Re: AFEGANISTÃO
Enviado: Qui Mar 06, 2014 12:24 pm
Leandro G. CardDepois de atentado que matou colega, jornalistas afegãos decidem boicotar o Taleban
Sardar Ahmad era um jornalista dedicado que, como eu e muitos colegas afegãos, acreditava genuinamente no papel da profissão em transformar o país e o mundo. Nos muitos anos de cobertura da guerra no Afeganistão, vi muitos deles morrerem, desaparecerem, perderem o rumo de suas vidas diante da fatalidade de uma guerra estrangeira que escolheu seu país como campo de batalha. Mas a morte de Sardar tocou a todos mais profundamente.
Ele foi morto a tiros com a mulher e dois dos três filhos (na foto) – o caçula continua internado em estado grave – durante um jantar em família para celebrar a chegada do novo ano persa (nowruz) em um atentado do Taleban contra o Hotel Serena, um cinco estrelas cuja luxuosidade me parece obscena para os padrões locais. Não costuma ser frequentado por afegãos, mas por estrangeiros abastados como diplomatas e funcionários de empresas de segurança que só fizeram enriquecer com a guerra afegã. Mas aquela era a primeira noite de um novo ano e Sardar queria proporcionar à família algo especial.
Não me parece razoável que exista um limite aceitável da violência – uma morte é sempre irreparável. Mas, para quem vive essa realidade cotidiana, os limites são outros. Morre-se nos conflitos e os afegãos aprenderam a aceitar isso. No início da ofensiva liderada pelos EUA, que se tornaria sua mais longa guerra, os afegãos estavam até mesmo dispostos a admitir as mortes como um dano colateral de uma campanha que libertaria seu país do regime medieval e brutal do Taleban e o transformaria em uma versão asiática do sonho americano.
No ano em que os EUA se preparam para deixar o país, ponto fim à guerra (para americanos, embora não para os afegãos), o Taleban está apenas mais forte e bárbaro, tendo adotado táticas da Al-Qaeda para espalhar o terror entre a população. Antes de 2001, não havia homens-bomba afegãos e o suicídio era uma saída considerada inaceitável, um pecado, uma vez que só Alá pode dar ou tirar a vida, de acordo com sua crença. Não havia um terrorista afegão nos aviões que atingiram as Torres Gêmeas e o Pentágono no 11 de Setembro; não havia terroristas afegãos, ponto. Ao contrário disso, os afegãos sempre foram as vítimas da brutalidade de invasores: britânicos, soviéticos, americanos, só para citar os mais recentes. O Grande Jogo, a Guerra Fria, a independência do Paquistão da Índia, a luta contra o terrorismo global foram guerras travadas no território afegão por potências com agendas que nada tinham a ver com o Afeganistão.
Em todos esses anos, a barbárie fez parte do cotidiano afegão, mas ainda assim havia no inconsciente coletivo um limite do que era considerado aceitável ou suportável, regras não ditas e uma elas era matar deliberadamente crianças. Muitas delas foram pegas no fogo cruzado dessa guerra sem fim, nos muitos atentados a bomba – estavam no lugar errado na hora errada. Mas, imaginar que atiradores miraram suas pistolas na direção das duas crianças da foto acima (desde os atentados, não consigo tirar seus olhares da memória) e deliberadamente apertaram o gatilho para matá-las levou a guerra, na visão dos afegãos, a um patamar de barbárie que eles não podem e não estão dispostos a aceitar. Não há nada mais a ser discutido, preservado, defendido, lamentado. Eles chegaram no fundo do poço. Conversei com muitos colegas nos últimos dois dias e restou neles apenas um sentimento de derrota. Os afegãos se sentem traídos, abatidos, sem esperança. Não resta mais nada. Eles estão arrasados.
