caminhões em uso pelo EB

[FCarvalho]

A chegada do Tatra Force 8x8 com o chassi T815-7 na engenharia do EB trás consigo forte indicação de que muitas coisas irão (começar finalmente) mudar na parte de apoio logístico e transporte nos próximos anos.
O modelo checo é um caminhão militar de origem, e mesmo que importado, é algo que o EB não compra faz décadas, desde o recebimento dos Engesa EE-15/25, ou dos REO, ainda mais antigos.
A maior novidade é a aquisição de um chassi 8x8, algo bastante inusitado para os padrões até então adotados pela força terrestre, e só muito recentemente também adotado no Brasil no mercado civil, apesar de algumas escassas tentativas anteriores.
Vamos torcer para que esta pequena aquisição seja de fato a ponta da lança para a melhoria qualitativa gradual e regular dos veículos de apoio logístico do EB. E que seja também um claro apontamento para a evolução material que precisamos fazer, também, em mais esta importantíssima área.
Afinal, um exército caminha sobre seus estômagos, como diria Napoleão. Mas no séc XXI a comida não vai a lugar nenhum sem a logística de apoio milhares de caminhões do exército para fazê-la chegar onde é necessária.

[FCarvalho]

O próximo passo?

[FCarvalho]

Estou a procura de dados e informações sobre a quantidade de caminhões que o EB opera, mas está difícil de encontrar.
É possível verificar os modelos existentes, mas conseguir saber quantos veículos existem na frota total está bem complicado.
Me parece que é importante um momento mais que oportuno para rever, também, a questão logística militar nas forças, principalmente no que diz respeito a frota de veículos motorizados do país.
A chegada da Tatra é um ótimo sinal e talvez possa nos ajudar muito no sentido de renovar a frota atual, mas mais importante, penso, é torná-la mais qualitativa quanto aos modelos que possam ser adotados.
Quem sabe um incentivo a produção de modelos realmente militares de origem no país e\ou a produção sob licença e até mesmo a simples importação quando não houver alternativas nacionais no mesmo nível. A presença da Tatra pode ser a pedra angular para a retomada da indústria veicular militar nacional. A ver se mais gente lá fora se empolga com a mesma ideia de vender seus produtos aqui a partir de bases no país.

[BRAZIL7.62]

Mais uma vez estamos vendo de camarote a importância fundamental da logística no campo de batalha.
Será que temos caminhões tanques, caminhões de alimentação, munição, oficinas e de apoio em qtde suficiente? Tá na cara de todos essas necessidade pra ontem.

[FCarvalho]

O primeiro e até agora único exercício de larga escala no campo da logística aqui na minha região foi em 2017, e houve, como sempre, o burburinho natural de quem não tendo nada melhor para fazer, criticou o mesmo pelo simples fato de haver norte americanos participando, além dos nossos vizinhos, claro, e mais alguns países convidados.

Estamos em 2022, já se passaram 5 anos e nada de novos exercícios como aquele, mesmo em outras regiões do país. Para quem conhece um pouco da minha região, sabe muito bem que as ffaa's não possuem nem de longe condições, e recursos, para dotar as suas poucas GU estacionadas aqui do apoio necessário e integral às suas operações, mesmo cotidianas. Tudo é feito à base de "no peito e na raça".

Pior, tive a insatisfação de ler aqui mesmo no DB de que há quem no EB defenda a incompletude das OM baseadas aqui em face do favorecimento da "esperar a cavalaria chegar", quando, e se, necessário. Claro, na certeza irreal e doentia de que teremos todos os recursos do mundo para mover por mais de 3 mil kms GU e todo o apoio logístico necessário para a região, e que não haverá óbices no transporte, sem ameaças e tal.

