Fórum Defesa Brasil

Túlio escreveu:

delmar escreveu:Muitos países que fazem parte da UE não usam o EURO com moeda nacional, tipo a Suécia ou a Polônia. A Escócia poderia adotar, inicialmente, uma moeda com o mesmo valor da Libra e, vagarosamente, ir então distanciando-se da moeda inglesa.

É por isso que sempre escrevo UE/ZE, justamente para estabelecer a diferença. E achei estranha essa ideia de "Libra Escocesa", em que isso ajudaria? Iriam ter que atrelá-la de alguma forma à Inglesa, o que é, na prática, impossível de fazer, dada a eterna volatilidade cambial. E sempre tem o enorme rastro de papel assinado, com governos e empresas, que teria que ser reescrito na nova moeda e isso após incontáveis negociações e renegociações, pois o valor das moedas no mundo varia o dia todo...

Não é tão estranha assim. Aqui na América do Sul o Equador não tem moeda própria, Por lá vale o dólar americano, a economia foi dolarizada para resolver um problema de inflação galopamte. No Panamá a moeda oficial é o Balboa, Apenas no nome, pois ele equivale ao dólar americano e não há notas de Balboa, apenas moeda de até 1 balboa. O que ninguém ainda sabe é como reverter a situação e implantar uma moeda nacional.

Mas como controla a economica sem poder emitir a própria moeda?

Quando houver valorização do dolar e o país não tiver para circular internamento, como faz?

mmatuso escreveu:Mas como controla a economica sem poder emitir a própria moeda?

Quando houver valorização do dolar e o país não tiver para circular internamento, como faz?

Exporta.

Marechal-do-ar escreveu:

mmatuso escreveu:Mas como controla a economica sem poder emitir a própria moeda?

Quando houver valorização do dolar e o país não tiver para circular internamento, como faz?

Exporta.

Dolar escoa para países periféricos em caso de muita liquidez no mercado vulgo desvalorização e mundo feliz sem crises, mas bastaria ter uma crise o dolar para investimento exterior seca ou mesmo se os EUA resolvem subir juros não vai ter um boliviano com 1 dolar no bolso para comprar pão.

Fora que é muito estranho, governo vai ter que ter uma quantidade de dolares para garantir o comercio funcionando, independente de fluxo do exterior, ainda sim se valer mais a pena colocar nos EUA esses doláres também fugiriam.

Bourne poderia vir explicar como funciona o país deles.

delmar escreveu:
Não é tão estranha assim. Aqui na América do Sul o Equador não tem moeda própria, Por lá vale o dólar americano, a economia foi dolarizada para resolver um problema de inflação galopamte. No Panamá a moeda oficial é o Balboa, Apenas no nome, pois ele equivale ao dólar americano e não há notas de Balboa, apenas moeda de até 1 balboa. O que ninguém ainda sabe é como reverter a situação e implantar uma moeda nacional.

Conterrâneo, o contexto é muito diferente entre os Países que citaste. Um dolarizou a Economia como saída para um ciclo incorrigível de inflação, o outro já é uma espécie de protetorado dos EUA há mais de um século; não é problema na Escócia, que já é praticamente independente do UK. Aliás, são Países tão diferentes que fica difícil comentar, talvez dê para resumir assim: ao contrário dos outros citados, a Escócia usa a moeda de outro País (UK) e precisará ou fazer a transição para outra moeda estrangeira (Euro) ou criar a sua própria, com todos os custos e riscos que isso impõe a quem nunca teve que fazer isso.

Isso não faz diferença alguma para Panamá e Equador, ambos usando o USD com naturalidade e sem problemas de fluxo, já que um possui boa parte de sua renda em moeda forte por causa do Canal e o outro pelo petróleo. O problema com a Escócia será tirar uma vasta quantidade de Libras de circulação e trocar por outra coisa (Euro, provavelmente). É a isto que me refiro, o modo como se poderia fazer uma operação de tal magnitude minimizando os inevitáveis prejuízos.

Para não falar do risco de, ao concretizar sua saída do UK rumo à UE/ZE, descobrir que entrou num barquinho que dá claros sinais de que irá se desmanchar. A mim fica a impressão de que os independentistas têm por trás de si a Alemanha, cuja malvista influência vai acabar levando à destruição de sua própria obra-prima. Depois é cada um por si, e o que poderá a pequena Escócia numa Europa assim?

Ó só, lembrem de meus posts anteriores, a troca da moeda é apenas UM dos problemas, e sequer o maior:

Governo britânico rejeita entrar em negociações com a Escócia

RTP 28 Mar, 2017, 17:22 / atualizado em 28 Mar, 2017, 18:23

Russell Cheyne - Reuters


O Parlamento escocês aceitou esta terça-feira a proposta de Nicola Sturgeon e a primeira-ministra escocesa ficou autorizada a solicitar ao Parlamento britânico um novo referendo sobre a independência face ao Reino Unido. Mas Londres recusa-se a iniciar negociações.

