MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3196 Mensagem por marcelo l. » Seg Set 10, 2012 7:08 pm

SÃO PAULO - O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) não recebeu nenhuma proposta para a compra do banco Cruzeiro do Sul na sexta-feira, data limite para a entrega das ofertas entre 10h e 12h do feriado da Independência.

Um destino para a instituição, que está sob intervenção do Banco Central desde o dia 4 de junho, precisa ser dado até quarta-feira (12). Nessa data poderá ser fechada a venda do Cruzeiro do Sul para uma outra instituição financeira ou decretada a liquidação do banco.

Para ser vendido, além de encontrar um comprador, o Cruzeiro do Sul precisa passar por um processo de reestruturação de suas dívidas. Os credores têm de aceitar um desconto médio de 49,3% no valor de seus papéis (bônus e Certificados de Depósito Bancário), que serão comprados pelo FGC se credores donos de 90% do valor da dívida aceitarem a oferta. Esse deságio vai zerar o patrimônio líquido do banco, que hoje está negativo em R$ 2,2 bilhões.

Até agora, as tratativas com os credores não alcançaram o percentual mínimo necessário. Na quarta-feira, venceu o prazo para os donos dos títulos aceitarem vendê-los com um deságio menor. O prazo final, porém, para a aceitação da oferta se encerra no dia 12.

Na semana passada, uma das saídas avaliadas pelo FGC para viabilizar o plano com os credores era reduzir o percentual de adesão. Essa, porém, não é uma conta fácil, já que implicaria na necessidade de o fundo aportar mais recursos no banco para zerar o patrimônio.

Para o plano se tornar viável, o desembolso do FGC para salvar o banco não pode superar as garantias que o fundo deu a investidores do Cruzeiro, uma cifra de pelo menos R$ 2,2 bilhões.

Procurado, o FGC não respondeu aos pedidos de informação, afirmando que só se pronunciaria no dia 12.

(Carolina Mandl | Valor)


http://www.valor.com.br/financas/282200 ... z266iEaTDA




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3197 Mensagem por marcelo l. » Seg Set 10, 2012 8:28 pm



O Contrato Social da Redemocratização
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3198 Mensagem por Bourne » Ter Set 11, 2012 3:38 pm

Não estou tão otimista em relação ao repasse. Não costuma ser uma procedimento normal, salvo pressões externas.
Redução na energia terá impacto na inflação, diz Mantega
Ele negou que haja intenção do governo de aproveitar o impacto da medida sobre a inflação para aumentar o preço dos combustíveis
11 de setembro de 2012 | 13h 25

http://economia.estadao.com.br/noticias ... 6228,0.htm

Renata Veríssimo e Iuri Dantas, da Agência Estado
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que a redução do custo de energia, anunciada pela presidente Dilma Rousseff, é fundamental para o País e beneficiará todos os setores, como indústria, comércio e agricultura. Além disso, segundo o ministro, vai permitir que o consumidor tenha uma sobra de recursos para fazer outras aquisições.


Mantega informou que o impacto inflacionário da medida será de 0,50 a 1 ponto porcentual. O ministro disse que o cálculo inclui impacto direto e indireto da redução do custo da energia sobre a inflação. "Será muito importante para 2013, que somada a outras medidas de desoneração vão permitir a redução do preço e a redução do custo no País. Estamos numa cruzada no Brasil para reduzir os custos", afirmou o ministro.

Ele negou que haja intenção do governo de aproveitar o impacto da redução da energia na inflação para aumentar o preço dos combustíveis, especialmente da gasolina. "Não tem nada a ver um com o outro. Não está no horizonte", disse o ministro Mantega disse ainda que a queda no custo da produção permitirá elevar os investimentos e o consumo. O ministro afirmou que em 2013, o Brasil será um dos poucos países no mundo com crescimento econômico acima de 4%. O ministro não deu detalhes, mas informou que novas medidas de estímulo ainda serão anunciadas.

Custo Brasil

Já o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que a medida ataca o Custo Brasil, e que os empresários vão repassar essa queda do custo de energia para os preços. Assim como Mantega, ele projeta uma queda no IPCA de 0,5 a 0,6 ponto porcentual, como impacto direto da redução do preço da conta de energia para o consumidor.