Com a morte de Bin Laden e o cartão verde para bombardear os esconderijos da Al-Qaeda na fronteira com aviões não tripulados (drones), a Casa Branca não vê mais por que ficar – e continuar perdendo soldados a um custo político altíssimo. Mas o que os EUA ignoram é que eles falharam com os afegãos e, embora não seja possível prever os efeitos disso no longo prazo, a história serve de alerta. O embrião da Al-Qaeda foi gerado no Afeganistão depois que os jihadistas financiados pela CIA derrotaram os soviéticos e os EUA perderam o interesse no país, deixando-o para trás com milhões e milhões de dólares em armamento, o que levou a uma guerra civil e à ascensão do Taleban. Os jihadistas estrangeiros, enquanto isso, voltaram para casa treinados, fortalecidos e dispostos a fundar califados islâmicos na Ásia, África e em todo o Oriente Médio, fazendo florescer o terrorismo internacional.
A nova guerra, a miséria, a ignorância, a falta de esperança que prevalece no Afeganistão após mais de uma década de investimentos estrangeiros no país produziram dezenas, talvez centenas de terroristas afegãos que não existiam antes. Seus planos futuros são incertos. Mas o mundo certamente não está mais seguro depois da guerra.
Os quatro terroristas que mataram Sardar Ahmad, sua família e outras sete pessoas tinham idades entre 19 e 23 anos e sabiam que iam morrer. Sua missão era atirar no maior número de pessoas antes de serem mortos pelas forças de segurança.
Reação. O grupo de jornalistas que correu para o hospital ao saber do atentado contra Sardar, apenas para receber a confirmação de sua morte, prometeu boicotar o Taleban por tempo indeterminado, recusando-se a escrever notícias relacionadas ao grupo, em uma medida simples, mas emblemática. “O Taleban promove estes ataques, que são injustificáveis, com o único propósito de ter cobertura de imprensa e projetar o terror entre afegãos. Por isso, os jornalistas no Afeganistão, em uma decisão coletiva, decidiram boicotar a cobertura relacionada ao Taleban”, dizia o comunicado assinado por cerca de 50 colegas, no qual também pedem ao Taleban que explique qual a sua justificativa para atirar em “crianças inocentes à queima roupa”. É quase como se aceitassem a morte do colega, mas não a de seus filhos, não durante um jantar em família. “É estranho desejar isso, mas eu queria que você tivesse morrido no exercício da profissão. Eu queria que o tivessem matado primeiro, que você não tivesse sido obrigado a ver seus filhos morrerem antes de você”, escreveu um amigo jornalista.
O Taleban assumiu a responsabilidade sobre o atentado, mas no comunicado distribuído aos jornalistas não menciona a morte de crianças ou mesmo de afegãos. No lugar disso, afirma que o atentado “metódico” matou 22 (exagerando o número, como sempre o faz) “invasores estrangeiros e fantoches de oficiais de alto-escalão.”
Sardar era um jornalista querido pelos amigos, competente e combativo. Participou da campanha pela libertação de colegas da Al Jazeera detidos no Egito e contra a morte de outros jornalistas afegãos antes dele. Ao contrário de muitos que tentam desesperadamente emigrar, amedrontados com a volta do Taleban e a falta de perspectiva de um futuro melhor, Sardar não pretendia deixar o país.
Sardar tinha 40 anos. Sua última matéria foi sobre o leão Marjan, mantido por um empresário afegão no telhado de sua casa e encontrado quase morto por policiais, após denúncias de maus tratos, e levado ao zoológico de Cabul. “O nome Marjan foi uma homenagem ao famoso leão, parcialmente cego (após ser atingido por uma granada), que viveu no zoológico de Cabul tornando-se um símbolo da sobrevivência nacional do Afeganistão após atravessar golpes, invasões, guerra civil e o regime linha-dura do Taleban.”
Leandro G. CardOpositor afegão rejeita derrota e amplia crise
Abdullah Abdullah faz anúncio antes de recontagem dos votos e aprofunda incerteza sobre permanência dos EUA
CLÁUDIA TREVISAN, ENVIADA ESPECIAL / CABUL - O Estado de S.Paulo 09 Setembro 2014
O candidato à presidência do Afeganistão Abdullah Abdullah disse ontem que não aceitará o provável resultado das eleições para a sucessão de Hamid Karzai, o que mergulhou Cabul em uma crise política e aprofundou a incerteza em torno do futuro das forças americanas no país depois do fim das operações de combate, em dezembro.
