Programa de Modernização dos AMX da FAB
Dentro do programa de reaparelhamento da FAB, foi assinado um contrato com a Embraer para a modernização de toda a frota de A-1, a partir de 2007. O programa prevê a padronização dos sistemas de navegação e comunicação, similares ao do programa do F-5 BR, além da substituição do radar pelo sofisticado SCP-01, da empresa Mectron de São José dos Campos, capaz de detectar alvos múltiplos em terra, no ar e mar.
O Comando da Aeronáutica vai investir US$ 400 milhões ao longo de 60 meses para modernizar 53 caças-bombardeiros AMX A-1 da FAB. O contrato foi recentemente assinado com a Embraer.
As primeiras unidades a ser revitalizada e que servirão de protótipos já estão na fábrica de Gavião Peixoto desde janeiro de 2005. O programa só será completado em 2010. O esquadrão pioneiro atualizado vai voar entre 2007 e 2008.
Na nova versão do AMX, o radar atual vai dar lugar a um sofisticado SCP-01, fabricado em São José dos Campos pela Mectron. Os dados de desempenho do equipamento são considerados sigilosos. Os pilotos passarão a contar com um avançado centro eletrônico de gerenciamento de combate e um designador laser para dirigir bombas inteligentes e mísseis ar-terra de precisão.
Um sistema específico vai compatibilizar a aeronave com os supersônicos F-5BR, também modernizados pela Embraer e, com os turboélice de ataque leve A-29 Super Tucano.
Uma das vantagens, apontadas pela Embraer, para programa ser realizado em Gavião Peixoto é que mais de 90% dos equipamentos previstos na modernização dos AMX serão produzidos no Brasil pela Aeroeletrônica, de Porto Alegre. A empresa pertence à empresa israelense Elbit, subcontratada da Embraer no programa de modernização dos F-5 BR e na produção do ALX Super Tucano.
Os pilotos passarão a contar com um avançado centro eletrônico de gerenciamento de combate e um designador laser para dirigir bombas inteligentes e mísseis ar-terra de precisão. Um sistema específico vai compatibilizar a aeronave com os supersônicos F-5 BR, também modernizados pela Embraer, e com os turboélices de ataque leve A-29 Super Tucano.
O AMX foi a aeronave responsável pela introdução de novas tecnologias na FAB como HOTAS (Hands on Trottle and Sticks), HUD (Head-up Display), MFD (Multifunctional Display), RWR (Radar Warning Receiver), barramento de dados 1553B, novos conceitos de manutenção (BITE) e métodos de desenvolvimento.
As aeronaves ainda estão semi-novas com os últimos exemplares entregues em julho de 2003. A Itália recebeu os primeiros aviões em 1989, e o Brasil em 1990, com a última entrega em 2001. Os AMX irão durar pelo menos mais 20 anos e por isso a FAB irá realizar uma modernização de meia vida.
O Projeto de Modernização do AMX tem por objetivo resolver graves problemas de obsolescência de alguns equipamentos da atual configuração e já fora de produção, além de padronizar com aviônicos usados na modernização dos F-5BR e ALX. Os AMX atuais já tem problemas de padronização entre os três lotes, que tem aviônicos distintos e que criam um pesadelo logístico e procedimentos diferentes que exigem adaptação dos pilotos. Os pilotos de Santa Cruz não podem pilotar os AMX de Santa Maria e vice-versa.
O AMX se mostrou inadequado para deslocamentos por tempo prolongado na Amazônia. O tempo inclemente local com grande umidade e calor causava panes frequêntes nos eletrônicos. A nova geração de aviônicos irá resolver este problema.
A modernização dos AMX da FAB para o padrão A-1M (M = Modernizado) tem como objetivo não só atualizar os sistemas, mas também ampliar as capacidades do AMX e melhorar a logística. Um financiamento de US$ 90 milhões já foi aprovado pelo governo e o valor total deve chegar a US$ 322 milhões em seis anos. O AMX se chamará A-1AM para a versão monoposto e A-1BM para o biposto.
A versão de exportação se chamará AMX-M.
A interface homem-máquina também será melhorada com uso de tecnologia HOTAS (mãos nos aceleradores e manche), novo HUD com campo de visão de 24 graus, 2 mostradores multi-funcionais (MFCD) de 152x208 mm e um MFCD de 104 x127 mm. A cabine terá novos sistemas e iluminação compatível com uso de óculos de visão noturna (NVG).
