Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Enviado: Qui Dez 29, 2011 7:10 am
Cresceu a economia ou aprofundou-se o neocolonialismo?
Texto publicado em 28 de Dezembro de 2011 - 10h17
Fonte: Causa Operária Online
A imprensa burguesa anunciou, com grande estardalhaço, que a economia brasileira tornou-se a sexta maior do planeta após ter ultrapassado a Grã Bretanha. O Brasil ainda deverá ultrapassar a França em 2012, mas, por sua vez, deverá ser ultrapassado pela Índia, permanecendo no sexto lugar.
Na realidade, trata-se da velha ilusão da burguesia tupiniquim sobre a suposta entrada do Brasil no primeiro mundo e a intensificação da propaganda do imperialismo com o objetivo de ocultar a intensificação da espoliação dos recursos dos países atrasados conforme o aprofundamento da crise capitalista mundial, impossível de ser contido, está levando a economia de todos os países à recessão (contração do crescimento).
A principal política do imperialismo é tentar continuar a garantir as altíssimas taxas de lucro dos especuladores financeiros a qualquer custo, o que tem promovido a maior devastação de recursos materiais e humanos internacionalmente desde a Segunda Guerra Mundial.
Os principais mecanismos colocados em prática para tanto têm sido os pacotes de austeridade fiscal, que são altamente recessivos, o aumento da especulação financeira, principalmente através da criação de novos tipos de papéis especulativos nos mercados da dívida pública e de commodities, a intensificação dos derivativos financeiros em todos os setores da economia, a intensificação da indústria armamentista e a tentativa de controle direto dos governos e recursos naturais. Os derivativos financeiros são a expressão máxima do parasitismo financeiro do capitalista: basicamente, são cestas de títulos financeiros que, cada vez estão mais distantes do produção real, com vários mecanismos de apostas e contrapostas intermediários. Somente no mercado de petróleo, a OPEP tem declarado que existe 30 vezes mais títulos financeiros nos mercados futuros que a produção real.
Para sustentar o altíssimo parasitismo, cada vez mais distante do crescimento produtivo, todos os recursos da sociedade estão sendo, cada vez mais, direcionados para a especulação. O preço deste macabro casino financeiro é o crescente repasse dos custos da crise para as massas trabalhadoras, principalmente dos países atrasados, através do corte dos benefícios sociais, o aumento dos impostos, a piora crescente do mercado de trabalho e a queda do poder de compra devido à monetização da dívida operacionalizada através das crescentes emissões de papel moeda sem lastro produtivo.
Os custos para manter os resgates das empresas Muito Grandes para Falir, controladas pelos grandes especuladores financeiros, coloca uma pressão muito grande na sociedade, pois os caixas dos governos enfrentam um gigantesco endividamento provocado pelos enormes repasses de recursos públicos após o colapso de 2007-2008.
O fim da “bonança” da economia brasileira neocolonial
O boom da economia brasileira relaciona-se, principalmente, com o direcionamento da economia do País à produção devastadora e à exportação de matérias primas, principalmente para a China, que são negociadas nos mercados futuros especulativos, após o esgotamento da especulação imobiliária nos países imperialistas. O peso das exportações de minerais primários, principalmente o minério de ferro, a partir do qual é fabricado o aço, e de matérias primas agropecuárias, como a soja, milho, cana de açúcar, algodão e gado tem crescido aceleradamente enquanto também tem crescido as importações de produtos manufaturados.
Mas este modelo econômico levou à paralização do crescimento econômico no terceiro trimestre deste ano. A produção industrial sofreu contração de aproximadamente 10% no segundo semestre deste ano. As medidas do governo para manter um certo crescimento no quarto trimestre, que provavelmente não ultrapassará 0,4%, equivalem a apagar um incêndio com gasolina. Basicamente, focam o aumento do consumo através do repasse de recursos públicos para o setor financeiro, o incentivo a investimentos especulativos e o corte de impostos aos grandes monopólios. O crescente aumento da inadimplência deverá levar ao estouro da bolha do consumo.
