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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Set 21, 2012 10:24 pm
por Bourne
preços exagerados em alguns pontos de algumas cidades, principalmente Rio, São Paulo e Brasília, mas está longe de ser uma "bolha" nacional.

Leandro G. Card
A especulação no setor imobiliário é algo normal regionalmente, dependendo do interesse sobre o bairro, perspectivas de crescimento, degradação, empreendimentos que podem surgir entre outros. O que não é tão. A política de zoneamento municipal consegue reduzir os efeitos e, mesmo que estoure, não muda tanto.

Estava pesquisando sobre os custos das residências em Florianópolis, Ponta Grossa e Curitiba nos últimos meses. O mesmo padrão de casa nova em um bairro de classe média possui a variação de mais de R$ 100 mil.

Quando se fala de “bolha” está em um aumento de preço sem motivo real, tendo como principal motivação aproveitar o bom momento do mercado e os consumidores e produtores aproveitarem para terem ganhos de oportunidade. O que acontece em qualquer mercado em situação semelhante.

O que vem ocorrendo no Brasil é o aumento sucessivo dos imóveis nas áreas urbanas, beneficiadas pelo crescimento da economia, maior crédito e boas perspectivas em geral. Considerando isso, as construtoras conseguem vender os imóveis a preços mais altos e os compradores aceitam também motivados pela percepção que podem vender mais caro no futuro.

Para entender quem são os defensores da bolha é necessário entender como eles pensam e a discussão teórica sobre sistema financeiro que está por trás das conclusões.

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Os partidários da existência e formação de uma bolha imobiliária como Adolfo Sachsida (artigo abaixo). Não chegam a atacar a elevação e preços em si, mas sim a intervenção estatal no sistema financeiro e em economia em geral.

http://bdadolfo.blogspot.com.br/2012/09 ... -2015.html

Eles consideram que os programas de crédito direcionado e subsidiado pelas instituições públicas geram distorções. A principal é não incentivar a formação de poupança, devido as taxas de juros proporcionarem baixa remuneração e, portanto, não a motivação para poupar, mas sim gastar. As demais relacionadas estão proporcionar uma má sinalização da remuneração e preços levando a ineficiência, como também ascender movimentos de instabilidade, bolhas e crises financeiras. Isto ficou conhecido na literatura como “repressão financeira” e a solução está em reduzir a intervenção estatal para o mínimo, incluindo privatizar bancos públicos e extinguir programas de direcionamento de crédito. Originados nos modelos de McKinnon-Shaw.

MCKINNON, R. I. (1973). Money and capital in economic development. Washington, D. C.: Brookings Institute,

SHAW, E. S. (1973). Financial deepening in economic development. New York: Oxford University.

Por isso que o Sachsida, Nakane e Costa e um monte de gente do banco central e outros defendem que existe uma bolha, fomentada pelos bancos públicos e programas de direcionamento de crédito, redundando em uma situação insustentável que irá gerar uma crise por falta de poupança e alocação ótima de fundos. Esta é a explicação pelas elevadas taxas de juros. Cheguei a ler estudos em que a elevada concentração bancária no país não constitui um fator relevante para altas taxas de juros, nem mesmo é caracterizada como oligopólio. E, se fosse caracterizado o oligopólio, o CADE deveria intervir, proibir fusões e propor separações dos grandes bancos. Assim, tratando as instituições financeiras como qualquer empresa produtiva.

COSTA, A. C. A.; NAKANE, M. I. (2005). Crédito direcionado e custo das operações de crédito livre: uma avaliação do subsídio cruzado do crédito imobiliário e rural no Brasil. Relatório de Economia Bancária e Crédito. Brasília: Banco Central, 2005, p. 29-43.

COSTA, A.; LUNDBERG, E. (2004). Direcionamento de crédito no Brasil: uma avaliação das aplicações obrigatórias em crédito rural e habitacional. Economia Bancária e Crédito: avaliação de 5 anos do Projeto Juros e Spread Bancário. Brasília: Banco Central, dezembro, p. 49-62.

SEGURA-UBIERGO, A. (2012). The puzzle of Brazil’s high interest rates. IMF Working Paper, n. WP/12/62. Disponível em: < http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2012/wp1262.pdf > Acesso em: 31 jan. 2012.

Os defensores dos problemas da “repressão financeira” ganharam força a partir dos anos 1960/1970 e se consolidaram em 1980/1990 nos países desenvolvidos. Eles que são responsáveis pela pregação da liberalização e desregulamentação financeira. Construções teóricas posteriores adicionaram o principio que os agente são racionais e os mercados perfeitos existem. A intervenção estatal só é desejável para a regulação dos agentes.

