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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Dez 04, 2012 10:57 pm
por Boss
Governo prevê redução de 16,7% na tarifa de energia
Porcentual leva em conta que foram renovadas 100% das concessões de transmissão e 60% das de geração; governo esperava reduzir a conta de luz em cerca de 20%
04 de dezembro de 2012 | 17h 36
Notícia

Reuters e Agência Estado
Texto atualizado às 19h50

BRASÍLIA - O governo prevê a redução de 16,7% nas tarifas de energia elétrica a partir de 2013, considerando que 100% das concessões de transmissão com vencimento entre 2015 e 2017 foram renovadas e 60% das de geração, informou o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann nesta terça-feira. A expectativa do governo era de que a conta de luz pudesse ser reduzida em cerca de 20% para clientes residenciais e industriais.

Desse total de 16,7%, segundo o governo, 7 pontos porcentuais (pp) virão da diminuição dos encargos setoriais; 4,5 pp da queda das receitas em transmissão; e 5,1 pp da redução das tarifas de geração. Se todas as companhias tivessem aderido ao pacote, a contribuição na geração seria de 8,5 pp, o que faria com que a redução alcançasse os 20% previstos pelo Planalto.

Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, esse desconto virá nas contas de março, pois o recolhimento de alguns desses encargos deixará de ser feito a partir desse mês.

[destacar]Zimmermann responsabilizou as companhias estaduais Cesp, Copel e Cemig pela queda menor no valor da energia. "Essa diferença se deve às decisões da Cesp, Copel e Cemig", afirmou Zimmermann.[/destacar]

Segundo o secretário-executivo, assim como todo o País, a população dos Estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais também será penalizada pelas decisões de suas próprias companhias. "Não se entende a lógica que levou essas empresa tradicionais a não renovarem", afirmou. "As companhias não priorizaram o aspecto de trabalhar em um grande mercado como o brasileiro."

Na área de transmissão, todas as nove empresas que possuíam concessões assinaram os contratos. São elas: Celg, Cemig, Eletronorte, CTEEP, CEEE, Chesf, Copel, Eletrosul e Furnas. Já no setor de geração, as empresas que não aceitaram as condições propostas pelo governo foram Cemig, Cesp e Copel.

Do total de 25.452 megawatts que o conjunto dessas usinas representava, 15.301 megawatts foram renovados nas condições que o governo apresentou.

Novo leilão

Hubner afirmou ainda que as empresas que não renovaram os contratos de concessão são obrigadas a administrarem os ativos até que o governo faça um novo leilão. A usina de Três Irmãos, controlada pela Cesp, deverá passar por uma relicitação já no primeiro semestre de 2013. Já a usina de Jaguara, da Cemig, deve passar pelo processo na segunda metade do próximo ano.

"Empresa tem que administrar até o fim ou avisar ao governo que irá sair. Também podemos antecipar esse processo e assumirmos as usinas imediatamente", afirmou Hubner.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que as companhias podem até procurar a Justiça para tentar manterem esses ativos, mas o governo está seguro. "As empresas que não renovaram têm o direito a entrar na Justiça, mas as usinas são bens públicos. Estamos tranquilos em relação a isso, pois está na Constituição", completou.

Tomalsquim disse ainda que a disputa por essas usinas em um novo leilão poderá até reduzir ainda mais as tarifas de geração nesses empreendimentos. "A decisão dessas empresas é ruim pro País, mas pode ser ruim até mesmo do ponto de vista empresarial", afirmou o presidente da EPE, prevendo grande disputa por esses ativos.

Isso porque o próprio Hubner cravou que a Eletrobras irá participar desses próximos leilões. Segundo o diretor da Aneel, como essas usinas serão bastante atrativas, um novo de nicho de mercado poderá ser criado, atraindo novas companhias para o setor. "Não é preciso estar nem capitalizado, pois há financiamento disponível para a operação. E como não é preciso construir as usinas; é só chegar, administrar e receber", completou.

