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Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 3:22 pm
por P44
Article 50 letter: Read it in full


Theresa May has officially triggered Article 50 with a letter informing the European Council of Britain's intention to leave the European Union.

Read here in full, the six-page Brexit letter which launches two years of negotiations. :arrow: http://www.telegraph.co.uk/news/2017/03 ... read-full/

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 3:26 pm
por P44
Túlio escreveu:Tá, a Irlanda sair de vez do UK é pouco mais que mera formalidade, até Euro já circula lá como moeda oficial; mas e a Escócia, qual moeda vai usar? Estão acostumados à Libra há muitas gerações, é essa moleza toda trocar para o Euro de uma hora para outra?
Nao faço a minima ideia de como se processaria isso, até porque nunca existiu nenhum caso semelhante na Europa...afinal a Escócia nunca teve moeda própria, portanto o mais óbvio seria adoptar logo o Euro em caso de Independencia, agora como é que isso seria feito???? Nao é um país independente, seria criada uma "libra escocesa"??????

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 3:41 pm
por Túlio
P44 escreveu:
Túlio escreveu:Tá, a Irlanda sair de vez do UK é pouco mais que mera formalidade, até Euro já circula lá como moeda oficial; mas e a Escócia, qual moeda vai usar? Estão acostumados à Libra há muitas gerações, é essa moleza toda trocar para o Euro de uma hora para outra?
Nao faço a minima ideia de como se processaria isso, até porque nunca existiu nenhum caso semelhante na Europa...afinal a Escócia nunca teve moeda própria, portanto o mais óbvio seria adoptar logo o Euro em caso de Independencia, agora como é que isso seria feito???? Nao é um país independente, seria criada uma "libra escocesa"??????

Não, me refiro ao FACTO de que praticamente o único meio circulante (currency) na Escócia é a Libra. O que fazer com ela? O caminho lógico seria trocar por Euros mas...com quem? Não estamos cá a falaire de uns milhões aqui, outros ali, mas de BILHÕES em moeda corrente, não eletrônica (esta complica ainda mais a equação); devolver tudo à Inglaterra também é brabo, de onde ela iria tirar tantos Euros para trocar, e o que faria com um aumento tão brutal de quantidade de moeda em seu próprio território? Inflação seria altamente provável, e das brabas.

Este é apenas UM dos obstáculos que vejo o tão propalado "divórcio". Há mais...

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 3:45 pm
por P44
Túlio escreveu:
P44 escreveu: Nao faço a minima ideia de como se processaria isso, até porque nunca existiu nenhum caso semelhante na Europa...afinal a Escócia nunca teve moeda própria, portanto o mais óbvio seria adoptar logo o Euro em caso de Independencia, agora como é que isso seria feito???? Nao é um país independente, seria criada uma "libra escocesa"??????

Não, me refiro ao FACTO de que praticamente o único meio circulante (currency) na Escócia é a Libra. O que fazer com ela? O caminho lógico seria trocar por Euros mas...com quem? Não estamos cá a falaire de uns milhões aqui, outros ali, mas de BILHÕES em moeda corrente, não eletrônica (esta complica ainda mais a equação); devolver tudo à Inglaterra também é brabo, de onde ela iria tirar tantos Euros para trocar, e o que faria com um aumento tão brutal de quantidade de moeda em seu próprio território? Inflação seria altamente provável, e das brabas.

Este é apenas UM dos obstáculos que vejo o tão propalado "divórcio". Há mais...
O ponto principal seria a "divisao" da riqueza do UK entre a Inglaterra e a Escócia...e se a Irlanda do Norte se reunificar com a Rep. da Irlanda? Aí o bolo já é a dividir por 3....

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Imminent Brexit talks likely to be hampered by Scottish executive's plan to hold independence vote during negotiation process


Jan Gerhard and Laurence Allan - IHS Jane's Intelligence Weekly
29 March 2017

Imagem
UK prime minister Theresa May signing the Article 50 letter on 28 March 2017, as she prepares to trigger the start of the United Kingdom's formal withdrawal from the European Union. (PA)

Key Points

Following the triggering of Article 50 of the European Union's Lisbon Treaty, formal Brexit talks between the United Kingdom and the European Union are unlikely to start before May/June 2017.