Ele acredita também que o pacote de hoje poderá ajudar a reduzir a inflação por meio da diminuição de outros custos para empresas e consumidores. Citou como exemplo a tarifa de condomínio, que embute o gasto de energia.

Para Barbosa, a concorrência no mercado vai fazer com que esse ganho da indústria seja transferido para os preços nos setores mais competitivos e de maneira mais rápida.

Disse que setores mais intensivos de uso de energia, como siderurgia, setor químico, petroquímico e de máquinas e equipamentos tendem a transferir mais rapidamente esse corte de custo de energia para seus produtos.

Ele prevê que o pacote de energia vai impactar no crescimento econômico já em 2013, porque o corte na tarifa equivale a uma redução na taxa de juros e aumenta a renda disponível das famílias e das empresas. "Uma das grandes preocupações dos empresários é o fato do Custo Brasil ser muito alto. E essa redução do preço da energia ataca justamente o Custo Brasil", observou.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3199 Mensagem por marcelo l. » Ter Set 11, 2012 4:19 pm

Não tem normalmente por que não existe competição no mercado e ainda o governo supre essa queda da arrecadação com outras medidas...mas, no caso pelo menos você sentirá a queda da tarifa domiciliar.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3200 Mensagem por Sterrius » Ter Set 11, 2012 5:24 pm

so as areas que brigam diretamente com produtos importados deverão reduzir preços.

O resto apenas vai adiar o aumento e manter os preços.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3201 Mensagem por Penguin » Ter Set 11, 2012 6:06 pm

FSP, 11/09/2012

EDITORIAL - Importar engenheiros

É irracional fechar as portas do país a profissionais de Portugal, como este fez com dentistas daqui; Brasil precisa atrair quadros qualificados
Noções preconcebidas e precipitação são as fontes do erro, ensinou o filósofo e matemático francês Descartes já no século 17. Recusar açodada e impensadamente a ideia de facilitar a entrada no Brasil de estrangeiros qualificados -como engenheiros portugueses- conduzirá a equívocos danosos para o interesse estratégico do país.
A reflexão se impõe diante das respostas irrefletidas à defesa, pelo ministro luso dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, do reconhecimento de diplomas de engenheiros e arquitetos de seu país interessados em trabalhar no Brasil.
Há que ser mais cartesiano ao sopesar prós e contras da questão. O Brasil vive uma carência aguda -em quantidade e qualidade- desses profissionais do método e do rigor, herdeiros da atitude de Descartes perante as coisas do mundo.
Segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil precisa formar, até 2020, entre 70 mil e 95 mil engenheiros a cada ano. A Associação Brasileira de Ensino de Engenharia, porém, estima que em 2010 se tenham diplomado só 41 mil.
Decerto não se poderá superar tamanha defasagem só com a importação de engenheiros prontos, de Portugal ou alhures. Agiu certo o Ministério da Educação (MEC), portanto, ao fixar a meta de dobrar para 300 mil as vagas de cursos de engenharia oferecidas a cada ano no Brasil. Mas isso tampouco seria suficiente para suprir o deficit, ressalvaram os físicos Fernando Paixão e Marcelo Knobel, da Unicamp, em artigo na Folha, anteontem.
A evasão nas graduações em engenharia, assinalam os professores, é alta demais. Só um quinto a um quarto dos ingressantes termina por formar-se -segundo os autores, porque lhes faltam noções básicas de matemática, que deveriam adquirir no ensino médio.
As notas de secundaristas brasileiros no Pisa, exame internacional padronizado, são devastadoras: 88% deles não conseguem ler gráficos, ferramenta revolucionária propiciada pela invenção do sistema de coordenadas cartesianas.
Da qualidade do ensino médio à abertura de vagas de engenharia, assim, são muitas as frentes de batalha para sanar a deficiência nacional. E não há por que excluir, de antemão, o recurso a profissionais estrangeiros -desde que submetidos à avaliação expedita da solidez de seus conhecimentos.
O problema, em realidade, é maior que o da engenharia ou o dos portugueses. O Brasil precisa desenvolver, paulatina e criteriosamente, uma política racional para atrair imigrantes qualificados de qualquer parte, como fazem os Estados Unidos -onde nacionalismo e cartesianismo se combinam com enorme eficiência, e não por acaso produzem muitos dos quadros que governam o mundo.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3202 Mensagem por Boss » Ter Set 11, 2012 6:16 pm

Pacote de energia é choque de expectativas
ter, 11/09/12
por Thais Herédia |categoria economia

A condução da economia de um país depende muito de uma variável que não tem números: a expectativa dos chamados “agentes econômicos” funciona como um combustível – ou falta dele – fundamental para que as políticas escolhidas tenham o efeito esperado.

