MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
14/02/2013 14h50 - Atualizado em 14/02/2013 14h56
Warren Buffet e 3G Capital compram Heinz por US$ 28 bilhões
Berkshire Hathaway e 3G Capital anunciaram acordo nesta quinta-feira (14).
3G Capital tem entre os sócios os brasileiros controladores da AB InBev.
Do G1, com informações de agências
(...)
http://g1.globo.com/economia/negocios/n ... es-14.html
Warren Buffet e 3G Capital compram Heinz por US$ 28 bilhões
Berkshire Hathaway e 3G Capital anunciaram acordo nesta quinta-feira (14).
3G Capital tem entre os sócios os brasileiros controladores da AB InBev.
Do G1, com informações de agências
(...)
http://g1.globo.com/economia/negocios/n ... es-14.html
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mantega: instrumento para controlar inflação é juro, não câmbio
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (15) que o câmbio não é instrumento para controlar a inflação, sustentando que os preços acima do centro da meta acendem o sinal de alerta.
Segundo ele, os preços devem ser contidos com a política monetária. "(O câmbio) não é instrumento para controlar a inflação. O instrumento é o juro", disse o ministro a jornalistas em Moscou, onde participa de reunião do G20, segundo declarações publicadas no site do jornal "Valor Econômico".
Para Mantega, o Banco Central precisa estar vigilante e tomar "as devidas providências" se a inflação não desacelerar espontaneamente, conforme reportagem no portal do jornal "O Estado de S. Paulo".
Os contratos de juros futuros disparavam nesta sexta-feira, após os comentários de Mantega. O DI com vencimento em janeiro de 2014 era negociado a 7,55%, ante 7,39% no ajuste anterior.
O ministro disse ainda que o governo está vigilante com a alta dos preços, e que não há descontrole. "A inflação acima do centro da meta acende o sinal de alerta", disse. "Felizmente, nos últimos anos, não tem fugido de controle", acrescentou.
Sobre o patamar do câmbio, Mantega disse que a atual cotação do real em relação ao dólar dá competitividade às exportações e impede "invasão de produtos estrangeiros". "Não vou dizer que a situação é confortável, mas melhor que no passado", ponderou o ministro.
Às 10h20, o dólar era cotado em alta de 0,31%, a R$ 1,9645 na venda, revertendo a queda da abertura depois que o Banco Central anunciou leilão de swap reverso.
http://economia.uol.com.br/noticias/reu ... cambio.htm
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (15) que o câmbio não é instrumento para controlar a inflação, sustentando que os preços acima do centro da meta acendem o sinal de alerta.
Segundo ele, os preços devem ser contidos com a política monetária. "(O câmbio) não é instrumento para controlar a inflação. O instrumento é o juro", disse o ministro a jornalistas em Moscou, onde participa de reunião do G20, segundo declarações publicadas no site do jornal "Valor Econômico".
Para Mantega, o Banco Central precisa estar vigilante e tomar "as devidas providências" se a inflação não desacelerar espontaneamente, conforme reportagem no portal do jornal "O Estado de S. Paulo".
Os contratos de juros futuros disparavam nesta sexta-feira, após os comentários de Mantega. O DI com vencimento em janeiro de 2014 era negociado a 7,55%, ante 7,39% no ajuste anterior.
O ministro disse ainda que o governo está vigilante com a alta dos preços, e que não há descontrole. "A inflação acima do centro da meta acende o sinal de alerta", disse. "Felizmente, nos últimos anos, não tem fugido de controle", acrescentou.
Sobre o patamar do câmbio, Mantega disse que a atual cotação do real em relação ao dólar dá competitividade às exportações e impede "invasão de produtos estrangeiros". "Não vou dizer que a situação é confortável, mas melhor que no passado", ponderou o ministro.
Às 10h20, o dólar era cotado em alta de 0,31%, a R$ 1,9645 na venda, revertendo a queda da abertura depois que o Banco Central anunciou leilão de swap reverso.
http://economia.uol.com.br/noticias/reu ... cambio.htm
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Governo usa tributo menor contra inflação
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
O corte de impostos de itens da cesta básica e a redução do PIS/Cofins são umas das armas do governo Dilma para tentar segurar a inflação neste ano e garantir expansão do PIB acima de 3%.
A ideia é que até junho sejam anunciadas a desoneração tributária da cesta básica e uma redução horizontal na cobrança de PIS/Cofins, atingindo praticamente todos os setores da economia.
Com esses cortes, a expectativa é que os preços dos setores beneficiados caiam, ajudando a conter a inflação num momento em que a taxa anualizada deve fica acima de 6% até junho, pelo menos.
Assim, o Banco Central pode não ter de elevar a taxa de juros, algo que o Planalto prefere que não aconteça.
Em janeiro, com a alta de 0,86% no IPCA, a inflação anualizada bateu em 6,15% (o teto da meta é de 6,5%) e acendeu o sinal de alerta no governo. O próprio Banco Central fez questão de divulgar que a taxa "preocupa" e deixa a instituição numa situação "desconfortável".
A nova rodada de desonerações tributárias segue a estratégia adotada com o corte nas tarifas de energia.
Segundo a Folha apurou, o corte de impostos da cesta básica, já anunciado por Dilma, pode ser divulgado em até dois meses e teria o efeito de reduzir a inflação em, ao menos, 0,3 ponto percentual.