As declarações de Abdullah frustraram a expectativa dos Estados Unidos de que ele e seu adversário, Ashraf Ghani, formassem um governo de unidade nacional, com a participação no gabinete do segundo colocado na disputa.
No sábado, o presidente Barack Obama telefonou para os dois candidatos e apelou para que ambos fechassem um acordo "o mais rápido possível", com o objetivo de assegurar o apoio internacional e preservar a estabilidade do Afeganistão.
A permanência de forças americanas no país depende da assinatura de um Acordo de Segurança Bilateral que dê imunidade aos soldados e garanta que eles serão julgados nos EUA caso sejam suspeitos de praticar crimes de guerra. O documento foi negociado no ano passado, mas Karzai rejeitou assiná-lo e decidiu transferir essa atribuição a seu sucessor.
Obama não quer repetir no Afeganistão a mesma experiência dos EUA no Iraque, de onde todas as forças americanas saíram no fim de 2011, em razão do fracasso na negociação de um acordo de segurança bilateral.
O objetivo da coalizão liderada pelos EUA é reduzir o número de soldados no Afeganistão dos atuais 44 mil para 14 mil, dos quais 9.800 americanos. As operações de combate seriam encerradas em dezembro e os soldados remanescentes teriam a função de apoiar as forças afegãs e combater o terrorismo.
A ausência de um contingente internacional no Iraque depois de 2011 é apontada como uma das razões do rápido avanço do Estado Islâmico (EI) nos últimos meses, que obrigou Obama a ordenar ataques aéreos no país quase três anos depois de ter declarado encerrado o conflito iniciado por seu antecessor, George W. Bush.
Abdullah e Ghani comprometeram-se a assinar o acordo caso fossem eleitos, mas o impasse político coloca em dúvida a legitimidade e a estabilidade de um eventual governo. As divisões internas aliadas à expectativa de redução da presença estrangeira fortaleceram a insurgência do Taleban, que conquistou posições no sul e realiza incursões em regiões próximas de Cabul.
Como no Iraque, a representatividade do governo é crucial para a coesão das Forças Armadas e a estabilidade do Afeganistão, afirmam analistas. "O que acontece se o país pelo qual você está lutando não tem liderança nem acordo entre as elites? Sem isso, eu não veria com surpresa deserções e um processo de desintegração do Exército", disse Scott Smith, especialista em Afeganistão do United States Institute of Peace.
Ex-ministro das Relações Exteriores, Abdullah liderou o primeiro turno das eleições e acusou Ghani e o governo de Karzai de fraudarem o segundo turno da disputa, realizado em junho.
As suspeitas de irregularidade levaram à recontagem dos votos sob supervisão da ONU, mas Abdullah sustenta que os critérios adotados pelos auditores são insuficientes para identificar a suposta manipulação da votação. O resultado final deve ser anunciado nesta semana.
"Nós somos os vencedores da eleição, com base no voto real do povo", declarou Abdullah ontem, depois de mais uma tentativa fracassada de chegar a um acordo com Ghani. O candidato pediu a seus seguidores que evitem a violência hoje, aniversário da morte de Ahmed Shah Massud, herói nacional que participou da resistência aos soviéticos e ao Taleban e foi assassinado no dia 9 de setembro de 2001, dois dias antes do atentado ao World Trade Center em Nova York.
Os ataques terroristas levaram Bush a invadir o Afeganistão no dia 7 de outubro daquele ano, dando início à mais longa guerra da história dos EUA. Além da morte de Massud, esta semana marca ainda os 13 anos dos atentados.
Sarah Chayes, do Carnegie Endowment for Peace, observa que a paralisia política no Afeganistão é acentuada pela ausência de um árbitro que seja aceito pelos dois lados. Derrotado por Karzai em 2009 em uma disputa também permeada por suspeitas de fraude, Abdullah está menos disposto agora a aceitar o resultado, disse Chayes, que viveu mais de uma década no Afeganistão.
Mas ainda não está claro qual será o próximo passo do candidato. "Não sabemos ainda o que isso significa", ressaltou Smith, referindo-se à rejeição da recontagem por Abdullah.