O anúncio do corte do custo da energia feito pela presidente Dilma Rousseff, neste momento particular do país, chega dando um choque nas expectativas. Estamos crescendo pouco, com confiança afetada, inflação mais pressionada e investimento tímido. Saber que teremos energia mais barata, para consumidores e empresas, além de corrigir uma distorção enorme do custo de energia que temos aqui, dá um ânimo danado para fazer planos.

“O governo adotou uma agenda que é boa. Eles estão com diagnóstico correto, sobre o custo de produção do país. É uma agenda de médio e longo prazo, não mais de curto prazo como vimos até pouco tempo. Isso vai trazer impacto favorável para as expectativas. Tende a reverter também a percepção do investidor estrangeiro que estava tratando Brasil como patinho feio”, diz Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora.

O pacote de energia se junta às outras medidas já adotadas pelo governo, como o PAC das Concessões, a desoneração da folha de pagamento, por exemplo. Ao atacar a competitividade e o altíssimo custo de produção, finalmente poderemos ver o país trabalhar pelo que é mais consistente nas políticas econômicas: o investimento, de preferência de longo prazo.

Efeito prático do corte na conta de luz vai para a inflação. Economistas fazem cálculos para medir quanto dessa redução vai chegar nos índices de preços. O número aproximado é de 0,5 ponto percentual, levando em conta apenas o corte na conta dos consumidores. Se a indústria, que terá uma redução maior, de até 28%, repassar a queda dos custos para os preços do produtos, o efeito pode ser mais positivo na inflação.

A outra variável pronta para reagir ao pacote é o PIB, que anda fraquinho. “O conjunto de incentivos adotados até agora vai trazer a retomada da atividade, elevando o PIB. O efeito nas expectativas pode empurrar a indústria e afetar positivamente a confiança dos empresários”, avalia Padovani.

Para o governo também há benefício, além do político. Se a conta de luz ajudar a diminuir a inflação, abre-se espaço para um reajuste na gasolina, necessário para ajustar as contas da Petrobras. A presidente Dilma Rousseff parece convicta de que está preparando o Brasil para uma nova fase, mais madura e eficiente economicamente.

O clima de festa já começou, mas o banquete mesmo ainda demora um pouco a ser servido, já que o refresco nas contas de luz só chega no ano que vem.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3203 Mensagem por Penguin » Ter Set 11, 2012 6:19 pm

Confea: falta de engenheiros ameaça crescimento
Ministro Aloizio Mercadante defende formação de tecnólogos

http://www.administradores.com.br/infor ... nto/42977/

"Estão faltando engenheiros no mercado de trabalho e faltarão mais ainda". O alerta é de Marcos Túlio de Melo, presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), que reúne profissionais dessas áreas além de geólogos e meteorologistas. Para ele, "o apagão de mão de obra poderá trazer graves consequências para a economia brasileira".

Em seu cálculo, o déficit é de 20 mil engenheiros por ano, número que poderá aumentar com a demanda dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa, Minha Vida; além da exploração de petróleo na camada pré-sal; das Olimpíadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014.

Segundo Melo, a queixa recorrente da Federação Internacional de Futebol (Fifa) é que os projetos para a Copa de 2014 estão atrasados. Em sua opinião, faltam engenheiros para empreender projetos básicos e executivos. Ele ressaltou que alguns estádios-sede para a Copa foram projetados no exterior.

A importação de projetos e a contratação de mão de obra de fora preocupam não só os engenheiros, mas também o governo. "Isso pode ser viável desde que haja reciprocidade e tenha oportunidades de negócios para empresas brasileiras no exterior", disse ontem (22) o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, durante encontro organizado pelo Confea em Brasília.

Mercadante defende que a falta de engenheiros seja suprida por tecnólogos com formação mais curta do que o bacharelado em engenharia. A ideia não é apoiada pelos engenheiros e causou "burburinho", nas palavras do ministro, entre os profissionais, ao ser defendida no encontro.

