Di Grassi rebate Nelsinho: "Virgin não tem pilotos pagantes"
29 de abril de 2010 • 14h06 • atualizado às 15h58
Fonte:
http://esportes.terra.com.br/automobili ... antes.html
Di Grassi posa com Ferrari em evento de novo patrocinador
HENRIQUE MORETTI*
Direto de Araçoiaba da Serra
A chama da rivalidade entre Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi, apagada quando eles deixaram de ser integrantes da Renault, voltou a se acender. Ironizando uma declaração do compatriota, o piloto da Virgin descartou, em entrevista exclusiva ao Terra, que sua equipe tenha "pilotos pagantes", informação ventilada pelo filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 no início do mês.
Em 9 de abril, Nelsinho, atualmente competindo na divisão de caminhões da Nascar, esteve em Curitiba para participar de uma etapa da Copa Montana e foi polêmico ao falar com os jornalistas presentes. Ele disse que as vagas nas equipes de Di Grassi e Bruno Senna "estavam à venda", referindo-se também à Hispania. "Mas eu não queria botar dinheiro. Nunca precisei pagar para andar", completou.
A declaração não passou despercebida por Di Grassi. Duvidando que Piquet pudesse realmente ter comprado um assento na Virgin, o paulista respondeu ao colega.
"O grupo Virgin tem mais de 200 empresas, fatura mais de 15 bilhões de euros (R$ 34,4 bilhões) por ano e resolveu fazer uma equipe de Fórmula 1", afirmou, calmamente, ao Terra, antes de comentar o assunto com um tom irônico. "Então acho que eles não precisam... nunca houve a necessidade de ter nenhum piloto pagante. Eles escolheram o piloto que gostariam de ter. Nesse lado estou super tranquilo".
Criado em 1970 pelo milionário britânico Richard Branson, o Virgin Group é um conjunto de empresas ligadas aos mais diversos setores da sociedade de consumo, incluindo telecomunicações, transportes, viagens, serviços financeiros e música. Segundo informações de seu site oficial, o grupo possui mais de 200 companhias em 29 países diferentes, empregando 50 mil pessoas no mundo todo. No balanço de 2008, sua renda excedeu os 11 bilhões de libras (R$ 29,1 bilhões em valores atuais).
Para completar sua análise, Di Grassi indicou que o próprio Nelsinho fechou a si mesmo as portas da Fórmula 1. "Ele teve a chance dele na Fórmula 1. Por vários motivos e várias opiniões diferentes, não está mais e (agora) vai tocar a vida dele em outra categoria do automobilismo", apontou, sem citar a manipulação do resultado do Grande Prêmio de Cingapura, em 2008.
Naquele ano, Di Grassi era exatamente o piloto reserva da Renault. Como se saberia após a divulgação do escândalo, em 2009, a batida proposital para favorecer o espanhol Fernando Alonso ajudou na renovação de contrato de Nelsinho, que na época estava ameaçado de perder o emprego justamente para o outro brasileiro.
*O repórter viajou a convite do piloto Lucas Di Grassi