Foi a ideia exportada para o mundo. Alguns países como Argentina e México adoram este plano com empolgação. O resultado abriram os mercados financeiros nacionais a instituições estrangeiras, privatizaram os bancos públicos e cortaram o crédito direcionado. O resultado são sistemas bancários desnacionacionalizados e sem capacidade de financiar a estrutura produtiva e políticas industriais, devido ao financiamento dos projetos serem uma das partes importantes. Inclusive na Argentina chagaram a adotar a dolarização, aumentando a dependência das variações da liquidez internacional e do desempenho da balança de pagamentos e fluxo de capitais especulativos. Aprofundada com a crise do México em 1994/1995. O que levou a crise do fim dos anos 1990 que destruiu a capacidade produtiva argentina que até hoje não foi recuperada.

Outros países emergentes foram bem mais comprometidos com objetivos internos e eram céticos em relação aos benefícios de desmontar o sistema financeiro e promover a “desrepressão financeira”.

Um exemplo é Coreia que construiu a estrutura produtiva baseada na relação entre os conglomerados industriais e bancos públicos, disciplinando a estrutura financeira e ajuda externa para objetivos de política industrial. Eles foram realmente obrigados a mudar o sistema com a crise de 1997/1998, aceitando a entrada de instituições estrangeiras. Entretanto, a participação estrangeira passou de 2,2% para 20% em 2005. Ao mesmo tempo o governo implementou o plano de transformar a Coreia no centro de distribuição e exportação de serviços financeiros para a Ásia. Fortalecendo o Korean development Bank como um dos maiores bancos de investimento do mundo e outras instituições para ação no exterior.

Outro exemplo é o Brasil. As reformas financeiras implementadas no Brasil nos anos 1990s não levaram a liberalização total como ocorreu no México e Argentina. As mudanças foram restritas e controladas. Os bancos públicos federais foram reestruturados e fortalecidos na década de 2000, em conjunto com a manutenção e ampliação dos canais de crédito direcionado e empréstimos públicos. Não por acaso o BNDES é de tamanho parecido com o Korean development bank. As instituições privadas se fortaleceram e foram capazes de fazer frente as instituições estrangeiras e as expulsarem no começo do ano 2000, por não conseguirem penetrar no mercado. Mesmo hoje, as instituições estrangeiras preferem emprestar para pequenos bancos do se aventurar no mercado de varejo.

FREITAS, Maria Cristina. (2010). Internacionalização do sistema bancário: os casos do Brasil, Coreia e México. In: III Encontro da Associação Keynesiana Brasileira, de 11 a 13 de agosto.

DE DEOS, S. (Coord.). Perspectivas do Investimento na Dimensão do Mercosul e da América Latina. Rio de Janeiro: UFRJ, Instituto de Economia, 2008/2009. 240 p. Relatório integrante da pesquisa “Perspectivas do Investimento no Brasil”, em parceria com o Instituto de Economia da UNICAMP, financiada pelo BNDES. Disponível em: < http://www.projetopib.org/?p=documentos >. Acesso em 10 out. 2009.

O que aconteceu na Coreia e Brasil é muito semelhante a como países desenvolvidos encararam o processo de liberalização e desregulamentação. Nem em sonho os alemães vão se desfazer do banco de desenvolvimento deles, o KfW, ou os EUA cortarem os créditos direcionados aos pequenos negócios e desenvolvimento de novas tecnologias. A tentativa de construção do mercado bancário e financeiro único tentava seguir essa linha. A liberalização intrazona foi muito boa para os exportadores de capital como Alemanha e Grã-Bretanha.



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Na década de 2000s, as vozes destoantes sobre a necessidade de atacar a “repressão financeira” ganharam força. O ceticismo em relação aos efeitos benéficos dos modelos começou a emergir, principalmente com a série de crises dos anos 1990 e inicio de 2000. Os próprios defensores destes programas começaram a se esforçar para tentar defende-los. Em 2001, o McKinnon declara que os projetos de liberalização e desregulamentação financeira estão certos apesar das crises, o eu se precisa é de mais regulação e atenção as fragilidades ao longo do processo. Outro famoso, Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, começa a falar que existia uma bolha no mercado imobiliário norte-americano, mas que seria absolvida pelo mercado com o tempo.

Entretanto, como no período entre 2003-2008 a economia mundial esteve em um bom momento, estável e sem crises as críticas foram adormecidas. O ponto que emerge novamente a discussão e descrença a respeito das políticas de desrepressão financeira está na crise financeira norte-americana iniciada em 2007 no mercado imobiliário, seguida da crise europeia a partir de 2008.