KABUL, Afghanistan -- An Afghan army desperate for more advanced military equipment is suffering death rates 30 per cent higher in the 2014 fighting season, the army's first against the Taliban without large-scale assistance from the U.S.-led international military force, officials said.
A bigger worry than the increased deaths, though, is the havoc the military could unleash on the country if the army rips at its ethnic seams, an increased possibility as U.S. and other NATO forces continue to draw down their forces, Afghan and American military experts say.
When the U.S. and other NATO-led forces withdraw all combat troops by Dec. 31, the Afghan army will truly be on its own on the battlefield for the first time since the 2001 U.S. invasion. America has spent $62 billion since then to train and equip the country's security forces, but Afghan military experts remain concerned that the army doesn't have enough men or materiel.
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"They're fighting, but they are suffering," said Gen. Abdul Rahim Wardak, Afghanistan's former minister of defence and a current adviser to the president's OFFICE.
Some of those worries were mitigated on Sept. 30, when the United States and Afghanistan signed a bilateral security agreement allowing about 10,000 American troops to remain in Afghanistan to train, advise and assist Afghan forces past the end of the year. America's NATO allies are expected to contribute a further 5,000 or so troops. A smaller U.S. Special Operations forces will also remain and actively go after extremists such as al-Qaida.
More IMPORTANTLY, signing the deal assured the Afghan government of about $4.1 billion in U.S. and foreign funding that pays for everything from soldiers salaries, to their bullets and the fuel they use in their vehicles. Without the money, the Afghan security forces would have fallen apart in months.
The need for foreign support was evident this summer, the first where the Afghan army couldn't rely on U.S. bombers when it needed them most. The army's death rate spiked 30 per cent, Wardak said, because of an increased number of battles and the army's vulnerability to roadside bombs. That spike translates to about 450 additional deaths per year -- about 1,800 deaths.
Despite the billions in aid, the army is hampered by a lack of large-scale fire power -- including offensive air capabilities -- little or no medical evacuation ability and not enough transport aircraft, Wardak said. Keeping the Taliban at bay, he said, will be a "difficult task" unless the U.S. continues to provide more fire power, he said.
The Taliban staged attacks on Afghan army troops in Kabul on Wednesday and Thursday, killing 10 soldiers. Large-scale fighting is taking place in several remote provinces.
But it is not the Taliban's military pressure that poses the most serious potential problem, said Seth Jones, a former special adviser to the U.S. Special Operations Command in Afghanistan and an analyst at the Rand Corporation.
A collapse of the political compromise between newly inaugurated President Ashraf Ghani Ahmadzai -- who represents the country's ethnic Pashtuns -- and newly installed Chief Executive Abdullah Abdullah -- the leader of the country's Tajiks -- could lead to fissures in the country's "already fragile" security forces, he said.
"There are already indications that segments of the Afghan National Army, such as the 205th Corps headquartered in Kandahar, could face significant divisions if intra-government fissures widened," said Jones, the author of "In the Graveyard of Empires: America's War in Afghanistan."
"This division would almost certainly facilitate Taliban advances," Jones said.
Wardak says the Afghan army "is still a child. It is not even a teenager," and because of that is vulnerable to the outside political environment. But he believes that with proper leadership the army will hold.
Maj. Gen. Ben Bathurst -- the international coalition's deputy adviser to the Afghan Ministry of Defence and the commander of British forces in Afghanistan -- said in an interview that Western forces track the army closely for ethnic tensions, and that the ministry works to prevent fissures.
"Look at how they have behaved through this very uncertain (election) period and they've held firm," Bathurst said. "Yes it's a worry in the back of our minds, but when you look for the evidence you haven't seen any. And I think there's a sort of pride in the Afghan Army that they are the guardians of the nation and that they aren't behaving in a political way."
The Afghan army has about 195,000 troops mostly financed by the U.S. But Wardak has long argued that Afghanistan doesn't have enough forces to satisfy the U.S. military's own counterinsurgency manual. That formula would see between 600,000 and 700,000 troops.
Including police and other security units, Afghanistan has about 350,000 Western-funded security forces.
The U.S. and Europe have tried to BALANCE that number with its cost. A U.S. Inspector General report says funding the Afghan Army costs $4.1 billion a year, with only $500 million coming from the Afghan government. Bathurst said the international community has committed to funding the Afghan security forces through 2024. Eventually, he said, Afghanistan must do it.