"O Brasil vai ter que acelerar a formação deste profissional que está fazendo falta no mercado", insistiu Mercadante que contabiliza a formação de 10 mil tecnólogos e 30 mil engenheiros anualmente no país.

Mas, para o presidente do Confea, a entrada de tecnólogos no mercado de trabalho em substituição a engenheiros, por falta de mão de obra, não é o ideal. Melo apresentou outra opção: aproveitar engenheiros formados que não atuam na área e oferecer mestrado para a atualização profissional. Em sua conta, um terço dos cerca de 475 mil engenheiros formados no Brasil não trabalha na área.

Além disso, Melo quer que haja políticas públicas para diminuir a evasão dos cursos de engenharia e mais controle do Ministério da Educação sobre a qualidade dos cursos.

Mercadante disse que o governo trabalha na elaboração de um programa nacional para engenharia. Segundo ele, o Brasil forma um engenheiro a cada 50 pessoas que concluem o curso superior. Na Coreia do Sul, esse número é um engenheiro para quatro graduados; e, no México, a relação é um engenheiro para 20 graduados.

Em números absolutos, o Brasil também perde para outros países emergentes. Na Coreia, 90 mil engenheiros são formados por ano; na Índia, 220 mil; e, na China, 650 mil (incluindo-se, neste caso, 250 mil que têm formação assemelhada à dos tecnólogos).




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3204 Mensagem por marcelo l. » Qui Set 13, 2012 10:19 am

Boss escreveu:
Pacote de energia é choque de expectativas
ter, 11/09/12
por Thais Herédia |categoria economia

A condução da economia de um país depende muito de uma variável que não tem números: a expectativa dos chamados “agentes econômicos” funciona como um combustível – ou falta dele – fundamental para que as políticas escolhidas tenham o efeito esperado.

O anúncio do corte do custo da energia feito pela presidente Dilma Rousseff, neste momento particular do país, chega dando um choque nas expectativas. Estamos crescendo pouco, com confiança afetada, inflação mais pressionada e investimento tímido. Saber que teremos energia mais barata, para consumidores e empresas, além de corrigir uma distorção enorme do custo de energia que temos aqui, dá um ânimo danado para fazer planos.

“O governo adotou uma agenda que é boa. Eles estão com diagnóstico correto, sobre o custo de produção do país. É uma agenda de médio e longo prazo, não mais de curto prazo como vimos até pouco tempo. Isso vai trazer impacto favorável para as expectativas. Tende a reverter também a percepção do investidor estrangeiro que estava tratando Brasil como patinho feio”, diz Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora.

O pacote de energia se junta às outras medidas já adotadas pelo governo, como o PAC das Concessões, a desoneração da folha de pagamento, por exemplo. Ao atacar a competitividade e o altíssimo custo de produção, finalmente poderemos ver o país trabalhar pelo que é mais consistente nas políticas econômicas: o investimento, de preferência de longo prazo.

Efeito prático do corte na conta de luz vai para a inflação. Economistas fazem cálculos para medir quanto dessa redução vai chegar nos índices de preços. O número aproximado é de 0,5 ponto percentual, levando em conta apenas o corte na conta dos consumidores. Se a indústria, que terá uma redução maior, de até 28%, repassar a queda dos custos para os preços do produtos, o efeito pode ser mais positivo na inflação.

A outra variável pronta para reagir ao pacote é o PIB, que anda fraquinho. “O conjunto de incentivos adotados até agora vai trazer a retomada da atividade, elevando o PIB. O efeito nas expectativas pode empurrar a indústria e afetar positivamente a confiança dos empresários”, avalia Padovani.

Para o governo também há benefício, além do político. Se a conta de luz ajudar a diminuir a inflação, abre-se espaço para um reajuste na gasolina, necessário para ajustar as contas da Petrobras. A presidente Dilma Rousseff parece convicta de que está preparando o Brasil para uma nova fase, mais madura e eficiente economicamente.

O clima de festa já começou, mas o banquete mesmo ainda demora um pouco a ser servido, já que o refresco nas contas de luz só chega no ano que vem.
Provavelmente depois do choque inicial que pelo menos aumentam as margens das empresas no pior caso e mais tarde passam para salários, tem as concessões vencendo que o governo do FHC fez com margens de TR absurdamente altas. Se der certo como falam tem mais uma queda entre 15 a 20%, e ainda temos o real valorizado, como é cíclico, podemos ter a energia pelo menos na média internacional, coisa que sempre fomos até a ascensão tucana nos 1990 e sua incompetência crônica de gerir o setor elétrico, é o fim de uma das piores heranças deixadas para um governo futuro.