(Com Anne Warth e Eduardo Rodrigues, da Agência Estado)
Só três estatais, ironicamente, de três Estados governados pelo PSDB, deram pra trás. :roll:

Coincidência. As políticas energéticas de Minas, São Paulo e do Paraná devem ser bem parecidas. Não há politicagem.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 8:57 am
por prp
Essas três irão soltar dinheiro na mão do PSDB, já que elas ainda operarão as concessões até 2017, e o diálogo com o governo não está encerrado, ou seja, estão querendo encerrar o diálogo só no dia 1º de janeiro de 2014.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 8:57 am
por Penguin
Menos do mesmo

05/12/2012

ALEXANDRE SCHWARTSMAN

O resultado do PIB divulgado na semana passada foi decepcionante, não só pelo número em si, metade daquilo que todos esperavam (eu inclusive!), mas também, e principalmente, pela sua composição.

O investimento cedeu pelo quinto trimestre consecutivo, acumulando queda de quase 6% desde o pico observado em meados de 2011.

Tomados como proporção do PIB os investimentos caíram de 19,4% no segundo trimestre de 2011 para 18,1% no terceiro trimestre de 2012, nível mais baixo desde o fim de 2009, quando a economia ainda se recuperava da crise.

Não há como (nem por que) minimizar as consequências desse processo. No curto prazo, o investimento responde por parcela relevante da expansão da demanda interna.

Os demais componentes desta última (o consumo das famílias e do governo) têm mostrado certo vigor, crescendo a taxas médias próximas a 3,5% ao ano nos últimos trimestres, sugerindo que a baixa expansão da demanda doméstica resulta da fraqueza do investimento.

A médio e longo prazo, porém, as consequências são ainda mais graves, pois afetam a capacidade de crescimento sustentado.

Minhas estimativas (com o auxílio inestimável de Cristiano Souza) sugerem que cada 1% do PIB a mais de investimento eleva o crescimento sustentável entre 0,20% e 0,25% ao ano.

Se nossa avaliação estiver correta, portanto, a queda observada desde o segundo trimestre de 2011 nos custou algo em torno de 0,3% ao ano. Pode não parecer muito, mas em dez anos equivale a uma redução do PIB da ordem de 3%, isto é, cerca de um ano de crescimento perdido a cada dez.

O ponto central, no entanto, é entender os motivos por trás do fraco desempenho do investimento. Há certo consenso de que o ambiente externo, notadamente a incerteza que cerca a crise europeia, deva ser responsabilizado pela timidez da inversão em razão da elevação dos riscos a que submete qualquer projeto de investimento.

Não estou, porém, plenamente convencido. Muito embora esse elemento possa desempenhar algum papel no processo, ele me parece insuficiente para explicar a magnitude da queda observada no período recente.

Com efeito, se a crise internacional fosse o fator determinante da fraqueza do investimento, deveríamos observar um processo de queda sincronizada em vários países, em particular aqueles que compartilham (ou melhor, compartilhavam) certas características com o Brasil, como o peso das commodities nas exportações, assim como o regime monetário e cambial.

Isso, porém, não ocorre. A queda dos investimentos no Chile, na Colômbia e no Peru foi semelhante à ocorrida no Brasil entre 2008 e 2009; nos últimos trimestres, contudo, enquanto o investimento nacional segue em queda livre, naqueles países se observa precisamente o contrário.

Creio que a raiz do problema no Brasil esteja relacionada à evolução medíocre da produtividade. Tomada a valor de face, a propósito, a produtividade teria caído, visto que o PIB cresceu 0,9% entre o terceiro trimestre de 2011 e o mesmo período de 2012, enquanto o emprego cresceu 1,7%. Numa interpretação mais caridosa, porém, a tendência subjacente permaneceria positiva, porém modesta, em torno de 1,3% ao ano.

Já o salário real médio tem crescido entre 3% e 5% ao ano, o que implica elevação do custo real unitário do trabalho na casa de 2% a 2,5% ao ano, ou seja, redução equivalente dos lucros.

Dado que o investimento depende crucialmente da evolução esperada dos lucros, não é difícil concluir que esse fenômeno deva se encontrar no cerne do fraco desempenho da formação de capital.

Some-se a isso um governo intervencionista, que vem modificando drasticamente as regras do jogo, e temos a explicação para o quadro observado.

Noto, por fim, como se a conclusão não fosse triste o suficiente, que não há sinal de mudança de rumo na política econômica que possa alterar o estado das coisas. Podemos nos acostumar com o baixo crescimento: ele veio para ficar.

