Enviado: Qua Set 26, 2007 4:23 pm
'O ano em que meus pais saíram de férias' bate 'Tropa de elite' e é o representante do Brasil na disputa do Oscar 2008
Publicada em 26/09/2007 às 15h55m
João Pimentel - O Globo e Bianca Kleinpaul - O Globo Online
RIO - " O ano em que meus pais saíram de férias " foi o escolhido para representar o Brasil na corrida ao Oscar 2008. O filme disputou com mais 17 longas brasileiros e agora vai tentar uma das cinco vagas de melhor produção de língua estrangeira. A Academia de Hollywood divulga o resultado, entre os indicados de vários países, em 22 de janeiro. A cerimônia acontece em Los Angeles, em março.
O que você achou da escolha?
Enquanto isso, a polêmica em torno de 'Tropa' continua
A decisão do júri - formado pelos jornalistas Ana Paula Sousa e Pedro Butcher, os diretores de cinema Hector Babenco e Bruno Barreto e os críticos Rubens Ewald e Leon Cakoff - foi unânime. Dos 18 filmes da seleção, três foram finalistas: "O céu de Suely", "Tropa de elite" e "O ano em que meus pais saíram de férias".
Questionados sobre a exclusão de "Tropa de elite", alardeado como o favorito para entrar no Oscar e escolhido por leitores do GLOBO ONLINE como o melhor representante, os jurados lembraram que a escolha "não foi para o melhor filme do ano".
"
Estamos escolhendo o filme que vai para uma seleção internacional e que, de alguma forma, tem algumas regras
"
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Babenco chegou a atacar um repórter que perguntou o motivo da não opção por "Tropa de elite", de José Padilha.
- Você esta emitindo a sua opinião e não esta sendo jornalista - disse o cineasta.
Babenco ainda completou, equivocadamente, que críticos não faziam parte do júri. Por isso, não havia necessidade de eles justificarem a escolha tecnicamente. No que rapidamente Rubens Ewald Filho se pronunciou.
- Ele não é crítico mas eu sou. Só temos que deixar claro que não estamos escolhendo o melhor filme do ano. Estamos escolhendo o filme que vai para uma seleção internacional e que, de alguma forma, tem algumas regras a serem seguidas.
Ewald Filho lembrou que a Secretaria do Audiovisual teve o cuidado de escolher o júri que "conhecia bem esse universo".
- O padrão de qualidade deste filme é o que mais se aproxima desse tipo de premiação. Todos gostavam particularmente de "Tropa de elite", mas acho que ele segue muito o padrão de série americanas de TV - explicou Ewald Filho.
Os jurados lembraram também que "Cidade de Deus", com estética e tema muito parecidos com "Tropa de elite", foi recusado pela Academia em 2003 para uma das cinco vagas de melhor filme estrangeiro. Segundo Ewald Filho, a entidade repudia a violência e prefere produções mais humanitárias e sobre relações humanas nesta categoria.
"
No resto do país não é essa repercussão toda
"
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- "O ano" é um filme original, tem relação de criança e velho. Há todos os argumentos para gostarem desse filme - disse o crítico, reforçando que os membros da Academia "têm mais de 60 anos, idéias pré-concebidas e não gostam muito de violência".
O outro crítico do júri, Pedro Butcher, destaca a vocação internacional do filme de Cao Hamburger.
- "O céu de Suely" (de Karim Aïnouz) e "O ano em que meus pais saíram de férias" já percorreram o mundo e ganharam prêmios em vários festivais - lembrou o jornalista.
"O ano" já tem distribuição garantida em mais de 20 países, entre Espanha, Itália, Canadá, França e Israel, pela City Lights Pictures. Nos Estados Unidos, a estréia será em dezembro em Nova York e Los Angeles, e depois em mais 25 cidades americanas.
Apesar de toda a repercussão, "Tropa de elite" só estréia oficialmente no Brasil dia 12 de outubro, mas já foi amplamente consumido em cópias piratas. Para atender os critérios de incrição para o Oscar, o filme está sendo exibido em uma única sala em Jundiaí, São Paulo.
Rubens Ewald Filho afirmou ainda que o sucesso de "Tropa" está restrito ao Rio de Janeiro, cidade onde começou a comercialização das cópias piratas.
- No resto do país não é essa repercussão toda. Entendo a grande expectativa do filme, é muito popular mas não nos guiamos por esse aspecto.
"Tropa" também tem estréia garantida nos EUA diz 25 de janeiro. Com isso, tanto esta produção quanto "O ano em que meus pais saíram de férias" podem concorrer em outras categorias do Oscar (como melhor filme, direção, roteiro ou ator/atriz) em 2009.
