Página 3 de 3

Enviado: Dom Mai 07, 2006 1:24 pm
por Vinicius Pimenta
Agdan escreveu:Essa é uma questão muito polêmica e com vários pontos de vista, vou tentar expor o meu neste tópico espero ser claro o suficiente e tentar passar o máximo de informação possível sobre o real estado da Força Armada.
Eu entrei para Marinha do Brasil em 2003, por meio de concurso público para Aprendiz-Marinheiro e me formei no dia 13 de Dezembro de 2003 em Florianópolis, graças a minha boa colocação eu pude escolher o Navio Aeródromo São Paulo, antigo Porta Aviões Francês FOCH, que fora a mais recente aquisição da Marinha do Brasil, ao chegar no navio me deparei com a mais triste realidade, o NAe São Paulo está mais para um museu do que pra um navio de Guerra, aliás até mesmo pra um museu ainda faltaria muito, uma vez que um Museu tem que oferecer segurança para seus visitantes e o mesmo não fornece isso nem a sua tripulação.


Hmmm... Onde você serve agora? Ainda está no São Paulo? Nós estamos para fazer uma visita a ele, quem sabe a gente não se esbarra por lá.

A história do FOCH foi a seguinte, a França obteve duas propostas para o Navio. A primeira de uma empresa Australiana que iria afundar o navio perto da costa da Nova Zelândia e criar um recife artificial para explorar o turismo, por $12.000.000,00, a segunda oferta foi a do Brasil o qual pagaria $15.000.000,00 e manteria o Navio em funcionamento, adivinhem qual proposta "lusitana" a França aceitou?, bom o que importa é que o Brasil comprou ele, sem armas e com a promessa da França de que iria entrega-lo totalmente reformado.


Olha, a história não é bem essa não...

A Marinha mandou para a França em 2000 uma tripulação minúscula para o tamanho do NAe para que se aprendesse a navegar com o mesmo até que a reforma feita pelos franceses ficasse pronta, o que aconteceu é que a reforma iria durar mais do que seis meses e quando uma tripulação fica fora de sua sede por mais de seis meses, essa tem direito a transferência em dinheiro, agora imaginem a grana que cada um iria ganhar de transferência do Rio de Janeiro até a França, pois é, foi o que a Marinha pensou também, aliás esse é o motivo pelo qual a Viagem de Ouro dura somente cinco meses e também o por que de toda a tropa do Haiti ter de ser trocada a cada cinco meses, mas isso é outra história, bom voltando, o Navio voltou antes da reforma acabar e quase não aguentou a viagem.


Essa informação eu posso checar, mas desconheço essa fato. Sobre a viagem de ouro, não sei se é por aí. Sobre as tropas do Haiti, elas são trocadas a cada seis meses e não cinco.

E essa é a triste história do Nae São Paulo um navio bonito, mas perigoso e totalmente anti-operacional, enquanto meus amigos de Fragatas fizeram no ano de 2004 cerca de 60 dias de mar, visitando vários portos, eu no Nae São Paulo fiz oito dias e somente visitei o porto de Vitória no Espirito Santo, quando iria visitar outro porto o de Salvador ouve aquele acidente em que sete pessoas morreram, na explosão de um duto de vapor a alta pressão.


Você conhece mesmo o São Paulo? 8-] A ALIDE estava a bordo do São Paulo no dia do acidente. E foram 3 mortos e não 7. Cabe lembrar que o São Paulo ficou quase o ano passado inteiro no PMG.

A verdade é que o governo não repassa verbas suficientes para nenhuma das Forças Armadas, e muitas das decisóes que deveriam ser tomadas por militares devidamente instruidos são tomadas por políticos que muitas vezes não entendem porcaria nenhuma.
Vale ressaltar que é muito importante, principalmente no caso do Brasil, que se tenha as Forças Armadas grandes e totalmente operacionais uma vez que o Brasil tem a maior costa máritima das Ámericas e não tem quem tome conta deixando livre para que Japoneses e outros países venham e explorem toda a nossa costa.


