MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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akivrx78
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1936 Mensagem por akivrx78 » Qui Nov 03, 2011 9:21 pm

Enlil escreveu: Quiçá os japoneses melhorem um pouco essa água etílicada e se possa um dia chamar isso de cerveja!
03.11.2011 - 16h00
Kirin compra 100% da Schincariol
Marcelo Onaga

Depois de três meses de disputas, desentendimentos e poucas conversas, os japoneses da Kirin e os sócios minoritários da Schincariol chegaram a um acordo. Os irmãos Gilberto, José Augusto e Daniela fecharam a venda dos 49,55% que possuem na cervejaria fundada por seu avô e devem receber cerca de 2,5 bilhões de reais dos japoneses. O acordo inclui uma cláusula que obriga os três a não atuar em empresas que concorram diretamente com a Schincariol.

Os três irmãos decidiram sair do negócio depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo cassou uma liminar que suspendia a venda dos 50,45% dos irmãos Adriano e Alexandre para a Kirin. A venda do controle da cdervejaria havia sido fechada no início de agosto por 3,95 bilhões de reais, mas Gilberto e seus irmãos alegaram na Justiça que uma cláusula contratual lhes garantia o direito de preferência na compra da parte dos primos. Uma juíza de Itu concedeu a liminar suspendendo o negócio, que foi derrubada no mês passado.

Além disso, a queda nas vendas da Schincariol nos últimos meses e a perda de participação de mercado – pela primeira vez desde 2005 a empresa deixou a vice-liderança do setor, agora ocupada pela Petrópolis – foi decisiva para a saída dos minoritários. A pessoas próximas Gilberto disse que essa disputa poderia durar meses e a companhia continuaria a sangrar e a perder espaço – e dinheiro. Caso não conseguissem reverter a situação na Justiça, Gilberto e seus irmãos corriam o risco de vender sua participação na companhia daqui a alguns meses por bem menos do que acaba de ser acertado.

No mês passado, pouco antes da decisão da Justiça de suspender a liminar e garantir que os japoneses tomassem posse do negócio, os minoritários haviam acertado as bases para a venda da participação para a Kirin. Contudo, os japoneses pediram um prazo maior do que o combinado inicialmente para o pagamento do valor e o negócio não foi fechado.

Os japoneses já buscam um executivo para assumir a presidência da companhia em janeiro de 2012. Até lá, Adriano Schincariol permanece à frente da empresa. Gilberto, que era vice-presidente comercial, deixa suas funções.

Desde o início desta semana, as duas partes voltaram a conversar. Na quarta-feira, dia de Finados, chegaram a um pré-acordo. Gilberto e os irmãos pretendiam receber os mesmos 3,95 bilhões de reais pagos a Adriano e Alexandre. Os japoneses se dispunham a pagar 2 bilhões. O acordo foi fechado em torno de 2,5 bilhões de reais. A Schincariol, fundada em 1939 pelo filho de imigrantes italianos Primo Schincariol nos fundos de uma pequena casa em Itu, deixa de ser, definitivamente, uma empresa familiar e torna-se parte de um dos maiores grupos de bebida do Japão.

19:03 Atualização: os irmãos Gilberto, José Augusto e Daniela Schincariol estão, neste momento, reunidos com os representantes da Kirin para finalizar a venda dos 49,55% que detém na cervejaria.

http://exame.abril.com.br/blogs/primeir ... hincariol/
Eu só acho chato eu vez de empresas brasileiras estarem se internalizando acontece o contrario.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1937 Mensagem por Sterrius » Sex Nov 04, 2011 2:07 am

Eu só acho chato eu vez de empresas brasileiras estarem se internalizando acontece o contrario.


Na verdade ocorre pra ambos os lados. Tanto empresas brasileiras estão se internacionalizando como algumas internacionais voltaram a comprar com tudo que podem empresas brasileiras de olho no mercado atual e futuro.