"Seria injusto para o povo da Escócia pedir-lhe que tomasse uma decisão crucial sem a necessária informação sobre a nossa futura relação com a Europa, ou sobre aquilo com que uma Escócia independente se pareceria", reagiu o gabinete de Theresa May, citado pela agência Reuters.

Ao abrigo da proposta de Sturgeon, a consulta teria lugar em finais de 2018 ou inícios de 2019 - quando se espera que os termos do Brexit estejam na fase final de negociação.A Escócia votou contra a independência num referendo de 2014, mas Nicola Sturgeon diz que as circunstâncias se modificaram.

Em junho de 2016 a Escócia votou contra o Brexit e Sturgeon afirma que os escoceses têm direito a pronunciar-se de novo sobre o seu destino e não ser arrastados contra-vontade para fora da União Europeia.

Contudo, a decisão parlamentar acaba por traduzir a divisão do povo escocês perante a questão. A moção apresentada pela primeira-ministra foi aprovada com 69 votos favoráveis e 59 contra no Parlamento escocês.

A independência pode não vir a servir à Escócia, já que terá de pedir a adesão à União Europeia, e Espanha, reticente em encorajar políticas independentistas devido às pretensões da Catalunha, já disse que os escoceses teriam "de ir para a fila".

Nesse caso, a Escócia ficaria sozinha na cena internacional, talvez sem a libra esterlina (a moeda britânica) e em situação económica complicada. A alternativa imediata poderia passar pela adesão à EFTA - a Associação Europeia de Livre Comércio.

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/gover ... ia_n991707

Notar que a Escócia NECESSITA da aprovação de Londres para fazer um novo plebiscito; já Londres irá protelar o máximo possível. Além disso, a Espanha não é o único membro da UE/ZE a ver com maus olhos qualquer tipo de separatismo, tem muito mais disso pela Europa, como a Lombardia e a Sardenha, na Itália.

Notem, não tenho "torcida" nessa bagunça, apenas reporto e comento os fatos como os vejo...

Aí o autor do texto conseguiu confundir país unitário com movimento separatistas, um país que tem uma organização federal e elevada autonomia com os membros, a união ou bloco entre países soberanos.

A Espanha é um país unitário que tem proporciona autonomia para determinadas regiões. Mas essas regiões consideram insuficiente para cataluña. Esses são problemas internos da Espanha que um dia ela terá que resolver. Já li sobre políticos socialistas que querem um governo federal estilo Alemanha como forma de reduzir pressões separatistas e dar maior legitimidade ao governo espanhol.

A Itália é uma organização federal que respeita a autonomia das províncias. Na real a Itália não existe, mas sim um monte de unidades com autonomia respeitada que decidiram se manter unidas sob o estado italiano. Assim como Alemanha, Canadá e EUA.

A Grã-Bretanha é uma união ou bloco centenário entre os países das ilhas britânica. O ponto central da relação há séculos é igualdade de tratamento e que seja bom para ambos. Porém, os países preservam sua autonomia, tanto que na Copa do Mundo, Olimpíadas e outros eventos não existe britânicos, mas sim escoceses e ingleses. É uma forma de respeitar a autonomia de cada país que forma o bloco.

Além disso, Londres não ter todo esse poder, se a Escócia quiser o plebiscito, fará. Está nas regras escritas ou orais da relação do bloco. E, mais ainda, na verdade a Escócia não precisa entrar por que nunca saiu da UE. Já que teoricamente continua na eurozona como país soberano. O que pode ocorrer é adotar o euro em substituição à libra.

Querer comparar a escócia com a Catalunha é pior que xingar a mãe para os escoceses. Por que tá chamando um país soberano, a Escócia, de região rebelde inglesa, ou pior, de colonia inglesa.

As diferenças são bem difusas. Vendo a Escócia se dar bem, é inevitável que outras regiões façam (ou tentem fazer) o mesmo. Lembro de um mapa postado por colega Português, mostrando todos os que querem independência na Europa. A Escócia, queiras ou não, é um belo exemplo.

Aliás, notei que não respondeste a questões como "o que faria a Escócia, se tivesse que pegar fila para entrar na UE/ZE"...

Legislativas britânicas não alteram planos da UE para o Brexit

As negociações sobre os termos do 'divórcio' entre o Reino Unido e a UE deverão arrancar em finais de maio

As eleições antecipadas no Reino Unido, marcadas para 8 de junho, em nada alterarão os planos de Bruxelas para as negociações sobre o 'Brexit', disse hoje o porta-voz do presidente do Conselho Europeu.

"As eleições britânicas em nada alteram os nossos planos de uma União Europeia (UE) a 27", disse à AFP Preben Aaman, porta-voz do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

As negociações sobre os termos do 'divórcio' entre o Reino Unido e a UE deverão arrancar em finais de maio.

No dia 27 de abril, o Conselho de Assuntos Gerais da UE reúne-se, no Luxemburgo, para debater o artigo 50.º do Tratado de Lisboa -- que prevê a saída de um Estado-membro -- e preparar a cimeira a 27 de dia 29, em Bruxelas.

