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Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Sáb Jul 31, 2010 4:08 pm
por Francoorp
E depois sou eu que prego o ódio e sou o mais fanático anti-americano... creio que seguindo assim com estas regras de engajamento, e assassinato de civis pelo mundo todo, muitos milhões de seres humanos vão me superar neste fanatismo anti-Yankee! :twisted: :twisted:

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Sáb Jul 31, 2010 5:42 pm
por Enlil
Clermont escreveu:A MAIS LONGA GUERRA DA AMÉRICA.

Por Eric Margolis – 14 de julho de 2010.

O general Stanley McChrystal e sua “máfia” das Forças Especiais de quem se esperava que esmagasse a resistência afegã à ocupação ocidental, foi demitido após as rudes observações, que ele e sua equipe fizeram sobre a Casa Branca, terem sido publicadas na revista americana Rolling Stone. O presidente Barack Obama devia ter demitido McChrystal quando o boquirroto general foi à público com pedidos para mais 40 mil soldados serem enviados ao Afeganistão.

McChrystal foi o segundo comandante americano demitido no Afeganistão, um sinal agourento de que a guerra vai indo muito mal. Provavelmente, ele agora entrará para as fileiras republicanas como um mártir e se tornará um crítico da Fox TV de Barack Obama.

Um general mais cerebral e político, David Petraeus, rapidamente substituiu McChrystal.

No Iraque, o general Petraeus conseguiu, temporariamente, suprimir a resistência devido a uma mistura de hábil suborno, boa sorte e a ordem do Irã para a milícia xiita do Iraque, o Exército do Mahdi, pôr fim à resistência, por enquanto. Washington espera que Petraeus vá fazer o mesmo no Afeganistão, embora os dois países sejam muito diferentes.

Semana passada, o normalmente cauteloso Petraeus, em Cabul, prometeu “vencer” a Guerra do Afeganistão, que já custou aos Estados Unidos, quase 300 bilhões de dólares, até hoje, e 1 mil mortos americanos (os números para os mortos afegãos são, cuidadosamente, guardados). O problemas: ninguém pode definir o que, realmente, significa vencer.

O Afeganistão já se tornou o mais duradouro conflito da América.

A escalada da guerra, agora, custa aos contribuintes americanos, $ 17 bilhões mensais. O “reforço” afegão do presidente Obama, de mais 30 mil soldados, acrescentará outros $ 30 bilhões. Cada vez que os EUA reforçam seu contingente, a resistência afegã fica mais forte. Os soviéticos tropeçaram no mesmo problema nos anos 1980.

As guerras afegã e iraquiana – custo total de $ 1 trilhão até hoje – estão sendo travadas com dinheiro emprestado, quando os EUA estão se afogando numa dívida de $ 13,1 trilhão. A história demonstra que mais impérios foram abatidos por travarem guerras ruinosamente dispendiosas, com dinheiro emprestado do que por invasões estrangeiras. Olhe, por exemplo, para o rápido colapso do Império britânico, após 1945.

Hoje, a América está viciada em dívida e em guerra.

O Congresso dos Estados Unidos, apenas, pode declarar e bancar uma guerra, mas se esquivou de sua responsabilidade e, vergonhosamente, permitiu aos presidentes Bush e Obama, usurparem o poder para fazer a guerra.

Pesquisas mostram uma maioria de americanos, agora, opondo-se à infeliz aventura imperial, no Afeganistão. Porém, a maioria dos políticos, salvo os corajosos poucos, temem oporem-se a guerra e serem acusados de “traírem os soldados dos Estados Unidos”. Os americanos estão tão entranhados de propaganda militarista e jingoísmo que, o questionamento do gigantesco orçamento de defesa e das guerras estrangeiras pode ser um suicídio político.

Mesmo assim, a dissensão está aparecendo às claras.

Semanas passada, o presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Steel, deixou o gato sair do saco, admitindo que a Guerra do Afeganistão não pode ser vencida. Steele, também, foi ao absurdo de proclamar que Obama iniciou a guerra no Afeganistão, ignorando o papel de George W. Bush em mergulhar os EUA neste lodaçal.

