12 de janeiro de 2012 • 09h49 • atualizado às 10h07
A situação causa preocupações com a estabilidade do Paquistão, um aliado complicado, mas vital, nos esforços dos EUA para combater a militância islâmica no vizinho Afeganistão.
Zardari esteve em Dubai para tratamento médico no mês passado, o que desencadeou especulações de que os militares estariam prestes a assumir o poder. Ele voltou a Islamabad cerca de duas semanas depois.
As relações entre o governo e as poderosas Forças Armadas estão no pior nível desde o golpe de Estado de 1999. Fontes paquistanesas no Golfo Pérsico disseram que Zardari viajou para fazer exames médicos, mas um dirigente do Partido do Povo Paquistanês (PPP, governista) afirmou que o presidente foi assistir a um casamento. Não houve confirmação oficial imediata sobre nenhuma das versões.
A situação política no Paquistão é delicada desde que estourou o escândalo do memorando aos EUA, em outubro. Na quarta-feira, as Forças Armadas - que governaram o Paquistão durante mais de metade dos seus 64 anos de vida independente - alertaram para as "funestas consequências" de supostos comentários do primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani, acusando os militares de agirem inconstitucionalmente no contexto do escândalo.
Agravando a crise, Gilani posteriormente demitiu o principal chefe militar do país por "flagrante desvio de conduta e ação ilegal" - que não foi especificada.
O memorando foi revelado num artigo no jornal Financial Times, de autoria do empresário paquistanês Mansoor Ijaz, que teria sido o portador do pedido de ajuda do governo paquistanês ao Pentágono.
Depois, Ijaz revelou que o autor do memorando era o diplomata Husain Haqqani, aliado de Zardari que na época era embaixador em Washington, e renunciou devido ao caso.
Zardari pode ser submetido a processo de impeachment se uma comissão da Suprema Corte apontar um vínculo dele com o memorando.