As exportações estão em queda livre devido à queda da demanda a nível mundial. O iminente estouro da bolha imobiliária e das obras de infraestrutura na China acelerarão este cenário ainda mais. Neste ano, o superávit da balança comercial foi de pouco mais de US$ 21 bilhões, o que aliviou a pressão para a captação de recursos de capitais especulativos destinados aos repasses para os especuladores financeiros priorizados através do foco das políticas do governo através obtenção do chamado superávit primário como a principal política do governo.
Mas, a pesar da propaganda do governo do PT e da imprensa burguesa, esta situação será muito difícil de ser sustentada em 2012. Como fazê-lo em cenário de recessão mundial, de queda da “locomotiva” chinesa, da aumento da aversão ao risco pelos especuladores financeiros, que enfrentam crescente problemas nas suas matrizes, e do aumento do foco da economia brasileira para atender o repasse de recursos para os especuladores?
De fato, a única maneira de manter as políticas pró-imperialistas do governo do PT, que, de fato, tem implementado as políticas da direita, representante direta dos interesses do imperialismo, são políticas recessivas, que não têm nada a ver com o crescimento produtivo da economia: pacotes de austeridade fiscal, monetização da dívida pública, através do aumento das emissões de papel moeda sem lastro produtivo e o ataque às condições de vida das massas trabalhadoras. Mas o aprofundamento destas políticas levarão a uma crise do regime político, pois o PT deverá enfrentar os trabalhadores para implementá-las, enquanto que um governo da direita terá muito maiores dificuldades para conter os protestos das massas.
O Brasil está cada vez mais longe do chamado primeiro mundo e cada vez mais próximo da época da colônia
O Brasil, longe de aproximar-se do primeiro mundo e concorrer com as potências imperialistas pelo mercado mundial, está cada vez mais submetido ao domínio direto pelo imperialismo. O jornal imperialista britânico Daily Mail escreveu nos últimos dias, em um artigo intitulado "Esqueça a União Europeia... aqui é onde o futuro realmente está", que “o Brasil não deve ser considerado um competidor por hegemonia global, mas um vasto mercado para ser explorado".
A maneira como o PIB é contabilizado é uma verdadeira farsa, pois toda a parafernália de atividades especulativas são consideradas como atividades produtivas. De fato, cada novo degrau que o Brasil “alcança” em relação ao aumento do PIB deve ser considerado como um aumento da espoliação do País. Os principais setores da economia são controlados diretamente pelas multinacionais imperialistas.
O principal fator para determinar o grau de desenvolvimento de um determinado país é a produtividade do trabalho e, neste quesito, o Brasil encontra-se muito distante dos países centrais. E esta situação é impossível de ser mudada, mesmo minimamente, sem a realização das tarefas democráticas pendentes: em primeiro lugar, a reforma agrária, com a expropriação sem indemnização do latifúndio, e a expropriação, nas mesmas condições, do sistema financeiro e do comércio exterior e demais setores parasitários que dependem dos recursos públicos.
Adicionalmente, o poder de um país imperialista mede-se pela sua participação no mercado mundial. Muitas guerras foram conduzidas com o objetivo de disputar os mercados mundiais, inclusive duas guerras mundiais que deixaram dezenas de milhões de mortos.
O Brasil, longe de estar se tornando um país imperialista, tem visto os setores dominados pela burguesia nacional cada vez mais controlados diretamente pelo imperialismo nas últimas duas décadas.
Os governos do PT simplesmente tem dado continuidade às políticas entreguistas do PSDB. A promoção das novas privatizações, Correios, aeroportos e estradas federais, a continuidade da priorização do superávit primário, a aprovação do novo Código Florestal e o Programa Amazônia Legal com o objetivo de aprofundar a produção devastadora de commodities, a acelerada desindustrialização do País, assim como a arrocho salarial e o corte dos programas sociais aumentarão a exploração imperialista do País.
As políticas do governo do PT para “conter a crise” aumentam a dramaticidade da economia brasileira neocolonial
Para “conter a crise”, o governo do PT conta com o aumento artificial do consumo e a redução lenta dos juros da taxa Selic.
As vendas nos shopping centers neste Natal foram 5,5% maiores do que as de igual período do ano passado de acordo com o relatório da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping). Mas, este aumento do consumo foi atingido mediante o aumento do endividamento dos trabalhadores, que provocará o aumento da inadimplência e o estouro da bolha do consumo, e o aumento das importações de produtos manufaturados.
