7 de dezembro de 2018
Diferenças entre o submarino Scorpène e o S-BR brasileiro
Os quatro submarinos de propulsão convencional S-BR do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) serão maiores que os modelos Scorpene adquiridos pelas Marinhas do Chile, Malásia e Índia.
A versão brasileira deslocará cerca de 2.200 toneladas em imersão e terá um comprimento de 71,6 metros, com boca de 6,2m.
O Riachuelo (S40), primeiro submarino S-BR, será lançado no dia 14 de dezembro e será seguido pelos submarinos Humaitá (S41), Tonelero (S42) e Angostura (S43).
Os demais submarinos convencionais S-BR têm previsão de serem entregues em 2020 (S-BR2), 2021 (S-BR3) e 2022 (S-BR4).
Serão armados com seis tubos lança-torpedos de 21 polegadas para até 18 torpedos F21 e/ou mísseis SM39 SubExocet e minas submarinas. Também será equipada com dois periscópios, um deles tradicional e outro do tipo optrônico, capaz de enviar imagens diretamente para os MFCC.
Os S-BR também terão dois lançadores de contramedidas Contralto-S para despistadores de torpedos CANTO.
A classe Scorpène foi desenvolvida conjuntamente pela DCNS francesa (que no início do projeto ainda era denominada DCN) e pela Navantia espanhola, sendo agora responsabilidade única do Naval Group (ex-DCNS).
É um submarino de ataque diesel-elétrico que pode ser equipado adicionalmente com o sistema de propulsão independente da atmosfera (AIP –
Air Independent Propulsion) francês MESMA (
Module d’Energie Sous-Marine Autonome), que emprega etanol e oxigênio para mover uma turbina a vapor.
O Brasil preferiu não instalar o MESMA e, na seção adicional que este ocuparia, aumentou o espaço para combustível, alimentos e beliches adicionais (ver corte secional no final do post).
O Scorpène tem um casco hidrodinâmico construído com aço HLES 80, derivado do que é usado nos atuais submarinos nucleares franceses, porém mais compacto. Algumas tecnologias usadas nas classes “Amethyste” e “Le Triomphant” (nucleares), como o sistema SUBTICS, também são empregadas no Scorpène.
O primeiro comprador foi o Chile, que no final dos anos 1990 encomendou duas unidades para substituir seus dois submarinos classe “Oberon”.
Depois foi a vez da Malásia, que adquiriu duas unidades, incorporadas em 2009.
A Índia foi o terceiro comprador, assinando em 2005 um contrato para seis unidades, que estão sendo construídas localmente com transferência de tecnologia.
Submarino General O’Higgins (SS-23) classe Scorpene da Armada do Chile
Submarino Tunku Abdul Rahman classe Scorpène da Malásia
INS Kalvari, primeiro Scorpène indiano
Submarino Riachuelo – S40
Corte seccional do submarino S-BR brasileiro (clique na imagem para ampliar)
Perfil do submarino Riachuelo S40. Desenho: José da Silva
Características gerais do S-BR
- Deslocamento 1.870 toneladas na superfície/2.200 toneladas submerso
- Comprimento 71,6 m, diametro 6,2 m
- Propulsão Motores a Diesel – 4 x MTU 16V 396 SE84 (2990cv/hp), 1 x Motor elétrico Jeumont Schneider (2.8MW)
- Velocidade 20 nós (máxima)
- Autonomia 70 dias no mar, 13.000 milhas a 8 nós; pode navegar 400 milhas a 4 nós sem usar o esnorquel
- Profundidade 300 metros (máxima)
- Armamento 18 torpedos de 533 mm; 6 tubos lançadores; 8 mísseis Exocet SM 39
https://www.naval.com.br/blog/2018/12/0 ... rasileiro/
abs.
arcanjo