All that Western money has led to a clearly improved military, said a former army general, Jawed Kohistani. But Kohistani also pointed out why the West might be hesitant: Taliban fighters join the army as new recruits, undergo training, get issued new weapons and then defect back to their insurgent force.
As the Afghan army fought Taliban militants this summer, soldiers saw enemy formations the U.S. and NATO did not in recent years: forces of dozens or hundreds of fighters. Without NATO aircraft in the skies, the Taliban felt they could again mass in large groups, Wardak said. He predicted tough fighting ahead.
"The Afghan Army will fight. I mean that's in their blood to fight. But they don't have any air support of the ground forces," Wardak said. "If the level of the threat increases the way it's increasing right now ... it will be a difficult task unless the U.S. continues to provide additional FIREPOWER."
Read more: http://www.ctvnews.ca/world/afghan-army ... z3F7DgO9Xl
Taliban return to Afghan town that rose up and drove out its leaders
Insurgents now control about 80% of Gizab district in Uruzgan province four years after successful revolt, sources say
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Sune Engel Rasmussen in Tarin Kot
The Guardian, Monday 27 October 2014 17.10 GMT
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Gizab locals gather to watch helicopters bringing supplies
Gizab residents gather to watch helicopters from the 82nd Airborne Division bringing supplies to Australian and Afghan soldiers and police. Photograph: LT Aaron Oldaker/Australian government department
When the people of Gizab district rose up and ousted their Taliban rulers four years ago, international forces touted the district as a success story of civil courage and a milestone in the decade-long war. But now the district in Uruzgan, central Afghanistan, is about to fall back under the control of the insurgents, according to officials and community leaders.
The insurgent offensive comes a year after international troops withdrew from Uruzgan, and as UK troops are closing their largest base in Helmand, another embattled province in the south. A month of intense fighting in Gizab has displaced up to 500 families, and Taliban fighters are forcing residents to provide them with food and transportation and threatening people to stop them cooperating with the government, elders from the area said.
“The Taliban are using people as shields and are firing on security forces from civilian houses,” said Haji Abdur Rab, head of Gizab’s development council.
Wedged into the top corner of Uruzgan province, Gizab lies about 62 miles north of Tarin Kot, the provincial capital. Roads leading here are unpaved, making the transfer of food and weapons and the evacuation of the wounded difficult. To add to the troubles, the national army only has three helicopters, one of which is currently defunct, to support Uruzgan and three other provinces. According to Colonel Rasul Kandahari, commander of the Afghan national army’s 4th brigade in Uruzgan, the helicopters have little capacity beyond airlifting bodies from the battlefield.
The Taliban is gathering strength across Afghanistan: here an Afghan soldier walks over rubble at the scene of a suicide attack on a government compound in Ghazni.
The Taliban is gathering strength across Afghanistan: here an Afghan soldier walks over rubble at the scene of a suicide attack on a government compound in Ghazni. Photograph: Shah Marai/AFP/Getty Images
After insurgents cut off all roads to the district capital, security forces now await air support from the government. So far, however, the unrest in Gizab has failed to trigger a reaction from Kabul.
Estimates of casualties vary widely. While the police chief’s office in Tarin Kot claimed only a couple of people had been wounded and killed, the provincial governor, Amanullah Khan Timuri, said non-civilian casualties had reached 70, distributed equally on each side.
A western official familiar with security in the region, who is not authorised to speak publicly on the matter, said Gizab was the most insecure district of Uruzgan. More than a third of clashes in Gizab this year have reportedly occurred within the past month.
The battle for Gizab will vex western military leaders, who pinned great hopes on the district. In 2010 American and Australian special forces supported a revolt of a few hundred people against the Taliban, as part of a declared effort to support bottom-up counter-insurgency. The International Security Assistance Force (Isaf) trumpeted the uprising as an example of a successful “village stability operation”, designed to encourage ordinary Afghans to wrest power from the Taliban.
A veterinarian prepares medicine for sick animals during a veterinarian assistance project in Gizab district.