De certo modo estamos enterrando o fardo que foi o legado do FHC com as renovações dos contratos. É o fim de juros e valores de energia elétrica escorchantes.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3205 Mensagem por LeandroGCard » Qui Set 13, 2012 12:13 pm

marcelo l. escreveu:De certo modo estamos enterrando o fardo que foi o legado do FHC com as renovações dos contratos. É o fim de juros e valores de energia elétrica escorchantes.
Ainda ficam faltando as comunicações e as matérias primas, além de outros ítens a corrigir como os transportes.

Mas pelo menos começamos a avançar, já é melhor do que nada.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3206 Mensagem por Sterrius » Qui Set 13, 2012 1:26 pm

Otimo é boa parte da internet fazer a ligação do desconto com os 7BI cobrados erroneamente entre 2002-2009 (Qual o julgamento não acabou).

Como se o desconto fosse sumir quando chega-se a 7BI. Ou como se o julgamento ja tive-se terminado. :shock:

So no Brasil pra corte de imposto ser tratado como algo ruim. :lol: :lol:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3207 Mensagem por Sterrius » Sex Set 14, 2012 4:37 am

frete das empresas que usam ferrovias vai cair em até 30%. Primeira revisão de preço em 15 anos, passará a ter revisões a cada 5 anos.

http://www.reuters.com/article/2012/09/ ... J720120906




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3208 Mensagem por marcelo l. » Sex Set 14, 2012 6:46 pm

LeandroGCard escreveu:
marcelo l. escreveu:De certo modo estamos enterrando o fardo que foi o legado do FHC com as renovações dos contratos. É o fim de juros e valores de energia elétrica escorchantes.
Ainda ficam faltando as comunicações e as matérias primas, além de outros ítens a corrigir como os transportes.

Mas pelo menos começamos a avançar, já é melhor do que nada.


Leandro G. Card
A questão é para mim pelo menos, retirou-se não apenas os tributos, mas mudou-se as regras começou a ter uma nova cara institucional que se mira na qualidade melhor e preço menor no marco regulatório o que é alvissareiro .

O custo brasil dos contratos feitos na década de 1990 foi criado na caneta. Segue-se isso a diminuição do compulsório, outra reliquia da economia brasileira, começa-se a faxina nas burradas passadas.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/pos ... 465523.asp
BC reduz alíquota de compulsório e injeta R$ 30 bilhões na economia
Gabriela Valente e Rennan Setti, O Globo

Depois de anunciar o fim do ciclo de cortes dos juros, o Banco Central (BC) lançou mão de outra medida para impulsionar a economia do país: colocará R$ 30 bilhões em circulação nos próximos meses para aumentar o crédito ao consumidor com a flexibilização dos depósitos compulsórios — parte do dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a deixar nos cofres da autoridade monetária.

O BC acabou com a alíquota de 6% do compulsório adicional sobre depósitos à vista. E reduziu o percentual do compulsório adicional sobre depósitos a prazo, de 12% para 11%. A autoridade monetária avisou que pretende acabar com essa exigência adicional e que quer que o dinheiro liberado com a medida seja transformado em queda de juros do consumidor.

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3209 Mensagem por Pedro Gilberto » Sáb Set 15, 2012 11:44 am

O grau de mudança que está sendo operado na economia ainda esta pra ser percebido para aqueles que enxergam o dia-a-dia apenas. Em pouco mais de uma ano, podemos listar rapidamente

- Redução histórica da Selic, e mexendo na renumeração da poupança para permitir essa redução;
- Pressionar para redução do juros na ponta do mercado credor;
- Desvalorização do dolar em cerca de 20% sem disparar a inflação no período;
- Desoneração da folha de pagamento de algumas cadeias de produção, com previsão de extensão para próximo ano;
- Ampliação dos limites do Supersimples em 50%;
- Voltar a planejar em longo prazo o investimento em logistica de forma unificada e integrada através da EPL;
- Provocar a antecipação das concessções buscando redução do custo energia elétrica e desonerando alguns encargos

Que a classe empresarial entenda que são novos tempos e comecem a se movimentar o quanto antes. Esperar ter "céu de brigadeiro" para só então ir "comprar avião" ficará para trás.