De alguma maneira você tem razão nisso.

Enviado: Dom Mai 07, 2006 1:41 pm
por antunsousa
Vinicius Pimenta escreveu:
antunsousa escreveu:Eu quero uma capacidade ofensiva que desestimule qualquer país do globo ou força de coalizão se aventurarem sobre o Brasil.


Então tenha uma bela frota de submarinos nucleares. :wink:


É, uma frota de submarinos é também um fator de imensa importância, ainda mais para quem quer ter capacidade ofensiva.

Enviado: Dom Mai 07, 2006 3:21 pm
por Agdan
O PMG do NAe é tinta meu amigo, ele tem que ficar bonitinho para todo mundo ver e dizer - nossa que navio bonito e bem conservado e se vc visitar mesmo o Navio vai constatar o que eu estou falando, mas não quero que você fique somente no piso 01 que fica logo na entrada, desça mais lá pra baixo pela aréa do rancho que vc vai ter uma ideia melhor do que eu estou falando.
Infelizmente eu não estou mais no NAe que apesar de tudo isso era um bom lugar pra se servir, eu ja sai da Marinha no começo deste ano, agora estou fazendo o curso de formação de Oficiais da Polícia Militar.
Ah e quanto as sete "mortes" eu não me enganei não, um morreu na hora que foi o Sargento, outros dois morreram depois no hospital e os outros quatro "morreram", pq não terão nunca mais uma vida normal, vc precisava ver as queimaduras, inclusive pra marinha, apesar do acidente ter sido ocasionado por falta de manutenção, estão na justiça pra receber apoio. Isso é Justo???

Enviado: Dom Mai 07, 2006 3:47 pm
por Vinicius Pimenta
Talvez você esteja um pouco desatualizado. O PMG do São Paulo vai muito além da pintura. Procure em tópicos aqui mesmo no fórum e verá.

Ah e quanto as sete "mortes" eu não me enganei não, um morreu na hora que foi o Sargento, outros dois morreram depois no hospital e os outros quatro "morreram", pq não terão nunca mais uma vida normal, vc precisava ver as queimaduras, inclusive pra marinha, apesar do acidente ter sido ocasionado por falta de manutenção, estão na justiça pra receber apoio. Isso é Justo???


Então não diga mortos. Mortos não estão. Se estão incapazes para o serviço, foram reformados e receberão pensão. Justo? Não creio que venha ao caso discutirmos se é justo ou não. É lamentável a morte e os ferimentos em seres humanos. Eram marinheiros à serviço da nação. Infelizmente são riscos inerentes à profissão militar. Acidentes acontecem a todo momento. Cabe à quem for de competência trabalhar para que eles sejam minimizados.

Agora, o que isso tem a ver com a razão do tópico?

Enviado: Dom Mai 07, 2006 5:06 pm
por JL
Em primeiro lugar sou totalmente contra a existência do Nae São Paulo na MB.
Não discuto a importância de um Nae, digo mais uma frota capitaneada por um Nae com uma ala aérea a altura de receber este nome nos dias de hoje, vencerá sempre uma frota que não tenha ao seu lado uma aviação embarcada, isto é, fato por isso a U.S. Navy tem os seus Nae nucleares.
Terceiro ponto submarinos e Nae são coisas diferentes, com missões diferentes, não se comparam.
Agora o problema brasileiro é dinheiro. Não tem dinheiro para Ter uma marinha com um bom patrulhamento aéreo e costeiro ( essencial na minha opinião), uma frota de submarinos no estado da arte, excelentes escoltas, uma força anfíbia e por fim um grande Nae operacional e com uma caríssima e especializada ala aérea ativa. Não tem dinheiro e somente teria se o país passasse por um tremendo crescimento econômico, tipo o que ocorre na China, de modo que o dinheiro sobre do saco furado que são as contas públicas.
Não adianta o discurso de que isto é importante, porque para a população e inclusive para a grande parcela instruída o Brasil, nem de Marinha precisaria, muito menos de Nae.
Portanto ante a Ter um Nae com um valor militar muito abaixo do possível, e pouco operacional. Prefiro ser muito forte no patrulhamento marítimo, que garante a soberania do mar em tempos de paz. Na dissuasão por submarinos e aviação de ataque com mísseis estado da arte em terra. Tendo também um número pequeno mais muito eficiente de escoltas. O resto Nae e forças anfíbias não temos dinheiro, infelizmente.
Agora quantos Nae, respondo que tem um não tem nenhum, pois um pode estar no estaleiro ou danificado em combate, quem tem dois tem um e que tem três terá um par. Então três para mim é o número ideal e dois o número mínimo.