Eu relembro do erro de Bush, vividamente, porque, logo depois do 11 de Setembro, escrevi um artigo no jornal Los Angeles Times, no qual preveni que a ação militar contra a al-Qaida devia ser rápida e limitada, e que as forças americanas deveriam sair do Afeganistão, tão rápido quanto possível, antes de serem sugadas para um conflito horrivelmente confuso e, provavelmente, interminável.

De forma não surpreendente, fui inundado por correspondências de ódio, das legiões de samurais de sofá e patriotas de poltrona, que desejavam lutar até o último soldado profissional americano no Afeganistão

De volta à Steele. Republicanos, que parecem adorar a guerra e a tortura, irromperam em raiva, todos, sem exceção, acusando Steele de alta-traição. Muitos dos críticos republicanos mais falcões de Steele, tinham, da mesma forma que George Bush e Dick Cheney, se esquivado do autêntico serviço militar durante a Guerra do Vietnam.

Republicanos (eu costumava ser um), bombardearam a sensível política de McChrystal de tentar reduzir as baixas civis afegãs, causadas pelas bombas e granadas americanas. Há crescente fúria anti-ocidental no Afeganistão e Paquistão pelas baixas civis, e isto se tornou uma ferramenta primordial de recrutamento para o Taliban e seus aliados.

Por clamarem por mais ataques agressivos que põem em risco os civis afegãos e reforçam o Taliban, e por advogarem a tortura de detidos, os republicanos, de novo, tristemente demonstram que se tornaram o partido dos obtusos e ignorantes da América.

O presidente Obama proclamou que está expandindo a Guerra do Afeganistão para enfrentar a al-Qaida. Porém, o Pentágono estima que não há mais do que um punhado de al-Qaidas raias-miúdas no Afeganistão.

Então, por quê os Estados Unidos estão no Afeganistão?

Obama deve aos americanos, a verdade.

Após nove anos de guerra, o imenso poder militar dos Estados Unidos, seus aliados coagidos da OTAN, exércitos de mercenários e centenas de milhões de dólares em suborno, tem sido incapazes de derrotar a resistência contra a ocupação ocidental ou criar um governo popular legítimo em Cabul.

A produção de drogas, que foi interrompida quando o Taliban estava no poder, alcançou novos recordes. Os Estados Unidos, agora, governam o líder mundial de exportação de heroína. Os principais aliados americanos no Afeganistão, também são chefões do comércio da heroína.

Enquanto os Estados Unidos comemoram sua independência de um opressor estrangeiro, no 4 de Julho, seus soldados profissionais estão utilizando toda espécie de armas no Afeganistão. De bombardeiros pesados a tanques; viaturas blindadas, caças, helicópteros, canhoneiros AC-130, frotas de drones assassinos, artilharia pesada, bombas-cluster e um arsenal de equipamento de alta-tecnologia.

A despeito de todo este poder, bandos de nativos e agricultores pasthun, dotados, apenas, de armas levefs, determinação e coragem sem limites, tem confrontado a máquina de guerra do Ocidente, até um impasse e, agora, a colocaram numa defensiva estratégica.

Esta brutal luta de Davi contra Golias, não traz honra alguma às potências ocidentais que a travam. Elas são, amplamente, vistas no exterior como travando outra impiedosa guerra colonial pela dominação geopolítica de recursos contra um povo, pequeno e atrasado.

De forma curiosa, os americanos e seus aliados acusam o Taliban de “terrorismo” e “covardia”. No meu modo de ver, como antigo soldado e correspondente de guerra, utilizar bombardeiros pesados para atacar levas tribais ou empregar aeronaves canhoneiras e drones contra instalações tribais é que é covardia. Para os afegãos, guerreiros honrados lutam, homem a homem, no campo de batalha.

Isto me lembra de um ditado do escritor vitoriano, Hillaire Belloc, fazendo a justificação moral de abater nativos durante as guerras coloniais do Império Britânico, pois “nós temos a metralhadora Maxim, e eles não.”