A expectativa do governo do PT de que o PIB cresça 4,5% em 2012 é totalmente fantasiosa. Como o crescimento está desvinculado do aumento das atividades produtivas, o aumento do consumo será acompanhado pelo aumento das importações, e, portanto, provocará o eminente déficit da balança comercial. O destino de gigantescos volumes de recursos públicos para os especuladores financeiros (neste ano, em torno de 50% do orçamento público teve este destino) obrigará à monetização da dívida pública, o que, por sua vez, conduzirá ao aumento da estagnação da economia real com hiperinflação. E como o BC (Banco Central) o tem declarado em reiteradas ocasiões, se a inflação aumentar, imediatamente será aumentada a taxa de juros da Selic que é o principal mecanismo de repasses de recursos públicos para os especuladores financeiros que controlam os principais organismos do governo responsáveis pela política financeira, e em primeiro lugar o próprio BC. As próprias simulações publicadas no Relatório de Inflação divulgado pelo BC confirmam a consciência do governo sobre esta questão. O diretor do BC Carlos Hamilton Araújo declarou que "o Copom entende que, tempestivamente, ao mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
O endividamento público e privado do País que hoje supera os R$ 2,2 trilhões, e que está em acelerado ascenso, disparará. O Tesouro Nacional atuará em 2012 de maneira mais ativa para promover o endividamento do País com o objetivo de manter os mecanismos especulativos funcionando. No início de 2012, deverá ser feita uma nova emissão de títulos públicos, em dólares ou real, que, no caso de ter sucesso, prepararia as emissões de títulos das empresas que atuam no Brasil. Aumentará o controle das transferências da União para os Estados, como os recursos da compensação da Lei Kandir (que desonerou as exportações), pagamentos de precatórios e liberação de empréstimos para os governos estaduais e municipais. A recente recapitalização do BNDES e da Caixa Econômica Federal reflete a dificuldade de captação de recursos nos mercados creditícios internacionais e, ao mesmo tempo, a política de manter a farra dos repasses de recursos públicos para as multinacionais imperialistas através das obras do PAC2, da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
http://www.pco.org.br/versao_impressa.php?edicao=2947
Texto publicado em 28 de Dezembro de 2011 - 10h17
Fonte: Causa Operária Online
A imprensa burguesa anunciou, com grande estardalhaço, que a economia brasileira tornou-se a sexta maior do planeta após ter ultrapassado a Grã Bretanha. O Brasil ainda deverá ultrapassar a França em 2012, mas, por sua vez, deverá ser ultrapassado pela Índia, permanecendo no sexto lugar.
Na realidade, trata-se da velha ilusão da burguesia tupiniquim sobre a suposta entrada do Brasil no primeiro mundo e a intensificação da propaganda do imperialismo com o objetivo de ocultar a intensificação da espoliação dos recursos dos países atrasados conforme o aprofundamento da crise capitalista mundial, impossível de ser contido, está levando a economia de todos os países à recessão (contração do crescimento).
A principal política do imperialismo é tentar continuar a garantir as altíssimas taxas de lucro dos especuladores financeiros a qualquer custo, o que tem promovido a maior devastação de recursos materiais e humanos internacionalmente desde a Segunda Guerra Mundial.
Os principais mecanismos colocados em prática para tanto têm sido os pacotes de austeridade fiscal, que são altamente recessivos, o aumento da especulação financeira, principalmente através da criação de novos tipos de papéis especulativos nos mercados da dívida pública e de commodities, a intensificação dos derivativos financeiros em todos os setores da economia, a intensificação da indústria armamentista e a tentativa de controle direto dos governos e recursos naturais. Os derivativos financeiros são a expressão máxima do parasitismo financeiro do capitalista: basicamente, são cestas de títulos financeiros que, cada vez estão mais distantes do produção real, com vários mecanismos de apostas e contrapostas intermediários. Somente no mercado de petróleo, a OPEP tem declarado que existe 30 vezes mais títulos financeiros nos mercados futuros que a produção real.