Enviado: Dom Mai 07, 2006 6:46 pm
por Agdan
A importância disso para o tópico é mostrar que no atual estado de desorganização em que se encontra o Brasil não há motivos para se ter sequer um NAe. São gastos excessivos e que não trazem bons resultados para a atual missão da Marinha do Brasil que é garantir a soberania Marítima brasileira e fazer o seu patrulhamento.

Agora a pergunta...
Quantos NAe´s seriam necessários para se ter uma Marinha descente?

a resposta é um, isso mesmo um; um para cada esquadra completa, no caso do Brasil apenas um, no caso dos Estados Unidos se não me engano 13 NAe´s com 12 esquadras completas, confirma ai Pimenta se é isso mesmo. 8-]

Enviado: Dom Mai 07, 2006 10:30 pm
por JL
Faz uns um ano ou dois anos, que eu estava de folga e observei uma movimentação de helicópteros na Capitania de Santos, aproveitei e fui no local ver o que estava acontecendo e tinha dois Esquilos pousados, fiquei sabendo que tinha um Almirante fazendo uma espécie de inspeção nas obras da Capitania, que atualmente esta instalada no cais, numa área cedida pela Codesp, bem o que interessa é que eu conversei com um oficial e no meio da conversa ele me disse que tinha atuneiro japonês pescando nas 200 milhas, enchendo o barco de atum e fazendo transbordo para navio fábrica em pleno oceano. Perguntei o que era isso e ele me explicou que a traineira de pesca japonesa, pesca até ficar cheia, então descarrega no próprio oceano o peixe no navio fábrica, a tripulação é renovada, o barco reabastecido e volta a pescar, de uma forma extremamente predatória. Indignado perguntei e a marinha que atitude toma, então ele falou da falta de patrulhamento marítimo, mas e os Bandeirulhas, fiquei meio sem resposta.
Na nossa Marinha existe preconceito com quem tripula barcos de patrulha, todos querem estar na esquadra, porém convenhamos que temos uma necessidade preemente de proteger as nossas fronteiras oceânicas e antes de ficarmos a pensar num Nae, deveriamos penasr numa aviação de patrulha da Marinha, com aviões econômicos, que tenham horas de vôo de baixo custo, para que efetivamente patrulhem e não enfeitem hangares. Grandes navios de patrulha, que possam navegar em mares revoltos com os ciclones subtropicais e frentes frias, grandes helicópteros para resgate etc. Quase todas as marinhas do mundo possuem uma aviação naval baseada em terra, com estruturas completas, incluindo seus próprios meios de treinamentos, nós destruimos a nossa Aviação Naval, com aquele decreto do Castelo Branco e agora começamos de novo pelo telhado.