A maioria dos afegãos anseia por paz, após trinta anos de guerra. Ms os esforços do governo Karzai, do Taliban e do Paquistão para forjar uma paz estão sendo frustrados por Washington, alguns dos membros da OTAN, os comunistas do Afeganistão e, agora, pela Aliança do Norte tajique, dominada pelos indianos.

A Índia está travando uma luta não-declarada para arrancar o Afeganistão da influência paquistanesa, para isto, utilizando a Aliança do Norte, um pequeno exército de agentes de inteligência e $ 1 bilhão em subornos até esta data. Enquanto isto, a rebelião fermenta na Cachemira indiana.

Isto é uma enorme e cada vez maior bagunça. O pensamento simplista, em Washington, mal é capaz de apreender a complexidade da trama principal ou das tramas secundárias neste caos letal.

O herético senhor Steele, estava falando a verdade, quando disse que esta guerra feia, sem sentido não pode ser vencida. Mas o impulso imperial de Washington continuará. Carreiras políticas demais, nos Estados Unidos, Canadá e Europa, estão dependendo desta guerra.

E, da mesma forma, o destino da obsoleta aliança da OTAN, que pode, muito bem, encontrar seu Waterloo nas montanhas do Afeganistão.

Não é de admirar que o Afeganistão seja conhecido como o túmulo dos impérios.
"Pequenos grandes detalhes"...

[].

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 11:04 am
por kurgan
01/08/2010 - 09:40 | Agência EFE | Bruxelas
Holanda começa retirada do Afeganistão

As tropas holandesas da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança, sob comando da Otan) iniciaram a retirada do Afeganistão neste domingo (1º/8), após o cumprimento do prazo de sua missão e sem o acordo do governo do país para prolongar o mandato, como queria a aliança ocidental.

Após permanecer quatro, a Holanda transferiu o comando na província de Uruzgã (sul do país) aos militares norte-americanos e australianos da Isaf em uma cerimônia singela, informa a agência de notícias holandesa ANP.

As diferenças no seio da coalizão de governo holandês quanto ao prolongamento da missão no Afeganistão motivaram a saída do Partido Trabalhista do governo local e a consequente queda do governo em fevereiro.

A Otan tinha solicitado à Holanda uma extensão de sua operação no Afeganistão, algo apoiado pelo então primeiro-ministro, Jan Peter Balkenende, mas não pelos trabalhistas, que antes estavam na oposição.

A operação holandesa no Afeganistão, que se começou em 1º de agosto de 2006, custou cerca de 229 milhões de euros, segundo a ANP. Nos quatro anos de missão, morreram 24 soldados do país, enquanto cerca de 140 ficaram feridos.

O Ministério do Exterior da Holanda destaca que a situação da segurança na região melhorou um pouco, lembrando que no momento há 1.600 agentes ativos enquanto em 2006 "quase não havia polícia profissional". Também ressalta que aumentou o acesso à atenção sanitária, assim como a escolarização infantil, especialmente a das meninas, e que as infraestruturas melhoraram.

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 12:08 pm
por marcelo l.
http://www.estadao.com.br/noticias/supl ... 8669,0.htm

Autor de um livro sobre a história da CIA, Legado de Cinzas, publicado no Brasil pela editora Record, Weiner é especialista em segredos de Estado. A ele foi concedido o prêmio mais importante do jornalismo americano por uma série de reportagens publicadas no The Philadelphia Inquirer nas quais desmascarou um orçamento secreto do Pentágono usado pelo governo para financiar a pesquisa e o desenvolvimento de novas armas. Weiner é um crítico ferrenho do serviço de inteligência americano, que, a seu ver, não cumpre o papel de assessorar a tomada de decisões estratégicas bem fundamentadas e conscientes. "O mais poderoso país do Ocidente falhou em criar um serviço secreto de primeira categoria", escreve Weiner em seu livro sobre os inúmeros erros da CIA. Para citar alguns, ele menciona a incompetência da agência em calcular as reais chances de vitória na invasão da Baía dos Porcos, em 1961, a incapacidade de prever o 11 de setembro e a invenção de que no Iraque havia armas de destruição em massa, argumento usado pelos americanos para invadir o país e depor Saddam Hussein. "Quando a inteligência falha, pessoas morrem." E a resistência da população local aumenta. É assim que se perde uma guerra contra um oponente infinitamente mais fraco, alerta Weiner.