A diferença é que hoje a gente não fica sem opções brasileiras pois a maioria das áreas adquiridas nem foram as industrias lideres e sim aquelas que estão perdendo mercado como a da noticia. Quem é lider no seu setor tem que ta cego pra vender algo pois com o país crescendo mesmo que fique estagnado o lucro é certo.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1938 Mensagem por marcelo l. » Sex Nov 04, 2011 9:59 am

AlbertoRJ escreveu:Marcelo,
Entendo que o trabalho dele deixa claro que a grande mudança na diminuição da desigualdade ocorreu no período pós 2003:

http://www.fgv.br/cps/bd/DD/DD_Neri_Fgv_TextoFim3.pdf

[]'s
Sim, mas o período neo-liberal como fica claro em todo o trabalho do Neri não houve aumento da desigualdade, o período é de 1960-1990, que tivemos no Brasil, prevalecendo em políticas públicas um certo pensamento keynisiano.

Sobre políticas públicas, o mansueto se lembrou desse texto que é muito bom para uma Agenda para a Inovação no Setor
Público no Brasil

http://mansueto.files.wordpress.com/201 ... ubro_1.pdf




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1939 Mensagem por Bourne » Sex Nov 04, 2011 12:21 pm

Sobre distribuição e desigualdade se prova o que quiser. Depende de como usa a perspectiva. Ou melhor, é como discutir o sexo dos anjos que perde muito tempo para chegar ao mesmo lugar e quem aborda varia pouco de opinião. Este bando de neoclássicos ( :lol: :lol: :lol: ). O pior que vende muito bem por que é só mudar um detalhe e criar algo igual e diferente. Resumindo é muito chato.

Dividir as coias em neo-liberal e keynesiano é ideologisse. O que muda são as políticas públicas e como pensar o desenvolvimento e na maior parte do tempo fica misturada e nebuloso. Pode ir para qualquer lugar.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1940 Mensagem por marcelo bahia » Sex Nov 04, 2011 8:07 pm

Sterrius escreveu:
Eu só acho chato eu vez de empresas brasileiras estarem se internalizando acontece o contrario.


Na verdade ocorre pra ambos os lados. Tanto empresas brasileiras estão se internacionalizando como algumas internacionais voltaram a comprar com tudo que podem empresas brasileiras de olho no mercado atual e futuro.

A diferença é que hoje a gente não fica sem opções brasileiras pois a maioria das áreas adquiridas nem foram as industrias lideres e sim aquelas que estão perdendo mercado como a da noticia. Quem é lider no seu setor tem que ta cego pra vender algo pois com o país crescendo mesmo que fique estagnado o lucro é certo.
A Imbev comprou a Budweiser, Quilmes, Stela, a Pepsi da América Latina, etc. Está se encaminhando para virar um monopólio cervejeiro internacional. O grupo G3 comprou a Burger King mundial, e por aí vai. O movimento, como disse Sterrius, é de mão-dupla.

Sds.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1941 Mensagem por Boss » Sex Nov 04, 2011 8:14 pm

Nenhuma empresa de tecnologia, só as coisinhas medíocres de sempre. Você olha a composição do Ibovespa e dá dó. Trocava metade daquilo por uma Samsung da vida.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1942 Mensagem por marcelo bahia » Sex Nov 04, 2011 8:19 pm

Boss escreveu:Nenhuma empresa de tecnologia, só as coisinhas medíocres de sempre. Você olha a composição do Ibovespa e dá dó. Trocava metade daquilo por uma Samsung da vida.
X2 :wink:

Somos "os reis" do setor primário e de serviços com pouco valor agregado! :cry: Acho que não existe nenhuma empresa brasileira na Nasdaq.

Sds.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1943 Mensagem por Boss » Sex Nov 04, 2011 8:37 pm

É o retrato da nossa pobreza empresarial. Se fosse viável, o empresariado privado estava dependendo do café até hoje.

Se o governo não cutucar a bunda e jogar o BNDES na parada, ninguém faz nada. Isso quando ele não tem que criar a empresa né (Ceitec, Embraer, Petrobras)...




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1944 Mensagem por Enlil » Sex Nov 04, 2011 9:22 pm

Sterrius escreveu:
Eu só acho chato eu vez de empresas brasileiras estarem se internalizando acontece o contrario.