The UK government will face several key domestic challenges during negotiations with the prospect of a constitutional crisis triggered by calls for another Scottish referendum on independence alongside the difficult relationship between Westminster and Northern Ireland.

Externally, the United Kingdom will face resistance from the remaining 27 EU member states, which are likely to make leaving the bloc difficult for the United Kingdom.

EVENT
The triggering on 29 March of Article 50 of the European Union's Lisbon Treaty starts formal procedures for the United Kingdom to leave the European Union in 2019.

On 29 March, the United Kingdom's permanent representative to the European Union, Tim Barrow, is launching formal Brexit procedures by delivering a letter signed by UK prime minister Theresa May to European Council president Donald Tusk. As a result, EU law foresees that the United Kingdom will leave the bloc by end-March 2019. This provides around 18 months for the actual talks to be completed as any form of agreement will have to be ratified by the UK and European parliaments as well as national and some regional assemblies in the remaining 27 member states, a process envisaged to start around October 2018. IHS Markit expects that it will be difficult to accommodate the vast range of different and often opposing priorities of the involved actors. In addition, the European Union is unlikely to yield easily to UK demands and will want to set a precedent to deter other member states from leaving the bloc. Domestically, the UK government is likely to face resistance from the opposition and parliamentary scrutiny later in the negotiation process. However, the largest domestic risks, which could hinder or even derail Brexit talks, are political developments in the devolved regions of Scotland and Northern Ireland.

http://www.janes.com/article/69127/immi ... on-process

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 3:55 pm
por Túlio
Sei lá, o quadro aí é um bocado complicado: por exemplo, minha visão é de que, em vencendo na França a Le Pen (ué, tem chance), o risco de que um dos principais sustentáculos da UE/ZE deixe o bloco é consistente. Isso geraria uma reação em cadeia, com mais gente saindo de baixo das botas de Frau Hitler e o consequente colapso do bloco inteiro. Trump não moveria um dedo (a não ser para sacanear, já que a queda definitiva do Euro seria benéfica ao Dólar). E aí, UE/ZE desmoronando, para que lado a Escócia iria se voltar? Bobear e, se as coisas continuarem no rumo que estão, o referendo acabe outra vez num NÃO!

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 3:58 pm
por P44
A Le Pen nao ganha em França. Quanto muito ganha a 1ª volta e depois perde a 2ª por uns 6O-4O

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 4:04 pm
por Túlio
Mesmo que tenhas razão, com 40% do eleitorado Francês do seu lado ela já causa um grande estrago às pretensões de Frau Hitler...

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 6:27 pm
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Não, me refiro ao FACTO de que praticamente o único meio circulante (currency) na Escócia é a Libra. O que fazer com ela? O caminho lógico seria trocar por Euros mas...com quem? Não estamos cá a falaire de uns milhões aqui, outros ali, mas de BILHÕES em moeda corrente, não eletrônica (esta complica ainda mais a equação); devolver tudo à Inglaterra também é brabo, de onde ela iria tirar tantos Euros para trocar, e o que faria com um aumento tão brutal de quantidade de moeda em seu próprio território? Inflação seria altamente provável, e das brabas.

Este é apenas UM dos obstáculos que vejo o tão propalado "divórcio". Há mais...
Não entendi qual seria o problema.

O povo leva suas libras ao banco, troca por euros especificamente impressos e cunhados para isso e as libras recolhidas viram fumaça. Exatamente como aconteceu com as cédulas e moedas em todos os países que já trocaram seu próprio dinheiro pelo euro.

Me parece bem simples.


Leandro G. Card

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 7:12 pm
por Túlio
LeandroGCard escreveu:Não entendi qual seria o problema.

O povo leva suas libras ao banco, troca por euros especificamente impressos e cunhados para isso e as libras recolhidas viram fumaça. Exatamente como aconteceu com as cédulas e moedas em todos os países que já trocaram seu próprio dinheiro pelo euro.

Me parece bem simples.