A partir deste ponto a analise baseada em atacar a intervenção estatal devido a perfeição dos mercados financeiros e racionalidade dos agentes começa a ser criticada de todos os lados. Isto não quer dizer que apareceram os radicais que querem destruir tudo, mas sim fortalece gente como Joseph Stiglitz, Ross Levine, Frank Allen, Ben Bernanke, Jan Kregel, Philip Arestis, Krugman e outros que descreem nos mercados eficientes e racionalidade dos agentes. Portanto, colocam como fundamental discutir estruturas institucionais, elementos psicológicos, evolucionários, fragilidade financeira e regulação para fazer os mercados financeiros serem mais estáveis e cumprirem seu papel na estrutura industrial e desenvolvimento. Abrangendo simpáticos como Allen, intermediários como Stiglitz e radicais como Kregel.

ALLEN, Franklin et al. (2010). How important historically were financial system for growth in the U.K., U.S., Germany, and Japan.

Demirguç-Kunt, Asli; Levine; Ross. (2004). Financial structure and economic growth: perspective and lessons. In: Demirguç-Kunt, Asli; Levine; Ross. (Orgs.). Financial structure and economic growth: a cross-country comparison of bank, markets, and development. MIT Press, capítulo 1, p. 3 – 14.

DOOLEY, Michel; FOLKERTS-LANDAU, David; GARBER, Peter. (2003). An essay on the revived Bretton Woods System. NBER, Working Paper n. 9971. Disponível em: < http://www.nber.org/papers/w9971 > Acesso em: 12 jun. 2012.

DYMSKI, Gary. (2002). The global bank merger wave: implications for developing countries. The Developing Economies, n. XL-4, dezembro, p. 435-466.

Grabel, Ilene. (2002). Financial Globalization and Financial Crisis in Emerging Economies: managing risks, maximizing benefits. Cambridge Journal of Economics.

HERMANN, Jennifer. (2010). Development banks in the financial-liberalization era: the case of BNDES in Brazil. Cepal Review, n. 100, abril.

LEVI-FAUR, David. (1997). Economic nationalism: from Fredrich List to Robert reich. Review of International Studies, n. 23, p. 359-370.

Merton, Robert; Bodie, Zvi. (2005). Design of financial systems: towards a systhesis of function and structure. Journal of Investment Management, v. 3, n. 1, p. 1 – 23

OCAMPO, José Antonio. (2007). La macroeconomia de la bonanza económica latino-americana. Revista De la Cepal, n. 93, dezembro.

Stiglitz, Joseph. (1989). Financial markets and development. Oxford Review of Economic Policy, v. 5, n. 4, p. 55 - 68
STIGLITZ, Joseph. (2010). Regulation and failure. In: MOSS, D.; CISTERINO, J. (Orgs). New Perspectives on Regulation. Cambridge, MA; The Tobin Project, p. 11-23.

STIGLITZ, Joseph; JARAMILLO-VALLEJO, Jaime; PARK, Yung Chal. (1993). The role of the state in financial markets. World Bank Research Observer, Annual Conference on Development Economics Supplement, p. 19-61

No Brasil, citaria como exemplo desta nova onda Daniela Magalhães Prates (Unicamp), André Moreira Cunha (UFRGS), Jennifer Hermann (UFRJ), Dante Mendes Aldrighi (USP); Frederico Jayme Jr. e marco Crocco (UFMG). Estes fazem estudos interessantes que conseguem mostrar com argumentos e estudos empíricos certos argumentos sobre fragilidades, integração e estrutura financeira brasileira. Eles evoluíram muito nos últimos 10 anos. Deixaram de se esconder atrás de ideologices, sejam quais forem, e passaram a fazer estudos de facto. São poucos e não tem a competição que existe nos EUA e Europa.

Inclusive a Danielle Magalhães Prates teve a honra de serem chamados de “neocons” por alguns membros do fórum por que questionavam a fragilidade externa brasileira. Na oportunidade da entrevista dada a Carta Maior (membro da imprensa gopista :lol: ) sobre um trabalho de pesquisa que fez para o IPEA.

ALMEIDA, Daniel; JAYME JR., Frederico. (2008). Bank consolidation and credit concetration in Brazil (1995-2004). Cepal Review, n. 95, p. 155-171, agosto.
FARHI, Maryse. (2010). Subprojeto de derivativos de crédito. Projeto de estudos sobre as perspectivas da industrializa financeira brasileira e o papel dos bancos públicos, Fundação economia de campinas – Fecamp.
BIANCARELI, André M. (2008). A globalização financeira e os países em desenvolvimento: em busca de uma visão crítica. In: I Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira.