Na verdade ocorre pra ambos os lados. Tanto empresas brasileiras estão se internacionalizando como algumas internacionais voltaram a comprar com tudo que podem empresas brasileiras de olho no mercado atual e futuro.

A diferença é que hoje a gente não fica sem opções brasileiras pois a maioria das áreas adquiridas nem foram as industrias lideres e sim aquelas que estão perdendo mercado como a da noticia. Quem é lider no seu setor tem que ta cego pra vender algo pois com o país crescendo mesmo que fique estagnado o lucro é certo.
A Schincariol só poderia ser adquirida por uma empresa brasileira que não fosse do ramo de bebidas visto que a única que teria cacife financeiro para tal já domina 70% do mercado. O CADE barraria no ato.



[].




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1945 Mensagem por Boss » Sex Nov 04, 2011 9:35 pm

Qual brasileira domina 70% do mercado ? Se for quem eu penso, não é brasileira.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1946 Mensagem por marcelo bahia » Sáb Nov 05, 2011 10:11 pm

Boss escreveu:Qual brasileira domina 70% do mercado ? Se for quem eu penso, não é brasileira.
A Inbev está dividida entre vários capitais, principalmente brasileiros e belgas. Mas os belgas hoje têm a maioria acionária da cia, apesar do CEO da empresa ser um brasileiro; Carlos Brito. O grupo brasileiro G3, dono da Burger King mundial, é o principal acionista "individual" da empresa (25% das ações).

Sds.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1947 Mensagem por marcelo bahia » Seg Nov 07, 2011 11:27 am

É... a ideia do Paraguai é transformar-se no "México" da América do Sul. Produzi-se no Brasil ou na China e monta-se no Paraguai. É como se diz em espanhol "maquillage" (maquiagem). Se seguirmos assim, não vamos mais produzir, porque a produção está indo toda pra Ásia, mas também já não vamos mais montar.

Sds.
07/11/2011 07h45 - Atualizado em 07/11/2011 10h55

Brasileiros 'viram' made in Paraguai em busca de competitividade

Estimativa é de que 20 empresas do Brasil invistam no Paraguai. Economia aquecida e baixo custo de produção atraem investimentos.

Ligia Guimarães
Do G1, em Pedro Juan Caballero (Paraguai)

O empresário brasileiro Luiz Antonio Saldanha Rodrigues, que há 23 anos é dono de duas fábricas de seringas em Ourinhos (SP) e em Manaus (AM), precisou expandir a produção e decidiu abrir a terceira unidade em Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai com 100 mil habitantes na fronteira com Ponta Porã (MS) e cuja atividade básica da economia é o comércio de produtos importados. O objetivo, diz Rodrigues, é baratear o custo de produção para enfrentar a concorrência chinesa, que dominou o mercado de seringas e fez com que a empresa parasse de exportar.
O interesse em cruzar a fronteira paraguaia para crescer fora do Brasil ganhou força desde o ano passado. Atraídas pela combinação de imposto baixo, mão de obra abundante, energia barata e uma economia que cresceu 15% em 2010, empresas brasileiras estão escolhendo o Paraguai na hora de expandir sua produção. A estimativa de empresários e autoridades paraguaias ouvidas pelo G1 é que produzir no Paraguai seja, em média, 30% mais barato que produzir no Brasil.
saiba mais
Governo luta para vencer rejeição dos brasileiros ao 'Made in Paraguai'
Em fábrica do Brasil no Paraguai, mistura de 3 idiomas é 'língua oficial'
Em fábrica brasileira no Paraguai, funcionários vão treinar no Brasil
A estimativa de Wagner Weber, do Centro Empresarial Brasil-Paraguai, é que até o mês de outubro haviam cerca de 20 empresas instaladas no país com capital brasileiro.
A expectativa, segundo o diretor da Rede de Inversiones y Exportaciones (Rede de Investimentos e Exportações - Rediex), Oscar Stark, é de que 50 empresas brasileiras invistam no Paraguai até o final de 2012. "Nosso esforço está praticamente todo concentrado no Brasil. Trabalhamos com a meta de que 50 empresas invistam no Paraguai cerca de US$ 5 milhões cada uma até [o fim de] 2012", afirma.