Nakano: governo Dilma avança para o crescimento acelerado
Enviado por luisnassif, qua, 12/09/2012 - 08:35

Por Marco Antonio L.

Do Valor

Mudança de regime

Yoshiaki Nakano

Define-se um regime de política macroeconômica pelo conjunto de políticas e sua interação, dadas as condições institucionais específicas e sujeitas às estratégias dos diversos grupos de interesse e dos "policy makers". Assim, quando se fala de mudança de regime, não se limita a mudanças na escolha e nas definições de conteúdo dos instrumentos e metas das políticas monetárias, cambial e fiscal. Refere-se às condições das políticas mais persistentes, com efeitos mais longos do que um ciclo. Neste artigo vamos definir um regime a partir da sua capacidade de gerar ou não crescimento e também emprego.

Neste sentido, podemos caracterizar tanto o regime de política macroeconômica implantado logo depois do Plano Real, em julho de 1994, bem como o implantado em resposta à crise de balanço de pagamentos, em janeiro de 1999, como voltados à estabilidade e não ao crescimento.

Durante o governo Lula tivemos uma transição, com algumas modificações nas políticas e, de fato, o crescimento se acelerou, em função de choques exógenos (melhoria em termos de troca, e mudanças demográficas e esgotamento da oferta ilimitada de trabalho), mas não chegou a ser implantado um novo regime de políticas. Com o governo Dilma, a transição avança de forma lenta e gradual, mas firme para um regime de políticas voltadas para o crescimento mais acelerado.

O governo Dilma avança de forma lenta, gradual e firme para políticas voltadas para o crescimento acelerado

Na essência, na sua caracterização mais ampla e geral, o regime de política macroeconômica, que gerou um longo periodo de semiestagnação e que antecedeu o governo Dilma, pode ser definido, fundamentalmente, a partir da sua política monetária. Nessa política, acreditava-se que o elemento dinâmico de economias como a brasileira estava no exterior, nos fluxos de capitais e nos mercados, particularmente, o financeiro. Assim, as reformas institucionais deviam liberalizar a conta de capitais, remover as restrições ao acesso do capital estrangeiro e constituir garantias ao investidor estrangeiro.

Feitas essas reformas, basta controlar a inflação e manter a taxa de juros doméstica acima da internacional que o capital externo fluiria para o Brasil e o mercado financeiro se encarregaria de alocar os recursos eficientemente para investimentos e cresceríamos de acordo com o nosso potencial.

Não foi isso o que aconteceu, a economia tendeu à semiestagnação. Empiricamente, nesse período, não há nenhuma correlação entre a entrada de capitais e taxa de investimento; ao contrário, esta tendeu a se reduzir.

Com o regime de taxa de câmbio rígida, a inflação levou à apreciação da taxa real de câmbio e à consequente crise de balanço de pagamentos de 1999, seguida de forte depreciação. Em seguida, com um câmbio flexível e uma taxa de juros doméstica mais elevada do que a internacional, a taxa de câmbio passa a ser determinada pela entrada de capitais e menos pelas exportações e importações, com tendência persistente de apreciação da cambial, particularmente, a partir de 2004.

Esse regime teve sobre o setor industrial efeitos extremamente perversos. Uma forma típica do empresário sobreviver num regime com tendência persistente à apreciação do câmbio era, primeiro, importar insumos para enfrentar a competição e, com apreciação adicional, importar produto final colocando sua marca, tornando-se um mero distribuidor. Como se importa com prazo de pagamentos, as receitas financeiras complementavam os seus lucros. Eliminavam-se, assim, os principais efeitos dinâmicos da cadeia da indústria: ampliação de investimentos - incorporação de novas tecnologias e ganhos de escala - aumento de produtividade etc.

A presidente Dilma vem, aos poucos, fazendo sucessivas rupturas nesse regime de políticas. Primeiramente, anunciou explicitamente seu objetivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de pelo menos 5% ao ano. Em seguida, controlou a despesa do governo para poder baixar a taxa de juros, afrouxando a política monetária.

