon e a AEL poderiam fazer melhor? Simplesmente não dá.

O ideal seria descentralizar as atividades, como você bem colocou, tendo várias empresas e centros de pesquisa envolvidos. Desta forma, os riscos seriam mínimos para cada parte. Além disso, na falta de um membro, as atividades poderiam ser facilmente absorvidas pelos demais. Porém, quem irá pagar esta conta? Não dá para ficar esperando somente pelo Governo Federal. Já para as empresas precisa ser atrativo, caso contrário elas não investem um centavo sequer. O problema é que nesse setor, o nosso histórico é de mais baixos do que altos, fazendo com que os empresários fiquem receosos.


Att.,

Wesley
"A medida que a complexidade aumenta, as declarações precisas perdem relevância e as declarações relevantes perdem precisão." Lofti Zadeh
Trancado