ALEXANDRE SCHWARTSMAN, 49, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley), ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica e professor do Insper. Escreve às quartas nesta coluna. http://www.maovisivel.blogspot.com

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 9:19 am
por marcelo l.
Proposta do Alex subir juros e cortar salários...afff. O que diria um dos Sábios da Economia contra o argumento dele:


Imagem

Por sinal, máxima que serve para todos tópicos de política internacional ou nacional.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 9:38 am
por Penguin
marcelo l. escreveu:Proposta do Alex subir juros e cortar salários...afff. O que diria um dos Sábios da Economia contra o argumento dele:


Imagem

Por sinal, máxima que serve para todos tópicos de política internacional ou nacional.
Ele disse isso?!
Isso não vai aumentar a produtividade e nem os investimentos.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 9:45 am
por marcelo l.
Sim. Livro I.

:D Encontrei na internet: Livro I, Cap VIII, p. 94 dá para ver na wikiquote 8-].

http://en.wikiquote.org/wiki/Adam_Smith

Como a modernidade é linda, nem precisa procurar o livro na estante.

Abraços.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 9:52 am
por LeandroGCard
Penguin escreveu:Creio que a raiz do problema no Brasil esteja relacionada à evolução medíocre da produtividade. Tomada a valor de face, a propósito, a produtividade teria caído, visto que o PIB cresceu 0,9% entre o terceiro trimestre de 2011 e o mesmo período de 2012, enquanto o emprego cresceu 1,7%. Numa interpretação mais caridosa, porém, a tendência subjacente permaneceria positiva, porém modesta, em torno de 1,3% ao ano.

Já o salário real médio tem crescido entre 3% e 5% ao ano, o que implica elevação do custo real unitário do trabalho na casa de 2% a 2,5% ao ano, ou seja, redução equivalente dos lucros.

Dado que o investimento depende crucialmente da evolução esperada dos lucros, não é difícil concluir que esse fenômeno deva se encontrar no cerne do fraco desempenho da formação de capital.

Some-se a isso um governo intervencionista, que vem modificando drasticamente as regras do jogo, e temos a explicação para o quadro observado.

Noto, por fim, como se a conclusão não fosse triste o suficiente, que não há sinal de mudança de rumo na política econômica que possa alterar o estado das coisas. Podemos nos acostumar com o baixo crescimento: ele veio para ficar.

ALEXANDRE SCHWARTSMAN, 49, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley), ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica e professor do Insper. Escreve às quartas nesta coluna. http://www.maovisivel.blogspot.com
Este cara gosta de colocar a carroça na frente dos bois.

Não é a baixa produtividade que reduz o investimento, é o baixo investimento que reduz a produtividade. Ee as decisões de investimentos da iniciativa privada incluem justamente as estimativas de custo da mão de obra (quanto mais se percebe que a mão de obra vai encarecer mais se investe para minimizar a necessidade dela). Além disso nos setores industriais, que são os que não estão investindo, os custos com mão de obra na grande maioria dos casos representam uma fração pequena do custo total de produção, então aumentos de 2 a 3% nestes custos significam perdas de apenas uma fração disso nos lucros. No setor de serviços sim o custo da mão de obra pode ser muito mais importante, mas este setor vai muito bem obrigado.

E ele chama ogoverno de intervencionista, mas é público e notório que as regras de funcionamento de nossa economia nas últimas décadas estão erradas e precisam ser mudadas, o que evidentemente demanda intervenção do governo.

Ele está apontando suas armas para o lado errado. Deveria estar falando na falta de coordenação das ações do governo, da relutância em atacar os problemas da administração (excesso de burocracia, ineficiência e custo excessivo da máquina do governo), da incapacidade gerencial nos investimentos públicos, etc... . E se a intenção não fosse apenas criticar o governo poderia falar também da baixa qualidade dos gestores das empresas privadas nacionais, extremamente provincianas e mais acostumados a ganhar dinheiro com as aplicações financeiras que com atividades realmente produtivas.


Leandro G. Card

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 10:59 am
por marcelo l.
Penguin escreveu: Isso não vai aumentar a produtividade e nem os investimentos.
Bom, Penguin é verdade, olhando assim não vai melhorar, mas vamos o pai do milagre, o Soto, como ele pensa:

http://www.foreignpolicy.com/articles/2 ... r?page=0,1

O plano do Peru começou pensando no investimento embaixo com essa riqueza criada vc tinha excedente para a pessoa investir em consumo, cultura e educação, isso vai alavancar pela sociedade melhoria da mão de obra etc.

