MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3496 Mensagem por knigh7 » Sáb Jan 05, 2013 2:03 pm

do Correio Braziliense, de hoje

R$240 bi Retidos em Investimentos


Empresas preferem manter dinheiro no caixa a ampliar as fábricas que vão impulsionar a retomada do crescimento nacional. Donos do capital alegam incertezas na condução da política econômica e intervencionismo excessivo do governo

VERA BATISTA


Apesar de estarem supercapitalizadas, as empresas brasileiras estão longe de atenderem os apelos da presidente Dilma Rousseff para ampliar os investimentos produtivos e, dessa forma, ajudar o governo na retomada do crescimento econômico do país. Pesquisa realizada pela Consultoria Economática mostra que, juntas, as 221 maiores companhias com ações negociadas em bolsa de valores detêm R$ 240 bilhões em caixa, mas relutam em tocar projetos engavetados diante da onda de incerteza que tomou conta do Brasil e do mundo. Essa montanha de dinheiro é duas vezes maior do que os R$ 105 bilhões contabilizados em 2007, ano anterior ao estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, que provocou uma crise ainda longe de ser superada.

Entre os donos do dinheiro, é visível o temor do que eles chamam de "risco governo". A lista de queixas é enorme, a começar pelo controle da inflação. No entender do empresariado, a despeito das repetidas garantias do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o compromisso com o sistema de metas inflacionárias está mantido, há um incômodo generalizado com o fato de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estar há três anos muito distante dos 4,5% definidos como objetivo a ser perseguido pelo BC. O sentimento é de que impera no governo o pensamento de que um pouquinho mais de inflação ajudará a economia a ganhar fôlego — postura que já se mostrou equivocada em muitas ocasiões e custou caro ao setor produtivo.



Juros

Essa percepção se consolidou nos últimos dias, diante das manobras fiscais realizadas pelo Ministério da Fazenda para cumprir a meta de superavit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Como também já foi dito pelo presidente do BC, a economia integral para o pagamento de juros da dívida pública é fundamental para o controle da inflação. Mas como o governo está gastando além da conta, estimulando as remarcações de preços, os empresários temem que a autoridade monetária seja obrigada a elevar a taxa básica de juros (Selic) ainda em 2013. O indicador está em 7,25% ao ano, o menor patamar da história.

Mas não é só. Há um incômodo com o tabelamento disfarçado do dólar, enterrando o sistema de câmbio flutuante, o terceiro tripé da política macroeconômica que garantiu a estabilidade do país nos últimos anos e permitiu a ascensão de mais de 40 milhões de pessoas à classe média. "O problema não é só desmontar o tripé formado pelo sistema de metas de inflação, pelo câmbio flutuante e pelo ajuste fiscal. O governo adotou uma postura intervencionista que retraiu, de forma preocupante, o capital.

Essa ingerência se deu nos setores de petróleo, financeiro e de energia elétrica, só para citar alguns", diz César Bergo, economista da Corretora Openinvest.



Vizinhos aproveitam

Por meio dessas intervenções, o governo quer limitar o retorno do capital produtivo, o que é incompatível com uma economia de mercado. Assim, destaca Larissa Gatti Nappo, economista do Espírito Santo Investment Bank, em vez de investirem na ampliação de seus negócios, as empresas preferem ficar com o dinheiro em caixa, aplicado em títulos públicos, mesmo que rendendo 7,25% ao ano. "Não dá para imaginar as maiores companhias do país investindo no escuro, com regras instáveis e um quadro econômico incerto", assinala.

Nem mesmo os recentes incentivos ao setor produtivo, como a desoneração na folha de salários e os pacotes de concessão de rodovias, portos e aeroportos à iniciativa privada ajudaram a mudar o humor do capital. Pelo contrário, parte do dinheiro estrangeiro que poderia estar irrigando a economia nacional tem migrado para países vizinhos, que não fazem desaforo aos investidores. A lista de preferência recai sobre México, Colômbia, Chile e Peru.