O governo decidiu também acelerar os estudos sobre as mudanças no sistema de pagamento do PIS/Cofins.
Com isso, além de reduzir o custo Brasil e gerar maior competitividade, objetivo original da ideia, a mudança nos dois tributos passou a fazer parte do arsenal do governo para baixar a inflação.
A extensão da medida dependerá do custo fiscal e, por isso, pode ser adotada gradualmente, mas sempre beneficiando a economia de forma horizontal, e não setorizada.
Em 2012, o governo foi muito criticado por escolher os setores beneficiados com as desonerações tributárias.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/12 ... acao.shtml
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
O corte de impostos de itens da cesta básica e a redução do PIS/Cofins são umas das armas do governo Dilma para tentar segurar a inflação neste ano e garantir expansão do PIB acima de 3%.
A ideia é que até junho sejam anunciadas a desoneração tributária da cesta básica e uma redução horizontal na cobrança de PIS/Cofins, atingindo praticamente todos os setores da economia.
Com esses cortes, a expectativa é que os preços dos setores beneficiados caiam, ajudando a conter a inflação num momento em que a taxa anualizada deve fica acima de 6% até junho, pelo menos.
Assim, o Banco Central pode não ter de elevar a taxa de juros, algo que o Planalto prefere que não aconteça.
Em janeiro, com a alta de 0,86% no IPCA, a inflação anualizada bateu em 6,15% (o teto da meta é de 6,5%) e acendeu o sinal de alerta no governo. O próprio Banco Central fez questão de divulgar que a taxa "preocupa" e deixa a instituição numa situação "desconfortável".
A nova rodada de desonerações tributárias segue a estratégia adotada com o corte nas tarifas de energia.
Segundo a Folha apurou, o corte de impostos da cesta básica, já anunciado por Dilma, pode ser divulgado em até dois meses e teria o efeito de reduzir a inflação em, ao menos, 0,3 ponto percentual.
O governo decidiu também acelerar os estudos sobre as mudanças no sistema de pagamento do PIS/Cofins.
Com isso, além de reduzir o custo Brasil e gerar maior competitividade, objetivo original da ideia, a mudança nos dois tributos passou a fazer parte do arsenal do governo para baixar a inflação.
A extensão da medida dependerá do custo fiscal e, por isso, pode ser adotada gradualmente, mas sempre beneficiando a economia de forma horizontal, e não setorizada.
Em 2012, o governo foi muito criticado por escolher os setores beneficiados com as desonerações tributárias.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/12 ... acao.shtml
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mantega fala português mais claro na Rússia
sex, 15/02/13
por Thais Herédia |
categoria economia
Em Moscou, na capital da Rússia, os ministros das finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos 20 países mais ricos do mundo estão juntos para discutir o futuro (próximo) da economia internacional, no primeiro encontro do G-20 deste ano.
Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, estão lá. E de lá, o ministro Mantega encontrou um momento para colocar alguns pingos nos “is” sobre a economia brasileira. Os recados mais importantes foram sobre o câmbio e a inflação.
“Câmbio não é instrumento para controlar inflação. O instrumento é juro”, disse Mantega pouco antes de entrar para as reuniões do G-20, segundo a agência de notícias Valor Pro. A emenda não faltou, já que o ministro repetiu: “O meu recado é o mesmo, não tem nenhuma novidade, é cambio com flutuação e vigilância”, o que significa que o governo continua querendo que o real fique num preço “adequado” para indústria nacional.
A diferença maior foi o ministro ter decidido seguir seu colega do Banco Central – que está “desconfortável” – e finalmente assumir que “inflação acima do centro da meta acende um sinal de alerta”. Mesmo ponderando que ela “felizmente” não fugiu do controle, Mantega claramente muda o discurso para mostrar que pode deixar o BC “usar os juros” (para cima), para trazer a inflação mais para perto dos 4,5%. Hoje, ela está rodando acima de 6%.
A atitude de Mantega pode colocar um band-aid no “corte” das relações entre governo e analistas do mercado financeiro e a grande maioria dos economistas brasileiros. A percepção sobre a real preocupação de Brasília com a subida dos preços está muito negativa. Além disso, há uma “quase” convicção de que o BC não subirá os juros para não desagradar a presidente Dilma Rousseff, que quer fechar 2013 com um “pibão”.
Mas o “corte” não vai sarar tão rápido assim. Depois de tantas trapalhadas e atropelos na condução das políticas econômicas para ressuscitar o PIB, está faltando uma ação clara e objetiva para fazer a inflação descer do atual patamar. De enigmas e criatividade, os analistas estão enfastiados. Enquanto isso, nas gôndolas e guichês de serviços, a população sente a inflação mais pesada no bolso.
Foi preciso viajar até a Rússia para que o ministro Mantega falasse com os brasileiros em português mais claro. Porque aqui, ele vinha falando apenas em russo.
http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/ ... na-russia/
sex, 15/02/13
por Thais Herédia |
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Em Moscou, na capital da Rússia, os ministros das finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos 20 países mais ricos do mundo estão juntos para discutir o futuro (próximo) da economia internacional, no primeiro encontro do G-20 deste ano.
Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, estão lá. E de lá, o ministro Mantega encontrou um momento para colocar alguns pingos nos “is” sobre a economia brasileira. Os recados mais importantes foram sobre o câmbio e a inflação.