Nesta cimeira, em que Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, deverão ser decididas as diretrizes das negociações sobre o 'Brexit' com Londres.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou hoje a convocatória de legislativas antecipadas no Reino Unido para 08 de junho com vista a reforçar a maioria parlamentar do Partido Conservador no âmbito do 'Brexit'.

http://www.dn.pt/mundo/interior/legisla ... 27337.html

Sei não, mas essas eleições logo após o inicio da negociação do brexit é bem arriscada e pode dar um backfire tremendo.

Pra mim mostra fraqueza e incerteza sobre o que realmente fazer, pedir e exigir.

A Theresa May sabe que não tem apoio, o governo é fraco e não tem uma chancela grande no eleitorado. Portanto, a melhor alternativa é antecipa eleição, recompõe a base de apoio no Parlamento e, possivelmente, volta ao cargo fortalecido. Existe forte indicação que ocorrerá isso. No entanto, mesmo que não ocorra, ela passa o problema para o outro partido e Primeiro Ministro para manter a governabilidade, continuar o processo do Brexit e lidar com os escoasses.

Em país que tem a possibilidade de antecipar eleições e recompor governo é bem comum, especialmente na Europa. Inclusive o mundo não acaba depois de deixar de ser Primeiro-Ministro ou não ter a liderança no parlamento. Já que julgam ser apenas uma fase e voltam no futuro próximo, além de evitar que tudo entrave.

concordo, mas o relógio está correndo. Essa manobra deveria ter sido feita antes do uso do artigo 50. Os 2-3 meses de eleição farão falta no fim da corrida.

Pelo que li la fora ela deverá conseguir de 52 a 65% das cadeiras. Escócia é um enigma porque o debate ta acalorado entre os usuários escoceses/ingleses sobre a escocia poder ou não pedir independência ignorando londres caso lhe seja negado o plebiscito.

Brexit: Líderes da UE vão discutir adesão automática de uma "Irlanda unida"

Os líderes europeus vão discutir na cimeira extraordinária sobre o 'Brexit' deste sábado a possibilidade de uma adesão automática da Irlanda do Norte à União Europeia em caso de reunificação com a Irlanda, anunciaram hoje fontes europeias.

O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, vai pedir o apoio dos seus 26 parceiros europeus a esta possibilidade na reunião que se realiza no sábado para aprovar as diretrizes das negociações de saída do Reino Unido da UE.

“Esperamos que a Irlanda peça a junção às minutas da reunião do Conselho Europeu de uma passagem estipulando que, em caso de reunificação da Irlanda, no âmbito do acordo de paz norte-irlandês, o chamado Acordo de Sexta-Feira Santa [1998], a Irlanda será membro da UE”, disse à agência France-Presse fonte do Conselho Europeu.

“Não pensamos que isso vá modificar o ‘caderno de encargos’ em si, mas que será apenas uma adenda às minutas da reunião”, acrescentou a fonte, que pediu anonimato.

A saída do Reino Unido da UE, aprovada no referendo britânico de junho de 2016, fez ressurgir a questão sensível do futuro da Irlanda do Norte e do enquadramento da fronteira com a República da Irlanda.

A UE considera que as questões relativas à Irlanda do Norte devem ser tratadas no âmbito das negociações do ‘Brexit’.

Bruxelas assegura, no entanto, que, se for decidido juntar às minutas um “texto Kenny” (em referência ao primeiro-ministro irlandês), isso não altera em nada a situação da Irlanda ou da Irlanda do Norte.

“Iria apenas confirmar uma evidência, a de que uma (eventual) Irlanda unida continuaria a ser membro da União Europeia”, segundo a fonte.

Uma outra fonte, citada pela agência EFE, considerou que uma adesão automática de Belfast em caso de reunificação com Dublin não colocaria “nenhuma dificuldade jurídica nem política”.

“A UE não toma, naturalmente, posição sobre a possibilidade de uma Irlanda unida. Se essa questão se colocar, caberá aos povos da Irlanda e da Irlanda do Norte pronunciarem-se, em conformidade com o chamado Acordo de Sexta-Feira Santa”, acrescentou.

As diretrizes para as negociações do ‘Brexit’ incluem apenas, até ao momento, uma menção muito geral à Irlanda do Norte, afirmando que “são necessárias soluções flexíveis e imaginativas para evitar uma fronteira rígida” entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte.

http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/br ... anda-unida

As duas Irlandas reunidas, tá aí uma coisa que não imaginava acontecer...

Sterrius escreveu:concordo, mas o relógio está correndo. Essa manobra deveria ter sido feita antes do uso do artigo 50. Os 2-3 meses de eleição farão falta no fim da corrida.

Pelo que li la fora ela deverá conseguir de 52 a 65% das cadeiras. Escócia é um enigma porque o debate ta acalorado entre os usuários escoceses/ingleses sobre a escocia poder ou não pedir independência ignorando londres caso lhe seja negado o plebiscito.

Mas os membros da UK são países soberanos que estão em uma sociedade igualitária. A escócia (e Irlanda) não são colônias ou governos subnacionais. Então, se Inglaterra vetar algo, pode quebrar acordos legais e informais sobre a governança do reino unido. Portanto, muito cuidado nessa hora.