"O susto provocado pelo governo, sobretudo quando decidiu reduzir o valor da conta de luz a qualquer custo, sem negociação, ainda não passou. Talvez isso ocorra no segundo semestre, se nenhuma outra ação intervencionista ocorrer, e se a atividade econômica mostrar reação", afirma Larissa Nappo. Por recuperação da atividade deve-se entender um PIB superior a 3% em 2013, resultado que vários especialistas ainda veem como inalcançável, depois do desempenho pífio do ano passado, de menos de 1% de expansão. "Quando ampliam as fábricas ou constroem novas unidades, os empresários querem ter a certeza de que terão para quem vender no futuro. E, neste momento, não veem isso", completa César Bergo.

Para Alex Agostini, economista-chefe da agência classificadora de risco Austin Rating, o governo não pode levar o país a perder um momento ímpar para se tornar uma nação menos desigual. No entender dele, é preciso dar um voto de confiança à presidente Dilma, que tem tomado medidas concretas para incrementar o crescimento econômico e reduzir os custos de produção. Ele diz ainda que o intervencionismo na Petrobras, ao segurar os preços dos combustíveis, e a falta de regras e indenizações no setor elétrico não mexem na economia como um todo. "Afetam apenas alguns segmentos. Da mesma forma, vejo como saudável a queda de braço com o setor financeiro. O governo precisava, sim, impor a redução dos juros para o crédito. Ninguém está investindo forte, por conta da crise internacional", justifica.

Segundo Agostini, a retomada da confiança virá compulsoriamente. "Os empresários não terão outra saída. Investirão, com certeza. Espere e verá", prevê.



Gastança desenfreada

A manobra contábil feita pelo governo para cumprir a meta de superavit de 2012 deteriora a política fiscal, mina a credibilidade da política econômica e levanta suspeitas de que esses artifícios possam ser usados também em 2013, avaliam especialistas. Nos últimos dias, o governo publicou uma série de medidas de triangulação financeira, envolvendo o Fundo Soberano, o Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização (FFIE), a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para engordar o caixa do Tesouro em R$ 19,4 bilhões em dezembro. Essas operações, publicadas no Diário Oficial da União, são legais, mas não são legítimas, avalia o economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa. Para ele, o governo deveria assumir que teve que adotar uma política fiscal expansionista no ano passado, devido à desaceleração econômica, e que, por isso, não deverá cumprir a meta de economia de R$ 139,8 bilhões.



Análise da notícia

Futuro ameaçadoDe nada adiantará a presidente Dilma Rousseff conclamar o empresariado a retomar os investimentos se o governo continuar com sua política tão confusa, uma hora recorrendo a artifícios contábeis para fechar as contas, outra anunciando medidas que afrontam a livre iniciativa. Há dinheiro de sobra no país para tirar a economia do marasmo, mas a insegurança é enorme, sobretudo pela postura autoritária do Palácio do Planalto e pela ineficiência de boa parte da equipe ministerial.

Se quiser realmente ver o Brasil crescendo mais de 4% ao ano, a presidente terá de se aproximar do empresariado, pegá-lo pela mão e assegurar que as regras serão respeitadas, a inflação ficará sob controle, a gastança do governo diminuirá e o sistema cambial se manterá flutuante. Está claro para todos que o governo Lula só conseguiu tocar a política social que tirou milhões de brasileiros da miséria e os incorporou ao mercado de consumo por causa da estabilidade econômica. Portanto, colocá-la em risco agora é comprometer o futuro do país. Um futuro que nos parecia tão próximo.

http://www.exercito.gov.br/web/imprensa ... .mode=view




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3497 Mensagem por knigh7 » Sáb Jan 05, 2013 2:10 pm

Folha de São Paulo, de hoje

Produção volta a cair e sinaliza 'ano perdido' para a indústria


IBGE aponta novo tombo em novembro, e expectativa é que 2012 feche com retração de 2,5%

Retomada verificada em outubro não se confirma; setores automobilístico, de petróleo e de minério de ferro puxam a queda



VENCESLAU BORLINA FILHO DO RIO



Sem reação aos estímulos do governo, a indústria deve fechar 2012 com queda de 2,5%, a maior desde 2009, quando sofreu os efeitos da crise financeira iniciada nos Estados Unidos.

A projeção do desempenho ruim se confirmou ontem, após a divulgação da pesquisa da produção industrial do IBGE referente a novembro: queda de 0,6% sobre o mês anterior e de 1% em relação ao mesmo período de 2011.