Para sustentar o altíssimo parasitismo, cada vez mais distante do crescimento produtivo, todos os recursos da sociedade estão sendo, cada vez mais, direcionados para a especulação. O preço deste macabro casino financeiro é o crescente repasse dos custos da crise para as massas trabalhadoras, principalmente dos países atrasados, através do corte dos benefícios sociais, o aumento dos impostos, a piora crescente do mercado de trabalho e a queda do poder de compra devido à monetização da dívida operacionalizada através das crescentes emissões de papel moeda sem lastro produtivo.
Os custos para manter os resgates das empresas Muito Grandes para Falir, controladas pelos grandes especuladores financeiros, coloca uma pressão muito grande na sociedade, pois os caixas dos governos enfrentam um gigantesco endividamento provocado pelos enormes repasses de recursos públicos após o colapso de 2007-2008.
O fim da “bonança” da economia brasileira neocolonial
O boom da economia brasileira relaciona-se, principalmente, com o direcionamento da economia do País à produção devastadora e à exportação de matérias primas, principalmente para a China, que são negociadas nos mercados futuros especulativos, após o esgotamento da especulação imobiliária nos países imperialistas. O peso das exportações de minerais primários, principalmente o minério de ferro, a partir do qual é fabricado o aço, e de matérias primas agropecuárias, como a soja, milho, cana de açúcar, algodão e gado tem crescido aceleradamente enquanto também tem crescido as importações de produtos manufaturados.
Mas este modelo econômico levou à paralização do crescimento econômico no terceiro trimestre deste ano. A produção industrial sofreu contração de aproximadamente 10% no segundo semestre deste ano. As medidas do governo para manter um certo crescimento no quarto trimestre, que provavelmente não ultrapassará 0,4%, equivalem a apagar um incêndio com gasolina. Basicamente, focam o aumento do consumo através do repasse de recursos públicos para o setor financeiro, o incentivo a investimentos especulativos e o corte de impostos aos grandes monopólios. O crescente aumento da inadimplência deverá levar ao estouro da bolha do consumo.
As exportações estão em queda livre devido à queda da demanda a nível mundial. O iminente estouro da bolha imobiliária e das obras de infraestrutura na China acelerarão este cenário ainda mais. Neste ano, o superávit da balança comercial foi de pouco mais de US$ 21 bilhões, o que aliviou a pressão para a captação de recursos de capitais especulativos destinados aos repasses para os especuladores financeiros priorizados através do foco das políticas do governo através obtenção do chamado superávit primário como a principal política do governo.
Mas, a pesar da propaganda do governo do PT e da imprensa burguesa, esta situação será muito difícil de ser sustentada em 2012. Como fazê-lo em cenário de recessão mundial, de queda da “locomotiva” chinesa, da aumento da aversão ao risco pelos especuladores financeiros, que enfrentam crescente problemas nas suas matrizes, e do aumento do foco da economia brasileira para atender o repasse de recursos para os especuladores?
De fato, a única maneira de manter as políticas pró-imperialistas do governo do PT, que, de fato, tem implementado as políticas da direita, representante direta dos interesses do imperialismo, são políticas recessivas, que não têm nada a ver com o crescimento produtivo da economia: pacotes de austeridade fiscal, monetização da dívida pública, através do aumento das emissões de papel moeda sem lastro produtivo e o ataque às condições de vida das massas trabalhadoras. Mas o aprofundamento destas políticas levarão a uma crise do regime político, pois o PT deverá enfrentar os trabalhadores para implementá-las, enquanto que um governo da direita terá muito maiores dificuldades para conter os protestos das massas.
O Brasil está cada vez mais longe do chamado primeiro mundo e cada vez mais próximo da época da colônia
O Brasil, longe de aproximar-se do primeiro mundo e concorrer com as potências imperialistas pelo mercado mundial, está cada vez mais submetido ao domínio direto pelo imperialismo. O jornal imperialista britânico Daily Mail escreveu nos últimos dias, em um artigo intitulado "Esqueça a União Europeia... aqui é onde o futuro realmente está", que “o Brasil não deve ser considerado um competidor por hegemonia global, mas um vasto mercado para ser explorado".
A maneira como o PIB é contabilizado é uma verdadeira farsa, pois toda a parafernália de atividades especulativas são consideradas como atividades produtivas. De fato, cada novo degrau que o Brasil “alcança” em relação ao aumento do PIB deve ser considerado como um aumento da espoliação do País. Os principais setores da economia são controlados diretamente pelas multinacionais imperialistas.