Mas foi em agosto de 2011 que a política monetária, que vinha ensaiando mudanças, sofreu realmente uma ruptura com o regime anterior, iniciando uma trajetória de queda na taxa de juros sem precedentes no período recente, removendo inclusive o piso de 6% real imposto pela caderneta de poupança.

Mudanças na política de balanço de pagamentos, desde o governo Lula, amadurecem num controle mais efetivo sobre a taxa de câmbio, com a tributação das operações no mercado de câmbio futuro. Caminhamos, assim, para um regime de política monetária com duas metas - taxa de inflação e crescimento e emprego - com dois instrumentos operacionais, controles das taxas de juros e de câmbio e instrumentos adicionais, macroprudenciais, tributação e nova regulação.

Ao lado dessas mudanças nas políticas fiscal, monetária e cambial, as decisões de tomar medidas compensatórias com incentivos fiscais, desonerações tributárias e outras voltadas para melhorar a competividade da nossa indústria revertem o polo de crescimento de fora para dentro do país e tentam deslocar dos serviços e não "tradables" para a indústria e "tradables".

A decisão de recorrer à parceria com o setor privado para ampliar investimentos em infraestrutura e ter um planejamento de longo prazo no setor de logística, com a criação de empresa estatal para contornar a incompetência da burocracia, deverão, por fim, acabar de mudar o regime de política fiscal de instrumento anticíclico para instrumento de crescimento.

Essas mudanças alteram o regime de política macroeconômica ao mesmo tempo em que novas perspectivas de aceleração forte do crescimento se apresentam. Estamos, neste momento, vivendo uma difícil transição, de ter que reverter o processo de substituição da produção nacional por importados, iniciando a recuperação da indústria nacional, isto é, a reindustrialização do Brasil e com ganhos de produtividade. O redistribuidor de importados terá que voltar a ser um industrial.

Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do governo Mário Covas (SP), professor e diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas - FGV/EESP


http://advivo.com.br/blog/luisnassif/na ... -acelerado

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3210 Mensagem por Pedro Gilberto » Ter Set 18, 2012 10:06 pm

Foxconn terá fábrica de componentes em Itu (SP) de R$ 1 bilhão
18/09/2012 - 19h53

HELTON SIMÕES GOMES
MARIANNA ARAGÃO
DE SÃO PAULO

A fabricante chinesa Foxconn, parceira da Apple, vai assinar na próxima quinta-feira (20) um protocolo de intenções com o governo paulista para investir R$ 1 bilhão em uma nova fábrica em Itu (SP).

O projeto prevê a construção de um parque industrial que irá produzir componentes como câmeras, cabos e telas de LCD para equipamentos eletrônicos, segundo informações da Foxconn.

A previsão é que o início da operação da nova fábrica, que será instalada em terreno de um milhão de metros quadrados, ocorra em 2014.

O projeto estima ainda a criação de 10 mil empregos diretos na região.

Segundo informações da Investe SP, agência de investimentos do governo paulista, o protocolo de intenções para o investimento será assinado em cerimônia no Palácio dos Bandeiras, com a presença do governador Geraldo Alckmin e do presidente da Foxconn do Brasil, Henry Cheng.

A Foxconn também assinará um protocolo com a prefeitura de Itu na quinta-feira.

FOXCONN NO BRASIL

Em 2011, a fabricante chinesa abriu a primeira unidade no país destinada a produzir aparelhos da Apple, em Jundiaí (SP). Neste ano, os primeiros produtos da marca -- iPad e iPhones-- começaram a ser montados no local.

Além dessa fábrica, a Foxconn tem sete unidades no Brasil: uma segunda planta em Jundiaí, duas em Manaus (AM) e outras em Indaiatuba (SP), Sorocaba (SP), Barueri (SP) e Santa Rita do Sapucaí (MG).

A companhia chegou ao país em 2005 com uma fábrica de componentes na Zona Franca de Manaus para atender o mercado nacional de eletroeletrônicos.

A Foxconn também fornece para fabricantes como HP, Dell, Sony Vaio e EMC.

A Investe SP não informou se o R$ 1 bilhão faz parte do investimento total anunciado pela presidente Dilma Rousseff em abril do ano passado, em viagem à China, de US$ 12 bilhões.

Segundo informações da Foxconn, os equipamentos produzidos na nova fábrica de Itu não contarão com incentivos federais em um primeiro momento, somente estaduais.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/11 ... lhao.shtml
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