No acumulado do ano, a redução é de 2,6%.

"Esperava-se alguma reação no último trimestre de 2012, mas não é o que os dados dizem. Portanto, já se pode dizer que 2012 será um dos piores anos para a indústria", afirmou, em nota, o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Para o pesquisador Mauricio Canêdo Pinheiro, da FGV (Fundação Getulio Vargas), o governo não soube diagnosticar o problema da indústria: "2012 foi um ano perdido. Andou para trás. Os pacotes de benefícios não vão resolver o problema".

Para o Iedi, os resultados "decepcionantes" não confirmam a expectativa de retorno de um "razoável crescimento da indústria em 2013, o que seria indispensável para que o PIB (Produto Interno Bruto) voltasse a crescer no período".

Segundo o instituto, a indústria nacional vive uma crise caracterizada pela baixa competitividade e reduzida taxa de investimentos, que precisa ser atacada com esforços do governo e do setor para a inovação e os ganhos de produtividade.

"Ao governo cabe manter um ambiente competitivo, uma política econômica que não permita valorizações excessivas do real, ações efetivas para reduzir os custos do país e medidas de estímulo e indução dos investimentos privados", afirmou.

Para 2013, a consultoria LCA projeta alta de 4% na produção industrial, desde que o câmbio permaneça estável e desvalorizado e que as medidas de competitividade (desoneração da folha, redução energia e juros baixos) sejam mantidas.



RESULTADOS

A queda na produção industrial em novembro foi causada principalmente pela baixa extração de petróleo e minério de ferro e pela redução na fabricação de veículos.

As atividades estão ligadas às categorias que tiveram maior queda: bens de capital, intermediários e de consumo duráveis.

Segundo o IBGE, os resultados eliminaram parte do crescimento verificado em outubro, quando foram responsáveis pelo aumento de 0,9% (revisto para 0,1% por ajustes sazonais) na produção industrial.

Ainda de acordo com o IBGE, a queda na produção de veículos foi a maior desde janeiro de 2012, quando a indústria automotiva costuma dar férias coletivas.

Nos últimos três meses (setembro, outubro e novembro), a média da produção industrial caiu 1,2%, ante a alta de 2,1% verificada no trimestre anterior.

"Não se concretizou a recuperação ensaiada pela indústria nos meses anteriores", disse André Macedo, pesquisador do IBGE.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3498 Mensagem por knigh7 » Dom Jan 06, 2013 2:06 pm

do Estadão de hoje
FUNCIONALISMO INCHADO E CARO

Uma das caracte­rísticas da admi­nistração fede­ral nos últimos dez anos é o in­chaço da máqui­na estatal, com o aumento do quadro do funcionalismo e o consequente aumento dos gas­tos com pessoal. A chegada do PT ao poder, em 2003, repre­sentou uma guinada na política administrativa que vinha sen­do seguida desde o início da dé­cada de 1990 e que era marca­da por queda contínua do nú­mero de funcionários ativos. O projeto de Orçamento da União para 2013 prevê gastos de R$ 228 bilhões com pessoal, o triplo, em valores correntes, do que foi gasto com o funcio­nalismo em 2002, último ano da gestão Fernando Henrique Cardoso. Em valores reais, o au­mento é de 85%. Cada vez mais cara, a política de pessoal do PT reduz a capacidade de inves­timento do governo e retarda o crescimento da economia.

Desde o início do primeiro mandato de Lula, o número de funcionários vem crescendo, mas o custo do pessoal cresce mais depressa, em razão dos benefícios que os governos petistas vêm concedendo ao fun­cionalismo. Segundo o mais re­cente Boletim Estatístico de Pes­soal (referente a outubro de 2012), publicação mensal edita­da pelo Ministério do Planeja­mento, havia 992,0 mil servido­res ativos do Poder Executivo (civis e militares) em 1991. Em 1998, no primeiro ano da ges­tão FHC, o total havia sido re­duzido para 841,9 mil funcioná­rios e continuou a cair. Em 2002, último ano da gestão tucana, estava em 810,0 mil Em setembro de 2012, último dado disponível, tinha subido para 1.000,5 mil, com aumento de 23,5% durante a gestão petista.