Mesmo, Japão e Corea não tiveram seus maiores ganhos de produtividade da história através do desemprego ou corte de salários e eram governos que regulavam fortemente a economia, foi dado principalmente no Japão muito poder para os gerentes na época.

Cortar salários ou criar desemprego artificial para aumentar a produtividade é só lembrar do exemplo dele e a cara de amuado dele quando foi demitido do Santander e contratou-se outro com salário mais baixo que faz a mesma coisa, qual foi o ganho de produtividade?

Desemprego e queda de renda nunca melhorou a situação do país só ver a Enrrolândia, africanos, países árabes, latino americanos etc, apenas trabalho e investir no trabalho, frisando sempre sem trabalho e propriedade não existe fórmula mágica para um país crescer ou ser independente.

Abração.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 11:08 am
por marcelo l.
Acordo foi melhor que o esperado para Cteep
Autor(es): Por Claudia Facchini | De São Paulo
Valor Econômico - 05/12/2012


Empresa receberá indenização corrigida por uma taxa de juro de 4% ao ano, mais IPCA, afirma Alarcón, presidente do conselho da transmissora

A Companhia de Transmissão Paulista (Cteep) surpreendeu positivamente os analistas de investimentos ao informar que receberá parte de sua indenização em parcelas corrigidas pelo IPCA mais uma taxa de juro de 4% ano. Os valores, que se referem à linhas de transmissão construídas antes de 2000, serão pagos ao longo de 30 anos à companhia pelo governo federal.

A aplicação de uma taxa de juro de 4% ano à indenização é, por enquanto, apenas uma promessa de Brasília. A empresa espera que o governo divulgue uma portaria, regulamentando o acordo.

Os investidores receberam bem a notícia. As ações da Cteep subiram 5,6% ontem e foram a maior alta do Ibovespa. Os papéis anularam as perdas do pregão de segunda-feira, quando o mercado reagiu mal à decisão da companhia de aceitar a renovação de seus contratos de concessão. A remuneração de 4% ao ano não era conhecida pelos investidores até o momento e muda o cenário para a transmissora.

Segundo o presidente do conselho de administração da Cteep, Luís Fernando Alarcón, a taxa de juro foi informada à companhia em suas "conversas" com o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, e pelo representante do Ministério das Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann. O percentual de 4% baseia-se nos títulos do Tesouro, disse o executivo.

"Acreditamos que a informação esteja certa por se tratar de altos funcionários do governo", afirmou Alarcón, ao responder às suspeitas dos analistas sobre a intenção do governo de manter a promessa. "O governo muda de posição a toda hora. E caso essa promessa feita não seja confirmada?", perguntou uma analista, em teleconferência realizada pela manhã.

"Não haveria sentido lógico e econômico [se não houvesse uma correção por uma taxa de juro]", disse Alarcón, ao se referir ao prazo de 30 anos para o pagamento dos valores. Até ontem, os analistas sabiam apenas que as parcelas seriam corrigidas pela inflação.

A Cteep calcula que terá direito a receber R$ 3 bilhões pelos investimentos não amortizados nas linhas de transmissão construídas antes de 2000, além dos R$ 2,9 bilhões já anunciados para as linhas construídas depois desta data.

A Aneel, porém, ainda não revelou os valores que serão reembolsados para os ativos em operação antes 2000. Inicialmente, essas linhas não iriam receber nenhuma indenização, mas o governo voltou atrás para incentivar as empresas a renovar seus contratos.

A Cteep afirmou que terá de reduzir seu endividamento para se ajustar à sua nova realidade a partir de 2013, quando suas receitas cairão com a entrada em vigor das medidas. "Teremos de redimensionar a companhia e a alavancagem é um tema prioritário", afirmou Reynaldo Passanezi Filho, diretor de relações com investidores.