O principal fator para determinar o grau de desenvolvimento de um determinado país é a produtividade do trabalho e, neste quesito, o Brasil encontra-se muito distante dos países centrais. E esta situação é impossível de ser mudada, mesmo minimamente, sem a realização das tarefas democráticas pendentes: em primeiro lugar, a reforma agrária, com a expropriação sem indemnização do latifúndio, e a expropriação, nas mesmas condições, do sistema financeiro e do comércio exterior e demais setores parasitários que dependem dos recursos públicos.
Adicionalmente, o poder de um país imperialista mede-se pela sua participação no mercado mundial. Muitas guerras foram conduzidas com o objetivo de disputar os mercados mundiais, inclusive duas guerras mundiais que deixaram dezenas de milhões de mortos.
O Brasil, longe de estar se tornando um país imperialista, tem visto os setores dominados pela burguesia nacional cada vez mais controlados diretamente pelo imperialismo nas últimas duas décadas.
Os governos do PT simplesmente tem dado continuidade às políticas entreguistas do PSDB. A promoção das novas privatizações, Correios, aeroportos e estradas federais, a continuidade da priorização do superávit primário, a aprovação do novo Código Florestal e o Programa Amazônia Legal com o objetivo de aprofundar a produção devastadora de commodities, a acelerada desindustrialização do País, assim como a arrocho salarial e o corte dos programas sociais aumentarão a exploração imperialista do País.
As políticas do governo do PT para “conter a crise” aumentam a dramaticidade da economia brasileira neocolonial
Para “conter a crise”, o governo do PT conta com o aumento artificial do consumo e a redução lenta dos juros da taxa Selic.
As vendas nos shopping centers neste Natal foram 5,5% maiores do que as de igual período do ano passado de acordo com o relatório da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping). Mas, este aumento do consumo foi atingido mediante o aumento do endividamento dos trabalhadores, que provocará o aumento da inadimplência e o estouro da bolha do consumo, e o aumento das importações de produtos manufaturados.
A expectativa do governo do PT de que o PIB cresça 4,5% em 2012 é totalmente fantasiosa. Como o crescimento está desvinculado do aumento das atividades produtivas, o aumento do consumo será acompanhado pelo aumento das importações, e, portanto, provocará o eminente déficit da balança comercial. O destino de gigantescos volumes de recursos públicos para os especuladores financeiros (neste ano, em torno de 50% do orçamento público teve este destino) obrigará à monetização da dívida pública, o que, por sua vez, conduzirá ao aumento da estagnação da economia real com hiperinflação. E como o BC (Banco Central) o tem declarado em reiteradas ocasiões, se a inflação aumentar, imediatamente será aumentada a taxa de juros da Selic que é o principal mecanismo de repasses de recursos públicos para os especuladores financeiros que controlam os principais organismos do governo responsáveis pela política financeira, e em primeiro lugar o próprio BC. As próprias simulações publicadas no Relatório de Inflação divulgado pelo BC confirmam a consciência do governo sobre esta questão. O diretor do BC Carlos Hamilton Araújo declarou que "o Copom entende que, tempestivamente, ao mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
O endividamento público e privado do País que hoje supera os R$ 2,2 trilhões, e que está em acelerado ascenso, disparará. O Tesouro Nacional atuará em 2012 de maneira mais ativa para promover o endividamento do País com o objetivo de manter os mecanismos especulativos funcionando. No início de 2012, deverá ser feita uma nova emissão de títulos públicos, em dólares ou real, que, no caso de ter sucesso, prepararia as emissões de títulos das empresas que atuam no Brasil. Aumentará o controle das transferências da União para os Estados, como os recursos da compensação da Lei Kandir (que desonerou as exportações), pagamentos de precatórios e liberação de empréstimos para os governos estaduais e municipais. A recente recapitalização do BNDES e da Caixa Econômica Federal reflete a dificuldade de captação de recursos nos mercados creditícios internacionais e, ao mesmo tempo, a política de manter a farra dos repasses de recursos públicos para as multinacionais imperialistas através das obras do PAC2, da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
http://www.pco.org.br/versao_impressa.php?edicao=2947