Somados os ativos, inativos e pensionistas de todos os pode­res, o número de servidores fe­derais passou de 1.836.251 em 1995 (dado mais antigo informa­do pelo governo) para 2.099.280 em setembro de 2012.

Parte do aumento do número de servidores ativos do Executi­vo foi justificada pelo governo como necessária para recompor o quadro de pessoal de áreas es­senciais do governo e para forta­lecer atividades típicas do Esta­do. Mas essa recomposição, mesmo quando necessária, não obedeceu a critérios gerais e, em grande parte, atendeu a rei­vindicações específicas de deter­minadas carreiras, o que gerou distorções no sistema de remu­neração do setor público ou am­pliou as que já havia.

A política de pessoal do PT, além disso, ampliou a diferen­ça entre a remuneração média do setor público e a do setor privado. A remuneração média do funcionário civil da ativa do Executivo é de R$ 7.715 (a do militar é de R$ 3480); no Minis­tério Público Federal, de R$ 15.199; no Poder Legislativo, de R$ 16.245; e no Poder Judiciá­rio, de R$ 13.165.

Uma grave distorção do siste­ma de remuneração do setor pú­blico - vencimentos maiores pa­ra servidores inativos do que os dos funcionários da ativa - foi eliminada em algumas carreiras, mas persistem em outras, em condições ainda piores do que as de duas décadas atrás. Ela dei­xou de existir para os funcioná­rios do Banco Central (BC). Em 1997 (dado mais antigo disponí­vel), os aposentados do BC ga­nhavam, em média, 48,2% mais do que os funcionários da ativa; hoje, os servidores da ativa ga­nham, em média, 26% mais.

Em algumas áreas, a diferen­ça de ganhos entres servidores ativos e inativos caiu. No Minis­tério Público Federal, ela pas­sou de 67% em 1991 para 15% no ano passado; no Poder Judiciá­rio, de 52,6% para 29,6%. Mas a disparidade de remuneração en­tre inativos e ativos se ampliou para os militares. Em 1991, os militares da reserva ou reforma­dos ganhavam 82,3% mais do que os da ativa; a diferença pas­sou para 116% no ano passado. Também, para os servidores do Poder Legislativo a diferença cresceu; de 26,7% para 77,9%.

O Estado precisa, como afir­ma o governo, dispor de meios para cumprir seu papel. Mas dis­torções, falta de uniformidade e gastos crescentes, sem a cor­respondente melhora dos servi­ços públicos, vêm marcando a administração de pessoal do go­verno federal desde a chegada do PT ao poder, O resultado, em lugar de um Estado mais efi­ciente, é uma máquina mais in­chada e cara, o que exige a con­tenção de outras despesas, so­bretudo as que podem, impulsio­nar o crescimento, como os in­vestimentos em infraestrutura.

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3499 Mensagem por knigh7 » Dom Jan 06, 2013 2:15 pm

do O Globo de hoje


ESTELIONATO FISCAL
Miriam Leitão

Míriam Leitão



Pode levar anos para consertar o que a bagunça da atual administração da política econômica do Brasil tem feito. Aos poucos, está sendo dilapidado o patrimônio de solidez fiscal do país. Com truques contábeis, jeitinhos, mudanças de regras, invenções, o ministro Guido Mantega está minando o que o Brasil levou duas décadas para construir: a base da estabilização.

De todos os erros do ministro, esse é o pior. Mantega está tirando a credibilidade dos números das contas públicas. Mesmo quem acompanha o assunto já não sabe mais o valor de cada número que é divulgado.

O governo autorizou o resgate antecipado de R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano. Isso é 81% de um dos fundos do FSB. Além disso, o BNDES pagou R$ 2,3 bilhões e a Caixa R$ 4,7 bilhões, definindo esse dinheiro como dividendo antecipado para o Tesouro.

Está fabricando dinheiro. O Tesouro se endivida, manda o dinheiro para os bancos públicos, depois extrai deles recursos antecipados, alegando serem dividendos de balanços ainda nem fechados. Os recursos são registrados como arrecadação no fechamento das contas do ano. É estelionato fiscal.

Foram tantos truques em que dívida do Tesouro virou receita do governo para fingir o cumprimento de metas fiscais que hoje ninguém sabe dizer qual parte é confiável dos números que o governo divulga. Só com truques, diferimentos, transformismos e abracadabras, o Ministério da Fazenda conseguiu chegar à meta do ano.