É possível controlar a circulação de informações na era do WikiLeaks?

Primeiro, os documentos publicados pelo WikiLeaks traziam o selo de "secreto". O governo americano produz milhões de documentos "secretos" por ano. Acima do "secreto" existe o "top secret". E, acima do "top secret", incontáveis programas criptografados com senhas. Quando tudo é secreto, nada é secreto. Você não consegue manter segredos em uma sociedade aberta. A América é um navio com um furo no casco.

Recentemente o jornal The Washington Post publicou uma série de reportagens sobre o sistema de inteligência dos EUA mostrando que hoje 854 mil pessoas têm acesso a informações consideradas sigilosas. A rede de inteligência americana fugiu do controle?

Tentar obter informação útil do serviço de inteligência americano é como tentar beber um gole d’água em uma mangueira de incêndio. O sistema ejeta uma enorme massa de informação bruta, que sufoca a capacidade humana de análise e compreensão. As organizações de inteligência têm o propósito de servir como ferramentas para traçar estratégias inteligentes. Raramente elas cumprem esse papel. Quando a inteligência falha, pessoas morrem - soldados e civis. Presidentes e generais tomam decisões ignorantes. Exércitos atacam alvos errados. Quando as forças militares americanas e as tropas da Otan matam civis, o Taleban ganha pontos incalculáveis na batalha pela aliança da população local. Essa é uma das formas pelas quais uma nação pode perde a guerra contra uma guerrilha muito mais fraca, como aconteceu conosco no Vietnã.

Parece que os 92 mil documentos divulgados tem chocado mais pelo volume que pelo conteúdo. Quais podem ser as consequências políticas do episódio para o governo Obama?

Poucas informações divulgadas pelo WikiLeaks eram novidade para quem lê o trabalho de jornalistas e de organizações de direitos humanos que atuam no Afeganistão. É importante notar que os documentos cobrem o período de 2004 a 2009; portanto, são registros da guerra de Bush, não da de Obama. A informação muda muito pouco as estratégias e táticas de guerra que Obama adotou. Tanto que a Câmara de Representantes dos EUA aprovou na terça-feira, por 308 votos contra 114, a injeção de mais US$ 60 bilhões no conflito.

O vazamento poderá contribuir para o fim da guerra?

A guerra vai continuar. Os afegãos lutaram contra Alexandre, o Grande, os mongóis de Gengis Khan e Tamerlão, os britânicos, os russos e, agora, os americanos. Perderam muitas batalhas, mas nunca foram conquistados. Estive no Afeganistão sete vezes. Pelo que vi, acredito que os objetivos originais dessa guerra - matar os líderes da Al-Qaeda e neutralizar o Taleban - se perderam muitos anos atrás sob o governo Bush. Se a missão agora é a reconstrução do país a fim de transformá-lo em uma nação estável, depois de 30 anos de ocupação soviética e da ocupação americana, acredito que isso possa ser conseguido... em mais 30 anos.

O Diário de Guerra do WikiLeaks está sendo comparado aos Papéis do Pentágono.

A comparação é falsa. Os Papéis do Pentágono eram 7 mil páginas de documentos, em 47 volumes, de análise histórica preparada por experts sob o comando do secretário da Defesa de Kennedy e Johnson, Robert McNamara. Os papéis foram cruciais para os americanos entenderem que a guerra era política e não podia ser ganha com poderio militar. Considerado o mais grave vazamento da história do serviço de inteligência americano, os Papéis do Pentágono eram uma crônica das dificuldades dos americanos no Vietnã. O material do WikiLeaks são milhares de relatórios brutos da inteligência americana. Os Papéis do Pentágono foram muito mais importantes para virar a opinião pública dos americanos contra a guerra. Eles são a história supersecreta da Guerra do Vietnã de 1954 a 1967. Quando o presidente Nixon tentou impedir sua publicação, ele deu início a uma batalha contra vazamentos que, no final das contas, o levaram à autodestruição. Os papéis do WikiLeaks não trazem revelações importantes sobre a guerra. Eles adicionam detalhes de questões já bem conhecidas e compreendidas pelos que acompanham as notícias sobre o Afeganistão, que são a minoria do povo americano. No curto prazo, os documentos podem ajudar a focar a atenção do público dos EUA na guerra. Mas a terrível verdade é que milhões de americanos nada sabem sobre o Afeganistão e sua única preocupação é com os soldados americanos que estão morrendo nesse conflito.