“Câmbio não é instrumento para controlar inflação. O instrumento é juro”, disse Mantega pouco antes de entrar para as reuniões do G-20, segundo a agência de notícias Valor Pro. A emenda não faltou, já que o ministro repetiu: “O meu recado é o mesmo, não tem nenhuma novidade, é cambio com flutuação e vigilância”, o que significa que o governo continua querendo que o real fique num preço “adequado” para indústria nacional.
A diferença maior foi o ministro ter decidido seguir seu colega do Banco Central – que está “desconfortável” – e finalmente assumir que “inflação acima do centro da meta acende um sinal de alerta”. Mesmo ponderando que ela “felizmente” não fugiu do controle, Mantega claramente muda o discurso para mostrar que pode deixar o BC “usar os juros” (para cima), para trazer a inflação mais para perto dos 4,5%. Hoje, ela está rodando acima de 6%.
A atitude de Mantega pode colocar um band-aid no “corte” das relações entre governo e analistas do mercado financeiro e a grande maioria dos economistas brasileiros. A percepção sobre a real preocupação de Brasília com a subida dos preços está muito negativa. Além disso, há uma “quase” convicção de que o BC não subirá os juros para não desagradar a presidente Dilma Rousseff, que quer fechar 2013 com um “pibão”.
Mas o “corte” não vai sarar tão rápido assim. Depois de tantas trapalhadas e atropelos na condução das políticas econômicas para ressuscitar o PIB, está faltando uma ação clara e objetiva para fazer a inflação descer do atual patamar. De enigmas e criatividade, os analistas estão enfastiados. Enquanto isso, nas gôndolas e guichês de serviços, a população sente a inflação mais pesada no bolso.
Foi preciso viajar até a Rússia para que o ministro Mantega falasse com os brasileiros em português mais claro. Porque aqui, ele vinha falando apenas em russo.
http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/ ... na-russia/
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Analistas do mercado financeiro e maioria dos economistas brasileiros???????
Nesses dois grupos existem inúmeros tapados que não entendem de economia. Inclusive muitos que falam a imprensa e repetem chavões sobre as áreas que pouco conhecem. Incluindo economistas acadêmicos falando de áreas que não entendem. No mercado e imprensa o que interessa para eles é ganhar. Se o governo não trabalha para isso está errado.
A declaração em si do Mantega não diz nada de novo. Na lógica de metas de inflação dotada pelo BC a taxa de juros básica que controla a inflação por meio da redução da demanda. A flutuação suja com intervenções do BC e incetivo a produção é que constituem um fator novo. Por que mudam a lógica prevalecente no passado recente de que apenas a meta de inflação importa. Nada diferente do que países mais civilizados como EUA fazem.
Em busca de um novo modelo macroeconômico (Valor Econômico, 07/02/2013)
07
quinta-feira
fev 2013
Governo Dilma Rouseff, Novo modelo macroeconômico, Tripé macroeconômico
Fonte: http://jlcoreiro.wordpress.com/2013/02/ ... -07022013/
Por José Luis Oreiro
Nos últimos meses diversos analistas têm entoado um réquiem para o tripé macroeconômico (metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante), vigente no país desde 1999. Argumenta-se que embora não tenha sido formalmente anunciado, na prática o governo Dilma Rousseff teria abandonado o regime de metas de inflação em favor de um regime de meta de taxa de juros, substituído a (sic) livre flutuação da taxa de câmbio por um regime de câmbio administrado e sepultado o compromisso com a obtenção de metas de superávit primário por intermédio da assim chamada “contabilidade criativa”.
O abandono do tripé seria o responsável por um aumento do grau de discricionariedade (para não dizer irresponsabilidade) na condução da política macroeconômica, o que estaria se traduzindo na redução da taxa de crescimento da economia brasileira em função dos efeitos que o aumento da incerteza macroeconômica tem sobre a decisão de investimento em capital fixo.
A reação da equipe econômica do governo a essas críticas tem sido a de reafirmar o compromisso com o tripé macroeconômico, admitindo, porém, que o mesmo passou por um processo de “flexibilização” em função do cenário internacional extremamente adverso, decorrente do quadro de recessão ou estagnação que se verifica nos países desenvolvidos.
Um “quadripé” apoiado na política fiscal, na política monetária, na política cambial e na política salarial
Não vou entrar no mérito de se o “tripé” está vivo ou morto, até porque acho que esse é um debate sem sentido. Com efeito, o “tripé macroeconômico” foi implantado em condições completamente diferentes das condições vigentes atualmente na economia brasileira. Em função do “populismo cambial” adotado durante o primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil sofreu uma crise cambial de grandes proporções no fim de 1998, que forçou uma desvalorização forte e não administrada da taxa de câmbio, pondo em risco a estabilidade da taxa de inflação e produzindo um aumento significativo da dívida pública -como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) – em função da atitude irresponsável da equipe econômica de emitir títulos de dívida pública indexados à taxa de câmbio.
Naquele contexto específico, a política macroeconômica deveria estar totalmente voltada para garantir a estabilidade ou redução dos índices inflacionários e da relação dívida pública/PIB. O tripé macroeconômico foi desenhado para obter esses objetivos. E nisso foi extremamente bem sucedido. Com efeito, a taxa de inflação tem sido mantida em torno de 5,5% e a relação dívida pública líquida/PIB é hoje inferior a 40%.