Um mostrador montado no capacete (HMD) modelo DASH 4 israelense também irá equipar a aeronave. Cada um custa US$ 21 mil e mostra todos dados vitais de vôo e informações do alvo no visor do piloto, sem que ele precise abaixar a cabeça. Isto é muito importante em vôo a baixa altitude.
Os sistemas defensivos incluirão um novo receptor de aviso de radar (RWR) no lugar do ELT-56X usado atualmente e serão instalados lançadores internos de Chaff/Flare. O RWR poderá lançar chaffs automaticamente (Automatic Flare Release).
Novos aviônicos serão instalados com um vídeo VHS-C que grava todos os dados e áudio para reprodução em vôo ou no solo; gravador de dados de vôo; dois computadores de missão redundantes que controla a aeronave através do barramento de dados MIL-STD-1553B; sistema de gerenciamento de armamento (Store Management System) MIL-STD-1760C para gerenciamento de armas e indicador de parâmetros de vôo e do motor (EICAS).
A aeronave receberá um novo sistema de geração de oxigênio interno OBOGS (On Board Oxygen Generating System - Sistema Aeroembarcado de Geração de Oxigênio) produz O2 de forma autônoma, sem necessidade de equipamento no solo, prmitindo manter a aeronave no ar por longos períodos.
Os novos equipamentos terão sistema BITE para localização de falhas e sistema de diagnóstico que leva a reparações rápidas, aumentando a confiabilidade de vôo.
A modernização do AMX contará com o uso dos aviônicos da Elbit, fabricados pela subsidiária Aeroeletrônica no Brasil e usados na modernização do F-5BR e nas aeronaves A-29 Super Tucano (ALX), chamado padrão BR. A Aeroeletrônica irá fabricar/montar 90% dos novos aviônicos. Isto torna a manutenção mais fácil e barata. A comunalidade de aviônicos entre o A-1M, A-29 e F-5EM/FM irá criar uma escala que diminuirá os custos do apoio logístico e facilitará o apoio quando a aeronave opera fora da base com aeronaves diferentes.
A diferença entre as três aeronaves serão sensores não comuns e alguma restrição de espaço. As partes comuns são software e ferramentas de desenvolvimento e integração. Os módulos de hardware, como os LCD e LRU, são similares, mas não iguais. A transição de pilotos será mais rápida e econômica e com maior disponiblidade na linha de vôo.
Em terra serão instalados um Sistema de Planejamento de Missão computadorizado. Os dados gerados na estação serão transferidos para a aeronave através de um cartucho.
Um sistema de Instrumentação Autônoma para Simulação e Avaliação de Manobras de Combate (AACMI) irá fornecer capacidade para treinamento virtual de vôo. O AACMI é um datalink que informa os dados das aeronaves durante uma missão como posição e velocidade para avaliação posterior.
Entre os armamento previstos incluem novos mísseis para cumprir missões de supressão de defesas (SEAD) e anti-navio e bombas com guiagem a laser e infravermelho.
O AMX será equipado com o capacete DASH 4 da Elbit, já usado nos F-15, F-16 e F-4 de Israel. Ele é conectado ao sistema de navegação, sensores de mísseis, radar e HUD. As funções mostradas no capacete são localização e distância do alvo, zona de lançamento de mísseis, informações de vôo (velocidade, altitude etc) e alertas.
Mesmo movendo a cabeça e olhando para um dos lados do cockpit, o piloto não perde contato visual com as informações vitais para o cumprimento de sua missão. Além de aumentar a consciência situacional, uma vez que todo o céu, à sua volta, passa a ser facilmente monitorado. O piloto pode usar o DASH para lançar mísseis com capacidade off-boresight, ou seja, bem fora da linha visada do nariz da aeronave.
RADAR MECTRON SCP-01
Os AMX-M da FAB serão equipados com o radar multimodo Mectron SCP-01 Scipio (Scipio foi um militar italiano que derrotou Átila). É um radar otimizado para funções ar-superfície com alguns modos simples ar-ar. O radar tem a função de auxiliar o piloto a fazer operações de ataque ao solo e combate aéreo. Foi projetado para ser instalado a bordo do AMX e ser o principal sensor do subsistema de armas.
Entre os modos incluem:
- Mapeamento do terreno
- Indicador de alvos móveis terrestres
- Evitamento do terreno
- Telemetria ar-solo e ar-ar
- Busca marítima
- Capacidade look down/look up (olhar para cima e para baixo)
Operando na banda X, com agilidade de frequência, o radar é capaz de identificar um alvo de 100 metros quadrados no mar a 50 milhas e tem alcance de 20 milhas contra um alvo aéreo de 5 metros quadrados.