BICHARA, Julimar da Silva; CUNHA, André Moreira; SARRIERA, Javier Morales. (2010). Moeda única no Mercosul: uma análise da simetria a choques para o período 1995-2007. Revista EconomiA, Brasília, Vol. 11, n. 2, p. 465-491, mai/ago.

CROCCO, M. (1998). Investment Decision and Methodology: Keynes and the Neoclassical. Estudos Econômicos. Instituto de Pesquisas Econômicas, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 283-315.

CUNHA, André Moreira; SARRIERA, Javier Morales; LÉRIS, Marcos; BICHARA, Julima da Silva. (2008). A Integração Monetária e Financeira Como Alternativa para a Redução da Vulnerabilidade Externa das Economias Periféricas. In: XI Encontro Regional de Economia - ANPEC-Sul 2008. Curitiba.

Estes não são os picaretas que escrevem artigos citando Keynes e Minsky a cada paragrafo para justificar determinada perspectiva e acusando “esses neoclássicos são feios, chatos e bobos”. Não posso falar o mesmo de Outros. Na esfera internacional, o inglês Paul Davidson que se denomina de sucessor de Keynes.

Davidson, Paul. (2008). A Grande Crise Financeira de 2008.

Não consegui encontrar conteúdo nos artigos dele. Praticamente cita Keynes o tempo todo. Isto é crença e não ciência. No Brasil, o nome que me vem a mente é Fernando Ferrari-Filho. Ontem li um artigo que ele é co-autor sobre a fragilidade financeira minskyniana aplicada ao endividamento público brasileiro. Sinceramente, achei inconsistente e fraco.

Ferrari Filho, Fernando. (2006). As Propostas Keynesianas de Reforma do Sistema Monetário Internacional: em busca da neutralidade da moeda de conversibilidade internacional. Boletim Economia & Tecnologia, Working Paper n. 46. Disponível em: < http://www.economiaetecnologia.ufpr.br/textos_disc ... no_2006_texto_11.pdf > Acesso em 07 jan. 2012.

TERRA, Fábio Henrique Bittes; FERRARI-FILHO, Fernando. (2011). A Hipótese de Fragilidade Financeira Aplicada ao Setor Público: Uma Análise para a Economia Brasileira no Período 2000-2009. Revista EconomiA, Vol. 12, n. 3, p. 497 – 516, setembro/dezembro.

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Agora as linhas de pensamentos não são mais mistérios. Podemos aprofundar sobre a bolha imobiliária. Primeiro entender a dinâmica do papel da especulação imobiliária na crise financeira norte-americana, depois ir para China e chegar ao Brasil.

Continua....

Essa parte não tenho pronta. Posto semana que vem, mas é a melhor. :lol:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Set 21, 2012 10:27 pm
por Andre Correa
Bourne, não lês as suas MPs oh pá?

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Set 21, 2012 10:36 pm
por Bourne
Não. Por que só tem esse tipo de mensagem

:arrow: Cantadas

:arrow: querem saber minhas fuentes

:arrow: Se trabalho na Renault e conheço Tio Bernie

:arrow: E como piloto tanque no BF3

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Set 21, 2012 10:39 pm
por Andre Correa
Bourne escreveu:Não. Por que só tem esse tipo de mensagem

:arrow: Cantadas

:arrow: querem saber minhas fuentes

:arrow: Se trabalho na Renault e conheço Tio Bernie

:arrow: E como piloto tanque no BF3
Então leia a que lhe mandei, pois não tem nada a ver com isto.

[009]

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Set 21, 2012 10:47 pm
por NettoBR
Bourne escreveu:Não. Por que só tem esse tipo de mensagem

:arrow: Cantadas

:arrow: querem saber minhas fuentes

:arrow: Se trabalho na Renault e conheço Tio Bernie

:arrow: E como piloto tanque no BF3
Quero acreditar que seja zueira... :shock: [003]

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Set 21, 2012 11:09 pm
por Túlio
Né não, Netto véio... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Set 22, 2012 12:54 am
por Marechal-do-ar
Bourne escreveu:Agora as linhas de pensamentos não são mais mistérios. Podemos aprofundar sobre a bolha imobiliária. Primeiro entender a dinâmica do papel da especulação imobiliária na crise financeira norte-americana, depois ir para China e chegar ao Brasil.
Quanto a questão imobiliária no Brasil (que não vou chamar de bolha), o aumento dos preços é mais visível se, ao invés de olhar o preço dos imóveis construídos se olhar o preço dos terrenos (o terreno chega a custar 90% do valor do imóvel que pode ser construído nele), e o motivo dos terrenos estaram caros é pelo lado da oferta:
1) Nas grandes cidades não existem mais terrenos disponíveis - onde há terrenos disponíveis os imóveis são baratos;
2) Excesso de leis limitando as construções - prédios só podem ser construídos em partes da cidade, por acaso as regiões mais nobres são perto de aeroportos onde a altura é limitada.