O contexto da economia brasileira agora é outro. O objetivo agora não é garantir a solvência intertemporal das contas do governo ou impedir o retorno da alta inflação, até porque a solvência das contas do governo e a estabilidade da taxa de inflação são hoje um dado na economia brasileira. O prioritário agora é desenhar um modelo macroeconômico que permita a obtenção de uma taxa robusta e sustentável de crescimento econômico com inflação baixa e estável e uma melhoria contínua nos salários e no padrão de vida da classe trabalhadora. Isso posto, defender a permanência do tripé macroeconômico é um nonsense, uma vez que o mesmo não foi desenhado para alcançar esses objetivos. Um novo modelo macroeconômico se faz necessário.
Um novo modelo macroeconômico para o Brasil não deve ser um “tripé”, mas um “quadripé”, pois deve estar apoiado em quatro políticas, a saber: a política fiscal, a política monetária, a política cambial e a política salarial. Essas políticas devem estar de tal forma articuladas entre si que o modelo macroeconômico delas resultante seja consistente no sentido de Tinbergen, ou seja, as metas de política macroeconômica devem poder ser obtidas simultaneamente a partir da manipulação dos instrumentos a disposição do “policy maker”. Para tanto é necessária existência de efeitos de transbordamento positivos entre os objetivos e metas operacionais das diversas políticas que compõe o “quadripé”. Em outras palavras, a obtenção de uma meta ou objetivo de política econômica deve facilitar a obtenção das demais metas.
O modelo macroeconômico deve também ser capaz de gerar um padrão sustentável de crescimento no longo prazo. Um padrão de crescimento é dito sustentável se o mesmo não induz um endividamento crescente do setor público, se não produz um esmagamento dos lucros e da competitividade externa em função do crescimento dos salários acima da produtividade do trabalho, se for capaz de garantir o equilíbrio intertemporal do balanço de pagamentos e se não gerar um endividamento explosivo das famílias em função do crescimento dos gastos de consumo a um ritmo superior ao crescimento da renda salarial.
Um modelo macroeconômico que atenda aos requisitos de consistência e sustentabilidade deve ser capaz de conciliar a obtenção de uma taxa de inflação relativamente baixa e estável com uma taxa real de câmbio competitiva e relativamente estável ao longo do tempo, uma taxa real de juros significativamente inferior à taxa de retorno do capital, um déficit público, como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), ciclicamente ajustado próximo de zero, e um crescimento robusto dos salários reais, aproximadamente a mesma taxa que o ritmo de crescimento da produtividade do trabalho.
José Luis Oreiro é professor do departamento de economia da Universidade de Brasília e vice-presidente da Associação Keynesiana Brasileira. joreiro@unb.br.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Foi duro ontem ver o Waaaaaaaaaak entrega tudo e o Sardinhaembergue defendendo a entrada do Brasil na nova alca com UE e EUA.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Eu nem reclamaria da entrada do Brasil na nova alca se nossa industria tive-se alguma chance.
Mas nossa industria seria destruída na concorrência. Ela não é competitiva a esse ponto, e as vantagens não iriam repor os empregos e o lucro que elas dão. O lucro tb iria pra fora.
Com sorte viraríamos um México. Com azar nem isso.
Mas nossa industria seria destruída na concorrência. Ela não é competitiva a esse ponto, e as vantagens não iriam repor os empregos e o lucro que elas dão. O lucro tb iria pra fora.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O que falta é uma plano, visão de longo prazo de desenvolvimento industrial e inserção internacional. Precisa construir a competitividade e se inserir nos mercados, negociando ponto a ponto a construção da abertura comercial ao longo de duas, três décadas. O plano de virar entreposto do México não vai funcionar no Brasil.
Essa é a diferença dos asiáticos. Entraram APEC, mas tinham uma plano e está sendo executado, obtendo benefícios. E como deixam os membros livres consegue compatibilizar Coreia, China, Japão, Rússia, Indonésia, Chile entre outros muito diferentes com interesses diferentes. Inclusive por que o conceito de zona de livre comércio é uma facilitação ao acesso aos mercados, proporcionando mais rapidez na negociação de abertura de determinados setores e produtos. Não é abertura total e automática. Muitos setores nunca serão liberalizados.
E ampliar o acordo EUA e Europa para uma Zona do Atlântico seria um um caminho natural. Seria uma fuga dos entraves em negociações da OMC para privilegiar uma dinâmica regional. Para o Brasil em muitos setores podem ser favorável. O temor é a falta de uma grande plano que saiba aproveitar as oportunidades e não acabar sendo uma Argentina dos anos 1990s II. E a Indústria brasileira não é coitada. Possui poder de competição bem maior do que a vá filosofia imagina. Os industriais nacionais choram chorar. Inclusive por isso que foi aceita na OMS o Brasil abrir mercados industrial também como forma de conseguir uma melhor relação com os europeus. O que falta é um plano de fato que saiba aproveitar as oportunidades.
Se bem que para PresidentA as relações internacionais não existem, nem aos vizinhos dá importância, e quando fala dá aquela barriga típica de quem não tem assessoria. Pelo menos se fosse o Lula... Inclusive as principais ações de integração regional ocorreram no governo Lula. Na Dilma se encontra pouco avanço e interesse real em avançar em novas temas e acordos.
E a imprensa? Esqueçam o que eles falam. Não sabem a diferença entre zona de livre comércio e mercado comum.