CNI - COMUNICAÇÃO / NAVEGAÇÃO / IDENTIFICAÇÃO
Os aviônicos do AMX irão contar com um sistema CNI que opera em freqüências V/UHF e que integra as funções de rádio, IFF, VOR/ILS/Marker Beacon/DME com informações do datalink digital que passam a ser gerenciadas pelo sistema de computação do avião. O AMX-M irá usar o mesmo rádio VHF/UHF (30-400MHz) Rohde & Schwarz M3AR (Serie 6000), adquiridos para equipar os ALX e F-5BR.
O rádio digital modular controlado por software M3AR pesa menos de 4 Kg e pode aceitar os modos de contra-contramedidas HaveQuick (americano/OTAN), SATURN (britânico), SECOS (escolhido pela FAB) e UHF DAMA para comunicação de satélites, além de VHF de datalink de trafego aéreo (25/8.3 KHz) e VHF AM e FM apenas com instalação de software. O rádio muda de frequência a 200 hops/seg
(SECOS 1) ou 500 hops/s (SECOS 2) e 8.5 hop/s na banda HF (se disponível). A transferência de dados é de 64 Kbits/s ou maior para retransmissão de dados e vídeo na faixa V/UHF e 5.4 Kbps (9,6 Kbps por pouco tempo) na banda HF (não usado). As freqüências selecionadas e os modos de operação são controlados por software e apresentados nas telas multifunção e UFPC.
Os rádios fazem parte da família de rádios multibanda e multifrequência programáveis da família M3XR e inclui versões navais M3SR/Serie 4400 e terrestre M3TR desenvolvidos desde 1997. A versão aérea também equipa os caças JAS-39 Gripen lote II e III. Com modem externo podem ter interface com o Link 4 (STANAG 5504), Link 11 (STANAG 5511), Link 16 e Link 22 (STANAG 5522).
Os rádios com sistemas de contramedidas do tipo salto de frequência (frequency hopping) são padrão atual para segurança de comunicações. O salto de frequência quebra o sinal em pequenos pacotes e os transmite em diferentes frequências de acordo com um padrão pré-determinado. Se o padrão é conhecido, é possível seguir o sinal e receber a mensagem completa, mas sem o código dos saltos a mensagem inteira é perdida no ruído geral.
Os rádios digitais V/UHF Rohde & Schwartz M3AR, com proteção eletrônica de comunicações serão usados para transmitir voz e dados, funcionando como um datalink. O protocolo será o mesmo adotado pelo SIPAM/SIVAM nos R-99 A/B, F-5BR e ALX, permitindo que todos esses aviões possam trocar dados. O datalink também permitirá que diversos AMX possam se comunicar e trocar mensagens com controles em terra sem entregar suas posições.
Para aprimorar a navegação o AMX será equipado com um sistema inercial/GPS H-764G (embedded GPS/INS EGI) com giroscópios a laser, fabricado pela Honeywell, capaz de receber um cartão GPS que serve para atualização da informação inercial. O INS/GPS é de última geração e pode ser alinhado em vôo, o que permite que possa ser reiniciado no meio de uma missão.
MARE - MATERIAIS ABSORVEDORES DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
O canopi do AMX tem um bom potencial para redução de assinatura com a aplicação de uma película metálica. Na falta de tecnologia similar a da OTAN, poderia ser um cobertura de plástico igual a dos carros, mas com película de metal no interior. O vôo subsônico não gera calor de atrito que derreteria a cobertura como aconteceria com caças supersônicos. Em 2003 foi anunciado que o CTA está desenvolvendo tecnologia de materiais absorvedores de radiação eletromagnética (MARE) com materiais à base de ferritas (óxido de ferro), partículas de carbono e polímeros condutores, que são utilizados na preparação de tintas, borrachas, compósitos com fibras de carbono e absorvedores híbridos. Foi testado no AT-26 Xavante. O projeto MARE já absorveu R$ 2 milhões em investimentos. Os materiais absorvedores de radiação eletromagnética possuem aplicações nas faixas de freqüência de 30 MHz a 100 GHz. O MARE do CTA é efetiva acima de 2 GHz e não impede detecção por radares de 500 MHz mais antigos. Mesmo assim é eficaz contra 80-90% dos radares atuais que operam geralmente de 8 a 12 GHz (Banda I/J da OTAN). O MARE pode diminuir o RCS em até 10dB por metro quadrado ou o suficiente para dividir pela metade o alcance de detecção. Um RCS pequeno como o do F-117 pode diminuir o envelope de mísseis SAM em 95%.
http://freepages.military.rootsweb.ance ... ab/amx.htm