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Para não postar muito...a quebra do BVA

http://exame.abril.com.br/negocios/empr ... ontrolador
"a instituição financeira desviou 135 milhões de reais para a empresa Peg Cred Promotora de Vendas e Participações. Boa parte desses recursos, 101 milhões de reais, foi repassada a executivos do banco, sendo 31 milhões de reais, em 2010, e 70 milhões de reais, em 2011. Esses valores representam 35% e 111% do lucro líquido e 6,1% e 9,3% do patrimônio líquido do BVA nos últimos dois anos, respectivamente. Essa operação, aponta o documento, contribuiu para o agravamento da situação financeira do banco" . Ou seja, enviaram $$ para empresa do dono...

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 12:50 pm
por JT8D
LeandroGCard escreveu:
Penguin escreveu:Creio que a raiz do problema no Brasil esteja relacionada à evolução medíocre da produtividade. Tomada a valor de face, a propósito, a produtividade teria caído, visto que o PIB cresceu 0,9% entre o terceiro trimestre de 2011 e o mesmo período de 2012, enquanto o emprego cresceu 1,7%. Numa interpretação mais caridosa, porém, a tendência subjacente permaneceria positiva, porém modesta, em torno de 1,3% ao ano.

Já o salário real médio tem crescido entre 3% e 5% ao ano, o que implica elevação do custo real unitário do trabalho na casa de 2% a 2,5% ao ano, ou seja, redução equivalente dos lucros.

Dado que o investimento depende crucialmente da evolução esperada dos lucros, não é difícil concluir que esse fenômeno deva se encontrar no cerne do fraco desempenho da formação de capital.

Some-se a isso um governo intervencionista, que vem modificando drasticamente as regras do jogo, e temos a explicação para o quadro observado.

Noto, por fim, como se a conclusão não fosse triste o suficiente, que não há sinal de mudança de rumo na política econômica que possa alterar o estado das coisas. Podemos nos acostumar com o baixo crescimento: ele veio para ficar.

ALEXANDRE SCHWARTSMAN, 49, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley), ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica e professor do Insper. Escreve às quartas nesta coluna. http://www.maovisivel.blogspot.com
Este cara gosta de colocar a carroça na frente dos bois.

Não é a baixa produtividade que reduz o investimento, é o baixo investimento que reduz a produtividade. Ee as decisões de investimentos da iniciativa privada incluem justamente as estimativas de custo da mão de obra (quanto mais se percebe que a mão de obra vai encarecer mais se investe para minimizar a necessidade dela). Além disso nos setores industriais, que são os que não estão investindo, os custos com mão de obra na grande maioria dos casos representam uma fração pequena do custo total de produção, então aumentos de 2 a 3% nestes custos significam perdas de apenas uma fração disso nos lucros. No setor de serviços sim o custo da mão de obra pode ser muito mais importante, mas este setor vai muito bem obrigado.

E ele chama ogoverno de intervencionista, mas é público e notório que as regras de funcionamento de nossa economia nas últimas décadas estão erradas e precisam ser mudadas, o que evidentemente demanda intervenção do governo.

Ele está apontando suas armas para o lado errado. Deveria estar falando na falta de coordenação das ações do governo, da relutância em atacar os problemas da administração (excesso de burocracia, ineficiência e custo excessivo da máquina do governo), da incapacidade gerencial nos investimentos públicos, etc... . E se a intenção não fosse apenas criticar o governo poderia falar também da baixa qualidade dos gestores das empresas privadas nacionais, extremamente provincianas e mais acostumados a ganhar dinheiro com as aplicações financeiras que com atividades realmente produtivas.


Leandro G. Card
Pois é Leandro, mas alguns economistas parecem discos quebrados a repetir eternamente a mesma receitinha infantil, que coincidentemente está alinhada com os interesses deles próprios e de seus patrões.

Abraços,

JT

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 1:55 pm
por Bourne
É ALEXANDRE SCHWARTSMAN!!! Em si não tem novidade no texto. A não ser a radicalização por que está escrito no site "mão invisível". Posição ideológica no debate é bem comum. Todos de alguma forma são comprometidos com determinadas posições.

Entretanto, o problema do crescimento se basear no consumo e, portanto, ser insustentável e baixo é conhecida há anos. Nenhuma novidade do problema mostrado no texto. A discussão é mais como mudar o modelo para lago aceitável e consistente. O que mais tem nos encontros e revistas acadêmicas é sobre isso. É claro que mostrando posições diversas. Algumas páginas atrás postei os textos do Oreiro, Nakano que atacam o problema por outra interpretação.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 2:03 pm
por Penguin
marcelo l. escreveu:Sim. Livro I.