Essa é a diferença dos asiáticos. Entraram APEC, mas tinham uma plano e está sendo executado, obtendo benefícios. E como deixam os membros livres consegue compatibilizar Coreia, China, Japão, Rússia, Indonésia, Chile entre outros muito diferentes com interesses diferentes. Inclusive por que o conceito de zona de livre comércio é uma facilitação ao acesso aos mercados, proporcionando mais rapidez na negociação de abertura de determinados setores e produtos. Não é abertura total e automática. Muitos setores nunca serão liberalizados.
E ampliar o acordo EUA e Europa para uma Zona do Atlântico seria um um caminho natural. Seria uma fuga dos entraves em negociações da OMC para privilegiar uma dinâmica regional. Para o Brasil em muitos setores podem ser favorável. O temor é a falta de uma grande plano que saiba aproveitar as oportunidades e não acabar sendo uma Argentina dos anos 1990s II. E a Indústria brasileira não é coitada. Possui poder de competição bem maior do que a vá filosofia imagina. Os industriais nacionais choram chorar. Inclusive por isso que foi aceita na OMS o Brasil abrir mercados industrial também como forma de conseguir uma melhor relação com os europeus. O que falta é um plano de fato que saiba aproveitar as oportunidades.
Se bem que para PresidentA as relações internacionais não existem, nem aos vizinhos dá importância, e quando fala dá aquela barriga típica de quem não tem assessoria. Pelo menos se fosse o Lula... Inclusive as principais ações de integração regional ocorreram no governo Lula. Na Dilma se encontra pouco avanço e interesse real em avançar em novas temas e acordos.
E a imprensa? Esqueçam o que eles falam. Não sabem a diferença entre zona de livre comércio e mercado comum.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Somos distantes demais e temos complicações e custos demais para virar um México. Viraríamos uma África.Sterrius escreveu:Eu nem reclamaria da entrada do Brasil na nova alca se nossa industria tive-se alguma chance.
Mas nossa industria seria destruída na concorrência. Ela não é competitiva a esse ponto, e as vantagens não iriam repor os empregos e o lucro que elas dão. O lucro tb iria pra fora.
Com sorte viraríamos um México. Com azar nem isso.
De fato temos antes que resolver um monte de questões que limitam nossa produtividade e reordenar todo o nosso arranjo industrial, financeiro e produtivo antes e pensar em entrar em qualquer tipo de mercado comum com países mais avançados. Sem isso é pedir para acabar como uma Grécia ou um Portugal.
Leandro G. Card
P.S. O artigo do Loureiro que o Bourne colocou é muito lúcido. Pena não vermos mais como ele, só viúvas do maldito tripé se lamentando.
Editado pela última vez por LeandroGCard em Sáb Fev 16, 2013 10:02 am, em um total de 1 vez.
- LeandroGCard
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
De fato não é, mas o que você acha que empurrariam para o Brasil? Acha que buscariam apoiar o desenvolvimento daqui ou simplesmente exigiriam a abertura do mercado aos bens industriais que eles produzem em troca de nossos recursos naturais e alimentos, que de qualquer forma o oriente está disposto a pagar mais para obter? Como não temos nenhum plano de desenvolvimento ficaríamos sempre em situação de inferioridade, com alguns espertalhões ganhando muito dinheiro como intermediários das empresas estrangeiras e a maioria perdendo seus negócios e seus empregos. E o governo para variar ficaria amarrado e sem saber o que fazer (excluíndo-se é claro os políticos que se venderiam imediatamente aos empresários e banqueiros internacionais para aprovar as leis que fossem do interesse deles, o que aliás já acontece amiúde).Bourne escreveu:Mercado comum não é zona de livre comércio.
O Brasil está muito, muito longe de saber negociar em termos de comércio e relações internacionais, e tem ainda muito o que aprender e muito dever de casa para fazer antes de assumir compromissos de porte maior que acordos setoriais específicos. E mesmo estes devem ser estudados com muito cuidado.
Leandro G. Card
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
No dia que a presidência levar a sério as relações internacionais como resto do mundo deve aprender a negociar. Principalmente, que cada declaração, uma virgula a mais ou a menos, diferença de tratamento faz uma grande diferença com o resto do mundo. O chefe de estado não pode se comportar como um curioso nos comentários do youtube ou fórum da vida.
No comércio internacional os brasileiros não são entusiastas em ceder. Eles tem medo de negociar e o único pensamento deles é autoproteção e mercado interno. Para exportação é commodities devido a ter preço bom e não ter absorção interna. Salvo algumas empresas que descobriram que o mercado internacional é um bom negócio e podem se dar bem.
No comércio internacional os brasileiros não são entusiastas em ceder. Eles tem medo de negociar e o único pensamento deles é autoproteção e mercado interno. Para exportação é commodities devido a ter preço bom e não ter absorção interna. Salvo algumas empresas que descobriram que o mercado internacional é um bom negócio e podem se dar bem.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Um novo modelo macroeconômico: uma proposta para o debate
17 domingo
fev 2013
Fonte: http://jlcoreiro.wordpress.com/2013/02/ ... -o-debate/
Novo modelo macroeconômico, novo-desenvolvimentismo, proposta para os pré-candidatos a Presidencia da República
Em artigo publicado recentemente no Valor Econômico defendi a tese de que o debate sobre a permanência ou não do “tripé macroeconômico” herdado do segundo mandato de FHC é irrelevante, pois os objetivos para os quais o dito tripé foi desenhado – estabilização/redução da taxa de inflação e da relação dívida pública/PIB – foram obtidos e consolidados nos últimos 10 anos. O desafio agora consiste em desenhar um novo modelo que seja capaz de assegurar uma taxa de crescimento robusta e sustentável do PIB e o crescimento dos salários reais a um nível aproximadamente igual ao da produtividade do trabalho. O “tripé”,vivo ou morto, não foi desenhado para este fim; e o governo da Presidente Dilma Rouseff ainda não apresentou nenhuma proposta consistente para um novo modelo. Com efeito, a política econômica do governo parece ser conduzida de forma amadora e casuística, com medidas de política sendo implementadas ao sabor dos acontecimentos, sem estarem inseridas no bojo de um regime macroeconômico claro e consistente.