A Caixa recebeu dinheiro público recentemente, e agora está antecipando dividendos ao Tesouro. A capitalização foi feita para fortalecer a instituição centenária da fragilidade financeira em que ficou após operações como a compra de 49% de um banco falido, no qual teve depois que despejar mais dinheiro.

As transferências para o BNDES aproximam-se de R$ 300 bi. Nascem como dívida, viram empréstimo subsidiado, e depois dividendo antecipado para o Tesouro. Com manobras circulares assim que se montou o mais nefasto e inflacionário dos mecanismos do passado, a conta movimento.

O Fundo Soberano era para ser um fundo de longo prazo onde fosse feito um esforço extra de poupança para momentos de crise. Em 2012 o país não cresceu, mas não foi ano exatamente de crise.

A mudança da Lei de Responsabilidade Fiscal é um atentado à viga mestra do edifício que os brasileiros construíram para ter uma moeda estável. Se a Fazenda considera que o custo da dívida dos entes federados ficou incompatível com a atual taxa de juros no Brasil, precisa abrir um debate amplo, sério e transparente para se encontrar a saída sem fazer rachaduras na sustentação da estabilidade.

Na época da renegociação, foram oferecidas duas taxas de juros aos devedores: quem fizesse um ajuste prévio pagaria 6%, quem não quisesse fazer pagaria 9%. A prefeitura de São Paulo escolheu não se ajustar e pagar mais. Agora, o governo está oferecendo a todos os juros de 4%.

A conta dos desatinos fiscais da atual equipe econômica chegará, mas quando os autores das artimanhas contábeis não estiverem mais lá para responder. Como sempre, a conta cairá sobre a população. O governo militar inventou artefatos de fabricação de dinheiro que produziram inflação. A democracia consumiu uma década para desarmar essas bombas. Os riscos a que o governo tem exposto o país são enormes.

Era preferível o governo ter simplesmente admitido que em 2012 arrecadou menos do que previa e, por isso, não pôde cumprir a meta. Ao mesmo tempo, se comprometeria a fazer esforço extra em ano de maior crescimento.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3500 Mensagem por irlan » Dom Jan 06, 2013 3:18 pm

Essa mulé tá fazendo alguma coisa de errado cara..acho se o Lula estivesse no poder isso não estaria acontecendo.




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3501 Mensagem por Brasileiro » Dom Jan 06, 2013 5:11 pm

Tipo time de futebol... primeiro ela tem de trocar o técnico, o Mantêiga.

Se isto não der certo, NÓS é quem vamos trocar de técnico, depois da copa de 2014, claro.



abraços]




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3502 Mensagem por Boss » Dom Jan 06, 2013 5:49 pm

Com a aprovação atual da Dilma, iremos a lugar algum.

Vamos depender dela e de sua equipe se tocarem e resolverem os problemas. Não que eu ache que o Aécio vá resolver, mas...




Editado pela última vez por Boss em Dom Jan 06, 2013 6:06 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3503 Mensagem por Bourne » Dom Jan 06, 2013 5:57 pm

O Mantega fala demais. Isso que mata. Quer se otimista e quando não dá certo não tem justificativa.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3504 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 06, 2013 8:30 pm

irlan escreveu:Essa mulé tá fazendo alguma coisa de errado cara..acho se o Lula estivesse no poder isso não estaria acontecendo.
Aconteceu, todos os presidentes do mundo quando com problema grave enrolam, só ver o Obhama...Anatole Kaletsky depois de muita analise em Capitalismo 4.0 escreveu sobre o comportamento "problema adiado é problema resolvido" :lol:


Mas, a receita para um país crescer foi dada antes de Cristo nascer para qualquer país, está em quase todo trabalho sobre contas públicas e ninguém segue.