O empresário Luiz Saldanha, da SR: produção no Paraguai para disputar mercado de seringas com a China. (Foto: Ligia Guimarães/G1)

Tanto investimento reflete o esforço do governo paraguaio em levar empresas brasileiras para fortalecer a indústria local do Paraguai, que é fraca, e gerar empregos.
"Todo dia recebemos quatro ou cinco investidores e 80% são brasileiros", diz Stark, que abriu um escritório da Rediex em Curitiba especialmente para receber as visitas.

Custo contra chineses

A fábrica da SR Productos para la Salud, inaugurada em setembro com capacidade para produzir 1,5 milhão de seringas por dia e já com 80 funcionários contratados, emprega hoje dez brasileiros e 70 paraguaios. "Produzindo no Paraguai, conseguimos que o nosso preço fique cerca de 30% mais alto do que o da China. Antes, era 50%", estima Rodrigues, dono no Brasil das fabricantes Saldanha Rodrigues Ltda. e Injex Indústrias Cirúrgicas Ltda., que fornecem seringas e produtos de saúde para o mercado brasileiro, em especial ao Ministério da Saúde.
No Brasil, cada seringa é comercializada em média a R$ 0,14 e produzida a R$ 0,12. No Paraguai, a estimativa é que o preço de produção se aproxime de R$ 0,10. E, por conta do Mercosul, não há incidência de Imposto de Importação (II) para a entrada no Brasil do produto feito no Paraguai: para o Fisco, é como se fosse uma venda de um estado brasileiro para outro. "Paramos de exportar com o dólar baixo. Agora nosso objetivo é irmos atrás de empresas que importem seringas da China e tentar substituir pelo nosso [produto], usando o marketing da qualidade e da credibilidade", planeja.
Já na região do Alto Paraná, no distrito de Minga Porá, a 230 km de Ciudad del Este, o empresário Juliano Ficagna Trombetta viaja 2 horas e meia de balsa semanalmente e fica dias longe da esposa e dos dois filhos, que moram em Cascavel (PR), para implementar no país a construção de sua fábrica de papel higiênico, que no Paraguai se chamará Continental Group e cujas obras começam em janeiro. Para ele, vale a pena. "Uma máquina que eu pagaria US$ 1,5 milhão no Brasil, pago US$ 1,1 milhão no Paraguai, pelos impostos", diz.

Roberto Kaefer, diretor presidente da Globo Aves:
9 mil empregos no Paraná, 2 mil no Paraguai.
(Foto: Ligia Guimarães/G1)
A empresa brasileira de Trombetta, Biosani, já tem uma fábrica que emprega 17 funcionários em Cascavel e produz cerca de 60 toneladas de papel por mês. No Paraguai, a expectativa é contratar outros 20 trabalhadores e usar a produção para atender Paraná, São Paulo e Distrito Federal.

"Serão uma ou duas pessoas do Brasil, um gerente e mais duas pessoas que pretendo contratar em São Paulo. O demais é o pessoal da produção, que serão contratados do Paraguai", diz Trombetta.
TRIBUTOS DA INDÚSTRIA NO BRASIL * TRIBUTOS DA INDÚSTRIA PARAGUAI (LEI DE MAQUILLA)
ICMS Média 17% Não tem
IPI Média de 10% Não tem
PIS 1,65% Não tem
COFINS 7,6% Não tem
Imposto único Não tem
1% sobre o valor agregado ao produto no Paraguai
Fonte:Advogados tributaristas Guilherme Roman, da Gasparino Advogados e André Mendes Moreira, do Sacha Calmon-Misabel Derzi Consultores & Advogados
*Allíquotas variam de setor para setor.
*Vale ressaltar que esses impostos admitem o desconto de créditos pela indústria por serem não cumulativos.
Adidas, Penalty e Bertin já fizeram aportes por meio de sociedades com empresas no Paraguai, que exportam seus produtos para o Brasil. O caso mais emblemático é o da Marseg, que produz calçados de segurança industrial e exporta toda a produção para o grupo Bertin, que faz o acabamento e vende o produto no mercado brasileiro.
Em julho de 2010, Carmargo Corrêa e Votorantim Cimentos começaram a construir, em parceria, uma fábrica da Cimentos Yguazú na cidade de Villa Hayes, a 30 km de Assunção, com investimentos previstos de aproximadamente US$ 135 milhões e produção de 400 mil toneladas por ano a partir de 2012.

