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Dia de Portugal
Cavaco e Sócrates ou a insustentável leveza de um país
por Adriano Nobre, Publicado em 11 de Junho de 2010 | Actualizado há 2 horas

Cavaco pede equidade nos sacrifícios e fala em "situação insustentável" no país. Sócrates discorda: "A situação não é insustentável", diz



O retrato do país numa frase: "Chegámos a uma situação insustentável", diz o Presidente da República, Cavaco Silva. Por causa da crise, do desemprego, da precariedade laboral, das pensões "que mal chegam para permitir a sobrevivência" ou dos sacrifícios pedidos aos cidadãos. Tudo conjugado na tradução de um tempo de "dificuldades e incerteza". Daí o apelo sucessivo ao ânimo e à mobilização dos portugueses. Com a descoberta do caminho marítimo para a Índia como mote para animar um povo que, ao longo da sua história, "passou grandes sacrifícios, mas que soube erguer-se nas horas difíceis".

O discurso presidencial nas comemorações do Dia de Portugal não podia ser mais claro: é preciso "juntar esforços em torno daquilo que é verdadeiramente essencial". Para Cavaco, "o essencial são os problemas concretos dos portugueses", não "as querelas políticas". Sócrates concordou. Mas só no apelo à união. Porque, diz o primeiro-ministro, a situação do país "não é insustentável".

Uma "querela", portanto. Pequena. Até porque na reacção ao discurso presidencial, José Sócrates encontrou um eixo alternativo nas palavras de Cavaco: "O Presidente da República quis sublinhar a unidade num dia em que se celebram os valores da nossa pátria. Apelou à unidade, em particular no aspecto do entendimento social entre trabalhadores e empregadores", exemplificou. E se Cavaco considera que a situação do país é insustentável, Sócrates contextualiza-o. "Estamos numa situação de dificuldade, como todos os países europeus estão", diz.

As divergências entre Belém e São Bento não se ficaram pela análise genérica à situação do país: em tempo de adopção de medidas de austeridade, Cavaco Silva apelou a que os "sacrifícios sejam repartidos de forma equitativa e justa". Em dois planos. Primeiro, porque não podem ser apenas "os dois extremos da pirâmide etária, os mais velhos e os mais novos, a suportar os encargos sociais mais pesados das dificuldades do presente". Depois, porque os sacrifícios "têm de possuir um sentido claro e transparente, que todos compreendam". "Não se podem pedir sacrifícios sem se explicar a sua razão de ser, que finalidades e objectivos se perseguem, que destino irá ser dado ao produto daquilo de que abrimos mão", defendeu Cavaco. E lançou o alerta: "Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam".

A resposta de Sócrates mostrou nova diferença de perspectivas sobre o mesmo assunto. "Há grupos sociais que pagam mais e fazem um maior esforço e há grupos sociais que pagam menos e que fazem menos esforço. Acho que era disto que o Presidente estava a falar e é isto que dá a unidade aos portugueses ", resumiu aos jornalistas no final de cerimónia oficial.

Direita aplaude, esquerda ironiza

No jogo das reacções ao discurso de Cavaco Silva, a esquerda e a direita ocuparam lados opostos do campo: PSD e CDS aplaudiram e a esquerda desvalorizou a importância do conteúdo da mensagem.

"Foi um bom diagnóstico e bem demonstrativo dos sacrifícios que ainda temos de fazer", sintetizou o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas. Palavras que serviram de mote para pedir que os sacrifícios "valham a pena" e que o exemplo da sua aplicação "venha de cima". Nomeadamente quando, no entender dos sociais-democratas, o país está entregue a um governo "que vive num país que não é aquele em que vivemos". Já Paulo Portas destacou no discurso presidencial o pedido para que os sacrifícios sejam "justamente distribuídos".

No BE, Francisco Louçã acusou Cavaco de ter feito um discurso "socialmente arrogante". "Voltou a insistir que é necessário explicar melhor a austeridade aos portugueses. Se lhes for melhor explicado por que aumentam os impostos, então sentirão menos o aumento", ironizou, sugerindo que o Presidente "convive muito bem com as medidas de austeridade". Jerónimo de Sousa não destoou e identificou nas palavras de Cavaco "uma dificuldade objectiva": "Não se pode pedir às vítimas que ajudem os carrascos", disse.

Entre os candidatos presidenciais o tom foi menos crítico: em declarações à Lusa, Fernando Nobre assumiu que o alerta de Cavaco para a situação insustentável do país foi "certo", mas que "peca por tardio"; Manuel Alegre considerou o discurso "adequado", mas com "uma palavra a mais": o termo "insustentável", não se compadece a "confiança" que deveria transmitir aos portugueses.

cabeça de martelo escreveu:Eu por acaso estava a falar da Walter 9mm, um chaço da 2.ª GM que as Forças Armadas Portuguesas.

Pereira escreveu:E se logo depois do primeiro vier o mala companheiro dele que tava esperando na moto? Apesar de isso não ser o mais comum de acontecer, sempre penso nessas possibilidades.

Mas a 24/7 dava muito problema ao ponto de você não ter mais confiança nela?

Túlio escreveu:A Walther P38 é uma boa pistola, cheguei a atirar com uma anos atrás (2004) - das novas, feitas depois da 2GM, o modelo que usei tinha massa de mira diferente - pertencente a um amigo e é excelente para single tap, complica em double tap (creio que pelo maior peso atrás), eis que a recuperação da visada parece mais difícil, mas não tenho certeza, foram poucos disparos, arranjar munição 9mm no Brasil é brabo. Mas me parece que o único senão da arma é sua baixa capacidade de munição, 8 + 1 numa época em que 20 + 1 está cada vez mais comum. A despeito disso, está em produção até hoje, que eu saiba. Uma arma ruim não estaria...

Desmontamos e seu sistema de gatilho é praticamente o mesmo da Beretta/Taurus 92/99 e me parece mais curto e macio. Achei o gatilho e a empunhadura (mesmo comprimento, menor largura) inclusive melhores, embora a trava me lembrasse a das 92, lá em cima, mas como não uso arma de dupla ação travada mesmo, tanto faz...

Ah, sobre 8 + 1: todo mundo aqui sabe que devolvi minha 24/7 em .40 (15 + 1) e voltei ao Taurus modelo 80 ('canela fina', chamamos aqui) de 6 tiros. Primeiro porque é kôza de véio mesmo, revólver NÃO enguiça nem com má munição, pistola sim. Mas o principal:

O QUE EU NÃO CONSEGUIR FAZER COM SEIS TIROS NÃO CONSEGUIREI NEM COM SEISCENTOS!

Então, a 'desvantagem' de 8 + 1 perante 15/20 + 1 para mim não existe...

É o que penso.

soultrain escreveu:Filipe,

Já conhece Lisboa?