A veterinarian prepares medicine for sick animals during a veterinarian assistance project in Gizab district. Photograph: US Department of Defense
“The success with village stability in Gizab is a great example for the surrounding villages,” Isaf said in 2010.
This strategy also helped bring about the birth of the Afghan Local Police. Established in 2010, the ALP drafts members from local communities and empowers Afghans to take responsibility for security, linking them with the central government. The US military expected most Afghans to turn against the Taliban when they realised that government forces were the stronger part. In Gizab, however, residents waited in vain after the revolt for the government to exert control, said Martine van Bijlert, an Uruzgan expert with the Afghanistan Analysts Network.
“Instead, they just felt like a lot of local commanders were given a lot of power,” she said. “And it wasn’t necessarily better.” Corruption, nepotism and hard-handed treatment of residents remained the order of the day.
International forces also underestimated the fluctuating nature of Afghan politics, expecting local power-brokers to throw their lot behind those that booted out the Taliban. “In reality, the US military were dealing with commanders who have a history of going back and forth between the different sides,” said Van Bijlert.
Violence flared up when insurgents crossed into Gizab from Ajristan district in neighbouring Ghazni province after clashing with government forces there in September. At the same time, Gizab’s core of anti-Taliban fighters from the 2010 revolt has been weakened.
In the summer, one of the leaders of the rebellion, a former shopkeeper called Lalay, reportedly left Gizab after a brawl with Tarin Kot’s police chief, Matiullah Khan. According to sources in Tarin Kotwith knowledge of the infighting, Lalay attempted to usurp the police chief, who responded by propping up Lalay’s rival, a local Taliban leader, despite the police chief’s usual animosity for the insurgents. Consequently, Lalay left for Kandahar, taking 300-400 fighters with him.
Illustrating how swiftly loyalties can change, the power struggle also shows the mistrust seeping through factions of the Afghan security forces. In Uruzgan, the army, governor and police have been feuding for years, partly because of the police chief’s involvement in foreign-funded reconstruction projects and allegations of officials’ involvement in the drug trade.
However, Haji Abdullah Zafar, the district governor of Gizab, said all sections of the security forces were fighting shoulder to shoulder in Gizab, and numbered 400 men, including 300 police, soldiers and members of the intelligence service. Taliban fighters are twice as numerous, Zafar said, adding that there had recently been fierce clashes. “The fighting was like a world war,” he said.
Although estimates of insurgent numbers should be taken with a dose of salt when coming from officials seeking to draw more government support to their area, security forces in Gizab are clearly stretched to their limits. Their supply lines have almost entirely been cut off. According to several elders, the Taliban now controls about 80% of the district.
Taliban attacks have continued across Afghanistan, with many killed in assaults in recent weeks.
Taliban attacks have continued across Afghanistan, with many killed in assaults in recent weeks. Photograph: Nasir Waqif/Epa
The failure to tie Gizab more firmly to the provincial or national governments has allowed the Taliban to retake areas that had been secure, which seems to be the insurgents’ goal. While Taliban fighters occasionally attack district centres, they have recently focused on rural areas in an apparent attempt to secure freedom of movement through the country.
Afghan forces in Gizab have been largely left to fend for themselves after international forces left Uruzgan at the end of last year. In some areas of the country, insurgents have spent the past months testing the resilience of government forces, who lack the international support of the past, especially air power. The Afghan security forces cost an estimated $5bn-6bn (£3-3.7bn) annually, almost three times total government revenue last year.
It is not the first time the people of Gizab have felt neglected. Gizab straddles a border between the Hazara people of the central highlands and the Pashtuns of the south. In 2004, president Hamid Karzai cut out a chunk of Uruzgan and created the predominantly Hazara province of Daykundi. Initially, Gizab belonged to Daykundi, much to the aggravation of some of its Pashtun population, who responded by in effect surrendering control of the area to the Taliban. Two years later, the district was annexed to Uruzgan. This administrative tossing back and forth has created a sense of abandonment among Gizab’s residents, who complain of being ignored by the government in Kabul.
“We don’t have representatives in parliament or the provincial council to complain about the situation,” said Zafar, the district governor. “If the central government is not listening to us, we want the international community to help.”