Retrato mostra o presidente Fernando Lugo ao
lado do empresário Luiz Saldanha Rodrigues,
na inauguração da fábrica em agosto.
(Foto: Ligia Guimarães/G1)
"A diferença de impostos é gritante. Energia elétrica é 1/4, 1/5 do valor daqui. PIS, Cofins, ICMS, tudo isso não existe lá", conta Roberto Kaefer, diretor presidente da Globo Aves, produtora de pintos que tem 7 frigoríficos e 14 fábricas de ração pelo Brasil e que pretende gerar 2 mil empregos na futura unidade Santa Rita, a 90 km de Ciudad del Este.
"O objetivo é atender a uma nova demanda de mercado e aproveitar uma cota de venda disponível com custos mais baixos", diz o executivo. "A construção do mesmo frigorífico no Brasil ficaria no mínimo 30% mais caro. E vamos sempre produzir um produto mais barato lá pela energia, pela questão tributária, exportando para o mesmo cliente que temos no mundo".
As despesas mais baixas com mão-de-obra também são consideradas pelo governo paraguaio como um dos atrativos para quem quer baratear o custo da produção. Embora o salário mínimo do Paraguai seja próximo ao brasileiro (R$ 523 lá, contra R$ 545 aqui, segundo dados da Rediex), o empregador paraguaio não paga Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), contribuição sindical ou contribuições para entidades industriais como Sesc, Senac e Sebrae.
Já as férias anuais remuneradas, que no Brasil são de 30 dias, no Paraguai são de 12 dias para cinco anos trabalhados, 18 dias para até dez anos trabalhados, e 30 dias acima de dez anos trabalhados.
Quase sem imposto
O carro-chefe do Paraguai para atrair investimento brasileiro é a Lei de Maquilla, criada há dez anos inspirada no modelo utilizado no México, que desonera a produção de empresas que instalem fábricas no Paraguai para exportação.

A estimativa do Centro Empresarial Brasil-Paraguai (Braspar) é de que, dos US$ 120 milhões investidos no paraguai pelo programa de maquilla até hoje, 60% tenham vindo de empresas brasileiras.