Leandro G. Card

Como assim, viram fumaça? Dinheiro não é só papel pintado, ainda mais quando falamos de dinheiro de mais de um País. QUEM vai queimar as Libras e imprimir os Euros? QUEM vai arcar com os custos da mudança? Sim, porque o simples fato de a Escócia trocar a Libra pelo Euro se irá refletir diretamente na cotação de ambas as moedas e indiretamente em várias outras, dada a globalização. Como ficam os contratos celebrados por e com os Escoceses em Libras e não Euros? Quem paga a diferença?

Sei lá, me parece BEM complicado...

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 7:23 pm
por EduClau
Também penso que se fosse tão complicado assim não teriam uns 20 paises usando o Euro e abandonados suas pesetas, escudos, liras, francos, marcos, etc, etc. Último caso podem chamar algum especialista brasileiro ou argentino por exemplo, eles também têm experiência nisso de troca de moedas.

sds.

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 7:33 pm
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Como assim, viram fumaça? Dinheiro não é só papel pintado, ainda mais quando falamos de dinheiro de mais de um País. QUEM vai queimar as Libras e imprimir os Euros? QUEM vai arcar com os custos da mudança? Sim, porque o simples fato de a Escócia trocar a Libra pelo Euro se irá refletir diretamente na cotação de ambas as moedas e indiretamente em várias outras, dada a globalização. Como ficam os contratos celebrados por e com os Escoceses em Libras e não Euros? Quem paga a diferença?

Sei lá, me parece BEM complicado...
Existem casas da moeda e instituições equivalentes para isso. Nós mesmos no Brasil queimamos quilos e quilos de notas todo santo dia, por estarem muito velhas. Elas são recolhidas pelos bancos, enviadas para a Casa da Moeda do Brasil em troca de outras novas e então queimadas, para que não se tente sequer aproveitar os restos de papel em alguma reciclagem (e usem o papel reciclado para imprimir notas falsas).

Custos haverão, é claro, este processo de troca nunca é de graça. Mas isso já estará precificado no próprio movimento de separação.

Quanto à variação da moeda, a Escócia não tem peso dentro da Europa como um todo ou fragilidades suficientes para provocar flutuações muito maiores no mercado do Euro que qualquer outro evento. Cada notícia de recrudescimento da crise na Grécia, Espanha ou Itália certamente provoca distúrbios maiores. E os contratos serão simplesmente convertidos de uma moeda para a outra, isso não é problema algum já que não envolve dinheiro em espécie, só cifras sobre o papel ou a tela dos computadores.

Já a Libra sim, pode ser muito prejudicada por perder um dos seus maiores participantes. Mas não tenho muita certeza de que algum escocês derramasse uma lágrima sequer por isso.


Leandro G. Card

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 9:14 pm
por Túlio
Já falei, uma coisa é um País trocar sua própria moeda, como volta e meia fazíamos - bobear e... - agora, se isso envolve mais de um com um bloco inteiro no meio, pode ser tudo menos FÁCIL! Não é só bits & bytes, há muito papel envolvido em contratos e alguém sempre vai sair perdendo com mudanças de cotação, o que passa então a envolver empresas de qualquer País do mundo que tenha contratos com a Escócia. No free lunch.

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 11:11 pm
por delmar
Muitos países que fazem parte da UE não usam o EURO com moeda nacional, tipo a Suécia ou a Polônia. A Escócia poderia adotar, inicialmente, uma moeda com o mesmo valor da Libra e, vagarosamente, ir então distanciando-se da moeda inglesa.

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qua Mar 29, 2017 11:25 pm
por Túlio
delmar escreveu:Muitos países que fazem parte da UE não usam o EURO com moeda nacional, tipo a Suécia ou a Polônia. A Escócia poderia adotar, inicialmente, uma moeda com o mesmo valor da Libra e, vagarosamente, ir então distanciando-se da moeda inglesa.
É por isso que sempre escrevo UE/ZE, justamente para estabelecer a diferença. E achei estranha essa ideia de "Libra Escocesa", em que isso ajudaria? Iriam ter que atrelá-la de alguma forma à Inglesa, o que é, na prática, impossível de fazer, dada a eterna volatilidade cambial. E sempre tem o enorme rastro de papel assinado, com governos e empresas, que teria que ser reescrito na nova moeda e isso após incontáveis negociações e renegociações, pois o valor das moedas no mundo varia o dia todo...