O que significa contar a verdade sobre a guerra?

É o papel da inteligência - e dos jornalistas - penetrar o nevoeiro da guerra. Mas não existe uma coisa como total transparência em tempos bélicos. A névoa sempre ganha. Para citar McNamara: "A guerra é tão complexa que ultrapassava a habilidade da mente humana de compreender todas as suas variáveis. Nosso julgamento, nosso entendimento, não são adequados. E nós matamos pessoas sem necessidade." Essa é a verdade da guerra.

Assange, como Daniel Ellsberg, vem sendo acusado de ignorar os interesses nacionais. Foi essa uma ação irresponsável ou uma vitória jornalística?

Nenhuma das duas coisas. É uma parte natural e inevitável do embate em tempos de guerra entre o Pentágono e seus opositores em casa e no exterior.

Uma organização como o WikiLeaks - sem sede em nenhum país e, portanto, sem ter de obedecer a nenhuma lei - propicia a qualquer pessoa espaço para postar informações e opiniões, sob total anonimato. Será esse o futuro do jornalismo investigativo?

Se formos definir vazamentos de dados como revelações não autorizadas de informações confidenciais, então a única novidade que o WikiLeaks traz é o método de distribuição. O jornalismo investigativo não se baseia só em vazamento, mas na pesquisa detalhada e paciente.l

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 12:15 pm
por PRick
Creio que aqui no tópico esteja havendo uma confusão, me parece que ao contrário da invasão do Iraque, a Guerra do Afeganistão tem legitimidade, foi aprovada pela ONU. Me parece que no caso do Afeganistão não estamos discuntindo a legitimidade da ocupação, mas sua eficácia para o que se queria, quer dizer combater o terrorismo.

Se as medidas adotadas foram equivocadas, e levarem ao fracasso dos objetivos buscados, teremos um duplo desastre, quer dizer uma guerra legítima, naufragar porque não era o remédio requerido. Creio que o fracasso no Afeganistão pode gerar um processo muito mais danoso as estruturas de poder coletivo à nível mundial que a confusão iraquiana, essa pode ser debitada aos EUA. Porém, o fracasso no Afeganistão é uma derrota coletiva.

[]´s

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 12:27 pm
por FOXTROT
PRick escreveu:Creio que aqui no tópico esteja havendo uma confusão, me parece que ao contrário da invasão do Iraque, a Guerra do Afeganistão tem legitimidade, foi aprovada pela ONU. Me parece que no caso do Afeganistão não estamos discuntindo a legitimidade da ocupação, mas sua eficácia para o que se queria, quer dizer combater o terrorismo.

Se as medidas adotadas foram equivocadas, e levarem ao fracasso dos objetivos buscados, teremos um duplo desastre, quer dizer uma guerra legítima, naufragar porque não era o remédio requerido. Creio que o fracasso no Afeganistão pode gerar um processo muito mais danoso as estruturas de poder coletivo à nível mundial que a confusão iraquiana, essa pode ser debitada aos EUA. Porém, o fracasso no Afeganistão é uma derrota coletiva.

[]´s

Caro PRick a guerra no Afeganistão foi "aprovada" pela ONU mas isso de per si não significa que seja legitima, pelo menos a meu ver.

O mundo ficou chocado com o ataque de 11/09 e os EUA escolheram o vilão, a ONU coube (não tinha alternativa) convalidar a invasão, porque prova cabal não houve.