Enviado: Dom Mai 07, 2006 11:23 pm
por antunsousa
JL escreveu:Faz uns um ano ou dois anos, que eu estava de folga e observei uma movimentação de helicópteros na Capitania de Santos, aproveitei e fui no local ver o que estava acontecendo e tinha dois Esquilos pousados, fiquei sabendo que tinha um Almirante fazendo uma espécie de inspeção nas obras da Capitania, que atualmente esta instalada no cais, numa área cedida pela Codesp, bem o que interessa é que eu conversei com um oficial e no meio da conversa ele me disse que tinha atuneiro japonês pescando nas 200 milhas, enchendo o barco de atum e fazendo transbordo para navio fábrica em pleno oceano. Perguntei o que era isso e ele me explicou que a traineira de pesca japonesa, pesca até ficar cheia, então descarrega no próprio oceano o peixe no navio fábrica, a tripulação é renovada, o barco reabastecido e volta a pescar, de uma forma extremamente predatória. Indignado perguntei e a marinha que atitude toma, então ele falou da falta de patrulhamento marítimo, mas e os Bandeirulhas, fiquei meio sem resposta.
Na nossa Marinha existe preconceito com quem tripula barcos de patrulha, todos querem estar na esquadra, porém convenhamos que temos uma necessidade preemente de proteger as nossas fronteiras oceânicas e antes de ficarmos a pensar num Nae, deveriamos penasr numa aviação de patrulha da Marinha, com aviões econômicos, que tenham horas de vôo de baixo custo, para que efetivamente patrulhem e não enfeitem hangares. Grandes navios de patrulha, que possam navegar em mares revoltos com os ciclones subtropicais e frentes frias, grandes helicópteros para resgate etc. Quase todas as marinhas do mundo possuem uma aviação naval baseada em terra, com estruturas completas, incluindo seus próprios meios de treinamentos, nós destruimos a nossa Aviação Naval, com aquele decreto do Castelo Branco e agora começamos de novo pelo telhado.


Concordo plenamente. É claro que de nada adianta ter NAes se mal conseguimos patrular as águas jurisdicionais brasileiras e proteger nossos recursos do mar. Eu fiz a pergunta pensando no futuro, numa época em que, pelo menos na minha cabeça, teremos um Brasil potência econômica. Hoje, sem dúvida, com os parcos recursos que as Forças Armadas recebem, é um disparate querer ter NAes.

Enviado: Sáb Mai 13, 2006 9:58 am
por FinkenHeinle
JL escreveu:Faz uns um ano ou dois anos, que eu estava de folga e observei uma movimentação de helicópteros na Capitania de Santos, aproveitei e fui no local ver o que estava acontecendo e tinha dois Esquilos pousados, fiquei sabendo que tinha um Almirante fazendo uma espécie de inspeção nas obras da Capitania, que atualmente esta instalada no cais, numa área cedida pela Codesp, bem o que interessa é que eu conversei com um oficial e no meio da conversa ele me disse que tinha atuneiro japonês pescando nas 200 milhas, enchendo o barco de atum e fazendo transbordo para navio fábrica em pleno oceano. Perguntei o que era isso e ele me explicou que a traineira de pesca japonesa, pesca até ficar cheia, então descarrega no próprio oceano o peixe no navio fábrica, a tripulação é renovada, o barco reabastecido e volta a pescar, de uma forma extremamente predatória. Indignado perguntei e a marinha que atitude toma, então ele falou da falta de patrulhamento marítimo, mas e os Bandeirulhas, fiquei meio sem resposta.
Na nossa Marinha existe preconceito com quem tripula barcos de patrulha, todos querem estar na esquadra, porém convenhamos que temos uma necessidade preemente de proteger as nossas fronteiras oceânicas e antes de ficarmos a pensar num Nae, deveriamos penasr numa aviação de patrulha da Marinha, com aviões econômicos, que tenham horas de vôo de baixo custo, para que efetivamente patrulhem e não enfeitem hangares. Grandes navios de patrulha, que possam navegar em mares revoltos com os ciclones subtropicais e frentes frias, grandes helicópteros para resgate etc. Quase todas as marinhas do mundo possuem uma aviação naval baseada em terra, com estruturas completas, incluindo seus próprios meios de treinamentos, nós destruimos a nossa Aviação Naval, com aquele decreto do Castelo Branco e agora começamos de novo pelo telhado.

Nada JL...


O importante é inflar o Alter-Ego dos nossos Almirantes com um NAe cujo Valor Militar é Nulo, ou Tende à Zero!

Falando sério, muito boa colocação. Precisamos de uma Marinha equilibrada, e como falei anteriormente, não temos condição de mobilizar um GT capaz de defender o NAe, e queremos ter um. Piada de Mal GOsto vinda de um país de Terceiro Munbdo.