Posto da Petrobras em Pedro Juan Caballero,
no Paraguai. (Foto: Ligia Guimarães/G1)
A prerrogativa é que a fábrica, ou maquilladora, utilize apenas matérias-primas importadas e exporte pelo menos 90% da produção para uma matriz em outro país.
O principal atrativo é o imposto cobrado em toda a cadeia produtiva: 1% sobre o valor agregado ao produto em terras paraguaias.
De janeiro a setembro de 2011, o Brasil foi o principal destino das exportações paraguaias. Segundo dados do Banco Central do Paraguai, o país recebeu 12,2% das esportações do Paraguai, um total de US$ 522,3 milhões.
Segundo a Braspar, os setores brasileiros que mais se beneficiaram da Lei de Maquilla desde 2001 foram os de tecidos, confecções e plásticos. Entre os novos investimentos, estão empresas de próteses médicas e de material para escritório.
Há, no entanto, outros modelos de incentivos que são benéficos para quem produzir no Paraguai comprando matéria-prima local, por exemplo. Um é a Lei 60/90, que prevê a desoneração de imposto para aquisição de bens de capital e insumos importados, além de reduzir tributos sobre constituição e registros das sociedades.
Luiz Saldanha, da fábrica de seringas, diz que a Lei de Maquilla foi fundamental para a decisão de investir no Paraguai. "O principal atrativo foi a maquilla, que dá ao país um controle absoluto sobre a linha de produção, e dá ao maquillador umas vantagens muito boas para produzir com custo reduzido", explica o empresário. "Principalmente no produto nosso que temos que competir com asiáticos. A nossa margem é muita pequena e o valor agregado do nosso produto é muito baixo. Temos que tentar chegar ao preço deles", diz.
Desvantagens
Há, no entanto, dificuldades, na opinião de alguns empresários. "Não é tão fácil para alguém que não conhece, não é como ir para Guarapuava (interior do PR). Se você não souber, não tiver informações antes, pode cair em situações de propina, que ainda estão muito incutidas na cultura, isso de dar US$ 100 para as coisas andarem", diz Juliano Trombetta, da Biosani.
Desde que assumiu o governo, em 2008, o presidente Fernando Lugo tem declarado o esforço de formalizar o Paraguai e combater a propina. Para o empresário Renato Festugato Neto, que planeja construir centros logísticos no país para apoiar as empresas brasileiras que estão cruzando a fronteira, as mudanças não são nítidas. "Hoje não existe mais propina no Paraguai, o governo está muito sério nesse sentido. Você vê placas nas entradas do país que pedem que qualquer tentativa de propina seja comunicada em um número de telefone", diz.
Outro ponto fraco é a energia, que, embora barata e abundante em razão de Itaipu, tem problemas de transmissão e apagões frequentes. "A região mais problemática é a de Assunção, mas o governo já está construindo uma nova linha, com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento das Instituições do Mercosul (Focem), que vai duplicar a capacidade de transmissão de energia até [o final de] 2012 e resolver o problema", garante Stark, da Rediex.
O acordo de Itaipu prevê que a energia gerada pela usina seja dividida igualmente entre os dois países e o excedente paraguaio só pode ser vendido, até 2023, para o Brasil, por preços definidos em contrato.
Receio e legalidade
São poucos, no entanto, os empresários que aceitam falar sobre a Maquilla. Conforme o G1 apurou, há receio de chamar a atenção da Receita Federal para os incentivos. "Há o receio de que pareça que estamos virando as costas para o governo brasileiro, o que não é verdade", disse um maquillador paraguaio que preferiu não se identificar.
Mas a Lei de Maquilla é vista com bons olhos até por instituições públicas brasileiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Economista do banco de fomento, Denise de Andrade Rodrigues diz que a instituição está pronta para financiar projetos de empresas que desejem expandir no Paraguai e diz que a ida de empresas brasileiras para outros países não representa concorrência para a indústria nacional.

Agência do Itaú em Pedro Juan Caballero,
no Paraguai. (Foto: Ligia Guimarães/G1)

"Não é concorrência, é muito complementar. Se um setor, como o têxtil, faz uma unidade para fazer uma ponta no Paraguai, ele está provavelmente complementando a produção do Brasil, dificilmente ele está substituindo. E, se ele estiver substituindo, é porque encontrou custos de competição melhor lá, que faz com que essa empresa se torne um competidor global. Nossa questão é melhorar o nível de competitividade sistêmica do Brasil", afirmou Denise, que alega ainda que o dinheiro do BNDES destinado à internacionalização das empresas não é o mesmo emprestado para projetos no país. "É dinheiro captado no exterior, não é do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)".
"As pessoas que criticam não sabem que a gente faz captação específica para isso, fica achando que é o mesmo dinheiro que o banco emprestaria para o empresário brasileiro", afirma.
Para Luiz Saldanha, da SR Productos para la Salud, gerar empregos no exterior se justifica porque é alternativa para garantir a sobrevivência e a competitividade das empresas diante do dólar baixo e da concorrência chinesa. "O empresário tem que ter criatividade. Estamos mantendo duas empresas no Brasil e uma no Paraguai, não estamos tirando empregos. Como é que você vai combater o asiático? Você em que aprender a produzir como ele, fazer produto com custo menor", diz.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1948 Mensagem por Boss » Seg Nov 07, 2011 11:29 am

marcelo bahia escreveu:
Boss escreveu:Qual brasileira domina 70% do mercado ? Se for quem eu penso, não é brasileira.
A Inbev está dividida entre vários capitais, principalmente brasileiros e belgas. Mas os belgas hoje têm a maioria acionária da cia, apesar do CEO da empresa ser um brasileiro; Carlos Brito. O grupo brasileiro G3, dono da Burger King mundial, é o principal acionista "individual" da empresa (25% das ações).