Alias, provas são uma especialidade dos EUA, eles sempre as têm.


Saudações

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 12:50 pm
por kurgan
FOXTROT escreveu:
PRick escreveu:Creio que aqui no tópico esteja havendo uma confusão, me parece que ao contrário da invasão do Iraque, a Guerra do Afeganistão tem legitimidade, foi aprovada pela ONU. Me parece que no caso do Afeganistão não estamos discuntindo a legitimidade da ocupação, mas sua eficácia para o que se queria, quer dizer combater o terrorismo.

Se as medidas adotadas foram equivocadas, e levarem ao fracasso dos objetivos buscados, teremos um duplo desastre, quer dizer uma guerra legítima, naufragar porque não era o remédio requerido. Creio que o fracasso no Afeganistão pode gerar um processo muito mais danoso as estruturas de poder coletivo à nível mundial que a confusão iraquiana, essa pode ser debitada aos EUA. Porém, o fracasso no Afeganistão é uma derrota coletiva.

[]´s

Caro PRick a guerra no Afeganistão foi "aprovada" pela ONU mas isso de per si não significa que seja legitima, pelo menos a meu ver.

O mundo ficou chocado com o ataque de 11/09 e os EUA escolheram o vilão, a ONU coube (não tinha alternativa) convalidar a invasão, porque prova cabal não houve.

Alias, provas são uma especialidade dos EUA, eles sempre as têm.


Saudações
É isso aí FOXTROT. Perfeito.

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 12:59 pm
por PRick
FOXTROT escreveu:
PRick escreveu:Creio que aqui no tópico esteja havendo uma confusão, me parece que ao contrário da invasão do Iraque, a Guerra do Afeganistão tem legitimidade, foi aprovada pela ONU. Me parece que no caso do Afeganistão não estamos discuntindo a legitimidade da ocupação, mas sua eficácia para o que se queria, quer dizer combater o terrorismo.

Se as medidas adotadas foram equivocadas, e levarem ao fracasso dos objetivos buscados, teremos um duplo desastre, quer dizer uma guerra legítima, naufragar porque não era o remédio requerido. Creio que o fracasso no Afeganistão pode gerar um processo muito mais danoso as estruturas de poder coletivo à nível mundial que a confusão iraquiana, essa pode ser debitada aos EUA. Porém, o fracasso no Afeganistão é uma derrota coletiva.

[]´s

Caro PRick a guerra no Afeganistão foi "aprovada" pela ONU mas isso de per si não significa que seja legitima, pelo menos a meu ver.

O mundo ficou chocado com o ataque de 11/09 e os EUA escolheram o vilão, a ONU coube (não tinha alternativa) convalidar a invasão, porque prova cabal não houve.

Alias, provas são uma especialidade dos EUA, eles sempre as têm.


Saudações

Gente,

A Al Qaeda assumiu a autoria dos atentados de 11 de setembro, e a sede deles fica no Afeganistão e a ONU aprovou a intervenção, então a legitimidade existe, porém, se a ocupação militar era a medida mais eficaz, aí sim, concordo com vocês.

Porém, o Talibã e a Al Qaeda não são de forma nenhuma bons representantes do Islã. É certo que os Talibãs são muito mais legítimos que o Governo atual do Kharzay. Porém, mais uma vez, são duas escolhas muito ruins. Coitado do Afeganistão. :( :(

Conclusão, não adianta ter somenta a legitimidade, medidas de força devem a última cartada, e devem ser feitas dentro de algo pensado. Existiu muita precipitação na intervenção do Afeganistão, porém, isso não alivia em nada o desastre que será para todos, inclusive para o Afeganistão, caso nada se aproveite da intervenção.

[]´s

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 1:53 pm
por Francoorp
Pelo meu ver nem a ONU é algo assim divino para legitimar uma invasão... muito pelo contrario, isso somente demonstra que esta organização se tornou definitivamente em uma fabrica de álibis para os criminais mais "Ricos" do planeta!!

Brasil fora da ONU Já!!