“O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.”
Marcus Tullius Cícero - Roma, 55 A.C.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3505 Mensagem por Rodrigoiano » Seg Jan 07, 2013 2:38 am

O que pode diminuir a aprovação de Dilma é se não normalizar a questão das chuvas e no ano da véspera de Copa do Mundo e eleições, ocorrer racionamento/apagões. Aí vai ser sodas de aguentar o nível de popularidade...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3506 Mensagem por Rodrigoiano » Seg Jan 07, 2013 2:41 am

O que pode diminuir a aprovação de Dilma é se não normalizar a questão das chuvas e no ano da véspera de Copa do Mundo e eleições, ocorrer racionamento/apagões. Aí vai ser sodas de aguentar o nível de popularidade...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3507 Mensagem por Sterrius » Seg Jan 07, 2013 10:35 am

Tenso que aqui no Nordeste não chove, e já passa mais de 1 ano! Basicamente todos os açudes já secaram e isso tb afeta as hidrelétricas. Sei de cidade que está ae a 1 ano vivendo de caminhão pipa. A Seca de 98 ja deixou de ser a pior a meses.

Mas não se ouve praticamente nada fora da região pq o plano de abastecer essas cidades todas com água (Em grande parte com caminhões), tem funcionado pelo menos em boa parte (Mas o racionamento obviamente existe e já é rotina a 1 ano).

E aqui vc só vai ver chuva a partir de março. Interior com sorte em julho!

Logo 2014 com ou sem apagão aqui no nordeste eu não espero votarem em outra pessoa!




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3508 Mensagem por Clermont » Ter Jan 08, 2013 7:31 am

marcelo l. escreveu:Mas, a receita para um país crescer foi dada antes de Cristo nascer para qualquer país, está em quase todo trabalho sobre contas públicas e ninguém segue.

“O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.”
Marcus Tullius Cícero - Roma, 55 A.C.
Cícero só esqueceu que, para um orçamento ser equilibrado, é preciso que o governo pare de envolver a nação em aventuras militares no exterior, que provoca o aumento desmedido das forças armadas, com tudo de mau que isso acarreta: desequilíbrio orçamentário, e a criação de generais aventureiros como Júlio César. Um dos grandes e fatídicos males da República romana que acabou por destruí-la.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3509 Mensagem por marcelo l. » Ter Jan 08, 2013 10:36 am

Não existe aventuras militares na República Romana, e sim conquistas militares que fazem lógica dentro do modo de governar.

Afinal se Roma ficasse sem conquistar teria sido uma monarquia como muitas que existiam na Itália nunca teria chegado ao estágio que chegou. E se as conquistas não fizessem parte da lógica romana, apenas aventuras, eles seriam como outros povos antigos que depois de uma pequena campanha aceitavam uma trégua, mesmo com pequenos ganhos.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3510 Mensagem por Mathias » Ter Jan 08, 2013 2:24 pm

Publicado em 07/01/2013
Delfim: por que o “mercado”
está chateado com Dilma
Porque o Brasil não é mais o peru com farofa do “mercado”.



Brasília e a engrenagem

Antes de lembrar os inegáveis sucessos desses dois anos de governo da presidenta Dilma Rousseff na administração dos problemas da economia, decidi entrar direto na discussão do que me parece o maior desafio que ela terá de enfrentar (e vencer) nos dois anos que começam hoje, janeiro de 2013. O Brasil precisa aumentar fortemente o ritmo dos investimentos para voltar a crescer 5% ao ano, o que vai acontecer quando funcionar a engrenagem fundamental que move todo o sistema das economias de mercado, a confiança que deve existir entre o setor privado e o Estado.

Os investimentos retornarão quando se reforçar nos empreendedores a certeza de que serão tratados com justiça, com regras de jogo amigáveis aos mercados, claras e definitivas e com a garantia de que haverá respeito rigoroso à estabilidade dos contratos. De um lado, é vital que o setor privado entenda as dramáticas dificuldades que cercam a administração do Estado, aceitando o fato de que o poder incumbente é o regulador dos mercados para aumentar a competição num ambiente favorável aos negócios. Por sua vez, a administração do Estado deve manobrar com inteligência e paciência e obter a cooperação do setor privado para a realização de seus objetivos.

Nesses dois primeiros anos, desde a posse em janeiro de 2011, a presidenta Dilma Rousseff enfrentou e venceu outros graves desafios que pareciam insuperáveis, o maior deles uma elevadíssima taxa de juros que se eternizava. Administrado com extrema competência, o Banco Central comandou um sofisticado e cauteloso processo de redução dos juros, sustentado na mais alta instância política pela atenção direta da presidenta Dilma, até trazer o juro básico ao nível mais civilizado de 7,25%, em 12 meses. Isso depois de 15 anos de prática da mais alta taxa de juros do mundo, que alimentou uma sobrevalorização cambial, causando enormes prejuízos à manufatura nacional.

É de justiça reconhecer que, no exercício da política monetária, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mostrou-se muito mais antenado com a realidade brasileira e com a situação da economia mundial do que a maioria dos nossos “especialistas” do mercado financeiro e das próprias autoridades monetárias dos países ditos “centrais”. A redução da taxa de juros real foi um passo muito importante que vai ter consequências sérias no futuro. Não é sem motivo que nossos mais ativos e ousados fundos de investimento estão buscando, no exterior, alternativas para a redução dos rendimentos que obtinham no Brasil.

De dezembro de 2011 a novembro de 2012, a Bolsa mexicana aumentou 15% em moeda local e 23% em dólares; a colombiana, 14% e 22%, respectivamente, enquanto a Bovespa aumentou 1,6% em reais e perdeu 10% em dólares. Isso explica “o porquê” de o Brasil ter deixado de ser o queridinho que era do mercado financeiro, quando as aplicações rendiam, aqui, 30% ao ano, em dólares, graças à som@ do crescimento da Bovespa e da valorização do câmbio… Muitos ainda choram o fato de o Brasil não ser mais o pernil com farofa e ameixa oferecido nas festas neste fim de 2012 na City londrina ou em Wall Street.

O investidor nos setores de produção de bens não financeiros dá menos importância a esse fato, porque olha o mercado com “olhos mais longos” e vê um país com 200 milhões de habitantes, com renda per capita de 12 mil dólares, que, entre 2006 e 2011, cresceu à taxa anual de 3,2%, com uma inflação média de 5%, com uma sólida política fiscal (gráfico) e que recentemente foi classificado, pela Boston Consulting Group (BCG), entre 150 países, como o que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos seis anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população (em meio à crise que continua massacrando boa parte do mundo). O resultado da consulta é explicado pela inserção no mercado de uma ampla classe média, que vai diversificar seu consumo e exigir cada vez mais qualidade dos bens e serviços no futuro. E também explica a “sustentabilidade” em alto nível do prestígio internacional (e nacional) do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff.

A presidenta frequenta, ainda, nestes momentos finais do Ano-Velho e início do Ano-Novo, a pedreira da questão energética e não é só no caso da renovação das concessões das usinas hidrelétricas, mas também da partição da produção no pré-sal entre os entes da Federação. O encaminhamento das discussões para as Casas do Congresso Nacional é a solução correta. Não houve quebra de contrato no caso da energia nem de outros setores. Não é justo calcular a indenização das usinas pelo valor residual contábil, como pretendem alguns estados, porque ele incorpora todos os tropeços na construção de cada uma delas. Não foi razoável, porém, desrespeitar as relações impostas pela Federação, depois de ter rejeitado os pedidos de renovação que os estados fizeram no passado.

A presidenta Dilma agiu bem ao buscar solução para o sério problema do excessivo custo da energia no Brasil, uma questão complicada que está procurando corrigir, talvez, de uma maneira um pouco mais dura do que seria necessário, mas que precisa ser feita. Espera-se, finalmente, a convocação no segundo semestre de 2013 dos prometidos leilões.

As medidas tomadas no exercício das políticas monetária, fiscal e cambial estão na direção correta. Pode-se discutir a forma, mas elas estão corrigindo, ou tentando corrigir, alguns dos defeitos fundamentais da economia brasileira. Isso contempla desde a bem-sucedida política de queda da taxa de juros real, a recuperação da taxa de câmbio proporcionada pelo controle do movimento de capitais, as desonerações das folhas salariais, e o excepcional esforço para aumentar a inclusão social.

O governo, quando facilita o acesso ao crédito, quando estimula sua expansão, está promovendo o crescimento do consumo, deixando claro que esse modelo ainda tem muito que contribuir para a inclusão social. O que falta agora é um poderoso estímulo ao investimento privado e o restabelecimento de uma relação de confiança entre o governo e o setor privado.

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“Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não puderem levantar!”.
Mujica.
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