Honestamente, me pergunto por exemplo o porque de até hoje a Agrale ter cancelado o AM-41, um veículo de 2,5 ton que poderia fazer toda a diferença se adotado em várias versões nos pelotões de fronteira ao invés de deixar lá os VW de 5 ton, sabendo o tamanho do problema que é transportar um veículo deste tamanho, e pior, operar em área restrita e com o mínimo de apoio. Assim também os AM-31, encontrados a conta gotas no EB, ao contrário das indefectíveis AM-21, que se consagraram como o pau para toda obra. Então, as AM-41 foram canceladas e não existem mais, e o resto da família Marruá é caso raro de ser encontrada nas OM de fronteira. Isto é apenas um exemplo dos problemas que temos por aqui, mesmo tendo uma fábrica no Brasil.

Enfim, diante do que se vê no conflito ucraniano cabe perguntar o que estamos fazendo de fato no sentido de tornar a nossa logística - transporte, suprimento e manutenção - em um vetor realmente capaz de prover o apoio necessário do pelotão à DE em todas as suas muitas necessidades, ou se vamos continuar apenas no velho jogo de empurrar com a barriga.

[FCarvalho]

[FCarvalho]

[FCarvalho]

Eu tenho aqui comigo algumas anotações sobre a disposição material das diferentes formações dos grupos de artilharia de campanha do EB, desde os GAC lv até as AD.

Em se tratando das OM que usam ou usariam caminhões baseados no modelo Tatra\Tectran da Avibrás, e quiçá da Tatra, que possuirá uma fábrica no Brasil, além dos indefectíveis Marruá, é possível dizer que no caso das AD, GAC AP SL, GAC AP SR, GAAe e até de eventuais GACost os números apontam para a necessidade de mais de 4 mil veículos a serem adicionados a frota do EB, apenas para compor estas OM.

Estes números, genéricos, e baseados na atual organização e disposição material dos grupos de artilharia de campanha também inclui modelos que ainda hoje não existem no EB mas que possuem ROB emitidos com vista a sua aquisição, dado que existe referencial doutrinário e previsão de uso deles nestes mesmos grupos.

Enfim, se por um acaso destes da vida o EB decidir basear todas as suas OM de artilharia, a exceção das leves, nos modelos Tatra\Tectran e Tatra como veículos de apoio temos então em mãos um gigantesco desafio de compor e\ou recompor todas elas com aqueles veículos. O desafio é grande, mas não impossível. E quanto mais cedo começarmos, melhor.

[FCarvalho]

Opção para o futuro...

Belgian Army buys 879 DAF Trucks with Belgian CF cabins, DAF engines and Tatra chassis



https://www.tatraworld.nl/category/tatra-works/

[FCarvalho]

Desde 2019 a espera de uma solução, com ela literalmente bem na nossa frente. Aliás, é só mais uma delas.

[FCarvalho]

Andei vendo a quantidade de ROB do exército e de modelos propostos\planejados em termos de caminhões para as OM de artilharia, cavalaria, infantaria, engenharia e comunicações, e principalmente, das OM de apoio logístico (transporte, manutenção, etc) os números só aumentam de acordo com os desdobramentos dos projetos do EB em relação aquelas armas, quadros e serviços. Neste sentido, existem quase uma dezena de ROB emitidos para caminhões de diversos tipos e serviços, mas aparentemente nenhum deles tem prazo para sair do papel.

Já os modelos planejados\propostos, apesar de vários deles aparecerem em diferentes doc do EB, não possuem sequer o ROB identificando as suas características, apesar de sua demanda e necessidade serem reconhecidas. Se formos somar todas as indicações de caminhões para o futuro que se pretende adquirir e usar, passamos facilmente das 15 versões, entre modelos já existentes e inéditos na frota.

Não sei por quanto tempo o EB irá postergar a aquisição do que está proposto nos ROB e\ou planejamento, mas se demorar muito, as soluções disponíveis hoje - nacionais ou importadas - que já não são exatamente baratas, irão se tornar cada vez mais caras no futuro. Assim, ao menos pelo que pude ver dos ROB emitidos até agora, não há qualquer mistério sobre a aquisição dos tipos requeridos, uma vez já existem diversas alternativas no mercado, nacional e importados, mas fato é que o EB simplesmente não se move no sentido de contemplar nenhuma e nem outra alternativa.