:D Encontrei na internet: Livro I, Cap VIII, p. 94 dá para ver na wikiquote 8-].

http://en.wikiquote.org/wiki/Adam_Smith

Como a modernidade é linda, nem precisa procurar o livro na estante.

Abraços.
Me referia ao Alex... :wink:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 2:59 pm
por marcelo l.
Vamos ao Alex, ele é bom sujeito, mas ele tem as posições conhecidas. A questão dos juros, ele foi contra ao atual ciclo de queda do Tombini por considerar que o BC deve mirar dentro do Centro da Meta.

O centro do meta seria visto pelos agentes do mercado a independência do BC e a seriedade no combate da inflação e investiriam. É a ideia que a inflação baixa, mesmo com juros seria um ambiente favorável para negócios.

A questão dos salários vamos ao texto atual dele:
" Já o salário real médio tem crescido entre 3% e 5% ao ano, o que implica elevação do custo real unitário do trabalho na casa de 2% a 2,5% ao ano, ou seja, redução equivalente dos lucros".
O que infere: Ou corto salários, congelo, ou flexibilizo as leis trabalhistas. Só vou comentar o flexibilizar nesse quadro que o patrão aceita um aumento real médio alto por causa da falta de oferta, parte da flexibilização iriam no mundo teórico para os trabalhadores (só penar em projetar cenários possíveis).

É um pensamento resumido dele com comentários.

Agora o próprio bom nome das privatizações, como ouvi dele, em particular Penguin, meu deus nos contratos atuais de concessões elétricas não tem regras claras para quando elas vencem em termos de valores de ressarcimento :shock:, e olha até onde sei a atual lei de concessão seria obrigado as concessionárias a devolver os ativos.

Não é algo contra as privatizações, mas dizer que não precisa intervir nos contratos ou muda-los, soa-me estranho, hoje eu posso ler mil explicações por que não se mexer em nada e até entender, mas venceu o contrato e aí? Claro que iria ter intervenção de qualquer governo, não dá para algo assim não ser claro, 7bi para 1,7 bi não é interpretação, é falta de uma regra mesmo.

Mas, espero ter sido claro e bem resumido, veja gostei do texto, só acho que tinha que colocar minhas estranhezas.

Abraços,

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 6:22 pm
por JT8D
Bourne escreveu:É ALEXANDRE SCHWARTSMAN!!! Em si não tem novidade no texto. A não ser a radicalização por que está escrito no site "mão invisível". Posição ideológica no debate é bem comum. Todos de alguma forma são comprometidos com determinadas posições.

Entretanto, o problema do crescimento se basear no consumo e, portanto, ser insustentável e baixo é conhecida há anos. Nenhuma novidade do problema mostrado no texto. A discussão é mais como mudar o modelo para lago aceitável e consistente. O que mais tem nos encontros e revistas acadêmicas é sobre isso. É claro que mostrando posições diversas. Algumas páginas atrás postei os textos do Oreiro, Nakano que atacam o problema por outra interpretação.
Acho que não se deve perder de vista que um economista que dá consultoria a grandes corporações não pode nunca ser considerado imparcial. Seria o mesmo que considerar isentas as análises políticas de um político :mrgreen:

Abraços,

JT

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Dez 05, 2012 7:00 pm
por Bourne
Os artigos e trabalhos são opiniões embasadas. Se fosse só constatação imparcial não teria o que discutir. Nem eu sou imparcial e está nos artigos acadêmicos que escrevi. A ciência em geral é muito baseado no "eu acho embasado". :lol:

Não é pelo PhD em Berkeley que terminou em 2000. O Alexandre Schwartsman sempre foi o homem do mercado financeiro. Era um dos caras que participou do primeiro governo Lula. Não pela qualificação e contribuição, mas pelos agentes financeiros serem simpáticos. Depois voltou para a trabalhar no mercado mais valorizado. A opinião dele possui certa visão benéfica de uma liberalismo, mas acima de tudo defende interesses dos clientes. Ele não é consulto, mas chefe.

Para quem não lembra :mrgreen:

http://epocanegocios.globo.com/Revista/ ... ANDER.html