Um modelo macroeconômico consistente deve assegurar a obtenção simultânea dos seguintes objetivos: crescimento robusto do PIB, taxa real de câmbio competitiva, taxa de inflação baixa e estável, equilíbrio das finanças públicas e crescimento dos salários reais em linha com a produtividade do trabalho. Para obter esses objetivos propomos a adoção de um “quadripé” macroeconômico composto pela política fiscal, monetária, cambial e salarial.
A política fiscal deve ser pautada não mais pela meta de superávit primário, mas pela meta de superávit em conta-corrente do governo. O saldo em conta-corrente do governo é definido como sendo a diferença entre a arrecadação do governo e os gastos correntes do governo, o que inclui o pagamento de juros sobre a dívida pública, mas exclui os gastos com investimento. Grosso modo é o equivalente a “poupança do governo”. No Brasil atual o saldo em conta-corrente do governo é negativo em torno de 1,0% do PIB (resultado de um superávit primário aproximadamente igual a 2% do PIB, investimento próximo de 2% do PIB e juros aproximadamente iguais a 5,0% do PIB). Isso dá uma “poupança negativa” de 1,0% do PIB, o que explica, em parte, o nível baixo do investimento público.
Para acelerar a taxa de crescimento do PIB é fundamental que o governo aumente os investimentos públicos na área de infraestrutura, o que demanda um aumento considerável da poupança pública. Dessa forma, sugerimos a adoção de metas crescentes de superávit em conta-corrente do governo. A título de exemplo o governo poderia adotar uma meta de superávit em conta corrente de 0,5% do PIB em 2015 e aumentar gradualmente a mesma em 0,5% do PIB até alcançar 5% do PIB em 2025. Para que essa estratégia seja factível será necessária a introdução de um limite ao ritmo de crescimento dos gastos de consumo e de custeio do governo. Mais especificamente, para que o superávit em conta corrente do governo aumente a um ritmo igual a 0,5% do PIB por ano é necessário que os gastos correntes do governo aumentem a uma taxa igual a taxa de crescimento do PIB menos 0,5% ao ano. Considerando que, nas condições atuais da economia brasileira, o crescimento potencial do PIB é aproximadamente iguala 3,5% ao ano, então a taxa máxima de crescimento dos gastos de consumo de governo será de 3% a.a.
Deve-se ressaltar que esse processo de aumento progressivo da meta de superávit em conta-corrente não implica necessariamente numa contração fiscal caso o mesmo venha acompanhado de um aumento proporcional do investimento público. Nesse caso, o governo estará mudando apenas a composição do gasto público (menos consumo e mais investimento), não a sua magnitude.
Na política monetária o governo deve abandonar de vez o regime de metas de inflação e substituí-lo por um regime de “mandato duplo” a exemplo do FED nos Estados Unidos. Nesse caso, a política monetária terá como objetivo, fixado pelo governo, a obtenção de uma taxa robusta de crescimento do PIB e uma taxa de inflação baixa e estável (em torno de 4% a.a) Para evitar que a política monetária seja influenciada pelo ciclo político-eleitoral, a mudança do regime monetário deve ser acompanhada pela concessão formal (ou seja, em lei) de autonomia operacional para o Banco Central.
A obtenção de uma taxa robusta e sustentável de crescimento do PIB depende da manutenção da taxa real de câmbio num nível estável e competitivo a médio e longo-prazo. Para tanto, o Banco Central deverá administrar a taxa de câmbio nominal de tal maneira a manter o câmbio real em linha com o seu valor de equilíbrio industrial (a respeito do conceito e da mensuração da taxa de câmbio de equilíbrio industrial ver Marconi, N. 2012. The industrial equilibrium exchange rate in 2000: an estimation. Revista de Economia Política, Vol. 32, N.4). Para tanto, o Banco Central, além das políticas tradicionais de compra e venda de moeda estrangeira, deverá ter total autonomia para introduzir controles a entrada ou saída de capitais do país. Dessa forma, haverá uma significativa redução do grau de abertura financeira na economia brasileira, permitindo assim que a autoridade monetária controle juros e câmbio simultaneamente, contornando assim os problemas envolvidos no teorema da impossibilidade de Mundell.