Publicada em 26/09/2007 às 15h55m
João Pimentel - O Globo e Bianca Kleinpaul - O Globo Online
RIO - " O ano em que meus pais saíram de férias " foi o escolhido para representar o Brasil na corrida ao Oscar 2008. O filme disputou com mais 17 longas brasileiros e agora vai tentar uma das cinco vagas de melhor produção de língua estrangeira. A Academia de Hollywood divulga o resultado, entre os indicados de vários países, em 22 de janeiro. A cerimônia acontece em Los Angeles, em março.
O que você achou da escolha?
Enquanto isso, a polêmica em torno de 'Tropa' continua
A decisão do júri - formado pelos jornalistas Ana Paula Sousa e Pedro Butcher, os diretores de cinema Hector Babenco e Bruno Barreto e os críticos Rubens Ewald e Leon Cakoff - foi unânime. Dos 18 filmes da seleção, três foram finalistas: "O céu de Suely", "Tropa de elite" e "O ano em que meus pais saíram de férias".
Questionados sobre a exclusão de "Tropa de elite", alardeado como o favorito para entrar no Oscar e escolhido por leitores do GLOBO ONLINE como o melhor representante, os jurados lembraram que a escolha "não foi para o melhor filme do ano".
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Estamos escolhendo o filme que vai para uma seleção internacional e que, de alguma forma, tem algumas regras
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Babenco chegou a atacar um repórter que perguntou o motivo da não opção por "Tropa de elite", de José Padilha.
- Você esta emitindo a sua opinião e não esta sendo jornalista - disse o cineasta.
Babenco ainda completou, equivocadamente, que críticos não faziam parte do júri. Por isso, não havia necessidade de eles justificarem a escolha tecnicamente. No que rapidamente Rubens Ewald Filho se pronunciou.
- Ele não é crítico mas eu sou. Só temos que deixar claro que não estamos escolhendo o melhor filme do ano. Estamos escolhendo o filme que vai para uma seleção internacional e que, de alguma forma, tem algumas regras a serem seguidas.
Ewald Filho lembrou que a Secretaria do Audiovisual teve o cuidado de escolher o júri que "conhecia bem esse universo".
- O padrão de qualidade deste filme é o que mais se aproxima desse tipo de premiação. Todos gostavam particularmente de "Tropa de elite", mas acho que ele segue muito o padrão de série americanas de TV - explicou Ewald Filho.
Os jurados lembraram também que "Cidade de Deus", com estética e tema muito parecidos com "Tropa de elite", foi recusado pela Academia em 2003 para uma das cinco vagas de melhor filme estrangeiro. Segundo Ewald Filho, a entidade repudia a violência e prefere produções mais humanitárias e sobre relações humanas nesta categoria.
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No resto do país não é essa repercussão toda
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- "O ano" é um filme original, tem relação de criança e velho. Há todos os argumentos para gostarem desse filme - disse o crítico, reforçando que os membros da Academia "têm mais de 60 anos, idéias pré-concebidas e não gostam muito de violência".
O outro crítico do júri, Pedro Butcher, destaca a vocação internacional do filme de Cao Hamburger.
- "O céu de Suely" (de Karim Aïnouz) e "O ano em que meus pais saíram de férias" já percorreram o mundo e ganharam prêmios em vários festivais - lembrou o jornalista.
"O ano" já tem distribuição garantida em mais de 20 países, entre Espanha, Itália, Canadá, França e Israel, pela City Lights Pictures. Nos Estados Unidos, a estréia será em dezembro em Nova York e Los Angeles, e depois em mais 25 cidades americanas.
Apesar de toda a repercussão, "Tropa de elite" só estréia oficialmente no Brasil dia 12 de outubro, mas já foi amplamente consumido em cópias piratas. Para atender os critérios de incrição para o Oscar, o filme está sendo exibido em uma única sala em Jundiaí, São Paulo.
Rubens Ewald Filho afirmou ainda que o sucesso de "Tropa" está restrito ao Rio de Janeiro, cidade onde começou a comercialização das cópias piratas.
- No resto do país não é essa repercussão toda. Entendo a grande expectativa do filme, é muito popular mas não nos guiamos por esse aspecto.
"Tropa" também tem estréia garantida nos EUA diz 25 de janeiro. Com isso, tanto esta produção quanto "O ano em que meus pais saíram de férias" podem concorrer em outras categorias do Oscar (como melhor filme, direção, roteiro ou ator/atriz) em 2009.