E pelo lado da procura:
1) Crédito fácil;
2) Uma das poucas formas de usar o FGTS;
3) A população cresce, digo, cresceu a 20 anos atrás e os bebês agora estão casando.

E o que me preocupa nisso tudo é:
1) Os fatores que mantém os preços nas núvens são frágeis, uma mudança de lei ou se algum maluco resolve fechar um aeroporto os preços desabariam;
2) Ninguém parece ter dinheiro para comprar imóveis, é tudo financiado, um imóvel que não possa ser financiado chega a perder 40% do valor;
3) Pelo que tenho visto tem muita gente mentindo a renda para conseguir o financiamento (e a renda não é garantida já que existe o risco de demissão), o que vai acontecer se o povo não conseguir pagar?
4) Muitos imóveis já estão sendo vendidos com dívidas...

Não sei quanto a vocês, mas eu não estou disposto a deixar meu dinheiro suado investido em imóveis por aqui...

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Set 22, 2012 10:35 am
por cabeça de martelo
Paisano escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Quando é que a bolha imobiliária vai arrebentar no Brasil?

:arrow: http://www.lachter.com.br/imovel.php?ref=STD456

INACREDITÁVEL!!! :shock:
Mas um apartamento Gávea você queria o que? :shock:
Mas o apartamento é feio, sem quaisquer acabamentos de jeito, as áreas não são por aí além, o condominio é estupidamente caro (eu pago 21€), etc. Se uma pessoa tem dinheiro para comprar este apartamento, pagar este condominio e depois não gasta uns dinheirinhos para arranjar/decorar em condições?!

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Set 22, 2012 6:41 pm
por Bourne
Camarada,

Quem compra um apartamento de um milhão em uma área nobre, não dá a mínima para o custo do condomínio, decoração e personalização. Eles mandam o arquiteto fazer o projeto e executar, depois depositam o dinheiro. O único problema é verificar se o Audi/BMW cabe na vaga de garagem.

Entretanto, nas demais cidades com apartamentos semelhantes verifiquei valores em torno de 200 - 250 reais. É claro que não são apartamentos de milionários em regiões de ricos como este da Gávea.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Set 22, 2012 8:22 pm
por Túlio
O fato é que o que menos tem é gente hipotecando a casa para comprar um SUV. :wink: 8-]

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Set 22, 2012 8:42 pm
por Bourne
No Brasil sai mais barato financiar a SUV pelo banco da montadora.

O tamanho do mercado hipotecário brasileiro é muito pequeno, o custo alto e abrangem uma porcentagem baixa do valor do imóvel. Além de ser burocrático para comprovar a capacidade de pagamento e excussão da dívida.

Aqui não é ta terra de grande satã que financiam imóveis a juros negativos, não exigem comprovante nenhum e, se quiser hipotecar, em uma tarde vai ao banco e pega 100% do valor. Dependendo da sua habilidade, pode fazer uma segunda hipoteca sobre o mesmo imóvel.

Se não pagar, executar a hipoteca em dias e põe a casa a venda. O problema é que nem sempre o valor da casa cobre o do empréstimo, representa um custo de manutenção e impostos a instituição financeira. Por isso é normal durante a crise ter gente sem casa e outras sendo vendidas a um dólar. Ao mesmo tempo, as instituições financeiras quebrando por não ter como cobrir os buracos nos balanços.

De 1996-2007 foi a melhor época para comprar imóveis nos EUA. Logo depois da crise, muito boa para quem conseguia aproveitar a "liquidação de estoque" das casas tomadas.

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Set 22, 2012 8:52 pm
por Túlio
Que eu saiba tá assim de Brasileiro comprando casa nos EUA agora...

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Set 23, 2012 12:50 am
por Andre Correa
Também aqui, pois já conheci alguns.
O bom para investir é durante a crise, e não depois...

[009]

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Set 23, 2012 4:54 pm
por Marechal-do-ar
cabeça de martelo escreveu:eu pago 21€
Desculpe, 21€ pelo que exatamente?

Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Set 23, 2012 8:57 pm
por prp
Marechal-do-ar escreveu:
cabeça de martelo escreveu:eu pago 21€
Desculpe, 21€ pelo que exatamente?
Taxa de codominio ora pois