Por fim, a política salarial deverá ter como meta a obtenção de uma taxa de crescimento dos salários nominais um ritmo aproximadamente igual a meta de inflação (a mesma tida como “alvo” da política monetária) e o ritmo de crescimento da produtividade do trabalho. Uma forma de se obter esse resultado será por intermédio da introdução de uma Tax Income Policy, na qual o governo cobraria um imposto extraordinário sobre o lucro das empresas que concederem aumentos salariais acima do patamar dado pela meta de inflação e pelo crescimento da produtividade do trabalho. Um reforço importante na política salarial será a mudança na política de reajuste do salário mínimo (a qual pode ser realizada a partir de 2015). Sugerimos que o salário mínimo seja reajustado a uma taxa igual a meta de inflação acrescida de 2% a.a, valor esse que podemos considerar como uma estimativa a respeito do crescimento médio da produtividade do trabalho na economia brasileira no longo-prazo. O objetivo da política salarial será fazer com que o custo unitário do trabalho em termos nominais aumente a uma taxa aproximadamente igual a meta de inflação, o que será um importante reforço no controle da taxa de inflação e na obtenção de uma taxa de câmbio competitiva a médio e longo-prazo. Deve-se ressaltar que essa política, de forma alguma, implica em “arrocho salarial” haja vista que ela é compatível com o crescimento do salário real a uma taxa aproximadamente igual ao ritmo de crescimento da produtividade do trabalho. Trata-se da única política salarial que é sustentável no longo-prazo. Qualquer outra coisa é puro e simples populismo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ainda sobre comércio exterior.
Bem esclarecer quando Mantega diz que está em casa e alguns pedem mais protecionismo.
Bem esclarecer quando Mantega diz que está em casa e alguns pedem mais protecionismo.
17/02/2013 - 05h39
Brasil está mais hostil para o exportador, segundo indicadores
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Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/12 ... ores.shtml
GUSTAVO PATU
RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA
Indicadores coletados pelo governo e pelo Banco Mundial apontam que o Brasil, além de ser um dos países mais inóspitos para o surgimento de empresas exportadoras, tem se tornado ainda mais hostil nos últimos anos.
Para especialistas, os resultados refletem a perda de competitividade da produção nacional e lançam dúvidas sobre a solidez do aumento do comércio com o exterior dos últimos anos.
Em uma base de dados elaborada pelo Banco Mundial com o desempenho de 45 países, a maioria emergentes, o Brasil aparece com a mais baixa taxa de entrada em sua lista de exportadores.
Entre 2006 e 2008, em média, apenas 22% das empresas exportadoras eram estreantes na venda para o mercado externo, contra 38% no conjunto das economias pesquisadas pela entidade.
Há dez anos, quando o volume exportado pelo país não chega a um terço do atual, a taxa de entrada brasileira chegava aos 30%.
DESCENDO O ABISMO
Números preocupantes, dizem os economistas Otaviano Canuto, Matheus Cavallari e José Guilherme Reis, autores do estudo "Exportações brasileiras: descendo um abismo ["cliff", em inglês] de competitividade".
"Novos exportadores são em média mais eficientes que os não exportadores. Taxas de entrada baixas e decrescentes podem ser associadas a baixa produtividade das firmas e/ou a altos custos para exportar", diz o texto.
"A exportação fortalece a empresa. Ela passa a conhecer seus adversários e se prepara para enfrentá-los melhor no mercado nacional. Se isso não acontece, ela acaba sendo engolida mais à frente pelos importados", afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.
As estatísticas mais atualizadas do Ministério do Desenvolvimento mostram que o número de exportadores cai no país desde 2007, quando foi adotado o atual método de contagem, que inclui as vendas pelos Correios.
Desde então, o número de empresas caiu de 20,9 mil para 18,6 mil no ano passado, embora as exportações tenham se elevado de US$ 160,6 bilhões para US$ 242,6 bilhões --mesmo com a queda contabilizada em 2012.
MAIS CONCENTRADAS
Em outras palavras, as exportações ficaram mais concentradas em menos empresas, em geral de maior porte. No mesmo período, aumentou a participação de produtos primários na pauta, com queda dos industrializados.
Segundo a Associação de Comércio Exterior, hoje cerca de mil empresas são responsáveis por 85% do total de exportações brasileiras.
O câmbio desfavorável --o dólar barato torna os produtos nacionais mais caros no exterior-- é frequentemente apontado como a principal razão para os resultados.
Segundo Welber Barral, consultor e ex-secretário de Comércio Exterior, o empresário brasileiro não é competitivo com o dólar abaixo de R$ 2, como ocorria até 2011.
"Abaixo disso você não consegue exportar. A não ser que seja algo muito especializado, de tecnologia de ponta, o que quase não temos." A advogada especialista em comércio exterior Carol Monteiro de Carvalho também afirma que o câmbio é a maior causa de desistência entre as empresas que a consultam. Segundo ela, a burocracia não é mais um entrave.
Para Canuto, Cavallari e Reis, embora o câmbio tenha de fato prejudicado a competitividade, fatores como o lento avanço da produtividade e o aumento dos custos de mão de obra também tiveram papel importante.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Banco do Brasil deve instalar escritório na Rússia
Autorização foi dada pelo Banco Central na última quinta-feira; falta o aval da autoridade monetária russa
Atualizado 17/02/2013 17:37
Brasília – O Banco do Brasil deve instalar escritório de representação em Moscou, “provavelmente no terceiro trimestre”, de acordo com o vice-presidente de Negócios Internacionais do banco, Paulo Rogério Caffarelli. A autorização foi dada pelo Banco Central (BC) na última quinta-feira (14). Falta o aval da autoridade monetária russa, mas Caffarelli disse que a negociação está adiantada. Instalar um escritório de representação é fácil, segundo ele, mas já existe entendimento que “se a coisa andar bem”, futuramente será aberta uma agência.