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1949 Mensagem por akivrx78 » Seg Nov 07, 2011 9:24 pm

Brasil capta US$ 1,1 bilhão com nova emissão de títulos a 30 anos

Rio de Janeiro, 7 nov (EFE).- O Tesouro Nacional captou US$ 1,1 bilhão em recursos de investidores estrangeiros com a emissão de papéis da dívida com vencimento em 30 anos, informou nesta segunda-feira o Ministério da Fazenda.

Na sexta-feira, foi vendido US$ 1 bilhão nos mercados da Europa e Estados Unidos, e nesta segunda, mais US$ 100 milhões foram obtidos nos mercados asiáticos.

A operação, chamada de bônus da República Global 2041, tem taxa de juros anual de 4,964 %, considerada a menor da história para papéis com prazo de 30 anos.

Esse índice mostra que os investidores confiam nos fundamentos da economia brasileira, que se mantêm estável apesar da crise financeira global.

A emissão foi coordenada pelos bancos Barclays Capital e Bank of America Merril Lynch e deve ser concluída na quinta-feira, quando os investidores receberão seus respectivos títulos em troca do pagamento estipulado.

A emissão de hoje foi o segundo lançamento de títulos da dívida externa no ano. Em julho, o Tesouro emitiu títulos internacionais com juros de 4,188% ao ano, com vencimento em 2021.

A elevação da classificação de risco da dívida soberana do Brasil nos últimos meses e a aparente resistência da economia brasileira permitiram ao governo emitir bônus de menor custo para refinanciar dívida antiga de alto custo. EFE

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http://veja.abril.com.br/noticia/econom ... -a-30-anos




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#1950 Mensagem por akivrx78 » Seg Nov 07, 2011 9:39 pm

Por Sílvio Guedes Crespo, estadao.com.br, Atualizado: 7/11/2011 19:37
Ranking põe Brasil entre dez piores países para fazer negócios

O Brasil, que em um ano saltou de 15ª para 5ª economia que mais recebe investimentos estrangeiros diretos, foi considerado pela rede de televisão americana CNBC um dos dez piores países para fazer negócios.

'Enquanto essa economia gigante provê uma enorme oportunidade, há também muitos obstáculos significativos para fazer negócios', afirma o site da CNBC. O veículo de comunicação divide os obstáculos em dois grupos: impostos e dificuldades para obter permissão de iniciar obras.

Em relação aos impostos, afirma que a carga tributária é 'uma das maiores do mundo'. Segundo uma comparação internacional feita pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, com dados de 2009, existem 13 países da OCDE (grupo que reúne principalmente nações desenvolvidas) com carga tributária maior que a do Brasil (de 34,5% do PIB, segundo o instituto). Já no ranking dos emergentes o País é líder.

Sobre a dificuldade de fazer obras, o CNBC lembra que no Brasil as empresas gastam quase 470 dias para obter permissão de construir, mais que o triplo da média verificada na OCDE. O estudo TV não faz comparação com países emergentes nesse quesito.

Abaixo, a lista dos dez piores países para fazer negócios, na avaliação da CNBC. Na coluna da direita, o investimento estrangeiro direto recebido por cada um em 2010 (em bilhões de dólares).

Posição*

País
Investimento estrangeiro

10-Argentina 6,3
9-Rússia 41,2
8-Brasil 48,4
7-Indonésia 13,3
6-Índia 24,6
5-Nigéria 6,1
4-Filipinas 1,7
3-Argélia 2,3
2-Ucrânia 6,5
1-Venezuela 1,4

* Quanto mais baixo o número, pior

A CNBC avaliou as 50 maiores economias do mundo com base em dados do estudo 'Facilidade para fazer negócios', do Banco Mundial.

http://estadao.br.msn.com/economia/arti ... d=31284875




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