A chegada da Tatra pode ser uma saída pela tangente no sentido de propor uma solução caseira, dado que os índices de nacionalização dos
caminhões da empresa, segundo a legislação vigente, deve rondar a casa dos 40 a 60 por cento. Não é algo que se possa fazer no curtíssimo prazo, mas joga uma luz sobre a indústria de peças veiculares do país, que terá de trabalhar para se adaptar aos padrões da empresa checa. idem para alemães, italianos, franceses e outros que quiserem se aventurar no sentido de propor modelos de caminhões militares capazes de concorrer lado a lado com os veículos checos. E esse tipo de concorrência só trás benefícios para nós.

Em tempos de pós-pandemia e guerras no dito "mundo civilizado" europeu, é imprescindível que tomemos algumas atitudes simples e importantes do ponto de vista econômico, financeiro, industrial e operacional a fim de mostrar na prática como a BID e a indústria nacional, se tratadas com o zelo e denodo que merecem, pode ser, também, parte da solução para a retomada da economia nacional, que anda precisada, e muito, de investimento que escalem a cadeia produtiva como um todo. Qualquer centavo de dólar, real ou euro que chegar neste momento com certeza será muito bem vindo.

[gogogas]

Acredito que seja por falta de grana ! Mesmo sendo caminhões , estes são bem caros.

[FCarvalho]

Acredito que seja por falta de grana ! Mesmo sendo caminhões , estes são bem caros.

Os modelos que constam nos ROB e outros pretendidos, com certeza não são baratos dado que são versões especiais e não apenas de transporte geral de carga e pessoal. Mas mesmo assim, dependendo das soluções oferecidas, e obviamente dos requisitos emanados pelo EB, os preços irão variar conforme. Mesmo assim, não é o caso de comprar milhares deles, mesmo que as quantidades no geral sejam bem grandes.
No caso dos veículos baseados na dupla Tatra\Tectran, pode ser que isso seja relativizado pelo início da produção dos chassis e caminhões aqui no país. Mas no momento a fábrica deles só vai estar a pleno entre 2023 e 2024. E mesmo assim apenas com os modelos Phoenix. O EB ainda não uso estes modelos, apenas os Terra e Force. Se produzirem os chassis aqui também já é um ganho. Talvez seja isso que o pessoal esteja esperando para poder, quem sabe, fazer uma encomenda maior.
Em termos de OM de artilharia e mecanizadas, pode ser que se a lógica dos GLFM for seguida, a maioria dos caminhões deve ser blindada, o que significa operar com o chassi Tatra e a cabine blindada dos Tectran. Mas diz-se que estas últimas são importadas, não sei.
De qualquer forma, a Tatra e outras empresas já estabelecidas por aqui oferecem modelos blindados de fábrica para os clientes que assim desejarem. Me parece uma evolução natural onde esta condição for cabível, principalmente para apoio de undes mecanizadas.
A ver se o EB acompanha esta evolução ou se fica no mínimo básico necessário de sempre.

[FCarvalho]

Para se ter uma ideia de onde a dupla Tatra\Tectran poderá vir a ser empregada se o modelo adotado nos GLMF for a referência.

4 GAC Art AP SR - cavalaria mecanizada

4 GAC Art AP SR - infantaria mecanizada

2 GAC Art AP SL - Cavalaria blindada

3 GAC Art AP SL - Artilharia Divisionária

5 GAC Art AR 155 - Artilharia Divisionária

Se considerarmos que cada OM destas terá em média 30 no GAC e outros 20 a 25 caminhões de apoio, igualmente blindados, é possível antever que as linhas de produção no Brasil de qualquer modelo escolhido terão muito trabalho pela frente.

[FCarvalho]

European Armoured Military Truck Programmes
19. September 2019

https://euro-sd.com/2019/09/allgemein/1 ... rogrammes/

Algumas considerações importantes e que estão sendo mais que relevantes agora na guerra da Ucrânia contra os russos.
Para nós pensarmos no nosso futuro e das forças motorizadas militares brasileiras.