Caffarelli revelou que o objetivo é atender empresas brasileiras que se internacionalizam cada vez mais, e cita como exemplos a Embraer, a joalheria H. Stern, a fábrica de carrocerias Marcopolo, a Tramontina e o frigorífico JBS, dentre outros. Ele relaciona também clientes do BB que atuam na Rússia, como o Centro de Negócios Apex-Brasil e a Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo.
O executivo lembrou que as relações bilaterais Brasil-Rússia ganharam mais estatura nos últimos anos, a ponto de a corrente de comércio entre os dois países ter atingido US$ 5,9 bilhões em 2012, o que coloca o país europeu como 19º parceiro comercial brasileiro. Nossas exportações somaram US$ 3,1 bilhões, contra importações de US$ 2,8 bilhões, com superávit de US$ 350,1 milhões para o Brasil.
De acordo com Caffarelli, o BB vai atender as empresas brasileiras na Rússia, mas está de olho também na possível clientelização de empresas russas que porventura se instalem no Brasil, aproveitando a onda de internacionalização provocada pela globalização da economia. “É uma via de mão dupla”, observou.
Da mesma forma que o BB se preparou para aumentar sua presença no mercado internacional, que começou para atender as grandes concentrações de brasileiros nos Estados Unidos e no Japão, e depois se espraiou para outros países, Caffarelli afirmou à Agência Brasil que existe tendência de outros bancos globais também atuarem no Brasil.
Além das aquisições do Banco Patagônia, na Argentina, e do EuroBank, nos Estados Unidos, o BB reforça sua atuação na Europa, com o escritório na Rússia, e na Ásia, com a transformação do escritório de Xangai em agência e com a abertura de uma distribuidora de títulos em Cingapura, que permite ao BB a negociação ininterrupta de papéis 24 horas por dia.
De acordo com o banco, existem ainda outros estudos em andamento visando ao crescimento nos mercados latino-americano, africano e asiático. As analises abrangem 70% da economia global, incluindo os maiores e mais representativos mercados, tanto em tamanho e crescimento quanto em rentabilidade.
A intenção, segundo Caffarelli, é fazer com que o BB se consolide como banco de referência para empresas e indivíduos brasileiros, além de sul-americanos em geral no exterior, tendo para isso que aumentar a representatividade de suas operações internacionais.
Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noti ... -na-russia
Autorização foi dada pelo Banco Central na última quinta-feira; falta o aval da autoridade monetária russa
Atualizado 17/02/2013 17:37
Brasília – O Banco do Brasil deve instalar escritório de representação em Moscou, “provavelmente no terceiro trimestre”, de acordo com o vice-presidente de Negócios Internacionais do banco, Paulo Rogério Caffarelli. A autorização foi dada pelo Banco Central (BC) na última quinta-feira (14). Falta o aval da autoridade monetária russa, mas Caffarelli disse que a negociação está adiantada. Instalar um escritório de representação é fácil, segundo ele, mas já existe entendimento que “se a coisa andar bem”, futuramente será aberta uma agência.
Caffarelli revelou que o objetivo é atender empresas brasileiras que se internacionalizam cada vez mais, e cita como exemplos a Embraer, a joalheria H. Stern, a fábrica de carrocerias Marcopolo, a Tramontina e o frigorífico JBS, dentre outros. Ele relaciona também clientes do BB que atuam na Rússia, como o Centro de Negócios Apex-Brasil e a Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo.
O executivo lembrou que as relações bilaterais Brasil-Rússia ganharam mais estatura nos últimos anos, a ponto de a corrente de comércio entre os dois países ter atingido US$ 5,9 bilhões em 2012, o que coloca o país europeu como 19º parceiro comercial brasileiro. Nossas exportações somaram US$ 3,1 bilhões, contra importações de US$ 2,8 bilhões, com superávit de US$ 350,1 milhões para o Brasil.
De acordo com Caffarelli, o BB vai atender as empresas brasileiras na Rússia, mas está de olho também na possível clientelização de empresas russas que porventura se instalem no Brasil, aproveitando a onda de internacionalização provocada pela globalização da economia. “É uma via de mão dupla”, observou.
Da mesma forma que o BB se preparou para aumentar sua presença no mercado internacional, que começou para atender as grandes concentrações de brasileiros nos Estados Unidos e no Japão, e depois se espraiou para outros países, Caffarelli afirmou à Agência Brasil que existe tendência de outros bancos globais também atuarem no Brasil.
Além das aquisições do Banco Patagônia, na Argentina, e do EuroBank, nos Estados Unidos, o BB reforça sua atuação na Europa, com o escritório na Rússia, e na Ásia, com a transformação do escritório de Xangai em agência e com a abertura de uma distribuidora de títulos em Cingapura, que permite ao BB a negociação ininterrupta de papéis 24 horas por dia.
De acordo com o banco, existem ainda outros estudos em andamento visando ao crescimento nos mercados latino-americano, africano e asiático. As analises abrangem 70% da economia global, incluindo os maiores e mais representativos mercados, tanto em tamanho e crescimento quanto em rentabilidade.
A intenção, segundo Caffarelli, é fazer com que o BB se consolide como banco de referência para empresas e indivíduos brasileiros, além de sul-americanos em geral no exterior, tendo para isso que aumentar a representatividade de suas operações internacionais.
Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noti ... -na-russia
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
Liev Tolstói