Re: BREXIT vence, UK deixa a União Europeia

Enviado: Qui Mar 30, 2017 7:13 am
por cabeça de martelo
Brexit acelera criação de um quartel-general europeu

Sempre que Bruxelas se aventurava por uma maior integração militar chocava de frente com Londres. A saída britânica elimina um obstáculo, cria muitos outros, mas permitiu já à União Europeia dar o primeiro passo para criar um quartel-general europeu, ainda que camuflado e embrionário

Centro de comando” ou “quartel-general europeu” eram palavras interditas em Bruxelas até há uns meses. A ideia de uma maior integração militar dos 28 esbarrava ou no ‘veto’ de Londres ou na resistência dos estados em criar estruturas similares às da NATO. A saída britânica da União Europeia (UE) e a chegada à Casa Branca de um presidente que considera a Aliança Atlântica “obsoleta” alterou o sentido de urgência militar da UE ou, pelo menos, retirou muitas reservas. Assim nasceu, por unanimidade, o primeiro quartel-general europeu ou o seu embrião, para driblar sensibilidades: nova capacidade de coordenação (MPCC).

“É uma célula de planeamento operacional e de coordenação para missões militares não executivas, como as missões de treino que hoje existem na República Centroafricana, Somália e Mali”, explica à VISÃO Isabel Nunes, Chefe de Equipa Multidisciplinar do Centro de Estudos e Investigação do Instituto de Defesa Nacional. Até hoje não havia um comando central neste tipo de missões – sem uso da força –, ao qual é preciso recorrer em caso de défices ou imprevistos, como falta de pessoal.

O novo órgão deve arrancar em abril, com uma equipa de 30 pessoas, e ser integrado no Estado-Maior da UE (EMEU) que funciona hoje na Avenida Cortenbergh, em Bruxelas. Sob a liderança do finlandês Esa Pulkkinen, que também comanda o EMEU, a nova célula assessora o corpo diplomático europeu e, com o tempo, ambiciona tutelar também missões executivas. Por enquanto, Londres é contra. Mas os ministros da Defesa da UE, que aprovaram no início desta semana o MPCC, prevêem rever o modelo até ao final de 2018, numa altura em que se espera ultimar o acordo de divórcio entre o Reino Unido e o resto da comunidade europeia.

Ao lado de França, o reino britânico exibe o maior músculo militar da UE e daí os estados-membros terem acordado para a necessidade de uma maior organização militar. O Brexit, no entanto, está de longe de pôr fim a projectos conjuntos ou parcerias militares entre os dois lados do Canal da Mancha. “A aprovação do MPCC é reativa ao Brexit, mas o Reino Unido não tem interesse em ficar marginalizado”, acredita Isabel Nunes. Portugal, por exemplo, advoga que algumas estruturas “sejam inclusivas até para estados não-membros da UE ou que deixem de o ser”, disse o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, depois da reunião em Bruxelas.

A área de Defesa é mais sensível para países que atravessam uma situação económica frágil, como a portuguesa. Por sistema, Portugal assinala o interesse em pertencer ao núcleo duro de uma cooperação estruturada permanente na área da Defesa, mas tudo depende do esforço financeiro.O Governo português “é favorável a um reforço progressivo e gradual” da dimensão militar, indicou Azeredo Lopes, antes de sublinhar que os gastos militares enfrentam, como outras rubricas, o colete de forças do Pacto de Estabilidade e o Tratado Orçamental. Portugal “tem três militares no EMUE e um no gabinete do chairman do Comité Militar da União Europeia”, adianta à VISÃO o ministério da Defesa, que antecipa “um incremento das necessidades” e “novas vagas”.

Em cima da mesa está também a criação de um Fundo Europeu de Defesa, para financiar novas capacidades militares da UE. Uma parte, a da investigação, será financiada pelo orçamento comunitário com 90 milhões de euros até 2020 – altura em que dispara para 500 milhões anuais. Já a outra parte, a das novas capacidades, tem um orçamento de referência de cinco mil milhões de euros por ano, suportado não pelos estados-membros da UE mas pelos países participantes.

Ursula von der Leyen, ministra da Defesa alemã, acredita que “os noruegueses têm grande interesse, tal como os britânicos” em participar em certos projetos militares ou missões.