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 3:10 pm
por FOXTROT
terra.com.br

Dois soldados da Otan mortos por minas artesanais no Afeganistão (Otan)
01 de agosto de 2010

CABUL, 1 Ago 2010 (AFP) -Dois soldados das forças internacionais morreram neste domingo nas explosões de minas artesanais, anunciou a Otan.
A Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão (Isaf) não revelou a nacionalidade dos dois soldados mortos nos dois incidentes.

Estes são os primeiros militares das forças internacionais mortos em agosto depois do mais mortífero para as forças americanas desde o final de 2001 (66 soldados americanos mortos em julho).

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 4:40 pm
por Enlil
A guerra tinha em seu início um escopo de legitimidade na medida em que os regime talibã, brutalmente reacionário, q praticamente prega um islamismo medieval, tornou o Afeganistão sede de bases de treinamentos e de cabecilhas da Al-Qaeda, grupo de fato terrorista, agente confesso dos atentados na embaixadas da Tanzânia e do 11/09. No entanto, na medida em q a Guerra foi utilizada para por em prática interesses políticos, geoestratégicos e de corporações, o conflito foi deturpando-se cada vez mais. A "guerra fácil", na qual pouco mais de uma década antes uma outra superpotência - a URSS - não teve "competência" para ganhar, seria rapidamente vencida após a queda do regime talibã; afinal, o q poderia fazer demais um "exército de mendigos" frente a alta tecnologia americana...

Como diria uma música do Led: "Ten years gone"... e, cada vez mais, se gastam centenas de bilhões em recursos financeiros, materiais e humanos sem qualquer resultado minimamente satisfatório: o Afeganistão continua uma terra sem lei, com os talibãs mais ativos e letais do que nunca; o país possui um pseudo-governo q só existe através de fraudes descaradas denunciadas pelos inspetores da própria ONU, podre de corrupto, mas q tem apoio ocidental, e q pode ser lembrado por sua grande "realização" de ter tornado possível o Afeganistão ser o maior produtor mundial de heroína.

Quando penso na conjuntura da "atual guerra do Afeganistão" sempre lembro da manchete de uma revista Isto é senhor q tenho, se não me engano de 1989, q fala da retirada das tropas soviéticas do país: A Guerra Inútil. Nada tão contemporâneo, após uma década não se chegou a lugar nenhum.

O pior de tudo é ver a q ponto de alienação e "falconização" chegou a sociedade americana, ao aceitar após dez anos, q continue tanta estupidez. Pelo lucro de corporações...

Mais terrível ainda são as baixas, por mentiras e interesses políticos e econômicos mesquinhos. As letais são evidentes, independente do lado, no entanto, os Johnny's, afegãos, americanos e europeus dessa guerra, saem do teatro de operações para o limbo e marginalização. Nada pior do que morrer em vida.

Sugiro:

Johnny Got his Gun (Dalton Trumbo, 1971)

Título em Português: Johnny vai à Guerra

País de Origem: EUA

Direção: Dalton Trumbo

Elenco: Timothy Bottoms, Donald Sutherland, Jason Robards

Duração: 108 minutos

Assisti ontem, um chute no estômago contra uma das maiores hipocrisias e falsidades já pronunciadas em tempos de guerras expansionistas: "É doce e honroso morrer pela pátria"...

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 5:05 pm
por P44
Afeganistão, "o coveiro dos impérios"


e continuam sem aprender nada


A guerra do Afeganistão desmascarada
– WikiLeaks divulga 75 mil relatórios militares secretos dos EUA

:arrow: http://www.resistir.info/afeganistao/gu ... arada.html

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 5:32 pm
por Francoorp
Enlil escreveu:Assisti ontem, um chute no estômago contra uma das maiores hipocrisias e falsidades já pronunciadas em tempos de guerras expansionistas: "É doce e honroso morrer pela pátria"...
Onde, qual canal, vai ter reprise??

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 5:44 pm
por Enlil
Torrent :mrgreen:...

Re: Notícias de Afeganistão

Enviado: Dom Ago 01, 2010 5:52 pm
por Francoorp
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Me da o sitio... vou baixar! :twisted: